PESQUISAS / RESEARCH / INVESTIGACIÓN O significado do diagnóstico de câncer do colo uterino para a mulher The meaning of cervical cancer diagnosis for women El significado del diagnóstico del cáncer de cuello uterino para la Mujer Juscélia Maria de Moura Feitosa Veras Enfermeira. Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Especialista em Saúde Pública e Saúde da Família. Docente do curso de enfermagem da Faculdade NOVAFAPI. Enfermeira da ESF de Teresina-PI. Enfermeira assistencial da Maternidade Dona Evangelina Rosa, Teresina–PI email: [email protected] Inez Sampaio Nery Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN/UFRJ). Professora Associada II da UFPI do curso de Enfermagem e Programas de Mestrado em Enfermagem e Políticas Públicas. Teresina- PI. email: [email protected] RESUMO Este estudo tem como objetivo descrever e analisar as vivências de mulheres com câncer de colo uterino, frente às alterações biopsicossociais e culturais ocorridas em suas vidas após o diagnóstico. Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva com abordagem qualitativa cujo método utilizado foi História de Vida, realizado com 15 mulheres. Os dados foram coletados pela autora, no período de janeiro a março de 2010, que utilizou, para abordar os sujeitos, a técnica de entrevista do tipo aberta ou prolongada. Os resultados mostram que o momento do recebimento do diagnóstico da doença foi dramático e carregado de intensas emoções. Os dados incitam que as reações diante do momento da informação do diagnóstico de câncer é um dos mais críticos da vida de uma mulher. Assim, acredita-se que na abordagem à mulher com câncer de colo uterino é essencial que a enfermeira conheça a história de vida dessas mulheres como forma de aprender a lidar com as alterações vivenciadas por elas, destacando-se a importância do diálogo nesse processo de interação e de cuidado. Descritores: Saúde da mulher. Câncer de colo do útero. Enfermagem. ABSTRACT This study aims to describe and analyze the experiences of women with cervical cancer, compared to biopsychosocial and cultural changes occurring in their lives after diagnosis. It is a descriptive type of research with a qualitative approach whose method was Life History, performed with fifteen women. The data were collected by the author in the period from January to March of 2010, who used to approach the subject, the interview technique of the open type or prolonged. The results show that the moment of receiving the diagnosis of the disease was dramatic and full of intense emotions. The data incite that reactions of the time of information of cancer diagnosis is one of the most critical in a woman’s life. So, it is believed that during the approach to women with cervical cancer it is essential that the nurse knows the story of their lives as a way to learn to deal with the changes experienced by them, highlighting the importance of dialogue in this process of interaction and care. Descriptors: Women’s health. Cervical cancer. Nursing. RESUMEN Submissão: 05/03/2011 Aprovação: 12/06/2011 Este estudio tiene como objetivo describir y analizar las experiencias de las mujeres con cáncer de cuello uterino, en comparación con los cambios biopsicosociales y culturales que ocurren en su vida después del diagnóstico. Es un tipo de investigación descriptiva con enfoque cualitativo cuyo método de la Historia de Vida fue utilizado, desarrollado con 15 mujeres. Los datos fueron recogidos por la autora en el período de enero a marzo de 2010, que se utilizó para tratar los sujetos, la técnica de entrevista de tipo abierto o prolongado. Los resultados muestran que el momento de recibir el diagnóstico de la enfermedad era dramático y lleno de emociones intensas. Los datos incitan que las reacciones en el momento de la información del diagnóstico es uno de los más importantes en la vida de una mujer. Por lo tanto, se cree que en el acercamiento a las mujeres con cáncer de cuello uterino es esencial que la enfermera conozca la historia de su vida como una forma de aprender a lidiar con los cambios experimentados Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.4, n.4, p.13-18, Out-Nov-Dez. 2011. 13 Veras, J. M. M. F.; Nery, I. S. por ellas, destacando la importancia del diálogo en este proceso de interacción y atención. Descriptores: Salud de la mujer. Cáncer de cuello uterino. Enfermería. 1INTRODUÇÃO O câncer de colo uterino (CCU) constitui-se um grave problema de saúde pública que atinge as mulheres em todo o mundo. Sendo que a incidência é cerca de duas vezes maior em países menos desenvolvidos quando comparada aos países mais desenvolvidos, e o Brasil representa uma taxa expressiva desta estatística. A distribuição de novos casos, de acordo com a localização primária, é bastante heterogênea, entre os estados e capitais brasileiras. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, a neoplasia cervical é a de maior incidência na região Norte (23/100.000). Nas regiões Centro-Oeste (20/100.000) e Nordeste (18/100.000), ocupa a segunda posição mais frequente e nas regiões Sul (21/100.000) e Sudeste (16/100.000), a terceira posição (BRASIL, 2010). Estudos realizados sobre mortalidade entre as mulheres demonstram que o CCU, apesar de apresentar queda nas taxas de mortalidade, ocupa ainda lugar de destaque como causa de óbito. A taxa de mortalidade é elevada nas diversas faixas etárias, ocorrendo o pico de incidência do carcinoma in situ entre 25 e 40 anos, e o carcinoma invasor situa-se entre 48 e 55 anos (SOARES et al. 2010). Quando se analisa os diversos fatores de riscos para o câncer de colo uterino, como: baixa condição sócio-econômica, início precoce da atividade sexual, multiplicidade de parceiros sexuais, tabagismo, higiene íntima inadequada, uso prolongado de contraceptivos orais e a exposição às doenças sexualmente transmissíveis, especialmente o papiloma vírus humano (HPV), pode-se observar a íntima relação com as condições econômicas, sociais e culturais das mulheres, ou seja, com as suas condições de vida (SOARES, 2007). Por ser uma doença de evolução lenta, o câncer de colo uterino tem um dos mais altos potenciais de prevenção e cura, chegando perto de 100% quando diagnosticado precocemente, sendo isso possível porque a patologia tem uma fase pré-clínica longa, e o exame para detecção precoce, o Papanicolau, é eficiente, de baixo custo, de fácil realização e de grande aceitabilidade tanto pela população quanto pelos profissionais de saúde. O exame é realizado a nível ambulatorial e não provoca dor (GREENWOOD; MACHADO; SAMPAIO, 2006). Neste sentido, este estudo traz como questão central a reflexão sobre as vivências de mulheres com o diagnóstico de câncer do colo uterino, num contexto onde a incidência e a prevalência desse tipo de câncer mantêm-se elevada, apesar das ações estratégicas para o seu controle, através das Políticas de Atenção à Saúde da Mulher, existentes no Brasil. Além disso, sabe-se que o câncer não é um simples problema físico, mas um problema que envolve a pessoa como um todo. O câncer do colo de útero é uma doença temida pelas mulheres, visto que o útero possui um significado expressivo na vida da mulher, representando a sexualidade, a feminilidade e a capacidade de reprodução inerente a este ser. Nesse contexto, a maneira como a pessoa percebe o diagnóstico da doença pode ter influências culturais, pessoais e do próprio ambiente, influenciando na esperança de tratamento e cura (ALMEIDA; PEREIRA; OLIVEIRA, 2008). Discutir, portanto, como vivem as mulheres com câncer de colo uterino, buscar conhecer como elas encaram sua sexualidade, as altera14 ções, os medos e ansiedades que interferem nessa vivência seria uma forma de contribuir para com o resgate da cidadania dessas mulheres. O câncer ainda é visto como sinônimo de morte e como uma doença que não se deve mostrar, devido o estigma que se encontra arraigado às pessoas. O diagnóstico da doença confere ao indivíduo discriminação e rejeição da sociedade, interferindo em seu convívio familiar e até mesmo nas suas tarefas produtivas, o individuo precisa enfrentar não somente a doença, mas o descrédito da sociedade. Dessa forma, o desamparo social leva as pessoas ao medo do sofrimento, manifestado no longo tratamento da doença. Portanto, o diagnóstico do câncer de colo uterino leva a mudanças biológicas, psicológicas, sociais e espirituais na vida da mulher e de seus familiares. A mulher tenta, na medida do possível, adaptar-se a essa nova situação, enfrentando as respostas negativas relacionadas, principalmente, ao medo da morte. Ao tempo em que compromete a sua saúde física, o bem-estar e a qualidade de vida (OLIVEIRA; FERNANDES; GALVÃO, 2005). Dessa forma, ao receber o diagnóstico de câncer, é importante que o profissional, responsável direto pela paciente, informe adequadamente a essa pessoa e sua família sobre o tratamento, as reações adversas ocasionadas pela terapia, os cuidados específicos a ser instituídos, a importância de manter o tratamento e a necessidade do apoio da família. Visto que o conhecimento sobre a doença e a sua evolução leva a um melhor suporte ao doente e aos seus familiares, auxiliando a enfrentar os problemas que poderão vir a acontecer (BARROS; LOPES, 2007). De modo geral, pode-se observar que o diagnóstico de câncer tem efeito devastador na vida dessas mulheres, pois traz a idéia de morte, o medo de mutilações e o desfiguramento provocados pelos dolorosos tratamentos, além das perdas decorrentes da doença. Ocasionando o surgimento de vários problemas emocionais (OLIVEIRA; FERNANDES; GALVÃO, 2005). Baseado nessas alterações psicológicas decorrentes dessas mudanças, despertou-se o interesse em aprofundar os conhecimentos na área de oncologia, em virtude de o doente oncológico necessitar de uma assistência mais integral, respeitando as situações subjetivas, onde se valorize os aspectos biopsicossociais, culturais e espirituais auxiliando, assim, no processo de construção de estratégias para enfrentamento da doença. Dessa maneira, mostra-se evidente a necessidade de buscar compreender o sofrimento dessas mulheres nesse seu existir no mundo com câncer, uma vez que entendemos sua importância na ligação enfermagem/mulher e mãe/cuidado (SALES; MOLINA, 2004). Este estudo é um recorte da dissertação de mestrado cujo objeto de estudo é a vivência de mulheres com câncer de colo uterino. A inquietação que deu origem a este estudo emergiu da prática profissional como docente da disciplina saúde da mulher e como enfermeira da Estratégia Saúde da Família (ESF) há dez anos. Ao longo deste período, constatou a alta incidência de câncer de colo uterino. Analisando-se o panorama apresentado, a importância do câncer como um problema de saúde pública em nosso país, e visto ser o câncer de colo uterino uma doença com elevado potencial de prevenção e cura (100%), quando diagnosticado precocemente é, pois, merecedor de uma atenção especial por parte dos profissionais de saúde, e em especial da Enfermagem, podendo contribuir para o controle, a prevenção, a detecção precoce e a reabilitação do seu estado de saúde. Em virtude da diversidade de alterações vividas por essas mulheres ante o diagnóstico de câncer, julga-se oportuno este estudo com as mulheres que vivenciam o processo de adoecer e o enfrentamento da doença. A partir dessa problemática, elaborou-se como objetivos do presente estudo: descrever e analisar as vivências de mulheres com câncer Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.4, n.4, p.13-18, Out-Nov-Dez. 2011. O significado do diagnóstico de câncer do colo uterino para a mulher de colo uterino, frente às alterações biopsicossociais, culturais e espirituais ocorridas em suas vidas após o diagnóstico. 2 METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva com abordagem qualitativa cujo método utilizado foi História de Vida, que prioriza a idéia e os significados da vida da entrevistada, sem interferência da pesquisadora. A pesquisa qualitativa parte da reflexão do próprio sujeito sobre sua vivência, e a partir daí passa a buscar compreender acerca do universo dos significados, valores, sentimentos, crença e atitudes. O estudo foi realizado no setor de radioterapia e quimioterapia de uma instituição filantrópica de grande porte, referência para tratamento do câncer, localizado em Teresina-PI. Esta instituição possui 366 leitos foi fundada em 1979, apóia o ensino e a pesquisa e faz parte do Sistema de Procedimentos de Alta Complexidade na Área do Câncer (SIPAC), do Ministério da Saúde. O referido ambulatório funciona como referência na Região Norte e Nordeste no atendimento de pacientes portadores de neoplasias, prestando um atendimento especializado a uma grande parcela da população local e também de estados vizinhos. Sendo conveniado ao Sistema Único de Saúde, atendendo casos de alta e média complexidade. Para atender as exigências estabelecidas pela Resolução n.º 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) que dispõe sobre as Diretrizes e Normas Regulamentares de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, como passo inicial foi solicitado autorização por escrito ao Centro de Ensino e Pesquisa da instituição em questão, a seguir o projeto foi encaminhado para análise junto ao Comitê de Ética em Pesquisa da universidade Federal do Piauí (UFPI). O projeto foi aprovado sob parecer nº CAAE-0199.0.045.000-09. Participaram deste estudo 15 mulheres com diagnóstico comprovado de CCU. As mulheres eram identificadas na recepção e convidadas a participar do estudo. Aquelas que concordaram em participar do estudo, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, garantindo o anonimato e confidencialidade dos depoimentos. Os dados foram coletados pela autora, no período de janeiro a março de 2010, que utilizou, para abordar os sujeitos, a técnica de entrevista do tipo aberta ou prolongada. O referencial teórico utilizado para dinamizar as análises e discussão foi construído a partir dos relatos de vida que surgiram, mediante o método história de vida e para responder e os objetivos propostos. A análise se deu a partir do referencial teórico e metodológico de Bertaux (2005). De acordo com Bertaux (2005), o modelo de análise proposto não parte da elaboração de hipóteses previamente estabelecidas, mas se desenvolve a partir e na relação, produzindo um saber em participação. Para tanto, o sujeito e o pesquisador situam-se num mesmo nível e vão construindo juntos o processo. Assim, encontra-se a possibilidade desse sujeito de refazer sua trajetória, de reconstruí-la, re-significando seu caminho. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A partir dos relatos da história de vida das mulheres, foi possível compreender os diferentes aspectos vivenciados pelas mulheres no momento do diagnóstico da doença, sobretudo, um universo de sentimentos permeados pelo medo, desespero, nervosismo e fé. As mulheres relataram que o momento do recebimento do diagnóstico da doença foi dramático e carregado de intensas emoções. As reações diante do momento da informação do diagnóstico de câncer é um dos mais críticos da vida de uma pessoa. Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.4, n.4, p.13-18, Out-Nov-Dez. 2011. Na história de vida das mulheres pesquisadas, observa-se que foram grandes as reações ocasionadas pelo recebimento do diagnóstico de câncer do colo uterino. Saber da doença as deixou em estado de choque, seguida por um grande medo de morrer, pois para a maioria o câncer gera sofrimento e morte. Neste sentido, tais reações e sentimentos, ao conhecer o diagnóstico de câncer do colo uterino, são decorrentes de comportamentos determinados pelos rótulos diagnósticos e foram percebidas com um grande impacto. O medo foi um dos sentimentos mais relatados na história de vida das depoentes 01, 08 e 14, como evidenciado a seguir: Quando eu soube, foi como se eu tivesse morrido [...] fiquei com medo de não dar certo, quando eu vim à primeira vez foi muito difícil [...] pra mim eu vinha e não voltava viva [...] pelo sangramento que eu tava sentindo [....] (Dep.1). Quando eu descobri, a primeira vez eu fiquei com medo. Por que a gente sempre fica né, com medo de morrer [...] (Dep. 8). [...] Quando eu vou pra lá tomar aquelas injeções [...] eu fico assim nervosa [...] e eu tenho medo mesmo. Ave Maria eu tenho tanto medo. Meu Deus do céu! ( Dep. 14). Ao se reportar para as falas das depoentes, percebe-se facilmente que as alterações psíquicas manifestadas por estas mulheres parecem perder sua força explicativa diante da magnitude e do impacto dessa situação. O medo pode ocasionar um desequilíbrio na vida da mulher, levando-a a incerteza e insegurança. Nesse aspecto, o que se pode observar é que as mulheres referem terem ficado assustadas e nervosas, como uma primeira reação diante do diagnóstico de câncer. Kübler-Ross e Kessler (2004), ao trabalharem com pessoas com câncer, observaram algumas reações desses indivíduos em relação à doença, como: afogar-se na autopiedade, na raiva ou no sofrimento, até ser tarde demais; ou buscar ajuda, manter a doença em segredo; ou compartilhar sua luta com os entes queridos, dando-lhes a oportunidade de crescer e evoluir. Acredita-se que esse sentimento de medo que “rotula” o câncer como doença fatal e estigmatizante, mais especificamente o câncer do colo uterino para a mulher, visto que este órgão está relacionado com a feminilidade e a maternidade, pode ser influenciado pela sua história de vida pessoal, além de sua experiência individual, bem como pelo contexto sociocultural em que essa mulher está inserida. Para Helman (2003), algumas doenças permanecem arraigadas no folclore do povo, tornando-se populares, como o câncer. Esse fato acontece devido à associação que os indivíduos fazem a crenças tradicionais sobre a natureza moral da saúde, da enfermidade e do próprio sofrimento humano. Assim, essa popularização da doença pode prejudicar o reconhecimento, o diagnóstico, manejo e o seu controle. Dessa forma, o câncer conhecido como doença de difícil tratamento, prevenção e controle, gera significados, como uma intensa ansiedade e medo. Nas falas das depoentes 01, 08 e 14 fica evidente o medo da doença, que pode estar relacionado com o sentimento de inquietação frente a um perigo real ou fictício, originado por uma situação concreta e maléfica, porém com o auxílio de profissionais que possam fornecer orientações fidedignas, esclarecendo suas dúvidas e anseios sobre a causa de sua aflição, a sensação de medo, apreensão e nervosismo pode ser substituída pela sensação de alívio. A história de vida das depoentes com diagnóstico de câncer do colo uterino evidencia seus receios em lidar com a morte e a possibilidade de morte, acarretando, dessa maneira, um desequilíbrio na vida dessa mulher. 15 Veras, J. M. M. F.; Nery, I. S. Dessa forma, pode-se afirmar que essas mulheres revelam a vulnerabilidade emocional, ante a possibilidade da morte decorrente de uma doença como o câncer, marcado por estigmas. Causando, ainda, a descredibilidade nos tratamentos e numa possível luta pela vida (ARAÚJO; FERNANDES, 2008). Todos os medos têm origem no medo da morte e de morrer. É importante se conscientizar disso e aprender a lidar com o medo, principalmente o medo da morte, isso nos ajuda a encarar as outras coisas com mais naturalidade. Compreender o medo da morte nos permite ter consciência de nossas perdas diárias, facilitando, assim, sentir e elaborar estas perdas e dar suporte ao próprio processo de viver. O medo poderá ser minimizado a partir da consciência e aceitação da própria terminalidade, tornando-nos capazes de lidar com o tão doloroso processo de morte e morrer. Porém, o ser humano tenta adiar o encontro com estes problemas e estas perguntas enquanto não for forçado a enfrentá-los e só será capaz de mudar as coisas a partir do momento que começar a refletir sobre a própria morte (KÜBLER-ROSS, 2005). A morte é parte integrante do processo de desenvolvimento humano e está presente no cotidiano diário de nossas vidas. A forma de percepção e significação do processo de morte e morrer variam conforme o contexto sociocultural e histórico das diferentes civilizações. A compreensão sobre a morte influencia na qualidade de vida da pessoa e na forma como ela interage no seu dia a dia com o processo de morte e morrer. Mesmo sendo considerada uma etapa natural pela qual todo e qualquer ser vivo passa, a morte não é encarada como um evento natural entre os seres humanos, pelo menos não em nossa cultura ocidental (AGRA; ALBUQUERQUE, 2008). O medo da morte tem origem na própria história do ser humano, onde são encontradas em suas quatro dimensões: Física, Emocional, Intelectual e Espiritual. Destaca-se aqui o medo irracional, impresso na dimensão física, onde todo o conhecimento é sensorial. Por volta dos sete anos de idade é que o sistema nervoso humano conclui seu completo desenvolvimento, sendo que todo medo sentido até esta fase estará registrado de forma visceral, na memória celular e não elaborável intelectualmente (KÜBLER-ROSS, 2003). No que se refere à dimensão emocional, o propósito é estabelecer relacionamentos e a morte é sentida como rejeição ou abandono. Na dimensão intelectual, o propósito é lidar com as questões da vida de forma lógica e racional e a morte é sentida como medo da entrega. Na dimensão espiritual, o propósito é retornar à unidade e transcender o ego; a morte aqui é sentida como medo de submeter-se ao desconhecido. Somente alinhado em todas as suas dimensões o homem pode preparar-se para encontrar a sua morte com dignidade (KÜBLER-ROSS, 2003). Dessa maneira, para se prestar o cuidado em enfermagem, é necessário que se compreenda o medo da morte, pois o cuidado prestado em sua totalidade só é eficaz quando se consegue compreender e aceitar a realidade de nossa própria morte. Pois a perspectiva de contrair uma doença que culturalmente evolui fatalmente para a morte ocasiona muito medo nestas mulheres. Neste sentido, segundo Ferrão (2010), desde a notícia do diagnóstico de câncer, até o término do tratamento surgem vários sentimentos e sensações. Sendo uma fase de constantes mudanças, incertezas, inseguranças, marcada principalmente pelo medo da morte. Portanto, é importante discutir com a paciente sobre a morte, isso não irá aumentar a sua ansiedade, mas sim amenizar o isolamento e o medo, tornando menos alarmante a doença e seu tratamento. 16 Cabe ressaltar ainda, que de acordo com a cultura e os costumes de cada povo, em épocas diferentes, o sentido dado à morte é distinto. Os sentimentos e ritos ligados a esse acontecimento variam conforme a evolução dos valores cultuados por cada sociedade. Portanto, é possível afirmar que a morte e o morrer, apesar de ser um fenômeno biológico e natural, assumem para o ser humano uma dimensão simbólica, impregnada de valores e significados diferentes conforme o contexto sócio-cultural e histórico em que se manifestam. Na Idade Média, o ritual da morte envolvia tanto a pessoa que ia morrer como os seus parentes e amigos (AGRA; ALBUQUERQUE, 2008). Os ritos e sacramentos da igreja antes da morte, como a confissão, comunhão e a extrema-unção, e após a morte, como o cortejo fúnebre, ritos de purificação e passagem conduzidos pelo sacerdote, revelavam a espiritualidade e a religiosidade ligadas a esse processo (COMBINATO; QUEIROZ, 2006). Vale ressaltar que as mulheres ao vivenciarem um mundo desconhecido frente ao câncer de colo uterino e suas repercussões, desencadeiam sensações de conflito e aflição, suscitando um comportamento de angústia, agitação e medo. Portanto, a visão das mulheres com relação ao câncer é assustadora e temerosa, demonstrando, assim, o temor que ele representa em suas vidas, desencadeando, desse modo, a perda do equilíbrio, da saúde e do self (REGIS; SIMÕES, 2005). Nesse processo, a escuta atenciosa da enfermeira é fundamental tanto para auxiliar as mulheres na elaboração destes sentimentos, ouvir suas fantasias com relação ao aparecimento do câncer, como ajudá-la a participar ativamente de seu tratamento. Observa-se que o medo da recidiva está presente no cotidiano de mulheres portadoras de câncer como uma ameaça constante, conforme o relato da depoente 04: Tenho um pouco de receio, se vou ficar boa, porque como na minha família têm histórico grande de câncer eu fico com medo de voltar em outra região[...] (Dep. 4). No entanto, nos dias atuais, muitos são os casos de sobrevida. É fundamental, então, compreendermos a experiência de se viver com o câncer de colo uterino, pois a incerteza é presença constante nas vidas dessas mulheres e se manifesta, geralmente, pelo medo de recorrência da doença. Percebe-se que o medo da recidiva impede que ela viva plenamente, pois, segundo Kübler-Ross e Kessler (2004), o medo é uma sombra que bloqueia tudo: nosso amor, nossos verdadeiros sentimentos, nossos desejos, nossa felicidade e até mesmo o nosso ser. Ressalta-se, ainda, que o impacto do momento do diagnóstico repercutiu tanto nas mulheres quanto nos seus familiares, provocando reações como o desespero, apresentado pelas depoentes 02, 03, 04 e 09. Foi horrível quando eu descobri. Estava no início do câncer, foi terrível eu sabia que ia ter cura, sabia que ia fazer o tratamento [...] (Dep. 2). Quando soube do diagnóstico a família toda ficou desorientada, em todo lugar que eu tenho família de São Paulo pra cá [...] (Dep. 3). Quando eu fiquei sabendo que estava com câncer no colo do útero, bateu o desespero. A primeira coisa que vem é o desespero. Chorei, chorei achando que fosse ficar careca porque eu sou muito vaidosa, aí pronto. Depois passei mais ou menos meia hora chorando levantei olhei pro médico e disse fazer o quê, têm tratamento? Têm então vamos fazer o tratamento [...] (Dep. 4). Eu me desesperei assim porque minha família é fraca pra enfrentar um problema desses, aí eu fiquei muito [...] aí agora tô me conformando Deus me dava coragem e o meio deu vencer [...] (Dep.9). A maneira como as pessoas enfrentam um diagnóstico de uma doença grave ou fatal vai variar de acordo com a sua história de vida e, obviaRevista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.4, n.4, p.13-18, Out-Nov-Dez. 2011. O significado do diagnóstico de câncer do colo uterino para a mulher mente, com a forma como se coloca diante da vida. Segundo Kübler-Ross (2005), o ser humano vive com a possibilidade da morte. Porém, ao ver-se com uma doença associada à finitude, a mulher deixa-se dominar pelo medo da morte, pois o medo acaba por exercer um grande poder sobre a pessoa e, se ela não aprende a desafiá-lo e superá-lo, é vencida por ele. Constatou-se, também, que dentre os sentimentos e as reações desencadeadas pelas mulheres com a descoberta de uma doença maligna como o câncer de colo uterino, o choque, o choro e o nervosismo foram presentes e muito relembrados. Conforme os depoimentos a seguir: Quando eu descobri claro que a reação é ruim, tomei um choque [...] Mas sempre com Deus no meu coração, chorei assim uma semana. Aí depois disso eu disse pra que chorar [...] ( Dep. 5). No início eu fiquei muito abalada, porque todos ficam. Mas depois eu me conformei [...] Quando eu soube fiquei um pouco nervosa [...] Porque eu nunca pensei que estava com essa doença [...] (Dep. 6). Na hora eu fiquei em estado de choque não falei nada, fiquei calada eu não queria falar nada, porque pra me tinha acabado tudo. Meu Deus acabou! [...] (Dep. 12). Aí quando me disseram eu chorei e vivo nervosa, eu vivo tão nervosa [...] (Dep. 14). Nesses relatos fica claro que a revelação do diagnóstico de câncer do colo uterino causou um estado de choque, provocando reações como choro. Nesse propósito, acredita-se que essa reação esteja intimamente ligada à história de vida de cada mulher, ao passo que, dependendo do arcabouço psicológico, recursos internos e de sua personalidade, essa mulher irá elaborar de forma construtiva ou não as modificações que estão ocorrendo em sua vida. Dessa maneira, considera-se que o impacto do diagnóstico de câncer desencadeia reações emocionais importantes na mulher, independente das formas terapêuticas a serem instituídas. Sabe-se que ser diagnosticada por câncer é compreendido pelas mulheres como uma experiência dramática, inesperada e chocante. Reações como choque podem ser encontradas em diversos estudos, com diferentes abordagens, e entre diferentes grupos sociais (SILVA, 2005). Vale ressaltar que a mulher, ao receber o diagnóstico de câncer, vivencia um estado temporário de choque do qual se recupera lentamente, dependendo da forma como é revelada a notícia, do tempo disponível para se conscientizar do inevitável desfecho, e de como essa mulher foi preparada para enfrentar certas situações da vida (KÜBLER-ROSSI, 2005). Quanto às manifestações de choro e nervosismo referidas pelas depoentes, percebe-se que a mulher costuma chorar muito ao receber o diagnóstico de câncer, lamentando a perda de sua saúde e pressentindo o risco de morrer. Dessa maneira, Avelino (2007) ressalta que a certeza da enfermidade se concretiza no momento da informação do diagnóstico e é neste momento que todas as esperanças se desfazem, reação esta manifestada através do choro como forma da vazão aos sentimentos. A depoente 06 demonstra claramente o seu despreparo em encarar a situação vivenciada, pois nem mesmo consegue dizer o nome da doença. Ocultar a palavra câncer é uma das formas utilizadas para afastar o símbolo da doença, sendo esta a maneira encontrada para afastar a pesada carga que lhe é atribuída. De acordo com o exposto, Silva (2005) refere que a palavra câncer é muitas vezes substituída por eufemismos, e por meio de expressões como: aquela doença, tumor, mancha, massa, caroço. Ao se reportar para as falas das depoentes 04 e 05, é possível observar que para algumas mulheres a negação surge como uma forma de defesa, para talvez não entrar em contato com a fragilidade que envolve Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.4, n.4, p.13-18, Out-Nov-Dez. 2011. esta situação e as mulheres se expressaram: [...] Eu nunca me considerei uma pessoa doente com câncer [...] todo mundo fala, nossa mais o câncer é uma doença muito dolorosa, pra mim não é, porque eu não estou considerando que estou com ele [...] (Dep.4). [...] Eu não me sinto doente, pra mim eu não tenho nada, porque eu tenho não nada mesmo, tem o tratamento. Me sinto normal, pra mim que eu não eu tenho nada [...] (Dep. 5). A negação geralmente é manifestada como uma forma de “defesa aparente”, utilizada quando se depara com situações de dificuldade. Nas mulheres que vivenciam o câncer de colo uterino, esse sentimento pode ser ainda mais exacerbado devido a sua vulnerabilidade nesse momento. Neste contexto, a negação é um mecanismo de defesa bastante utilizado em doenças crônicas como o câncer, que carrega um estigma muito forte de desesperança. Podendo ser manifestada tanto pelo medo de enfrentar a doença como pelo medo da morte, essas doenças possuem uma capacidade de reprimir as emoções e negar os conflitos gerados pela própria doença (REGIS; SIMÕES, 2005). No presente estudo, pode-se identificar que a entrevistada 12, após o diagnóstico e aceitação da doença, começou a buscar melhoras na qualidade de vida, demonstrando, assim, arrependimento e culpa por não ter se prevenido antes. [...] Eu estou aqui e o meu sentimento é que tem hora assim que o ser humano é fraco né, o demônio é aquele que fica atentando, olha agora acabou não tem mais jeito. Mas eu fico assim pensando que Deus é aquele que lhe conforta, ele me conforta [...] Eu me arrependo assim de não ter feito [...] às vezes eu fico assim pensando por que eu não fiquei fazendo a prevenção, por que eu não fiquei vindo [...] Mas se eu for pensar isso eu vou tá culpando o médico, eu vou tá me culpando, então isso me traz mais angústia [...] Eu tenho que pensar que têm tratamento e que eu vou ficar boa de novo [...] (Dep. 12). Vale ressaltar que a psicologia da culpa se fundamenta na condenação de nós mesmos, na sensação de que fizemos algo errado e a culpa é uma forma de evitar a realidade atual, e que precisa ser trabalhada e eliminada através da aceitação do passado (KÜBLER-ROSS; KESSLER, 2004). Os mesmos autores consideram que este período de incerteza é difícil, mas não se deve lutar contra a mudança, pois precisamos descobrir uma maneira de acolhê-la, ou pelo menos aceitá-la. Dessa forma, observa-se que a doença induz à consciência da necessidade de modificar determinados hábitos, o processo de adoecer leva a mulher a uma valorização da vida e do cuidado consigo mesma, priorizando o seu desenvolvimento pessoal. Neste sentido, considera-se que o ser humano, ao encarar a própria finitude e compreender essa imensa agonia, a incerteza, a inquietude e a dor que isso implica, renasce como uma pessoa diferente e um novo tipo de existência se abrem à sua frente (KÜBLER-ROSS, 2005). O medo é o apelo da alma e ao expressá-lo a pessoa procura curá-lo, para que possa crescer. Dá ao indivíduo a oportunidade de escolher de novo, de fazer as coisas de maneira diferente, de escolher o amor e não o medo, a realidade ao invés da ilusão, o agora e não o passado. Ao encará-lo de frente e lutar contra as limitações que ele impõe, ele torna-se capaz de viver a vida mais plenamente, superando dificuldades e limitações. A pessoa que vive com medo não está realmente vivendo, pois o medo da morte, possivelmente, é a causa da maior parte de sua infelicidade (KÜBLER-ROSS; KESSLER, 2004). Dessa maneira, apesar da mulher ter vivenciado a doença e todas as suas agruras, a enfermeira, ao prestar o cuidado à mulher com câncer de colo uterino, deve encorajá-la a se libertar do medo e lutar. Pois, no mo17 Veras, J. M. M. F.; Nery, I. S. mento em que a fé superar o medo, a culpa e a negatividade, percebe-se um ser humano capaz de superar os obstáculos da vida. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS As diferentes concepções de saúde e doença decorrem em diferentes construções culturais, e podem levar a implicações biológicas, emocionais e interpessoais vivenciadas com a revelação do diagnóstico de câncer. Desse modo, receber um diagnóstico de câncer do colo uterino fez com que estas mulheres vivessem uma das experiências mais inusitadas e inesperadas de suas vidas. Por meio do método história de vida e estimulado por essas considerações, foi possível reconhecer as alterações biopsicossociais ocorridas em sua vida em virtude do câncer de colo uterino. A mulher, ao falar, relaciona crenças e normas apreendidas na sua história de vida e dá sentido ao que está vivendo. Com esse sentido, ela direciona comportamentos e novas formas de pensar. Cabe ressaltar que na abordagem à mulher com câncer de colo uterino é essencial que a enfermeira conheça a história de vida dessas mulheres como forma de aprender a lidar com as alterações vivenciadas por elas, destacando-se a importância do diálogo nesse processo de interação e de cuidado. Pode-se verificar que de modo geral, para a mulher, o impacto do diagnóstico é centrado em interações, nas visões de mundo e de si mesma que ela construiu ao longo da vida. Neste estudo, observou-se que vivenciar o impacto do diagnóstico de câncer do colo uterino é representado pelas mulheres por reações emocionais complexas e sentimentos de difícil elaboração. Esta pesquisa serviu também para uma reflexão pessoal e profissional, como enfermeiras e docentes. Através dela foi possível detectar a necessidade urgente das enfermeiras docentes e assistenciais desenvolverem mais estudos na área visando à melhoria da assistência prestada. REFERÊNCIAS Agra, L. M. C.; Albuquerque, L. H. M. 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