Pontifícia Universidade Católica do Paraná CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM INFORMÁTICA APLICADA – PPGIA DISCIPLINA DE FUNDAMENTOS DE SOFTWARE Arquitetura de Sistemas Multiagentes Artigos: A Roadmap of Agent Research and Development Katia Sycara Michael J. Wooldridge Nicholas R. Jennings Agent Theories, Architectures, and Languages: A Survey Michael J. Wooldridge Nicholas R. Jennings Organização de Sistemas Multiagentes Jomi Fred Hübner Jaime Simão Sichman Aluno: Joel Carlos Vieira Reinhardt Prof: Alcides Calsavara Edson Scalabrin 1. Introdução Agentes autônomos e sistemas multiagentes representam um novo caminho para análise, projeto e implementação de complexos sistemas de software. Agentes têm sido usados em uma crescente variedade de aplicações desde sistemas comparativamente pequenos, como os filtros pessoais de e-mail, até sistemas complexos e críticos como no controle de tráfego aéreo. Um agente é um sistema computacional situado em algum ambiente capaz de realizar ações autônomas e flexíveis para atingir os seus objetivos de projeto, como define Jennings, N. R.;Wooldridge M. A.,(1995 ). Verificamos três palavras chaves nesta definição: situado, autônomo e flexível. Neste contexto,estar situado em um ambiente significa que o agente recebe sinais de sensores em seu ambiente e pode produzir ações que modificam o seu ambiente de alguma forma. Automonia pode ser definido de forma simples como a habilidade de realizar ações sem a intervensão de humanos ou de outros agentes, e possuir controle sobre suas próprias ações e estados internos.Autonomia também pode ser definida como a capacidade de aprender com a experiência. Ser Flexível significa que o sistema é: 2 - - reativo : os agentes percebem seu ambiente e respondem prontamente as modificações que ocorrem nele. pró-ativo: os agentes não somente respondem ao meio mas possuem a habilidade de exibir um comportamento oportunista direcionado ao objetivo e tomar iniciativa quando apropriado. sociavel: os agentes devem ser capazes de interagir, quando apropriado, com outros agentes artificiais ou com humanos para resolver problemas ou ajudar em suas atividades. Sistemas multiagentes são melhor aplicados para representar problemas que possuem múltiplos métodos de resolução, múltiplas perspectivas e/ou múltiplas entidades resolvendo o problema. Estes sistemas possuem as vantagens tradicionais de resolução concorrente e distribuída de problemas com a vantagem adicional de sofisticados padrões de interações. Exemplos comuns de tipos de interações incluem a cooperação (trabalho em conjunto para atingir um objetivo comum); a coordenação (organização da atividade de resolução do problema de forma a evitar interações que possuem baixa contribuição e explorar as interações mais benéficas) e a negociação (chegando a um acordo aceito por todas as partes envolvidas). A flexibilidade e alto-nível da natureza destas interações distínguem os sistemas multiagentes de outras formas de software. 2. Agentes Pesquisadores de diferentes áreas contribuíram para o surgimento desta tecnologia. As principais contribuições foram a inteligênica artificial , a programação orientada a objeto os sistemas baseados em objetos concorrentes e o desenvolvimento das interfaces homem máquina. A inteligênica artificial proporcionou a maior contribuição para a área de agentes autônomos. Atualmente são considerados agentes todos os dispositivos com inteligência artificial que percebem e agem sobre algum ambiente. Historicamente a inteligência artificial se afastou dos agentes e se focou em desenvolvimentos de componentes do comportamento inteligente (aprender, raciocinar, resolver problemas, visualizar entendimento e assim por diante). Pesquisas em planejamanto de inteligência artificial, concentrada em conhecer que ação realizar em que momento, foi o campo que mais se aproximou dos agentes criando sistemas de padrões de planejamento. Um padrão típico de planejamento é composto por um modelo simbólico do ambiente, uma especificação simbólica de ação que podem ser realizadas e um algoritimo de planejamento que usa as representações do ambiente, o conjunto de ações especificadas e a representação de um objetivo para definir um planejamento de como o agente deve agir para atingir seu objetivo. Porém outras linhas de pesquisas, como a realizada por Brooks( ), enfatizam que o comportamento inteligente emerge das interações de diversas entidades com comportamentos elementares orientados por simples regras de situação - ação. Atualmente a mais tradicional arquitetura de agente são os agentes racioncínio prático, cuja a arquitetura é inspirada na teoria do raciocínio prático em humanos, composta dos raciocínios que usamos para decidir o que fazer. A teoria do raciocínio prático faz uso da psicologia popular, onde o comportamento é entendido através da atribuição de atitudes como crenças, 3 intensões, desejos e assim por diante. A mais influente arquitetura modelada no raciocínio prático é o modelo belief-desire-intention (BDI). Outra forma de arquitetura próxima foi proposta por Shoham (1993) através da programação orientada ao agente, na qual os agentes são explicitamente programados em termos de notações de estados mentais como crenças e desejos. A programação orientada ao objeto também contribuiu à construção de agentes. Objetos podem ser definidos como entidades computacionais que encapsulam algum estado, são habilitados a realizar ações, ou métodos sobre este estado e comunicar através de mensagem. A diferença entre agentes e objetos existe quanto a decisão de realizar uma ação. Enquanto nos objetos a tomada de decisão reside em um método, no caso dos agentes ela é colocada sobre o agente que é requisitado para tomar esta decisão. A diferença pode ser resumida pela seguinte frase: Objetos realizam ações de graça, agentes fazem por dinheiro. Os agentes podem ser identificados pelo seu comportamento autônomo flexível (pró-atividade, reatibilidade, sociabilidade), e o controle das ações e estados, que enquanto em objetos é colocado sobre uma entidade de controle nos agentes cada um controla o seu próprio estado, apesar de trabalhos recentes terem sido desenvolvidos em programação concorrente em orientação à objetos. O comportamento apresentado pelos agentes normalmente é explicado seguindo dois grandes modelos de funcionamento interno: Agentes Reativos: São agentes que escolhem suas ações baseados unicamente nas percepções que têm do ambiente. Este tipo de agentes possuem as seguintes propriedades: Somente possui a representação do conhecimento implícita no código Não tem representação do ambiente Não possui memória, não tem o histórico dos fatos que ocorreram nem das ações que executou. Não possui um planejamento de suas ações ( controle deliberativo) Em geral formam organizações do tipo etnológico e as sociedades são formadas por muitos agentes Nestas sociedades o interesse está voltado para a emergência de um comportamento global a partir da interação de um grupo grande de agentes ( ex. Colônia de Formigas) Agentes Cognitivos: São agentes que possuem a capacidade de construir um plano de ações que leva a um objetivo pretendido. Ou seja, funcionam racionalmente. As mais importantes características particulares são: Os agentes possuem autonomia funcional, podendo alterar o seu funcionamento para se adaptar da melhor forma ao seu ambiente. Os agentes estão continuamente em funcionamento, não dependendo do meio ambiente para a realização de ações. São sociáveis, possuem capacidade de comunicação e de modelagem dos demais agentes Possuem representação do conhecimento explícita no código ( conhecimento introspectivo) 4 O agente raciocina sobre que ações realizar Possuem o histórico dos fatos e ações passadas As sociedades geralmente são formadas por poucos agentes. 3. Arquiteturas de Agentes Diversos arquiteturas foram desenvolvidos para construir agentes. Estas arquiteturas se dividem em duas principais famílias: Deliberativas e Reativas. 3.1 Arquiteturas Deliberativas A base da Inteligência Artificial Simbólica é a hipótese do sistema físicosimbólico. Um sistema físico-simbólico é definido como um conjunto de entidades físicas(símbolos) que podem ser combinados em estruturas que são capazes de executar processos que opera sobre estes símbolos de acordo com um conjunto simbolicamente codificado de instruções. A hipótese do sistema físico-simbólico prevê que tais sistemas são capazes de realizar ações inteligentes de forma generalizada. Um agente deliberativo contém uma representação explícita de um modelo simbólico do ambiente no qual decisões (com qual ação realizar) são tomadas via raciocínio lógico ( ou ao menos pseudo-lógico). Agentes Planejadores Planejamento é essencial à programação automática: o projeto detalhado do curso de ações, quando executar e quais resultados serão atingidos para algum objetivo desejado. A arquitetura de Agentes Planejadores baseada no Inteligência Artificial de Planejamento do Comportamento. Bratman, Israel & Pollack— IRMA Alguns pesquisadores tem desenvolvido arquiteturas de agentes baseadas em atitudes. Um exemplo é a Intelligent Resource-bounded Machine Architecture (IRMA) descrita por M. E. Bratman, D. J. Israel, and M. E. Pollack. Esta arquitetura possui quadro chaves simbólicas de estrutura de dados: uma biblioteca de planos e uma explícita representação de crenças, desejos e intensões. Adicionalmente a arquitetura possui um raciocinador, para raciocinar sobre o ambiente, um analisador de significados finais, para determinar qual plano deve ser usado para atingir a intensão do agente, um analisador de oportunidades, que monitora o ambiente para determinar possíveis opções para o agente, e um filtro de processo e um deliberador de processo. Vere & Bickmore — Homer Vere e Bickmore argumentam a construção de agentes com habilidades linguísticas, capacidade de planejamento e ação. Um agente chamado de Homer opera como um submergível virtual seguindo orientação de 800 palavras em inglês. 5 3.2 Arquiteturas Reativas Ainda existem muitos problemas não resolvidos em Inteligência Artificial Simbólica. Estes problemas levaram alguns pesquisadores a questionar este paradigma e desenvolver as arquiteturas reativas. As Arquiteturas Reativas podem ser definidas como aquelas que não incluem qualquer modelo simbólico do ambiente de forma centralizada e não realizam raciocínios simbólicos complexos. Brooks — Linguagem Comportamental Provavelmente a maior crítica à Inteligência Artificial Simbólica foi realizada por Rodney Brooks, um pesquisador do MIT. Em 1995 ele criou a arquitetura de subordinação que é uma hierarquia de comportamentos tarefas-ação. Segundo Brooks o comportamento inteligente pode ser gerado sem a explícita representação de Inteligência Artificial Simbólica, sem um explícito raciocínio abstrato. O comportamento inteligente é uma propriedade que emerge em certos sistemas complexos,nas interações entre os diversos agentes. Agre & Chapman — Pengi Chapman e Agre observaram que as atividades diárias se realizam de forma rotineira e necessitam de poucos raciocínios abstratos. A maior parte das ações, uma vez aprendidas, podem ser cumpridas de forma rotineira com pequenas variações. Uma arquitetura proposta utiliza a idéia de argumentos executáveis, onde a maior parte das decisões são rotineiras e podem ser codificadas em uma estrutura de baixo nível, como um circuito digital, necessitando apenas de pequenas manutenções periódicas para executar novos tipos de problemas. Rosenschein & Kaelbling — Autômato Situacional Outra abordagem sofisticada foi dada por Rosenschein and Kaelbling, na qual um agente é especificado em termos da lógica do conhecimento, construtindo o paradigma do autômato situacional. Connah & Wavish — ABLE Um grupo de pesquisadores noPhilips research labs na Inglaterra desenvolveram a Agent Behaviour Language,(ABLE), na qual agentes são programados em termos de simples regras como licensas, e estas licensas incluem representações temporais e de qual ação é permitida. 6 3.3 Arquiteturas Híbridas Muitos pesquisadores argumentam que nem as arquiteturas deliberativas, nem as reativas são capazes de preencher todas as lacunas na construção de agentes. Para isto foram criadas arquiteturas híbridas. Georgeff & Lansky — PRS Uma das mais conhecidas arquiteturas híbridas é a Procedural Reasoning System (PRS), desenvolvida por Georgeff and Lansky [54]. A PRS é uma arquitetura BDI (belief-desire-intention), que inclui uma biblioteca de planos, e uma representação simbólica de crenças, desejos e intenções. Ferguson — TouringMachines Em 1992, Ferguson desenvolveu a arquitetura híbrida chamada de TouringMachines, que consiste em subsistemas de percepção e ação com interface direta com o ambiente, formando três camadas de controle contidas em uma estrutura de controle. Cada camada é independente, ativa e concorrente. A camada reativa produz caminhos potenciais de ações em resposta a eventos que são muito rápidos para as demais camadas trabalharem, implementando um conjunto de regras situação-ação. A camada de planejamento contrói planos e seleciona ações para serem realizadas para atingir os objetivos do agente. Esta camada consiste em dois componentes: um planejador e um mecanismo de focalização de atenção. A camada de modelamento contém uma representação simbólica do estado cognitivo de outras entidades no ambiente. Estes modelos são construídos para resolver conflitos de objetivos. As três camadas são capazes de se comunicar umas com a outras e estão embarcadas em uma mesma estrutura. Os conflitos entre as três camadas são resolvidos usando regras de controle. 7 4 Sistemas Multiagentes A área de sistemas multiagentes estuda o comportamento de um grupo organizado de agentes autônomos que cooperam na resolução de problemas que estão além das capacidades de resolução de cada um individualmente. Duas propriedades são fundamentais para um SMA: a autonomia dos agentes e sua organização. Para funcionar um agente não precisa de outros agentes, mesmo que para alcançar seus objetivos ele eventualmente precisará da ajuda de outros. Por outro lado a organização estabelece restrições aos comportamentos dos agentes procurando estabelecer um comportamento grupal coeso. Muitas das propriedades desejadas em um SMA advém do equilíbrio destas duas forças: individualidade e coletividade. A metolodogia de desenvolvimento de um SMA utilizando modelos genéricos de agentes, interações e organizações que possam ser modificados dinamicamente de acordo com o problema, objetivos ou meio ambiente segue uma abordagem que apresenta as seguintes características: Os agentes são concebidos independentes de um problema em particular A interação entre os agentes não é projetada anteriormente, sendo definidos protocolos para situações genéricas. A decomposição de tarefas pode ser realizada pelos próprios agentes Não existe controle centralizado da resolução do problema. Através desta abordagem temos algumas vantagens como: Viabilização de um sistema adaptativo e evolutivo Utilização de uma metáfora natural para resolução de sistemas complexos e distribuídos Possibilidade de utilizar ambientes e agentes heterogênios e distribuídos Permite a concepção de sistemas abertos, aonde os agentes podem entrar e sair das sociedades. 8 5 Arquitetura de Sistemas Multiagentes Quatros aspectos devem ser considerados em sistemas multiagentes: os agentes, a interação entre eles, o ambiente e sua organização. São raros os sistemas aonde existem uma descrição explícita da organização que possa ser lida pelos próprios agentes, servindo de fonte nos seus processos deliberativos. Os sistemas multiagentes são diretamente influenciados pela sociologia, tendo como objeto de estudo a coletividade e não o estudo de um único indivíduo. Desta forma deixam de ter atenção iniciativas de compreender e simular o comportamento humano isoladamente, seja mental ( Inteligência Artificial simbolista) ou neural ( Inteligência Artificial conexionista), passando o foco de atenção para a forma de interação entre as entidades que formam o sistema ( chamados de agentes) e sua organização. O propósito principal que uma organização tem nos sistemas é fazer que sua finalidade seja facilmente mantida. Lemaître e Excelente (1998) propõem dois pontos de vista para compreender o que é uma organização de um grupo de agentes: a centrada no agente e a centrada na organização. Na abordagem centrada no agente, o SMA não possui uma representação explícita de sua organização. Tal representação está distribuída nos seus agentes e um observador externo ou um agente pode apenas inferir uma descrição subjetiva da organização. Esta descrição é chamada de organização observada. (ex. Torcida de Futebol ) Na abordagem centrada na organização a organização existe objetivamente, e o observador ou um agente pode obter informação formal de como o sistema está organizado. Esta descrição é chamada de sociedade institucionalizada. (ex. Time de Futebol ) Do ponto de vista dos agentes podemos observar duas situações: os agentes possuem a capacidade de representar explicitamente uma organização ou os agentes não são capazes de realizar isto. Extendendo a classificação de organizações temos: Tipo AR – Agentes não representam e não raciocinam sobre a organização observada. Os agentes são incapazes de gerar uma representação interna de sua organização. Ex. Formigueiro Tipo AC – O agentes representam e raciocinam sobre a organização observada, ou seja, possuem a capacidade de representar internamente a sua organização. Ex. Hierarquia Militar Tipo OR – Os agentes não são capazes de representar internamente a sua organização de modo explícito, apesar da sociedade possuir uma descrição de sua organização. Este tipo de organização estabelece uma restrição forte sobre os agentes, já que este não tem permissão de agir de forma diferenciada ao comportamento estabelecido pela organização. Ex. Rede de espionagem Tipo OC – Os agentes têm capacidade de representar internamente a organização institucionalizada, possuem seu comportamente parcialmente determinado pela organização, percebem como a organização interfere internamente no seu comportamento e no comportamento dos demais agentes do sistema. Os agentes são capazes também de utilizar estas informações para 9 melhorar o seu funcionamento. O tipo de restrição imposta por este tipo de organização é chamada de restrição fraca pois os agentes por conhecerem a organização institucionalizada podem fugir do comportamento que a organização estabelece para promover os objetivos. Ex. Time de Futebol (obs: o goleiro pode sair de sua posição e marcar gol) Devemos também levar em consideração as características de autonomia dos agentes dentro das organizações, sendo chamada autonomia organizacional a capacidade do agente de agir de forma diferente ao estabelecido pela organização. Para organizações do tipo OC, a autonomia é uma possibilidade. Para organizações do tipo OR não existem autonomia organizacional, já que os agentes são inteiramente dependentes do comportamento estabelecido pela organização. Já nas organizações centradas no agente não pode ser definida autonomia organizacional, já que não existem restrições organizacionais. Definições Centradas nos Agentes. Os SMA formados por agentes reativos são o primeiro tipo de sistema aonde podemos perceber claramente a situação aonde a organização do sistema não existe explicitamente, mas pode ser percebida através do comportamento do sistema. Mesmo em sistemas SMA formados por agentes cognitivos podemos adotar a estratégia aonde a organização existe apenas nos agentes (tipo AC). A organização, neste caso, consiste em um consjunto de papéis, chamados de estrutura organizacional. Cada papel, por sua vez, é determinado pelas Informações que devem ser utilizadas, as Permissões que o agente recebe e as Responsabilidades atribuídas ao papel. Em conseqüência da estrutura organizacional o agente será restringido pelo seu papel, porém com menor área de atuação e informações mais focadas terá maior eficiência na tomada de decisões. Note que a estrutura organizacional está distribuída apenas na memória dos agentes e somente existe nestas memórias. Definições Centradas na Organizações Os SMA centrados nas organizações são mais adequados em vários tipos de ambientes, sendo particularmente úteis em processos de reorganização. Algumas propriedades se destacam como: A organização existe por mais tempo que o agente, sendo o conhecimento e memória preservados. A descrição formal da organização facilita o raciocínio sobre tal organização, promovendo a tomada de decisão no SMA. Com a separação conceitual entre a arquitetura interna dos agentes e a organização do SMA, pode-se raciocinar sobre a organização sem considerar a estrutura do fucionamento do agente. 10 Modelos Organizacionais A descrição explícita da organização de um SMA, necessária para a estratégia centrada na organização, é feita segundo um modelo organizacional que determina o que constitui a organização. A tabela abaixo compara os modelos mais clássicos: Modelo Elemento Central Centrado no Agente MANTA Agentes (Drogoul et (Reativos) Estrutura Organizacional Papel Emergente Não Existe Funcionamento da Sociedade Determinado pela implementação dos al.) agentes SMA Papéis Formada por um Os papéis são Determinado Cognitivo (Agentes conjunto de restrições ao estado indiretamente pelas (Werner) Cognitivos) Papéis mental do Agente restrições aos estados mentais dos agentes. Centrado na Organização AALAADIN Papéis É um conjunto de Os papéis são O funcionamento da (Ferber e grupos que funções sociais sociedade é definido Gultknecht) desempenham internamente nos determinado agentes papel TAEMS Tarefas A estrutura é O papel é uma O funcionamento é (Decker) definida pelas restrição sobre a definido pelas tarefas tarefas e as visão que o agente (E a Visão subjetiva relações entre elas tem das tarefas dos agentes) Mistas MOISE Papéis, Formada por O papel é um O funcionamento é (Hannoun et Metas, divisões entre conjunto de determinado por metas al.) Obrigações papéis, metas e especificações que globais que induzem a obrigações que um agente aceita para formação de grupos. formam grupos entrar em um grupo e sociais voltado a realizar uma tarefa ou um objetivo. receber uma obrigação. TOVE Papéis Formada por Papel é um conjunto O funcionamento é (Fox et al.) divisões e sub- de metas, processos, determinado por metas divisões, agentes, autoridades, sociais e pelos papéis e metas habilidades, recursos. processos associados sociais Os papéis são aos papéis. relacionados hierarquicamente. Neste resumo é possível ter contato com as principais estratégias de organização de um SMA. Partindo desde a mais elementar organização, baseada 11 no próprio agente, até a organização mais flexível e complexa como a baseada nas relação entre as tarefas, papéis e normas sociais. 6. Conclusão A organização de sistemas multiagentes é um novo desafio para promover a interação com outros sistemas, satisfazer as necessidades dos ambientes onde são implantados e promover o conhecimento de como cada agente é individualmente afetado em seu trabalho dentro das necessidades de aplicações de grande escala, como citam Odell, J.; Parunak, H.; Fleischer, M. (2003, p.1). Corkill, D.; Lander, S. E. (1998) comentam que o projeto da organização de sistemas multiagentes de grande escala é um aspecto que deve ser considerado em dois níveis: na estrutura organizacional e no comportamento e estrutura individual de cada agente. Com a melhoria da competência individual de cada agente, a estrutura organizacional, e sua implementação, tornou-se fundamental para o sucesso de desenvolvimento dos sistemas multiagentes. Como cita Corkill, D.; Sims, M.; Lesser, V. (2004, p.1, p.7), deve-se promover pesquisas e a reavaliação de processos para explorar de forma mais efetiva o conhecimento sobre as organizações e continuar a acrescentar conhecimentos sobre técni-cas de coordenação dos agentes, bem como a especificação dos papéis de coordenação. A habilidade em criar e manter efetivas organizações multiagentes é a chave para o desenvolvimento de sistemas de grande escala com grande diversidade de ambientes. A determinação de como a organização é controlada, os objetivos de longo prazo, os papéis executados pelos diversos agentes, o desenvolvimento e manutenção da organização são fatores que propiciam o detalhamento operacional e controle das decisões individuais de cada agente. Com estas linhas de referência organizacionais é possível reduzir a complexidade de cada agente em tomar decisões, reduzir o custo de alocação de recursos e coordenação do sistema, limitar o comportamento indesejado dos agentes e reduzir a necessidade de comunicação no sistema multiagentes. 7. Referências Bibliográficas R. A. Brooks. Intelligence without reason. Proceedings of the Twelfth International Joint Conference on Artificial Intelligence (IJCAI-91), Sydney, Australia, 1991, pp. 569–595. Corkill, Daniel D.; Lander, Susan E, 1998. Diversity in Agent Organizations. Object Magazine, maio 1998. p.41-47. Corkill, Daniel; Sims, Mark; Lesser, Victor. 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