HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÕES ENTEROBACTÉRIAS RESISTENTES AOS CARBAPENEMAS ERC – O QUE É? ERC- Klebsiella pneumoniae faz parte de um grupo de enterobactérias produtora da enzima carbapenemas. Estas enzimas inativam os antimicrobianos carbapenêmicos e outros Beta-lactâmicos. O uso indiscriminado de antibióticos, em particular as cefalosporinas de 3º geração, as fluroquinolonas, carbapenemas em pacientes com doenças crônicas ou com transplantes de órgãos aumentam o risco de colonização ou infecção por ERC. Dados gerais Não existem sintomas característicos da infecção pela ERC. Ela se manifesta desde uma bacteriuria assintomática até choque séptico. A propagação da bactéria se dá no ambiente hospitalar, a transmissão ocorre principalmente pelas mãos dos profissionais. Até agora não foi descrito outra forma de disseminação de ERC que não seja através da transmissão cruzada pelo manuseio de pacientes, equipamentos utilizados pela equipe multidisciplinar e objetos contaminados. Os pacientes internados na UTI, clínica cirúrgica, nefrologia, urologia, ortopedia, transplantados submetidos a curso prolongado de antimicrobianos de largo espectro são os mais propensos a serem infectados por ERC. Identificação Após identificação no laboratório de microbiologia do HUPE amostras clínicas de Enterobactérias resistente aos carbapenêmicos, esta estirpe passará para uma confirmação por testes moleculares, na cadeira de microbiologia da FCM. Onde pesquisaremos a presença do Gen bla. Tratamento As opções de tratamento para infecções por EPC são limitadas. Indicamos pelo menos duas drogas associadas (com sensibilidade em vitro) que concentre bem no sítio infeccioso. Caso usar amicacina ou polimixina B e a tigeciclina, sempre utilizar doses máximas de acordo com suas farmacocinéticas e farmacodinâmicas. Utilizando a tigeciclina, recomendamos 100mg IV 12-12 horas. Os principais antibióticos usados contra ERC são: polimixina B, tigeciclina, amicacina e fosfomicina. O problema é que já há relato de ERC resistente às polimixinas, inclusive no HUPE. MEDIDAS GERAIS DE CONTROLE DE ERC 1 - Enfatizamos a importância de os profissionais de saúde não utilizarem adornos (anéis, relógios e pulseiras) para conseguirmos uma boa técnica higienização das mãos. É necessário, neste momento, implementar a higienização das mãos duas vezes com álcool glicerinado antes e após manuseio dos pacientes; 2 - Disponibilizar continuamente Equipamento de Proteção Individual (luvas e aventais) e para o manejo do paciente e suas secreções; 3 - Recomenda-se que a dedicação ao cuidado com o paciente (colonizado ou infectado) portador de agente produtor deste microrganismo deve, preferencialmente, ser por um corpo profissional exclusivo; 4 - Disponibilizar equipamentos e utensílios para o uso individual do paciente (estetoscópio, esfignomanômetro, termômetro, talheres, copos e outros); 5 - A equipe de profissionais de saúde, em particular, a chefia médica e de enfermagem deve reforçar nos serviços que a aplicação de precauções de contato, em adição às precauções padrão para profissionais de saúde, visitantes e acompanhantes, quando do isolamento deste microrganismo; 6 - Devemos estabelecer uma área de isolamento do paciente ou coorte exclusiva para paciente colonizados/infectados pelo mesmo microrganismo multirresistente, bem como a identificar a condição de isolamento, inclusive no prontuário e portas de acesso; 7 - Implementar culturas de vigilância de ERC em todos pacientes internados no HUPE, segundo os fatores de risco para ERC; 8 - Enfatizamos que as medidas gerais de higiene do ambiente: Limpeza e Desinfecção de Superfícies (Virkon) são fundamentais para o controle da colonização de superfícies. Estamos orientado duas desinfecções terminais com Virkon do ambiente e das superfícies; 9 - Orientamos aplicar, durante o transporte intra-institucional e inter-institucional, as medidas de precauções de contato, em adição às precauções padrão, para os profissionais que entram em contato direto com o paciente, incluindo o reforço nas medidas de higiene do ambiente; 10 - Devemos comunicar, no caso de transferência intra-institucional e interinstitucional, se o paciente é infectado ou colonizado por microrganismos multirresistentes.