Benedito Abbud Jardins para sentir e viver As orquídeas do meu jardim Conheça algumas espécies e suas épocas de floração 17/08/2011 07:55 http://delas.ig.com.br/casa/jardinagem/as+orquideas+do+meu+jardim/c1597158966827.html Os olhos de boneca, como são chamados popularmente as orquídeas Dendrobiuns, gostam mesmo é do frio. No inverno, eles cobrem os xaxins e o tronco das árvores de rosa, branco e sulferino. O calor da primavera explode os Oncídiuns que começam a pincelar a paisagem aqui e ali de ouro. São pinceladas delicadas, um pouquinho de pontilhismo amarelo, no absoluto multitons de verde. Foto: Divulgação Ampliar Durante o inverno, a orquídea Dendrobium cobre os troncos das árvores Veja outras curiosidades: Cultive orquídeas em casa sem medo Como ter orquídeas floridas Volta pelo mundo das orquídeas Quem acompanha os Oncídiuns, são os Epidendruns. Orquídeas de terra, originadas nos campos de altitude, exibindo pompons vermelhos, alaranjados e amarelados, que quando vistos de perto, são cachos de lindas e delicadíssimas flores. Verdadeiras joias paginadas com um desenho deslumbrante com “brilhos de pedras preciosas”, tão frágeis, que parece contra-censo nascerem literalmente nas pedras em locais assolados por impiedosos ventos. Foto: Getty Images Ampliar As orquídeas Epidendruns são originadas nexibem pompons vermelhos, alaranjados e amarelos Desvio o olhar e me chama a atenção um buquê de Cattleyas brancas, de miolo amarelo, que de tão grandes constituem uma pintura à parte. Foto: Divulgação Ampliar As Cattleyas também podem ser rosas Assistindo a tudo, as danadas e resistentes Arundinas, arundineiam aparecem durante o ano todo com suas flores equilibrantes, nos seus desengonçados e bamboleantes bambuzinhos. Mas seus variados matizes rosados nos dão aula de composição de cor. Fernando Chacel foi quem me apresentou essa planta. Fiquei maravilhado quando discorreu sobre o conceito da Ecogênese e como a utilizou em seus inúmeros projetos. Foto: Flicker / Denilson Novaes Ampliar Arundinas aparecem durante o ano todo e possuem variados matizes rosados O que me encanta nas orquídeas que descrevi é a rusticidade, o poder de adaptação e proliferação. Isso me faz lembrar uma história sobre as orquídeas exportadas em navios para a Alemanha, no início do século passado. Eram plantas valiosíssimas, que chegavam ao destino em balaios, totalmente floridas. Eram florações tão espetaculares que, após uma viagem tão longa de maus tratos, chegava-se a tecer teorias que essas orquídeas não gostavam dos cuidados especiais que lhes eram dedicados nas estufas, de temperaturas, adubação e regas controladas, visto que nunca mais floresciam tão magnificamente. Estudos vieram comprovar que, na verdade, essas plantas maltratadas, sentindo a morte aproximar-se, se exauriam em florescimento gerando enormes quantidade de sementes para a perpetuação da espécie. Esse interessante fenômeno, infelizmente, é usado hoje na indústria da floricultura. Por isso, muitas vezes compramos vasinhos lindamente floridos de violetas, azaleias, crisântemos e poinsétias, que sofrem choques térmicos violentos, adubação ou falta de adubação, para que, praticamente num processo de aborto, elas floresçam todas as flores possíveis. É triste, mas como profissionais precisamos entender esses processos.