Instituto de Educação — infantil e juvenil Outono, 2012. Londrina, ______ de ____________________. Nome: ____________________________________Ano:____________ TEMPO Início: ____________ Término: __________ Total: ____________ Edição V MMXII Fase 1 – parte 2 Grupo E DIA DA TERRA Como funciona a Estação Antártica Comandante Ferraz Inóspito, mas fascinante É difícil chegar à Estação Antártica Comandante Ferraz. Se os ventos estiverem muito fortes o desembarque pode atrasar (até 10 dias). A permanência também não é fácil – por exemplo, em algumas épocas é preciso derreter gelo para conseguir água. No inverno, é uma escuridão. A comunicação é precária, mesmo nos tempos da internet. Mas para trabalhar é um lugar fascinante, principalmente para os cientistas. A estação Comandante Ferraz, a base científica brasileira no continente gelado, iniciou suas atividades em fevereiro de 1984. Primeiro eram tímidos barracões. Hoje, estação tem uma ótima estrutura com vários laboratórios, cozinha, biblioteca, salas de estar, enfermaria, áreas para práticas esportivas, cozinha e refeitório. Os alojamentos conseguem hospedar cerca de 60 pessoas. São cerca de 2.500 metros quadrados construídos, que, aliás, estão passando por uma reforma desde 2006. Do blog Verão Abaixo de Zero Esta é uma foto já tradicional, a equipe que chega em frente à estação. A estação é uma das cerca de 50 bases científicas da Antártica e funciona o ano todo e não apenas no verão, como, por exemplo, a estação peruana Macchu Pichu. Aliás, um acordo de colaboração faz com que os brasileiros hospedem seus amigos latino-americanos no período em que a estação deles não está funcionando. O continente Antártico é uma área internacional voltada basicamente para pesquisa, graças ao Tratado da Antártica. O interesse pela Antártica é grande para os cientistas. Foi lá, no final da década de 80, mais especificamente na base inglesa Quem foi comandante Ferraz? Halley, que foi dado o primeiro alerta sobre o buraco na camada de ozônio. Economicamente, a Antártica é rica em minérios, mas sua O comandante da Marinha exploração seria extremamente cara e, por causa do Tratado Luís Antônio de Carvalho Antártico, não é mais possível. Ferraz, hidrógrafo e oceanóA estação Comandante Ferraz está presente em várias pesquisas ligadas tanto a questões como o aquecimento global envolvendo, por exemplo, a camada de ozônio - quanto biológicas como o acompanhamento de aves ou pequenos seres vivos. A base brasileira fica na ilha Rei George, a 130 km da península Antártica, sendo vizinha de bases como a chilena, a peruana, a argentina ou a polonesa. grafo, visitou o continente antártico junto com oficiais britânicos em 1975. Ferraz foi um importante incentivador da presença científica do Brasil no continente. Morreu aos 42 anos, em 1982. Antártica ou Antártida O continente Antártico é muito grande e os cientistas do mundo inteiro ainda têm muito o que fazer. Tanto faz, dizem os dicionários de português. Antártida é uma versão latina de Antártica, Maior que o Brasil nome que surgiu na Grécia. Muitos anos antes das granO continente antártico tem 13,7 milhões de quilômetros des navegações, os pensadoquadrados, mas durante boa parte do ano pode chegar a 22 milhões res gregos já supunham que de quilômetros quadrados, graças às áreas congeladas no inverno. havia regiões nas extremidado globo terrestre (sim, os Sua extensão representa 10% da terra firme do planeta, sendo o des gregos achavam que a Terra quinto maior continente do mundo. Praticamente toda a superfície era redonda). Como eles sabifica congelada, com espessuras de aproximadamente 2 metros, em am da existência de terras gemédia. Lá estão cerca de 90% do gelo do mundo e 80% da água doce ladas no Norte, observaram que havia uma estrela na diredo planeta. ção, a Polis. Como ela fazia As temperaturas variam de 0º C a – 40º C no período quente e parte da constelação Ursa Me-18 ºC a – 68º C no período frio. Os ventos são intensos, chegando a nor, o local foi batizado de mais de 300 km/h em determinadas épocas. As variações climáticas Artkus ou Arktikus, o nome da constelação em grego. Os são muito intensas, podendo mudar todo o cenário em apenas três pensadores, então, imaginahoras. ram que havia algo semelhante no sul e chamaram a região A realidade antártica é muito diferente do Ártico ou Polo de “o oposto da Ursa Menor”, Norte, que, na verdade, é um grande bloco de gelo. É curioso ver que que, em grego, seria Antios icebergs árticos são bem diferentes dos antárticos. Os primeiros artkus - a nossa Antártica. normalmente são pontiagudos. Os segundos lembram gigantescas tábuas. A explicação para as diferenças é que os icebergs do norte são rachaduras de geleiras. Os do sul, quebras de placas de gelo fixadas ao continente. Do blog Verão Abaixo de Zero Em poucas horas, a paisagem pode mudar dessa... Do blog Verão Abaixo de Zero Para essa. O continente Antártica é um sorvedouro de gases, principalmente dióxido de carbono. Esses gases ajudam na geração de plânctons e algas, responsáveis pela alimentação de crustáceos como o krill que participam da cadeia alimentar de outros animas como baleias, pinguins, aves aquáticas, leões-marinhos, peixes (cerca de 150 espécies) etc. Aliás, os primeiros interesses pela Antártica não eram exatamente científicos. O beneficiamento de carne de baleia na Antártica deu grande impulso para a tomada da região. Em 1930, havia 32 indústrias dessa linha na região. Nos anos 40, a caça na região foi diminuindo. Em 1972, o oceanógrafo francês Jacques Cousteau reuniu vários ossos e remontou o esqueleto de uma baleia. Hoje, esse esqueleto fica na península Keller, próxima à estação comandante Ferraz, e virou atração turística. Hoje, a população de baleias no continente retornou a níveis aceitáveis, com algumas saindo da lista das ameaçadas de extinção. De qualquer modo, o continente Antártico ainda tem muito o que ser estudado e preservado. As pesquisas realizadas na estação As pesquisas na estação comandante Ferraz englobam os mais variados tópicos relacionados à física, química da atmosfera, astrofísica, ciências da vida e ciências da Terra. Todas elas são coordenadas pelo Proantar (Programa Antártica Brasileiro). Como o continente antártico é um ecossistema muito sensível, as alterações climáticas são um dos carros-chefes das pesquisas. As pesquisas levam em conta tanto o longo prazo - como as mudanças de temperaturas ocorridas há mais de 300 anos quanto o curto prazo - 20 anos, por exemplo. Enquanto as primeiras apresentam dados sobre as grandes mudanças geológicas da Terra, as últimas levam em conta os impactos da poluição e outros dados. As questões da dinâmica atmosférica são outro forte tema. Os problemas da Imagens da atmosfera na Antártica camada de ozônio foram identificadas por pesquisadores ingleses na Antártica nos anos 80. E agora pesquisadores brasileiros identificaram a sua diminuição e projetaram a estabilização com o fim da influência dos gases CFC, uma composição de Cloro-Flúor-Carbono, para 2060. Do blog Verão Abaixo de Zero Outra pesquisa interessante é sobre a radiação UV, que é medida durante todo o ano e é comparada com a radiação obtida em Punta Arenas, Sul do Chile, em La Paz, Bolívia e no Brasil, nesse caso em quatro locais diferentes. Além disso, são feitos monitoramentos de vários animais. Entre eles, as focas, os elefantesmarinhos, os pingüins e aves como a skua - uma espécie de gaivota de rapina - ou o petrel, que tem uma envergadura de aproximadamente dois metros, além obviamente de krill e outros pequenos seres vivos. Além do monitoramento de sua movimentação pela Terra, são estudados impactos ambientais sobre esses seres vivos. Aliás, o monitoramento ambiental é uma constante nas pesquisas. Não só a influência nas espécies antárticas graças a impactos regionais e levados para a região, mas também os possíveis distúrbios da presença humana no local.