Desenvolvimento da Semente Marcos Buckeridge Departamento de Botânica IB-USP FISIOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO DA SEMENTE eixo embrionário radícula tegumento cotilédones cotilédones gancho raiz primária endosperma cotilédone coleóptile caule embrionário radícula (raíz embrionária) primeira folha coleóptile raiz primária Relações fonte-dreno em sementes em desenvolvimento. Água e solutos são transportados para a semente através do floema. O descarregamento do floema ocorre através da testa e os solutos são então transportados para o embrião (ou endosperma) através do apoplasto. (Bradford, 1994). Rota de assimilados a partir da casca da semente durante o desenvolvimento. O floema termina na casca, onde ocorre o descarregamento dos solutos (p.ex. sacarose). Os solutos então se movem através do apoplasto até o saco embrionário e são reabsorvidos pelas células do endosperma (Thorne, 1981) fonte Suprimento de assimilados O suprimento influencia o número de sementes e consequentemente o potencial reprodutivo limiar Drenos reprodutivos Drenos vegetativos O modelo de limiar para a influência do suprimento de assimilados sobre o número de sementes. O total de assimilados da fonte é distribuído para o potencial das sementes. Cada óvulo fertilizado requer um limiar de assimilados para que o desenvolvimento continue. A maior capacidade de exceder o limiar e suprir assimilados é uma necessidade para aumentar o número de sementes (Egli, 1998) Quando o fenômeno é observado “em números” Etapas do desenvolvimento da semente 1) 2) 3) 4) Fertilização Embriogênese Deposição de reservas Dessecação Fertilização Embriogênese Deposição de reservas Dessecação Fases do desenvolvimento da semente histodiferenciação / embriogênese fertilização Endosperma COT EP ED COT TEG TEG ED EP EP ED COT Embrião 8A TEG 8B Fases do desenvolvimento da semente maturação Quiescência ou dormência maturação histodiferenciação Fertilização Embriogênese Deposição de reservas Dessecação globular 2 células coração plântula Metabolismo durante a embriogênese Fertilização Embriogênese Deposição de reservas Dessecação Desenvolvimento do zigoto e do embrião, baseado em estudos com Arabidopsis e Capsella (Gondberg et al. 1994). CE-final chalazal; SC-casca; Em-endosperma; SM-meristema apical; RM-meristema da raíz; MPE-final micropilar; S-suspensor; A-eixo; C-cotilédone; Pd-protoderma; Gmmeristema basal; Pc-procâmbio. Maturação Fotossíntese maturo-eutróficas Síntese de reservas de CeN Embebição Desenvolvimento da plântula Germinação Mobilização de reservas de Sacarose, Série Rafinósica C e N Pós-maturacão do embrião Sacarose e Série Rafinósica Fotossíntese Fotossíntese Mobilização de reservas de C e N Fotossíntese Maturação do embrião Síntese e reservas de CeN Fotossíntese Sacarose e Série Rafinósica Mobilização de reservas de C eN Fotossíntese Maturação do embrião BUCKERIDGE, M.S., SANTOS, H.P., TINÉ, M.A. & AIDAR, M.P.M. (2004) Mobilização de Reservas. In: Germinação. Do básico ao aplicado. Alfredo Gui Ferreira & Fabian Borgheti (Eds.). Artmed, Porto Alegre pp.163-185. Planta Síntese e Mobilização de reservas de C e N Formação de tecido embrionário Maturo-oligotrófica Semente Imaturo-eutotróficas Enchimento do grão e secagem Germinação e Estabelecimento da plântula Reservas nutricionais em sementes (%) endosperma proteínas cereais cevada aveia arroz trigo lipídeos carboidratos 12 13 12 12 3 8 2 2 76 66 76 75 23 25 31 37 1 6 48 17 56 52 12 26 cotilédones leguminosas feijão ervilha amendoim soja Corpos protéicos nos cotilédones de Lupinus angustifolius Buckeridge et al. 2005, Annals of Botany Síntese de ribossomos na membrana do retículo endoplasmático (ER). Enquanto os peptídeos estão sendo sintetizados, peptídeos sinal que dirigem seu próprio destino são clivados e oligossacarídeos são adicionados às cadeias laterais e formam corpos protéicos diretamente a partir do ER (em cereais) ou são transportados para vacúolos de armazenamento (Bewley e Black 1994) Deposição de fitina Localização in situ de RINO1 (transcrito com alta homologia com o gene que codifica para a mioinositol 1-P-sintase) em embriões de arroz em desenvolvimento. Cp-coleóptilo, eb-epiblasto, em-endosperma, r-radícula, as-meristema apical do caule, st-escutelo, v-procâmbio vascular A RE RE RE B ou CL CL oleosina triglicerídeo fosfolipídeo Formação de corpos lipídicos (CP) a partir do retículo endoplasmático (RE). A- os triglicerídeos são acumulados na membrana do RE (cinza) e formam uma protuberância que eventualmente se destaca e forma uma outra organela: o corpo lipídico que pode estar ligado ao RE original ou não. B- esquema mostrando a organização de um corpo lipídico. Além dos triglicerídeos originados na membrana do RE, a interface entre as fases hidrofílica e hidrofóbica é estabilizada por proteínas (oleosinas). Os componentes não estão em escala. BUCKERIDGE, M.S., SANTOS, H.P., TINÉ, M.A. & AIDAR, M.P.M. (2004) Mobilização de Reservas. In: Germinação. Do básico ao aplicado. Alfredo Gui Ferreira & Fabian Borgheti (Eds.). Artmed, Porto Alegre pp.163-185. Anabolismo dos lipídeos em sementes PLANTA MÃE SEMENTE sacarose sacarose hexose-P triose-P fotossíntese glicerol 3-P PEP piruvato OAA piruvato citossol CO2 mitocôndria corpos lipídicos acetil-CoA malato triglicerídeos acetato triglicerídeos hexose-P CO2 triose-P acetato plastídeo retículo endoplasmático outras modificações piruvato oleoil-ACP oleato oleoil-CoA estearoil-ACP estearato estearoil-CoA acetil-CoA CO2 malonil-CoA malonil-ACP palmitoil-ACP palmitato palmitoil-CoA banco de ác. graxo-CoA BUCKERIDGE, M.S., SANTOS, H.P., TINÉ, M.A. & AIDAR, M.P.M. (2004) Mobilização de Reservas. In: Germinação. Do básico ao aplicado. Alfredo Gui Ferreira & Fabian Borgheti (Eds.). Artmed, Porto Alegre pp.163-185. GRÂNULOS Anel de crescimento Amorfo Agrupamentos (10 nm) Região cristalina Cadeia tipo A Final redutor Cadeia tipo B Região amorfa AMILOSE α - hélice dupla α - hélice Borda do Grânulo AMILOPECTINA Anel de crescimento Semicristalino Anabolismo do amido em sementes ÓRGÃOS FONTE Amiloplasto SACAROSE Amilopectina SS ASS + ERA FRU Amilose ASL UDP-Glc ADP-Glc FRU-6-P Glc-1-P Glc-6-P THP ADPGPPase Glc-1-P PGMase Glc-6-P Citoplasma BUCKERIDGE, M.S., SANTOS, H.P., TINÉ, M.A. & AIDAR, M.P.M. (2004) Mobilização de Reservas. In: Germinação. Do básico ao aplicado. Alfredo Gui Ferreira & Fabian Borgheti (Eds.). Artmed, Porto Alegre pp.163-185. Retículo endoplasmático tradução das sintetases Produção e interconversão de nucleotídeo açúcares transporte UDP-açúcares RG AGP GCM Aparelho de Golgi XG GAX produção de glicanos PGA modificações finais Fuc-Glc Me-PGA GDP-fuc SAM RG AGP secreção UDP-glc CT matriz membrana fusão citoplasmática degradação do polímero AGP XG GCM GAX montagem Reservas de parede celular BUCKERIDGE, M.S. & TINÉ, M.A.S. COMPOSIÇÃO POLISSACARÍDICA: ESTRUTURA DA PAREDE CELULAR E FIBRA ALIMENTAR (2001) In: Lajolo FM, SauraCalixto F, Wittig de Penna E, Menezes EW (Eds.) Fibra dietética em Iberoamérica: Tecnologia y Salud. Obtención, caracterización, efecto fisiológico y aplicación en alimentos. Projeto CYTED XI.6. Varela, São Paulo, pp 43-60. A B Ligação cruzada entre as microfibrilas Domíni o de pectina s Lamela média Parede celular Membra na plasmáti ca hemicelulos e fortemente ligada à celulose C microfibrila de celulose hemiceluloses fracamente ligadas à celulose Parede de reserva característica de arabinogalactanos presentes em sementes de lupino e café. Parede primária Parede de reserva com pectinas D Parede de reserva característica de Mananos, galactomananos, glucomananos, xiloglucanos e betaglucanos Parede primária Parede de reserva com hemicelulose BUCKERIDGE, M.S., SANTOS, H.P., TINÉ, M.A. & AIDAR, M.P.M. (2004) Mobilização de Reservas. In: Germinação. Do básico ao aplicado. Alfredo Gui Ferreira & Fabian Borgheti (Eds.). Artmed, Porto Alegre pp.163-185. Perisperma Endosperma Endosperma Embrião Perisperma (verde) Endosperma Silva, C.O., Tiné, M.A.S. & Buckeridge, Tese de Dr de Clovis O. Silva, Depto de Biologia Celular e Estrutural, UNICAMP 2006 pc c 9A 9B 10A 10B 11A 11B 12A 12B Silva, C.O., Tiné, M.A.S. & Buckeridge, Tese de Dr de Clovis O. Silva, Depto de Biologia Celular e Estrutural, UNICAMP 2006 ABAIXO:Após a mobilização Células cotiledonares de jatobá durante a deposição das reservas Tiné, MAS, Amaral, LV, Braga, MR, Freshour, Hahn, M. & Buckeridge, Tese de Lourdes Amaral, Depto de Botânica, USP, 2006 Metabolismo durante a embriogênese Metabolismo durante a deposição de reservas Deposição do xilogucano em sementes de jatobá A 12/mai 09/jun 20/jul 03/jul 0,6 30 06/set 20 0,4 inclinação Xg B 12/05/00 y = 1,1013x + 2,5702 60 10 09/06/00 y = 0,8557x + 1,778 2 40 0,8 0,2 70 % Xilo g lu can o In clin ação 1 50 C o m p r x La rg (c m ) 1,2 03/07/00 y = 0,6689x + 5,2044 50 20/07/00 y = 0,6601x + 3,7881 06/09/00 y = 0,5616x + 4,7597 40 30 20 10 0 0 0 0 Datas de coleta 10 20 30 40 50 60 Massa Fresca (g) Santos, H.P., Lima, D.U., Silva, C.O. & Buckeridge M.S., dados não publicados 1,6 Amido 1,2 Cot Polpa 12/mai 0,8 A 03/jul 06/set 0,4 09/jun 20/jul 0,0 B Razão S/M 3 03/jul 2 1 06/set 12/mai 20/jul Em jatobá, as reservas do fruto parecem ser transferidas para a semente durante o desenvolvimento 09/jun 0 Datas de coleta Santos, H.P., Lima, D.U., Silva, C.O. & Buckeridge, M.S., dados não publicados Fertilização Embriogênese Deposição de reservas Dessecação Massa seca Arabidopsis Teor de água dessecação túrgida plasmolizadas Amido transitório Óleo Proteína Sacarose Estaquiose / Rafinose Maturação em Arabidopsis Mecanismo de tolerância ao dessecamento Proteínas LEA Mecanismo de tolerância ao dessecamento Proteínas LEA “late embriogenesis abundant” fim