PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E MELHORAMENTO DE PLANTAS LGN 5799 – Seminários em Genética e Melhoramento de Plantas Departamento de Genética Avenida Pádua Dias, 11 - Caixa Postal 83, CEP: 13400-970 - Piracicaba - SP http://www.genetica.esalq.usp.br/semina.php ADAPTAÇÃO DOS INSETOS ÀS ESTRATÉGIAS DE DEFESA DAS PLANTAS Aluna: Larissa Cristina Deppmann Nadalini Orientador: Daniel Scherer de Moura Ao longo do tempo os insetos vêm se adaptando à diversos tipos de plantas, ou seja, desenvolvendo características e comportamentos naturais que permitem sua sobrevivência nesse habitat. Essas inúmeras mudanças fisiológicas, morfológicas e comportamentais podem ser observadas diante da grande diversidade (formas, tamanho, padrão de coloração) e quantidade desses organismos. Assim é notório que no ecossistema natural os insetos estabelecem um complexo e dinâmico sistema de interação com a planta. O entendimento dessa relação e dos benefícios que os mecanismos adaptativos trazem aos insetos é de grande importância sob o ponto de vista aplicado, como por exemplo, no combate às pragas. Ao atacar a planta o inseto se depara com diferentes estratégias de defesa do vegetal as quais podem ser: em forma de resposta indireta (produção de voláteis que atraem parasitóides predadores) ou de resposta direta, através de barreiras químicas ou físicas. As barreiras químicas são foco de grande interesse e estudo e envolvem os mais diversos tipos de metabólitos (alcalóides-nicotina, glucosinalatos, outros) e de proteínas (inibidores de proteases). Diante dessa grande variedade de defensivos/tóxicos é necessário ao inseto uma adaptação complementar. Uma das maneiras de contornar esse problema é através de enzimas que promovem a desintoxicação, como o citocromo P-450 e as sulfatases (inibem o complexo instável - bomba de óleo mostarda). Outra adaptação é a alteração das proteases após a ingestão de seus inibidores, nesse caso os insetos podem aumentar a atividade das mesmas, mudar o padrão de expressão dos genes que as codificam e sintetizar proteases insensíveis, permitindo assim um desenvolvimento e crescimento normal do animal. Embora os insetos possuam eficientes mecanismos adaptativos, suas chances de sobrevivência podem ser aumentadas através de sua interação com outros organismos (insetos, predadores, bactérias, fungos, etc.). Sendo assim, estudos avançados que envolvem uma múltipla interação entre eles, se tornam interessante e crescente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS RECOMENDADAS GLENDINNING, J. I. How do herbivorous insect cope with noxious secondary plant compounds in their diet? Entomol. Exp. Appl., v. 104, 15-25, 2002 MELLO, M. O.; SILVA-FILHO, M.,C. Plant-insect interactions: na evolutionary arms race between two distinct defense mechanisms. Braz. J. Plant. Physiol., v.14, p.71-81, 2002. MOURA,D.S.; RYAN,C.A. Wound-inducible proteinase inhibitors in pepper differential regulation upon wounding, systemin, and methyl jasmonate1 Plant Physiol.,vl.126, p. 289–98, 2001. POMPERMAYER,P.;LOPES,A.R.;TERRA,W.R.;PARRA,J.R.P.;FALCO;SILVAFILHO,M.C. Effects of soybean proteinase inhibitor on development, surival and reproductive potential of the sugarcane borer, Diatraea saccharalis. Entomol. Exp.Appl., v.99,79-85,2001. RATZKA, A.; VOGEL, H.; KLIEBENSTEIN, D. J.; MITCHELL-OLDS, T.; KROYMANN, J. Disarming the mustard oil bomb. Proc. Natl. Acad. Sci USA, v. 99, p.11223-28, 2002. SCHOONHOVEN, L.M.; VAN LOON, J.,A.; DICKE,M. Insect-plant Biology, 2ed., New York : OXFORD, 2005. 421p. ZHU-SALZMAN, K.; BI, J.L.; LIU, T.X. Molecular strategies of plant defense and insect counter-defense. Insect Sci., v.12, p.3-15,2005.