O Pinguim-de-Adélia (Pygoscelis adeliae) ocorre ao redor de todo o continente antártico. De hábito filopátrico, estes pinguins tendem a retornar para suas colônias natais afim de reproduzir durante o verão e no inverno migram ao longo da plataforma de gelo. Apenas duas espécies de pinguins são exclusivamente antárticas, o Pinguim-de-Adélia e o Pinguim Imperador (Aptenodytes fosterii), sendo ambas dependentes da cobertura de gelo antártico para o forrageio. Mudanças recentes no clima tem afetado a Antártica como um todo, porém em algumas regiões isso é mais agravado devido as diferentes correntes marítimas, como no oeste da Península Antártica, onde tem sido registrada uma intensa perda da camada de gelo e, associado a isso, redução na população local dos Pinguins-de-Adélia. Mudanças conhecidas no tamanho populacional dos pinguins associadas a períodos de glaciações fazem destes animais bons indicadores de mudanças no clima. Neste estudo, buscou-se entender a estrutura populacional do Pinguim-de-Adélia no oeste da Península Antártica, estimar o tamanho efetivo das populações amostradas a partir da análise da diversidade genética. Para isso, foram utilizados quinze loci de DNA microssatélite e a região hipervariável (HVR1) do DNA mitocondrial de 136 amostras provenientes de três colônias e um local de alimentação. Foi encontrada alta diversidade e sinal de expansão populacional anterior ao Último Máximo Glacial. Os valores de FST foram baixos e alto compartilhamento de alelos não indicam qualquer estruturação, podendo considerar a população de Pinguins-de-Adélia como panmítica e com alto fluxo gênico entre as colônias. Palavras-chave: Pygoscelis adeliae, estrutura populacional, DNA mitocondrial, microssatélites, genética de populações.