23/04/2013 Cuidados Paliativos e Decisões no Paciente Oncológico Terminal Curso de atualização 2013 Ilka Lopes Santoro Disciplina de Pneumologia Unifesp - EPM Objetivos Definições e Princípios Ações Controle da dor Sedação paliativa Histórico 1 23/04/2013 Histórico 1967: Cicely Saunders introduziu nova filosofia de cuidados frente a terminalidade da vida Curar algumas vezes, aliviar frequentemente, confortar sempre Definição Cuidado paliativo é uma abordagem que melhora a qualidade de vida de pacientes e famílias que enfrentam doenças que ameaçam a vida, através da prevenção e alívio do sofrimento, por meios de identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e outros problemas de ordem física, psicossocial e espiritual. OMS, 2002 Cuidados Paliativos PRINCÍPIOS 2 23/04/2013 Princípios Promove o alívio da dor e de outros sintomas estressantes Reafirma a vida e vê a morte como um processo natural Ações não pretendem antecipar e nem postergar a morte Integra aspectos psicossociais e espirituais ao cuidado OMS, 1986 e 2002 Princípios Oferece um sistema de suporte que auxilie o paciente a viver tão ativamente quanto possível, até a sua morte Oferece um sistema de suporte que auxilie a família a sentirem-se amparados durante todo o processo da doença e luto Deve ser iniciado o mais precocemente possível, junto a outras medidas de prolongamento de vida, como a quimioterapia e a radioterapia, e incluir todas as investigações necessárias para melhor compreender e controlar os sintomas OMS, 1986 e 2002 Cuidados Paliativos CURAR X CUIDAR 3 23/04/2013 Princípios Função Conforto Alivio do sofrimento Perde Função e Conforto Cuidados curativos Cuidados paliativos Curso da doença Luto Apoio MORTE familiar Acompanhamento do paciente e da família Estado funcional do paciente no processo evolutivo da doença ALTA Maioria dos cânceres BAIXA Declínio usualmente em poucos meses Tempo Murray SA et al BMJ 2005; 330:1007-11. Controle dos sintomas AÇÕES 4 23/04/2013 Princípios do Controle dos Sintomas Avaliar antes de tratar; Explicar causas; Não esperar que um doente se queixe; Adotar estratégia terapêutica mista; Monitorizar sintomas; Reavaliar regularmente medidas terapêuticas; Cuidar dos detalhes; Estar disponível. Controle dos sintomas DOR 5 23/04/2013 Controle da Dor Dor Total – Sofrimento não apenas pelos danos físicos mas também pelas consequências emocionais, sociais e espirituais da proximidade da morte; Prevalência de sintomas dolorosos pode chegar a 90%; Descrever a intensidade e tipo da dor É preciso acreditar no paciente – usar placebo é erro ético Cuidado paliativo -CREMESP Classificação da Dor Pereira, JL; 2006 Guia de Tratamento Adequado Opióides fortes Opióide Fraco Não opióides Adjuvantes Antidepressivos tricíclicos Via oral Doses de horário Utilizar a escada analgésica ● Codeína, Tramadol Morfina , fentanil, metadona, oxicodona Dipirona Anticonvulsivantes Efeitos colaterais : náusea, sonolência •● A associação entre opiáceos deve ser (em evitada Paracetamol Miorrelaxantes autolimitados), •geral, Rodízio de Opióidesobstipação, sudorese. AINH Bifosfonatos OMS, 1986 6 23/04/2013 Guia de Tratamento Adequado Via oral Doses de horário Utilizar a escada analgésica Individualizar as doses Adjuvantes para potencializar e tratar efeitos colaterais Profilaxia e reavaliação sistemática Escala de sedação Controle dos sintomas SEDAÇÃO PALIATIVA 7 23/04/2013 Sedação paliativa x Eutanásia Sedação Paliativa Não analgésica como meperidina Eutanásia (Dolantina®), pelo baixo morte poder Provocar analgésico; para aliviarnão usar M1, M2, M3 sofrimento Intenção Aliviar sintoma Refratário Drogas Droga SEDATIVA Droga letal ajustada à resposta do paciente Alívio do Morte rápida sofrimento Objetivo De Oliveira RA, Cuidado Paliativo, Cremesp, 2008. Manual de Cuidados paliativos da ANCP, 2009 Definições: sedação paliativa Trata-se da administração deliberada de fármacos em doses e Não confundir sintoma refratário com combinações para reduzir o nível de consciência, com CONSENTIMENTO do paciente e família sintoma difícil (intervenção terapêutica intensiva) Aliviar sintomas refratários A determinação da refratariedade do sintoma deve ser um consenso entre os Sintoma refratário é aquele que não pode ser adequadamente membros da equipe e ou consultoria com controlado por tratamento que não comprometa o nível de outros especialistas consciência OMS, 1986 e 2002 Definições: Sintomas Sintoma – Doença física Sofrimento Psicoexistencial como desesperança, medo ansiedade, pânico da morte Temos que refletir sobre a incurabilidade e morte próxima Fomos preparados para lidar com a doença e não do doente “Deveríamos sedar os nosso próprios sintomas e sentimentos de angústia, ansiedade, frustração e medo da nossa própria morte” (Brandão,2004). OMS, 1986 e 2002 8 23/04/2013 Sedação paliativa de sintomas psicoexistencial ETICAMENTE ACEITO X MORALMENTE PROBLEMÁTICO Princípio do duplo efeito Moralmente aceita Intenção é mais importante que a consequência Desejado: reduzir o sofrimento Indesejado: Diminuir tempo de vida De Oliveira RA, Cuidado Paliativo, Cremesp, 2008. Manual de Cuidados paliativos da ANCP, 2009 Indicação de sedação paliativa 9 23/04/2013 Perguntas antes da sedação Identificado e tratado as causas reversíveis de sofrimento? Avaliação de especialistas? Realizada abordagem farmacológica e não farmacológica Sedação intermitente: delírio reversível ou sofrimento psicoexistencial? Objetivos discutidos com paciente, familiares? Sedação foi consensual (paciente, família e equipe? Algoritmo da tomada de decisão da sedação paliativa Sintomas refratários Sofrimento insuportável Prognóstico limitado Competência do paciente - Vontade antecipada, - Valores e desejos prévios - Familiares ou agregados Compartilhar decisão com a equipe e anotar em prontuário Desejo explícito do paciente Consentimento informado (verbal ou escrito) Indicar sedação paliativa Principais sedativos 10 23/04/2013 Resumindo..... Multidisciplinar Dor- prescrição personalizada Sedação paliativa Diferente de eutanásia Ética e moralmente aceita Usar sedativos OBRIGADA 11