SUPORTE EMERGENCIAL À VIDA

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2013.2
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SUPORTE EMERGENCIAL À
VIDA
Profª: Flávia Feliciano
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NECESSIDADE DE PRIMEIROS SOCOROS
É melhor saber primeiros socorros e não precisar do que precisar e não saber como agir na hora da
emergência. Sabendo agir na emergência você não retarda o atendimento a uma vítima em emergência e
fará a diferença.
O QUE SÃO PRIMEIROS SOCORROS
Pode-se definir primeiros socorros como sendo os cuidados imediatos que devem ser prestados à
vítima de acidentes ou mal súbito, com o fim de manter as funções e evitar o agravamento de suas
condições, até a chegada do Suporte Avançado. Qualquer pessoa treinada poderá prestar os primeiros
socorros, conduzindo-se com serenidade, compreensão e confiança. Manter a calma e o controle da
situação é imprescindível.
Ações valem mais que as palavras, portanto, muitas vezes o ato de informar ao acidentado sobre
seu estado, sua evolução ou mesmo sobre a situação em que se encontra deve ser avaliado com
ponderação para não causar ansiedade ou medo desnecessários. O tom de voz tranquilo e confortante dará
à vítima sensação de confiança na pessoa que o está socorrendo. A expressão primeiros socorros é usada
para caracterizar uma série de procedimentos adotados com o fim de preservar vidas sob risco iminente e
em condições de urgência e/ou emergência. Esses procedimentos são realizados geralmente por pessoas
comuns, com conhecimentos teóricos e práticos acerca das técnicas utilizadas. Como o próprio nome
sugere, são os procedimentos de emergência que devem ser aplicados a uma pessoa em perigo de vida,
visando manter os sinais vitais e evitando o agravamento do quadro, até que ela receba assistência
definitiva.
É muito importante que as medidas prestadas no atendimento sejam do conhecimento de todos,
visando ao lado prático das técnicas, pois quando um acidente acontece, a situação de pânico instala-se nas
vítimas e também em quem está prestando socorro, atrapalhando bastante o atendimento, caso não esteja
acostumado com essas situações. O treinamento repetidas vezes condicionará o socorrista à sequência
utilizada em cada caso, eliminando aqueles minutos preciosos gastos com o ordenamento de ideias e que,
muitas vezes, são o limite entre a vida e a morte. Toda pessoa que estiver realizando o atendimento de
primeiros socorros deve, antes de tudo, atentar para a sua própria segurança. O impulso de ajudar a outras
pessoas não justifica a tomada de atitudes inconsequentes, que acabem transformando-o em mais uma
vítima.
A seriedade e o respeito são premissas básicas para um bom atendimento de primeiros socorros.
Para tanto, evite que a vítima seja exposta desnecessariamente e mantenha o devido sigilo sobre as
informações pessoais que ela lhe revele durante o atendimento. Identifica-se a necessidade de aplicação
dos primeiros socorros em diversas situações, sendo as mais comuns em acidentes automobilísticos,
atropelamento, acidentes domésticos, tumultos, incêndios, catástrofes da natureza, acidentes de trabalho
e na indústria, guerras e conflitos, ou mesmo causas fisiológicas em pessoas que sofrem de algum mal,
como, por exemplo, um ataque cardíaco (apoplexia). Os primeiros socorros, como a própria expressão nos
remete, são procedimentos utilizados primariamente apenas para se preservar a condição de vida de um
indivíduo até a chegada de um médico profissional, ou uma equipe médica, para que sejam adotadas as
medidas que a situação requer, conforme avaliação profissional e especializada.
Os procedimentos adotados nos primeiros socorros surgiram com o suíço Jean Henry Dunant, no
ano de 1859, projeto apoiado pelo imperador francês Napoleão III, e tinha o intuito de instruir pessoas das
comunidades locais, principalmente aquelas que viviam em estado de guerra. Desde a sua criação até os
nossos dias, as técnicas de primeiros socorros são tidas como de fundamental importância para a vida
humana. Nota-se, estatisticamente, que muitas pessoas feridas e/ou acidentadas acabam vindo a óbito
antes de chegar a uma unidade de saúde, devido à falta de um atendimento adequado nos primeiros
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socorros, atendimento esse que poderia ser realizado por qualquer tipo de pessoa devidamente e
previamente instruída.
CONCEITOS APLICADOS AOS PRIMEIROS SOCORROS
 Primeiros Socorros: São os cuidados imediatos prestados a uma pessoa cujo estado físico coloca em
perigo a sua vida ou a sua saúde, com o fim de manter as suas funções vitais e evitar o agravamento de
suas condições, até que receba assistência médica especializada.
 Socorrista: Atividade regulamentada pelo Ministério da Saúde (MS), segundo a portaria n° 824 de 24 de
junho de 1999. O socorrista possui um treinamento mais amplo e detalhado que uma pessoa prestadora
de socorro.
 Emergência: É todo caso em que há ameaça iminente à vida, sofrimento intenso ou risco de lesão
permanente, havendo necessidade de tratamento médico imediato. Alguns exemplos de emergências
são a parada cardiorrespiratória, hemorragias volumosas e infartos que podem levar a danos
irreversíveis e até ao óbito.
 Urgência: É uma situação que requer assistência rápida, no menor tempo possível, a fim de evitar
complicações e sofrimento. São exemplos de urgência: dores abdominais agudas e cólicas renais.
 Acidente: Fato do qual resultam pessoas feridas e/ou mortas que necessitam de atendimento.
 Incidente: Fato ou evento desastroso do qual não resultam pessoas mortas ou feridas, mas que pode
oferecer risco futuro.
 Sinal: É a informação obtida a partir da observação da vítima.
 Sintoma: É a informação a partir de uma relato da vítima.
ASPECTOS LEGAIS NO ATENDIMENTO
Segundo o artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro consiste em "Deixar de prestar
assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa
inválida ou ferida, em desamparo ou em grave e iminente perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da
autoridade pública."
Pena: detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Parágrafo único: A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e
triplicada, se resulta em morte.
Importante: O fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa não possui um
treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já descaracteriza a ocorrência de omissão de
socorro.
DIREITOS DA PESSOA QUE ESTIVER SENDO ATENDIDA
O prestador de socorro deve ter em mente que a vítima possui o direito de recusa do atendimento.
No caso de adultos, esse direito existe quando eles estiverem conscientes e com clareza de pensamento.
Isto pode ocorrer por diversos motivos, tais como crenças religiosas ou falta de confiança no prestador de
socorro que for realizar o atendimento. Nestes casos, a vítima não pode ser forçada a receber os primeiros
socorros, devendo assim certificar-se de que o socorro especializado foi solicitado e continuar monitorando
a vítima, enquanto tenta ganhar a sua confiança através do diálogo. Caso a vítima esteja impedida de falar
em decorrência do acidente, como um trauma na boca por exemplo, mas demonstre através de sinais que
não aceita o atendimento, fazendo uma negativa com a cabeça ou empurrando a mão do prestador de
socorro, deve-se proceder da seguinte maneira:
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







Não discuta com a vítima;
Não questione suas razões, principalmente se elas forem baseadas em crenças religiosas;
Não toque na vítima, isto poderá ser considerado como violação dos seus direitos;
Converse com a vítima, informe a ela que você possui treinamento em primeiros socorros, que irá
respeitar o direito dela de recusar o atendimento, mas que está pronto para auxiliá-la no que for
necessário;
Arrole testemunhas de que o atendimento foi recusado por parte da vítima;
No caso de crianças, a recusa do atendimento pode ser feita pelo pai, pela mãe ou pelo responsável
legal. Se a criança é retirada do local do acidente antes da chegada do socorro especializado, o
prestador de socorro deverá, se possível, arrolar testemunhas que comprovem o fato;
O consentimento para o atendimento de primeiros socorros pode ser formal, quando a vítima verbaliza
ou sinaliza que concorda com o atendimento, após o prestador de socorro ter se identificado como tal e
ter informado à vítima de que possui treinamento em primeiros socorros, ou implícito, quando a vítima
esteja inconsciente, confusa ou gravemente ferida a ponto de não poder verbalizar ou sinalizar
consentindo com o atendimento. Neste caso, a legislação infere que a vítima daria o consentimento,
caso tivesse condições de expressar o seu desejo de receber o atendimento de primeiros socorros.
O consentimento implícito pode ser adotado também no caso de acidentes envolvendo menores
desacompanhados dos pais ou responsáveis legais. Do mesmo modo, a legislação infere que o
consentimento seria dado pelos pais ou responsáveis, caso estivessem presentes no local.
CONSENTIMENTO
Tocar em alguém sem seu consentimento pode ser considerado uma invasão de privacidade, você
pode ser processado. Antes de tocar em uma vítima consciente, pergunte a ela se pode fazê-lo. Faça isso
obtendo o consentimento dela de duas formas:
 Consentimento Expresso: Pode ser obtido de vítimas conscientes por gestos ou palavras, desde que
estas possam assumir suas responsabilidades. Pessoas idosas, menores de idade e pessoas com
deficiência mental não podem responder pelos seus atos.
 Consentimento Implícito: Pode ser prestado o atendimento em vítimas inconscientes em que sua
vida esteja em risco iminente. Em caso de criança, idoso, ou pessoas com deficiência mental,
assuma este consentimento como implícito se no local não estiver uma pessoa responsável por ele.
NEGLIGÊNCIA
O artigo 135 do Código Penal Brasileiro é bem claro: deixar de prestar socorro à vítima de acidentes
ou pessoas em perigo iminente, podendo fazê-lo, é crime.
Atender a vítima de forma inadequada sem observar os protocolos estabelecidos pelas instituições
competentes. A negligência é caracterizada quando:
 Omitir socorro quando esta é sua função;
 Prestar um socorro fora de protocolos;
 Agravar as lesões existentes ou provocar novas lesões.
IDENTIFICAÇÃO DE EMERGÊNCIAS
Têm-se percebido na maioria dos casos de acidentes, que as pessoas leigas dotadas apenas de boa
vontade e solidariedade, no atendimento a uma vítima sem as devidas instruções acerca de primeiros
socorros e suas técnicas, que elas acabam causando muito mais danos, do que benefícios, agravando ainda
mais a situação de um ferido e/ou intoxicado, do que colaborando para a melhoria de um quadro clínico.
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O tempo decorrido para que uma pessoa leiga identifique uma situação de risco, por exemplo, é
muito maior do que uma que teve um preparo para lidar com situações de emergência, o que pode
decisivamente interferir na recuperação de uma vítima. O treinamento em primeiro socorros, então, acaba
tornando-se fundamental, não só pelos fatores ético e moral, mas também devido à realidade social em que
vivemos atualmente, quando as pessoas estão a todo tempo expostas a acidentes. Uma pessoa
devidamente capacitada adquire, dentre as técnicas de primeiros socorros, a característica de encarar
lucidamente e com tranquilidade as situações adversas de um acidente, onde pessoas não treinadas,
normalmente, perdem o controle emocional, colaborando, assim, para um aumento de risco, tanto para
a(s) vítima(s) quanto para ela própria.
ORIENTAÇÕS DE PADRÕES DE CUIDADOS: AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO DE EMERGÊNCIA
Sempre que um paciente se apresenta com uma condição de risco de vida potencial, proceder
rapidamente da seguinte maneira:
Afastar a vítima da fonte de perigo potencial – corrente elétrica ativa, água, incêndio;
Determinar se a vítima está consciente; quando não estiver plenamente consciente, avaliar via aérea,
respiração e circulação de maneira sistemática;
Avaliar a reação pupilar e o nível de responsividade à voz ou tato, quando indicado;
Quando a vítima está inconsciente ou sofreu traumatismo cranioencefálico significativo, supor que
existe lesão da coluna vertebral e estabelecer o manuseio apropriado;
Despir a vítima, para procurar feridas ou lesões cutâneas, quando indicado;
Estar ciente de que a intervenção imediata é necessária para condições, como comprometimento da
via aérea, parada respiratória, respirações comprometidas, parada cardíaca e sangramento
profuso. Propiciar o tratamento de emergência da via aérea, RCP (reanimação cardiopulmonar) e
medidas para controlar a hemorragia, quando necessário;
Pedir ajuda o mais breve possível;
Auxiliar com o transporte e avaliação e cuidados adicionais, quando indicado.
AVALIAÇÃO EMERGENCIAL
É essencial uma abordagem sistemática para a avaliação de um paciente emergencial. Com
frequência, a lesão mais significativa não é a mais grave. As avaliações primária e secundária fornecem uma
abordagem metódica para ajudar a identificar e priorizar as necessidades do paciente.
Avaliação primária:
1. A avaliação inicial rápida da vítima visa identificar os problemas com risco de morte (circulação, via
aérea e respiração). Quando são identificadas condições que comportam um risco imediato para a
vida, são necessárias as intervenções adequadas antes de prosseguir para a avaliação secundária;
2. A primeira etapa na avaliação primária é determinar se a vítima está consciente. Estando, a
avaliação primária pode ser realizada imediatamente:
a) Uma vítima alerta e conversando indica que há respiração e circulação;
b) Estando consciente, isso também demonstra que a circulação é adequada e que a quantidade
suficiente de sangue está circulando para o cérebro;
c) Quando, no entanto, a vítima não se encontra totalmente consciente, a primeira avaliação deve
prosseguir passo a passo.
3. Nas vítimas gravemente lesionados ou doentes, recomenda-se adicionar mais duas letras à avaliação
primária: D - incapacidade (nível de consciência) e E – exposição (lesões visíveis);
4. A - Via aérea: A vítima apresenta uma via aérea pérvia?
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5. B - Respiração: A vítima está respirando?
6. C - Sangramento, pulso: a circulação encontra-se em risco imediato?
a) Existe pulsação?
b) Há hemorragia profusa?
7. D - Incapacidade: Avaliar o nível de consciência e as pupilas (uma avaliação neurológica mais
completa será complementada na avaliação secundária). O cliente está alerta? O cliente responde à
voz? O cliente responde ao estímulo doloroso? O cliente é irresponsivo mesmo ao estímulo
doloroso?
8. E – Exposição/Lesões visíveis: Despir a vítima, para observar indícios de lesão ou doença, como
feridas ou lesões cutâneas.
9. Resumindo:
Avaliar responsividade;
A - Via aérea;
B - Respiração;
C – Sangramento, pulso;
D - Incapacidade;
- Exposição.
Observação:Evitar movimentaçõesEque
possam causar maiores danos. Deve-se ter uma ideia bem clara do
que se vai fazer, para não expor desnecessariamente a vítima, verificando se há ferimento com o cuidado
de não movimentá-lo excessivamente. Em seguidaproceder um exame rápido das diversas partes do corpo.
Se a vítima estiver consciente, perguntar por áreas dolorosas no corpo e incapacidade funcionais de
mobilização. Faça o exame físico rápido da vítima seguindo a sequência da cabeça aos pés. Procure por
lesões, sangramentos, deformidades. Reavalie o nível de consciência constantemente.
Avaliação secundária:
A avaliação secundária é um exame sistemático, resumindo (dois a três minutos), da vítima da cabeça
aos pés. A finalidade é detectar e priorizar as lesões adicionais, ou detectar sinais de condições clínicas
subjacentes.
1- História:
a) Breve história da queixa principal, acidente ou doença é obtida do cliente ou do
acompanhante:
Qual foi o mecanismo da lesão – as circunstâncias, forças, localização e momento da lesão?
Quando surgiram os sintomas?
O cliente ficou inconsciente após o acidente?
Quanto tempo levou para o paciente chegar ao hospital?
Qual era o estado de saúde do cliente antes do acidente ou doença?
Existe história de doença?
O cliente está atualmente tomando algum medicamento?
Possui alguma alergia? Qual?
Foi tentado o tratamento antes da chegada ao hospital – remédios caseiros, medicamentos, ou
cuidados dos serviços médicos de emergência pré-hospitalares?
2- Sinais Vitais:
a) Rotineiramente, incluem temperatura (T), frequência cardíaca (FC), frequência respiratória
(FR), pressão arterial (PA) e escala de dor;
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b) Quando obtidos precocemente na avaliação, ajudam a estabelecer as informações básicas
completas.
3- Avaliação da cabeça aos pés:
a) Aspecto geral; Cabeça/couro cabeludo; Ouvidos; Olhos; Nariz; Boca; Pescoço; Tórax; Abdomên;
Pelve; Genitália; Membros; Posterior (coluna cervical).
4- Avaliação focalizada:
a) Avaliação mais detalhada dos problemas identificados na avaliação secundária.
AS FASES DO SOCORRO
1- AVALIAÇÃO DA CENA
 Clínica: Causada por condições fisiológicas da vítima, como um mal-estar, um ataque cardíaco,
desmaios, intoxicações, etc.
 Trauma: Gerada por mecanismos de troca de energia, como colisões automobilísticas, quedas,
queimaduras choques em geral, etc.
A primeira atitude a ser tomada no local do acidente é avaliar os riscos que possam colocar em
perigo a pessoa prestadora dos primeiros socorros. Se houver algum perigo em potencial, deve-se aguardar
a chegada do socorro especializado. Nesta fase, verifica-se também a provável causa do acidente, o
número de vítimas e a gravidade das mesmas e todas as outras informações que possam ser úteis para a
notificação do acidente. Proceder da seguinte forma:
a) Manter a vítima deitada, em posição confortável, até certificar-se de que a lesão não tem gravidade;
b) Investigar particularmente a existência de hemorragia, envenenamento, parada respiratória, ferimentos,
queimaduras e fraturas;
c) Dar prioridade ao atendimento dos casos de hemorragia abundante, inconsciência, parada
cardiorrespiratória, estado de choque e envenenamento, pois EXIGEM SOCORRO IMEDIATO.
d) Verificar se há lesão na cabeça, quando o acidentado estiver inconsciente ou semiconsciente. Havendo
hemorragia por um ou ambos os ouvidos, ou pelo nariz, PENSAR em fratura de crânio;
e) Não dar líquidos a pessoas inconscientes;
f) Recolher, em caso de amputação, a parte seccionada, envolva-a em um pano limpo para entrega
IMEDIATA ao médico;
g) Certificar de que qualquer providência a ser tomada não venha a agravar o estado da vítima;
h) Chamar o médico ou transportar a vítima, SE NECESSÁRIO. Fornecer as seguintes informações:
 Local, horário e condições em que a vítima foi encontrada;
 Quais os Primeiros Socorros a ela prestados.
i) Inspirar confiança - EVITAR PÂNICO;
j) Comunicar a ocorrência a autoridade policial local.
A avaliação prévia da cena do ocorrido é de fundamental importância uma vez que através dessa
medida é possível dimensionar os riscos existentes na cena, evitando-se até que a própria pessoa que
presta o socorro acabe por se tornar mais uma vítima.
Deve-se seguir 4 etapas na fase de avaliação da cena, a fim de se isolar os riscos e poder promover
um socorro efetivo até a chegada de profissionais:
1- Segurança: É necessário verificar se a cena é segura para poder ser abordada, e assim procurar
tornar o ambiente adequado para o atendimento prévio. Por exemplo, no caso de acidentes de
trânsito, deve-se procurar improvisar um espaço de maneira a desviar o fluxo de veículos,
sinalizando aos carros que vêm no sentido do problema ocorrido.
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2- Cinemática: Verificar como se deu o acidente ou mal sofrido pela vítima, perguntando a ela, se
estiver plenamente consciente, ou a pessoas próximas que testemunharam o ocorrido.
3- Bio-proteção: Deve-se procurar maneiras de evitar possíveis infecções através do contato direto
com o sangue das vítimas, usando luvas cirúrgicas se possível, em situações adversas não deve-se
abortar os procedimentos por falta de instrumentos.
4- Apoio: Deve-se procurar auxílio de pessoas próximas da cena, no sentido de ajudar a dar o espaço
necessário para o atendimento prévio, chamar imediatamente o socorro especializado, desviar o
trânsito de veículos, procurar manter a ordem e a calma entre as outras pessoas, etc. No caso de
não haver pessoas por perto isso deve ser feito com o máximo de agilidade e tranquilidade, pela
própria pessoa que presta o socorro inicial.
2- SOLICITAÇÃO DE AUXÍLIO
Solicitar se possível a outra pessoa que peça auxílio chamando o socorro especializado comunicando a
provável causa do acidente, o número de vítimas, a gravidade das mesmas e todas as outras informações
que ele precisar. Estas informações você terá obtido anteriormente, durante a fase de avaliação do
ambiente.
3- SINALIZAÇÃO
Efetuar, sempre que necessário, a sinalização do local para evitar a ocorrência de novos acidentes. Pode
ser feita com cones, fita zebrada, ou qualquer objeto que chame a atenção de outras pessoas para o
cuidado com o local, na falta destes recursos, pode-se pedir para que uma pessoa fique sinalizando a uma
certa distância.
4- ATENDIMENTO
Ao iniciar o atendimento, deve-se ter em mente o que fazer e o que não fazer. Manter o autocontrole é
imprescindível nesta fase. Não minta para a vítima. Procure expressar segurança e confiança no que faz. No
atendimento, a pessoa que estiver prestando os primeiros socorros deve realizar os dois exames básicos:
exame primário e exame secundário.
5- EXAME PRIMÁRIO
O exame primário consiste em verificar:
• se a vítima está consciente;
• se a vítima apresenta pulso;
• se as vias aéreas estão desobstruídas;
• se a vítima está respirando;
Este exame deve ser feito em 2 minutos ou menos. Se a vítima não estiver respirando, mas
apresentar batimentos cardíacos (pulso), iniciar a respiração artificial conforme o procedimento. Caso não
haja sinal de pulso, iniciar a RCP segundo o procedimento.
6- EXAME SECUNDÁRIO
Consiste na verificação de:
 Avaliar o nível de consciência.
 Escala de Coma de Glasgow.
 Avaliar os 4 sinais vitais:
• pulso.
• respiração.
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• pressão arterial (PA), quando possível.
• temperatura.
 Avaliar os 3 Sinais Diagnósticos:
• tamanho das pupilas;
• enchimento capilar (perfusão sanguíneas das extremidades);
• cor da pele.
Quadro 1: Exame clínico das pupilas.
 Realizar o exame físico na vítima:
• pescoço;
• cabeça;
• tórax;
• abdômen;
• pelve;
• membros inferiores;
• membros superiores;
• dorso.
O que o prestador de primeiros socorros deve observar ao avaliar o pulso e a respiração:
Pulso:
•Frequência: É aferida em batimentos por minuto, podendo ser normal (normocárdico), lenta
(bradicárdico) ou rápida (taquicárdico).
• Ritmo: É verificado através do intervalo entre um batimento e outro. Pode ser regular ou irregular.
• Intensidade: É avaliada através da força da pulsação. Pode ser cheio (quando o pulso é forte) ou fino
(quando o pulso é fraco).
Respiração:
• Frequência: É aferida em respirações por minuto, podendo ser: normal (eupneico), lenta (bradipneico) ou
rápida (taquipneico).
• Ritmo: É verificado através do intervalo entre uma respiração e outra, podendo ser regular ou irregular.
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• Profundidade: Deve-se verificar se a respiração é profunda ou superficial.
CONDIÇÕES GERAIS DA VÍTIMA
É preciso, após a avaliação e devido preparo da cena, analisar a condição da vítima de acidente ou
mal clínico, para que se adote o procedimento adequado, de acordo com o que a situação exige. Todos
esses procedimentos devem ser efetuados com o máximo de agilidade e exatidão possíveis, uma vez que o
tempo é um fator crucial para determinar ou não a sobrevivência, ou mesmo a recuperação sem sequelas
de uma vítima. Portanto é necessário que o prestador de socorro seja decidido, mantenha a calma, e afaste
curiosos a fim de proporcionar um maior espaço para se trabalhar da melhor maneira possível.
Deve-se obter um breve prognóstico sobre as condições da vítima, observando-se primeiramente
os seus sinais, ou seja, tudo aquilo que se pode notar, examinando a pessoa lesada (respiração, palidez,
pele fria, etc.) além de se examinar também os sintomas sentidos pelas vítimas informados por ela própria
(náusea, vertigem, tontura, dor, etc.) e os sinais vitais, cuja ausência ou mesmo alteração indica uma grave
irregularidade no funcionamento normal do organismo entre esses sinais estão: pulsação (batimento do
coração), pressão arterial, respiração e temperatura corporal.
Estudos científicos mais recentes indicam a dor, tida então como sintoma, como um quinto sinal
vital, partindo do princípio de que ela só é sentida por quem está ainda vivo. Usa-se então, tanto pelo
socorrista leigo, quanto pelo profissional um parâmetro para se medir e avaliar o nível de consciência da
vítima chamado A.V.D.I (Alerta, Voz, Dor e Inconsciência):
1- ALERTA: Quando a pessoa que presta o socorro nota que, ao tocar a vítima, esta reage de uma forma
instantânea e espontânea ao sinal do socorrista, numa situação de trauma ou clínica, esta se encontra
na fase de alerta, ou fase A. Isto significa que a vítima ainda tem em suas funções corporais e atividade
neurológica ativas, ou seja, o cérebro que sob risco, ainda está sendo suprido de oxigênio e
funcionando.
2- VOZ: Nota-se que, quando a vítima passa a não responder a estímulos sonoros, como por exemplo ser
chamada pelo nome, esta encontra-se na fase V, ou seja, está num processo de perda de consciência,
uma vez que a audição é um dos últimos sentidos a se perder antes do cérebro ficar inconsciente.
3- DOR: Não havendo resposta aos estímulos sonoros, a vítima tem de ser submetida ao teste da chamada
fase D, isto é para perceber se a pessoa ainda sente dores, o que indicaria um leve estado de
consciência, o socorrista realiza um movimento com uma das mãos fechadas friccionando-a na região da
junção de seus dedos, na região central do tórax da vítima.
Esta, por sua vez, tentando inibir o movimento do socorrista ou mesmo gesticulando ou demonstrando
com expressões faciais que o friccionar de seu tórax a incomoda, indica que ainda sente dores. Caso não haja
nenhum tipo de reação da vítima ao estímulo, deve-se considerar a etapa seguinte.
4- INCONSCIÊNCIA: Nessa fase, a pessoa vitimada encontra-se totalmente inconsciente, ou seja, não está
havendo atividade cerebral em seu organismo. Percebendo-se a inconsciência quando ela não reagiu a
nenhum dos três estímulos anteriores (alerta, voz e dor), o que é muito preocupante, uma vez que o
cérebro começa a ter danos irreversíveis a partir de 6 minutos sem receber oxigênio.
PRIORIDADES DO CUIDADO DE EMERGÊNCIA
O foco do cuidado de emergência é preservar a vida, evitar a deterioração, antes que o tratamento
definitivo possa ser fornecido, e restaurar a vítima à função ótima. Quando o cuidado é fornecido para uma
vítima em uma situação de emergência, devem ser tomadas muitas decisões vitais. Essas decisões exigem
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um julgamento razoável com base em uma compreensão da condição que produziu a emergência e seu
efeito sobre a pessoa. O cuidado enfoca a determinação da extensão da lesão ou doença e o
estabelecimento de prioridades para iniciar o tratamento. Essas prioridades são determinadas por qualquer
ameaça para a vida da pessoa. As condições que interferem com a função fisiológica vital (por exemplo: via
aérea obstruída, sangramento) têm prioridade. Em geral, as lesões de face, pescoço e tórax que
comprometem a respiração são mais urgentes.
PRINCÍPIOS DO CUIDADO DE EMERGÊNCIA
O cuidado de emergência de qualquer paciente baseia-se nos seguintes objetivos:
Estabelecer uma via aérea permeável e fornecer a ventilação adequada – empregando medidas de
reanimação quando necessário – protegendo a coluna vertebral cervical, em primeiro lugar, e
avaliando as lesões do tórax com subsequentes obstrução das vias aéreas ou comprometimento
ventilatório;
Avaliar e restaurar o débito cardíaco pelo controle da hemorragia e suas consequências, prevenir e
tratar o choque e manter ou restaurar a circulação efetiva;
Determinar a capacidade da vítima de seguir os comando e avaliar as habilidades motoras e o
tamanho e a reatividade das pupilas;
Realizar um exame físico inicial rápido e contínuo (o curso clínico do paciente lesado ou gravemente
doente não é estático);
Iniciar a monitorização cardíaca, quando apropriado;
Imobilizar as suspeitas de fraturas;
Proteger e limpar as feridas, aplicar curativos estéreis;
Identificar as alergias e a história clínica que seja significativa (por exemplo: diabetes melito);
IMPORTANTE:
Agir com calma e confiança – evitar o pânico;
Ser rápido, mas não precipitado;
Usar bom senso, sabendo reconhecer suas limitações;
Usar criatividade para improvisação;
Demonstrar tranquilidade, dando ao acidentado segurança;
Manter sua atenção voltada para a vítima quando estiver interrogando-a;
Falar de modo claro e objetivo;
Aguardar a resposta da vítima;
Não atropelar com muitas perguntas;
Explicar o procedimento antes de executá-lo;
Responder honestamente as perguntas que a vítima fizer;
Usar luvas descartáveis e dispositivos boca-máscara, improvisando se necessário, para proteção
contra doenças de transmissão respiratória e porsangue;
Atender a vítima em local seguro (removê-la do local se houver risco deexplosão, desabamento ou
incêndio).
O QUE NÃO FAZER
Abandonar a vítima de acidente;
Omitir socorro sob pretexto de não testemunhar;
Tentar remover a vítima presa nas ferragens, sem estar preparado;
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Tumultuar o local do acidente;
Deixar de colaborar com as autoridades competentes.
O QUE FAZER
Cuidar da sua segurança;
Tomar medidas de proteção;
Análise global da(s) vítima(s) de acidente;
Acionar Recurso Especializado.
COMO AGIR
Manter a calma;
Afastar os curiosos;
Quando aproximar-se, ter certeza de que está protegido (evitar ser atropelado);
Faça uma barreira, protegendo você e a vítima de um novo trauma;
Chamar ajuda;
SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM PRIMEIROS SOCORROS
Existem órgãos e setores governamentais especializados em atender situações de emergência, os
quais deve-se em toda ocorrência ser acionados, ainda que os primeiros socorros já estejam sendo
realizados. Esse contato explica-se porque todo caso acidental ou clínico, deve passar por uma avaliação
médica para excluir possíveis sequelas e a fim de se restabelecer plenamente a vítima. Abaixo, alguns
telefones úteis e a atribuição específica de cada instituição, todos com ligação totalmente gratuita:
- Corpo de bombeiros – 193: Em casos de emergências, incêndios de acidentes domésticos, de trânsito,
resgate de vítimas em que não é possível realizar os primeiros socorros, encarregados de realizar o
transporte da(s) vítima(s) a uma unidade de saúde especializada de acordo com o caso específico.
- Polícia Militar – 190: Responsável por fazer atendimentos prévios, no caso de ser o primeiro serviço
especializado a chegar ao local, manter a ordem do fluxo de trânsito e de pessoas (curiosos), apurar
circunstâncias do acidente e em eventualidades realizar o transporte de vítimas.
- SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) – 192: É um serviço específico de atendimentos de
urgência, criado por uma portaria do Ministério da Saúde, e gerido pela Secretaria de Saúde de cada estado
ou município. Realiza um serviço de atendimento às vítimas de acidentes e estados clínicos que necessitam
de acompanhamento, realizando um atendimento prévio no próprio local ou dentro de ambulâncias,
enquanto a(s) vítima(s) são transportadas a um hospital ou unidade de saúde mais próximos.
- Polícia Rodoviária Federal – 191: Em casos de acidentes em rodovias mais isoladas de grandes centros, é
recomendável acionar o serviço da PRF, pois é a instituição que provavelmente estará mais próxima da
ocorrência, uma vez que é a polícia responsável por zelar do bom fluxo em rodovias nacionais.
- Defesa Civil – 199: É o órgão nacional responsável por organizar prevenções de acidentes e desastres
naturais ou de grandes proporções e trabalhos de resposta a esses acontecimentos, como medidas de
remoção de famílias em áreas potencialmente de risco de desmoronamentos, deslizamentos etc.
Disque Intoxicação (ANVISA) – 0800-722-6001:
É um serviço criado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, com o objetivo de esclarecer
pessoas e profissionais de saúde quanto às ocorrências envolvendo intoxicações dos mais diversos tipos.
Ao chamar estes serviços, o atendente fará algumas perguntas:
Diga seu nome e o número do telefone;
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Local onde está a vítima (referencias);
Diga o que foi que aconteceu - a natureza da emergência;
Número de vítimas - condição da vítima e providências tomadas.
É importante também consultar a lista telefônica em sua região para saber os demais telefones
úteis, de acordo com a localidade em que onde você reside e sempre tê-los à mão para eventuais situações
que se faça necessário esse tipo de contato. Em alguns estado brasileiros (como São Paulo, Distrito
Federal), existe um sistema integrado que une os serviços de Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Civil,
Defesa Civil e serviços de saúde em geral, O chamado CIADE (no caso do Distrito Federal), em que a pessoa
que aciona um dos números das instituições integradas é encaminhada segundo a especificidade de cada
caso, conferindo maior agilidade em casos de emergências. É indispensável que se saibam as técnicas de
primeiros socorros antes de aplicá-las na pratica.
PRECAUÇÕES COM DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
Doenças Transmissíveis pelo Sangue. As mais graves: Hepatite B, Hepatite C e AIDS.
Precauções Universais:
 Prevenir com uso de EPI (luva e máscara)
 Atuar nas emergências
• limpar a área
• dispensar material utilizado
OBSERVAÇÃO: Contato com substâncias corporais:
 Lavar a área atingida e relatar o incidente;
 Se ocorreu em ambiente de trabalho, chamar seu médico ou um infectologista.
EQUIPAMENTOS PARA SOCORRO DE URGÊNCIA
Algodão hidrófilo
Líquido anti-séptico
Tesoura
Gase esterilizada
Soro fisiológico
Pinças
Atadura de gase
Barra de sabão
Válvula para RCP
Colar cervical
Xilocaina spray
Papel e caneta
Atadura de crepom
Compressas limpas
Talas variadas
Cotonete
Água oxigenada
Garrote
Bandagem
Esparadrapo
Luva de procedimentos
ACIDENTES DE TRABALHO
É o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte, perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade do
trabalho. Considera-se também como sendo acidente de trabalho:
Doenças decorrentes do trabalho:
Doença ocupacional: É a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada
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atividade. Exemplo: O trabalho com manipulação de areia, sem a devida proteção, pode levar ao
aparecimento de uma doença chamada silicose. A própria atividade laborativa basta para comprovar a
relação de causa e efeito entre o trabalho e a doença.
Doença do trabalho: É a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é
realizado e com ele se relacione diretamente. Exemplo: O trabalho num local com muito ruído e sem a
proteção recomendada pode levar ao aparecimento de uma surdez. Neste caso, necessita-se comprovar a
relação de causa e efeito entre o trabalho e a doença.
NÃO são consideradas como doenças do trabalho:
A doença degenerativa = diabetes;
A inerente a grupo etário = o reumatismo;
A que não produza incapacidade laborativa = a miopia; e
A doença endêmica, a exemplo da malária, adquirida por segurado habitante de região em que ela se
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado
pela natureza do trabalho.
EQUIPARA-SE ao acidente de trabalho:
I - O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente
para a morte do segurado, para a redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão
que exija atenção médica para sua recuperação;
II - O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência (excesso de confiança), de negligência (falta de atenção) ou de imperícia
(inabilitação) de terceiro ou de companheiro de trabalho;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos (quedas de raios) ou decorrentes de força
maior (enchentes);
III - A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade:
Exemplo:
A AIDS adquirida por profissional de saúde ao manipular instrumento com sangue ou outro produto
derivado contaminado.
IV - O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar
proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos
para melhorar capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive
veículo de propriedade do segurado; e
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de
locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado;
V - Nos períodos destinados à refeição ou ao descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades
fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
Principais Conceitos
Acidente: É o evento não-programado nem planejado que resulta em lesão, doença ou morte, dano ou
outro tipo de perda.
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Incidente: É o evento que tem o potencial de levar a um acidente ou que deu origem a uma acidente.
Perigo: É a fonte ou situação com potencial para provocar danos ao homem, à propriedade ou ao meio
ambiente, ou a combinação destes.
Risco: É a combinação da probabilidade de ocorrência e da gravidade de um determinado evento perigoso.
Dano: É a consequência de um perigo, em termos de lesão, doença, prejuízo à propriedade, meio ambiente
ou uma combinação destes.
Saúde: É o equilibrado bem-estar físico, mental e social do ser humano.
Principais causas dos acidentes e doenças do trabalho
Inúmeros fatores contribuem para a ocorrência de acidentes e doenças nos locais detrabalho.
Geralmente, adotam-se concepções simples e erradas para aquilo que causouos acidentes ou doenças,
buscando-se, desta forma, o consolo para os infortúnios atravésda alegação de que foi coisa do destino, má
sorte, obra do acaso, castigo de Deus. Na verdade, todos os acidentes podem ser evitados se providências
forem adotadas comantecedência e de maneira compromissada e responsável.
Estudos informam que a maioria dos acidentes edoenças decorrentes do trabalho ocorre,
principalmente, por:
Falta de planejamento e gestão gerencial compromissada com o assunto;
Descumprimento da legislação;
Desconhecimento dos riscos existentes no local de trabalho;
Inexistência de orientação, ordem de serviço ou treinamento adequado;
Falta de arrumação e limpeza;
Utilização de drogas no ambiente de trabalho;
Inexistência de avisos, ou sinalização sonora ou visual sobre os riscos;
Prática do improviso (jeitinho brasileiro) e pressa;
Utilização de máquinas e equipamentos ultrapassados ou defeituosos;
Utilização de ferramentas gastas ou inadequadas;
Iluminação deficiente ou inexistente;
Utilização de escadas, rampas e acessos sem proteção coletiva adequada;
Falta de boa ventilação ou exaustão de ar contaminado;
Existência de radiação prejudicial à saúde;
Utilização de instalações elétricas precárias ou defeituosas;
Presença de ruídos, vibrações, calor ou frio excessivos; e
Umidade excessiva ou deficitária.
COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO
Após a execução das medidas de primeiros socorros e assistência ao acidentado, todaempresa
deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro diaútil seguinte ao da
ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente,sob pena de multa variável entre o
limite mínimo e o limite do salário da contribuição,sucessivamente aumentada nas reincidências.Em caso
de morte, é obrigatória a comunicação à autoridade policial. (SESI/SEBRAE, 2005).
Epidemiologia
Durante o ano de 2007, foram registrados no INSS cerca de 653,1 mil acidentes do trabalho.
Comparado com 2006, o número de acidentes de trabalho aumentou 27,5%. O maior impacto deste
aumento (98,6%) deveu-se aos acidentes sem CAT registrada. Para os acidentes do trabalho registrados o
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ano de 2007 comparado com o de 2006 aumentou em apenas 3,7%. Do total de acidentes registrados os
acidentes típicos representaram 80,7% do total de acidentes registrados, os de trajeto 15,3% e as doenças
do trabalho 4%. As pessoas do sexo masculino participaram com 79,3% e as pessoas do sexo feminino
20,7% nos acidentes típicos; 66,7% e 33,3% nos de trajeto; e 56,1% e 43,9% nas doenças do trabalho. Nos
acidentes típicos e nos de trajeto, a faixa etária decenal com maior incidência de acidentes foi a constituída
por pessoas de 20 a 29 anos com, respectivamente, 39,8% e 41,5% do total de acidentes registrados. Nas
doenças de trabalho a faixa de maior incidência foi a de 30 a 39 anos, com 31,9% do total de acidentes
registrados.
Na distribuição por setor de atividade econômica, o setor agrícola participou com 5,1% do total de
acidentes registrados, o setor de indústrias com 49,3% e o setor de serviços com 45,6%, excluídos os dados
de atividade “ignorada”. Nos acidentes típicos, os subsetores com maior participação nos acidentes foram
produtos alimentares e bebidas, com 12% e saúde e serviços sociais, com 8,5% do total. Nos acidentes de
trajeto, as maiores participações foram dos serviços prestados principalmente a empresas e do comércio
varejista com, respectivamente, 13,5% e 12,6%, do total. No ano de 2007, dentre os 50 códigos de CID com
maior incidência nos acidentes de trabalho, os de maior participação foram ferimento do punho e da mão
(S61), dorsalgia (M54) e fratura ao nível do punho ou da mão (S62) com, respectivamente, 11,5%, 7,8% e
6,4% do total. Nas doenças do trabalho os CID mais incidentes foram Sinovite e tenossinovite, lesões no
ombro e dorsalgia, com 20,3%, 17% e 7,6%, do total.
As partes do corpo com maior incidência de acidentes de motivo típico foram o dedo, a mão
(exceto punho ou dedos) e o pé (exceto artelhos) com, respectivamente, 30,4%, 9% e 7,3% do total. Nos
acidentes de trajeto, as partes do corpo foram Partes Múltiplas, Pé (exceto artelhos) e Joelho e articulações
do tornozelo com, respectivamente, 11,2%, 8,4% e 6,3% do total. Nas doenças do trabalho, as partes do
corpo mais incidentes foram o ombro, o dorso (inclusive músculos dorsais, coluna e medula espinhal) e o
ouvido (externo, médio, interno, audição e equilíbrio), com 16,7%, 12,3% e 11,5%, respectivamente.
(MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2009).
MEDIDAS E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL
Para prevenir os acidentes e as doenças decorrentes do trabalho, a ciência e astecnologias colocam
à nossa disposição uma série de medidas e equipamentos deproteção coletiva e individual.
As medidas e os equipamentos de proteção coletiva visam, além de proteger muitostrabalhadores ao
mesmo tempo, à otimização dos ambientes de trabalho, destacando-sepor serem mais rentáveis e duráveis
para a empresa.
Exemplos:
Limpeza e organização dos locais de trabalho.
Sistema de exaustão colocado em um ambiente de trabalho onde há poluição.
Isolamento ou afastamento de máquina muito ruidosa.
Colocação de aterramento elétrico nas máquinas e equipamentos.
Proteção nas escadas através de corrimão, rodapé e pastilha antiderrapante.
Instalação de avisos, alarmes e sensores nas máquinas, nos equipamentos eelevadores.
Limpeza ou substituição de filtros e tubulações de ar-condicionado.
Instalação de pára-raios.
Iluminação adequada.
Isolamento de áreas internas ou externas com sinalização vertical e horizontal.
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DEFINIÇÕES DE EPC E EPI
Equipamento de Proteção Coletiva - EPC: É toda medida ou dispositivo, sinal,imagem, som, instrumento ou
equipamento destinado à proteção de uma ou maispessoas.
Figura 1: EPC
Equipamento de Proteção Individual - EPI:É todo dispositivo de usoindividual, destinado à proteção de uma
pessoa.
Figura 2: EPI
Quando usar o EPI
Quando não for possível eliminar o risco por outras medidas ou equipamentos deproteção coletiva.
Quando for necessário complementar a proteção coletiva.
Em trabalhos eventuais ou emergenciais.
Em exposição de curto período.
Como escolher o EPI
A escolha do EPI deve ser feita por pessoal especializado, conhecedor não só doequipamento, como
também das condições em que o trabalho é executado.
É preciso conhecer também o tipo de risco, a parte do corpo atingida, as características equalidades
técnicas do EPI, se possui Certificado deAprovação - CA do Ministério do Trabalho e Emprego e,
principalmente, o grau de proteção que o equipamento deveráproporcionar
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES – CIPA
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) é, segundo a legislação brasileira, uma
comissão constituída por representantes indicados pelo empregador e membros eleitos pelos
trabalhadores, de forma paritária, em cada estabelecimento da empresa, que tem a finalidade de prevenir
acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho
com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
Características
A CIPA tem suporte legal no artigo 163 da Consolidação das Leis do Trabalho e na Norma
Regulamentadora nº 5 (NR 5), aprovada pela Portaria nº 08/99, da Secretaria de Segurança e Saúde no
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Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. A NR 5 trata do dimensionamento, processo eleitoral,
treinamento e atribuições da CIPA. A CIPA deverá ter mandato de um ano, e ser assim constituída: igual
número de representantes do empregador (indicados pela empresa) e de representantes dos empregados
(eleitos); o presidente da CIPA deve ser escolhido pela empresa, dentre os membros por ela indicados; o
vice-presidente da CIPA deve ser eleito dentre os representantes eleitos titulares, em eleição de que
participam todos os representantes eleitos, inclusive os suplentes; o secretário da CIPA pode ser escolhido
entre os membros da Comissão ou até mesmo ser um funcionário que dela não faça parte, mas seu nome
precisa ser necessariamente aprovado por todos os cipeiros, eleitos e indicados. Cabe ao presidente e ao
vice-presidente da CIPA mediar conflitos, elaborar o calendário de reuniões ordinárias e constituir
Comissão Eleitoral para a regular o processo de eleição da CIPA subsequente. Cabe ao secretário da CIPA
elaborar as atas das reuniões ordinárias da Comissão.
Atuação
O objetivo da CIPA é "observar e relatar as condições de risco nos ambientes de trabalho e solicitar
medidas para reduzir até eliminar os riscos existentes e/ou neutralizar os mesmos..." Sua missão é,
portanto, a preservação da saúde e integridade física dos trabalhadores. Seu papel mais importante é o de
estabelecer uma relação de diálogo e conscientização, de forma criativa e participativa, entre gerentes e
empregados, em relação à forma como os trabalhos são realizados, objetivando sempre melhorar as
condições de trabalho, visando a humanização do trabalho. Não obstante, a CIPA é um órgão supra
corporativo e independente, não subordinado a nenhuma área da empresa nem a nenhum funcionário
desta. Quando o estabelecimento não se enquadra na obrigatoriedade de constituição de CIPA, é exigida a
designação de uma pessoa com o treinamento específico, para desempenhar as atribuições da Comissão.
Garantia de Emprego
A Consolidação das Leis do Trabalho e a Constituição Federal Brasileira garantem aos membros
titulares da CIPA eleitos (os representantes dos empregados) dois anos de estabilidade no emprego,
durante os quais só poderão ser desligados através de demissão por justa causa. O período de estabilidade,
na verdade, tem uma duração um pouco maior do que dois anos: vai do momento de registro da
candidatura do empregado à CIPA até um ano após o término de seu mandato. Hoje é reconhecida
também a estabilidade do suplente eleito, conseguida através de jurisprudência.
SUPORTE BÁSICO DE VIDA NO ADULTO (BLS ou SBV)
É o primeiro socorro de emergência que enfoca a identificação de parada respiratória e cardíaca e
fornece RCP (reanimação cardiopulmonar) até que a vítima responda ou o próximo tipo de suporte de vida
seja iniciado.
São procedimentos emergenciais que não necessitam de um profissional de saúde pra realizá-lo.
Podem, e devem ser executados por qualquer pessoa, desde que devidamente treinada e capacitada. Daí a
grande importância do treinamento da população. Existe toda uma sequência a ser seguida, visando
priorizar as causas de maior morbimortalidade. Uma das maiores causas de óbito na população de todo o
mundo está relacionada a acontecimentos cardiovasculares que numa grande maioria pode evoluir para
parada cardiorrespiratória. Esta é provavelmente uma das causas de maior aplicação do SBV. O
atendimento pré-hospitalar é um conjunto de medidas e procedimentos técnicos (Suporte Básico e
Avançado de Vida) que objetivam permitir a vítima receber abordagem momentânea, visando o não
agravamento de lesões já existentes ou geração de novas lesões.
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PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA – PCR
É a cessação súbita da atividade ventricular associada à ausência da atividade respiratória. Deve ser
identificada pela ausência de pulso central. Atualmente pelo protocolo da American Heart Association
(AHA-2010), a identificação da PCR pode ser feita por leigos através da ausência dos seguintes sinais: vítima
irresponsiva; ausência de respiração ou respiração anormal (isto é, apenas com gasping). Uma vez
identificada a PCR, deve-se imediatamente ser iniciada a reanimação cardiopulmonar (RCP), visando o
mínimo de sequelas que podem ser causadas pela falta de oxigenação cerebral.
A parada cardíaca acontece quando o coração para de produzir pulso e circulação sanguínea efetivos.
Ela pode ser decorrente de um evento elétrico cardíaco, como ocorre quando a FC (frequência cardíaca) é
muito rápida (especialmente na taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular) ou muito lenta
(bradicardia ou bloqueio AV), ou quando não há frequência cardíaca de todo (assistolia). Outras causas da
parada cardíaca são: infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, choque, afogamento, descarga
elétrica, drogas, parada respiratória, dentre outras. A parada cardíaca sempre é acompanhada de parada
respiratória, sendo que esta última se não tratada desencadeará a parada cardíaca. A parada cardíaca
também pode acontecer quando a atividade elétrica está presente, mas não existe contração cardíaca ou
volume circulante ineficaz, o que é denominado de atividade elétrica sem pulso (PEA).
Originalmente chamada de dissociação eletromecânica (EM), a PEA pode ser causada por
hipovolemia (por exemplo: sangramento excessivo), tamponamento cardíaco, hipotermia, embolia
pulmonar, e infarto agudo do miocárdio. Danos graves podem ocorrer ao cérebro caso seja a hipóxia
cerebral persistente, porém a RCP precoce minimiza esta situação. Observe abaixo, que quanto mais
precoce a intervenção, menores danos ocorrerão:
0 – 4 minutos: danos cerebrais praticamente evitáveis;
4 – 6 minutos: danos cerebrais mais prováveis;
6 – 10 minutos: danos cerebrais praticamente inevitáveis;
Acima de 10 minutos: danos cerebrais inevitáveis.
Manifestações Clínicas
A consciência, o pulso e a pressão arterial são perdidos de imediato. O esforço respiratório ineficaz
pode ocorrer. As pupilas dos olhos começam a dilatar dentro de 45 segundos. As convulsões podem ocorrer
ou não. O risco de lesão cerebral irreversível e morte aumentam a cada minuto, a partir do momento em
que cessa a circulação. O intervalo varia com a idade e com a condição subjacente do paciente. Durante
este período o diagnóstico de parada cardíaca deve ser feito e as medidas devem ser empreendidas para
restaurar a circulação.
Alerta: O sinal mais confiável de parada cardíaca é a ausência de um pulso. No
adulto e na criança, o pulso carotídeo é avaliado. Em um lactente, o pulso
braquial é avaliado. Não se deve perder tempo valioso verificando-se a pressão
arterial, auscultando o batimento cardíaco ou verificando o contato adequado dos
eletrodos.
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR NO ADULTO – RCP
A reanimação cardiopulmonar (RCP) é uma técnica de suporte básico de vida, com a finalidade de
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oxigenar o cérebro e o coração, até que o tratamento médico apropriado possa restaurar as ações
cardíacas e ventilatórias normais.
Indicações:
1- Parada cardíaca:
a) Fibrilação ventricular
b) Taquicardia ventricular
c) Assistolia
d) Atividade elétrica sem pulso
2- Parada respiratória:
a) Afogamento
b) Acidente vascular encefálico – AVE
c) Obstrução da via aérea por corpo estranho – OVACE
d) Inalação de fumaça
e) Overdose de drogas
f) Eletrocussão/lesão por raio
g) Sufocação
h) Acidente/lesão
i) Coma
j) Epiglotite
Avaliação:
1- Perda imediata da consciência;
2- Ausência de ruídos respiratórios ou de movimento de ar através do nariz ou da boca;
3- Ausência de pulso carotídeo ou femoral palpável, ausência de pulso nas grandes artérias.
Complicações:
1- Síndrome da angústia pós-reanimação (distúrbios secundários em múltiplos órgãos);
2- Comprometimento neurológico, lesão cerebral.
Alerta:A vítima que foi reanimada está em risco de outro episódio de parada cardíaca.
Cadeia de Sobrevivência do Adulto
Fonte: American Heart Association, 2010, p.02.
Abordagem Inicial:
1- Avalie a responsividade da vítima, tocando firmemente e estimulando-a em voz alta.
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2- Ao verificar a responsividade verificar rapidamente se há respiração ou se a mesma é anormal (isto é,
não respirando ou apenas com gasping);
3- Peça ajuda EFETIVA (cada local em que esteja ocorrendo a abordagem tem sua ajuda específica, ex.:
hospital, domicílio, etc....), quando presente, solicitar o DEA/DAE (Desfibrilador Externo
Automático);
4- Posicione a vítima em superfície rígida em posição dorsal;
Figura 3: Avaliando responsividade.
SBV: Foi colocado as traduções em inglês, para a melhor fixação da ordem do atendimento:
C – Circulation – Circulação
A – Airway – Via aérea
B – Breathing – Respiração
D – Desfibrilaion – Desfibrilação (DEA) ou Dsability Neurológico
C – Circulação:
Deve-se procurar por sinais de circulação (leigos) e pulsos centrais (profissionais de saúde);
Os sinais de circulação aceitos e instituídos na diretriz AHA-2012 são:
a) Vítima não responsiva;
b) Vítima sem respiração;
c) Vítima com respiração anormal (isto é, apenas com gasping).
Os locais apropriados para checagem de pulsos são:
a) Adultos: Femural e Carotídeo.
Uma vez identificada à ausência de pulso deve ser iniciada as compressões torácicas seguindo a
relação abaixo:
a) 30:2 (30 compressões para 2 ventilações) – 1 ou 2 socorristas.
Compressões Torácicas
Consistem em aplicações rítmicas e seriadas de pressão sobre a metade inferior do esterno.
Orientações do Procedimento: Reanimação Cardiopulmonar
Compressões Torácicas
Justificativa
1. Ajoelhar-se o mais próximo possível do lado do
tórax da vítima. Colocar a palma de uma das mãos
1. O eixo longitudinal da palma da mão do reanimador deve
sobre a metade inferior do esterno, 3,8cm a partir da ser colocado sobre o eixo longitudinal do esterno; desta
extremidade do processo xifóide. Os dedos podem
maneira, a força principal de compressão é sobre o esterno
ficar estendidos ou entrelaçados, mas devem-se
e diminui a possibilidade de fratura de costela.
manter afastados do tórax.
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2. Enquanto mantém seus braços retos, cotovelos
travados e os ombros posicionados diretamente
sobre suas mãos, deprimir, de forma rápida e
vigorosa, a metade inferior do esterno da vítima para
baixo, 5cm.
3. Liberar completamente a compressão torácica
externa e permitir que o tórax volte à sua posição
normal depois de cada compressão. O tempo
permitido para a liberação deve ser igual ao tempo
necessário para a compressão. Não levantar as mãos
do tórax ou mudar de posição.
3. A liberação da compressão torácica externa permite que
o sangue flua para dentro do coração.
4. As compressões e as ventilações devem ser combinadas.
Verificar o retorno do pulso carotídeo. Quando ausente,
retomar a RCP com 30 compressões seguidas de 2
ventilações.
4. Realizar 30 compressões e em seguida duas
ventilações.
5. Para RCP com um ou dois socorristas a frequência é
de no mínimo 100 compressões por minuto. A relação
compressão ventilação é de 30:2.
6. Enquanto a reanimação prossegue, são realizados
esforços simultâneos para obter e usar o material
especial de reanimação, visando controlar a
respiração e circulação, bem como fornecer os
cuidados definitivos.
Fonte: Adaptado:NETTINA, 2001, p. 1045.
6. Os cuidados definitivos são desfibrilação, farmacoterapia
para arritmias e distúrbios ácido-básicos, bem como
monitoração contínua e cuidados especializados em
unidade de terapia intensiva.
Figura 4: Posição compressão torácica no adulto.
Importante:
Não se deve levar mais do que 10 segundos verificando o pulso e, caso não sinta o pulso em 10
segundos, deve iniciar a RCP e se possível utilizar o DEA/DAE (Desfibrilador Externo Automático);
Enfatizar a RCP de alta qualidade (com frequência e profundidade de compressões torácicas
adequadas, permitindo retorno total do tórax após cada compressão, minimizando interrupções
nas compressões e evitando ventilação excessiva);
Iniciar com 30 compressões torácicas seguidas pelas 2 ventilações de resgate;
A profundidade de compressão em adultos é de no mínimo 2 polegadas, ou seja, 5 centímetros;
Após 5 ciclos verificar pulso e respiração;
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No caso de apenas parada cardíaca deve-se aplicar no mínimo 100 compressões por minuto sem
interrupções;
O socorrista deve continuar a RCP até a chegada e preparação de um DEA/DAE para uso ou até a
reversão da parada cardíaca.
A – Via Aérea:
Abertura da via aérea é feita através de manobras específicas para cada situação:
a) Vítima com suspeita de trauma: Elevação da mandíbula, com abertura da boca, sem
hiperextensão do pescoço.
Figura 5: Abertura de via aérea com elevação da mandíbula.
b) Vítima sem suspeita de trauma: Hiperextensão do pescoço, com elevação da mandíbula.
Figura 6: Abertura de via aérea com hiperextensão do pescoço.
B – Respiração:
 Uma vez aberta via aérea, deve-se imediatamente instituir 2 ventilações de resgate com pressão
positiva – sem esforço excessivo, apenas o fluxo normal de uma ventilação.
a) Boca a boca (a), com dispositivo de proteção (b);
b) Boca-boca-nariz (até 1 ano) (c);
c) Bolsa-válvula-máscara com reanimador manual (AMBU) (d).
Figura 7: Ventilação de resgate.
Importante:
Realizar ventilação de emergência – o socorrista deve-se posicionar de joelhos atrás da cabeça da
vítima e segurar o reanimador manual (AMBU) com a técnica EC, ou seja, os dedos polegar e
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indicador formando um C segurando a máscara na face e os demais dedos formando um E no
ângulo da mandíbula, assim garantindo um posicionamento efetivo da máscara;
Figura 8: Técnica para posição do reanimador manual.
Ventilar o paciente com duas ventilações plenas, expirando depois de cada ventilação. Quando a
tentativa de ventilação inicial não for bem sucedida, reposicionar a cabeça do paciente e repetir a
ventilação de emergência.
Quando existe um pulso palpável, mas a respiração está ausente, iniciar a ventilação de emergência
em uma frequência de 8 a 10 ventilações por minuto (1 ventilação a cada 6 a 8 segundos), cerca de
1 segundo por ventilação;
Verificar se as ventilações estão efetivas observando a elevação do tórax no momento da insuflação
do reanimador manual;
D – Desfibrilador:
O desfibrilador é um aparelho que transmite um choque elétrico para o coração, a fim de converter a
arritmia em ritmo sinusal normal. Estes não são usados para converter outros ritmos cardíacos anormais e
rápidos. É utilizado para liberar uma corrente elétrica que estimula uma massa crítica de células
miocárdicas. Isso permite que o nódulo sinusal recapture sua função como marcapasso do coração. A
corrente elétrica pode ser liberada através de conchas ou eletrodos em placas. As placas são posicionadas
diante do tórax, o que constitui o posicionamento padrão dos eletrodos, ou um eletrodo pode ser
posicionado sobre o tórax e o outro conectado a um adaptador com um cabo longo e posicionado sob as
costas do paciente, o que é chamado de posicionamento ântero-posterior.
Um desfibrilador externo automático (DEA) pode ser usado dentro do hospital ou na comunidade, a
fim de liberar o choque elétrico para o coração, antes que profissionais treinados possam chegar com um
desfibrilador manual. Só existem dois ritmos chocáveis pelo DEA: FV (Fibrilação Ventricular) e TV sem pulso
(Taquicardia Ventricular). A FV é o ritmo mais frequente da parada cardiorrespiratória entre os adultos. É
definido como um ritmo desordenado do coração que não é capaz de gerar pulso. Literalmente o coração
fibrila – “treme”. A TV sem pulso é um ritmo também muito frequente e rápido, porém, ao contrário da FV,
este mantém um ritmo regular, entretanto é incapaz de gerar pulso. Quando houver dois socorristas
treinados, um avalia a vítima enquanto o outro prepara ou disponibiliza o DEA. O socorrista que está
avaliando a vítima pode e deve iniciar a RCP, até a disponibilidade do DEA. No caso de ter sido presenciada
a síncope da vítima e a abordagem ter sido realizada em menos de cinco minutos, o desfibrilador deve ser
usado, mesmo antes de iniciar o SBV.
Passo a passo para a utilização do DEA:
1- Ligar o DEA;
2- Certificar se a vítima está limpa e seca;
3- Conectar o cabo dos eletrodos no aparelho;
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4- Fixar as pás no tórax da vítima;
5- Afastar-se da vítima;
6- Pressionar o botão analisar;
Após análise do DEA: se for reconhecido um ritmo chocável:
7- Certificar-se que todos, inclusive você, estejam afastados (“cante”: um, eu estou fora; dois: vocês
estão fora: três: todos estão fora. VOU CHOCAR);
8- Pressione o botão do choque;
9- Imediatamente após o choque, o próprio DEA solicita que seja re-iniciada RCP;
10- Após realizar 5 ciclos, deve ser solicitado reavaliação do ritmo;
11- Se o ritmo houver alterado, deve-se observar qual ritmo e então checar pulso;
ATENÇÃO: Apesar da mudança do ritmo, o paciente pode permanecer em PCR, somente tendo mudado
para um padrão de ritmo que não seja chocável (assistolia).
Figura 9: Utilização do DEA.
Quando interromper a RCP no Suporte Básico de Vida
1- Caso ocorra restabelecimento da circulação e da ventilação espontânea;
2- Com a chegada da equipe de Suporte Avançado de Vida;
3- Exaustão do socorrista;
4- Critérios diagnósticos de rigoris mortis;
SUPORTE BÁSICO DE VIDA EM PEDIATRIA
O Suporte Básico de Vida em pediatria segue as mesmas recomendações do Suporte Básico de Vida
no adulto, apresentando as seguintes exceções:
Profundidade adequada das compressões é de no mínimo um terço da dimensão anteroposterior do
tórax: isto corresponde, aproximadamente, uma polegada e meia (cerca de 4cm) na maioria dos
lactentes e cerca de duas polegadas (5cm) na maioria das crianças;
Para lactentes, preferir o desfibrilador manual a um DEA/DAE para a desfibrilação. Se não houver um
desfibrilador manual disponível, preferir um DEA/DAE equipado com atenuador de carga
pediátrico. Se nenhum dos dois estiver disponível, usar um DEA/DAE sem atenuador de carga
pediátrico;
Verificação do pulso no lactente na artéria braquial e na criança preferir o pulso carotídeo ou
femoral;
Relação compressão ventilação para crianças e lactentes: 1 socorrista – 30:2; 2 socorristas – 15:2;
Na Cadeia de Sobrevivência do lactente deve-se pedir ajuda só após ter realizado um minuto de RCP;
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Figura 10: Cadeia de sobrevivência pediátrica.
Posição para compressão torácica na criança: utilizar apenas uma das mãos posicionada no centro do
tórax, entre os mamilos;
Posição para compressão torácica no lactente: traçar uma linha imaginária entre os mamilos e
realizar as compressões com os dedos indicador e médio.
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR NA CRIANÇA (1 A 8 ANOS) - RCP
Avaliar nível de consciência;
Pedir ajuda efetiva;
C – Circulação, se ausente, aplicar 30 compressões quando 1 socorrista ou 15 compressões quando 2
socorristas na razão de 100 por minuto;
A – Vias aérea;
B – Respiração, aplicar 2 ventilações de resgate;
Reavaliar ao final de cada 5 ciclos.
Reavaliando a Circulação
Após 5 ciclos avaliar sinais de circulação por 10 segundos se não estiver respirando e não
apresentar outros sinais de circulação, continuar RCP. Se estiver respirando e apresentar sinais de
circulação colocar a vítima em posição de recuperação. Se não estiver respirando, mas apresentar
sinais de circulação, aplicar uma insuflação a cada 6 a 8 segundos. Reavaliar os sinais de circulação a
cada 2 minutos.
Posicionamento das mãos para compressão torácica na criança:
 Posicionar uma das mãos sobre o centro do peito, entre os mamilos;
 Comprimir o tórax cerca de 5cm;
Figura 11: Posição compressão torácica na criança.
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONARNO LACTENTE (29 DIAS A 1 ANO) - RCP
Avaliar o nível de consciência;
Se estiver sozinho, chamar o resgate após 1 minuto de RCP;
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C – Circulação, se ausente, aplicar 30 compressões quando 1 socorrista ou 15 compressões quando 2
socorristas na razão de 100 por minuto;
A – Vias aérea;
B – Respiração, aplicar 2 ventilações de resgate;
Reavaliar ao final de cada 5 ciclos.
Posicionamento das mãos para compressão torácica no lactente:
Traçar uma linha imaginária entre os mamilos e realizar as compressões com os dedos indicador e
médio;
Comprimir o tórax cerca de 4 cm.
Figura 12: Posição compressão torácica no lactente.
Fonte: American Heart Association, 2010.
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TRANSPORTE DE EMERGÊNCIA
Em situações de risco iminente de morte, como: risco de explosão, tráfego intenso de veículos, a
vítima pode ser retirada do local, desde que não coloque em risco a vida de quem vai socorrê-la.
- Técnicas para o transporte de vítimas
Quando houver suspeita de lesões na coluna evitar remover a vítima, a menos que o local apresente
ricos maiores;
Vítimas com suspeita de lesão na coluna devem ser sempre transportadas em decúbito dorsal, sob
superfície plana e rígida;
O sentido do transporte, sempre que possível, deverá ser céfalo-caudal – precaução para evitar-se
aumento da pressão intracraniana;
Quando não houver equipamento adequado, mover a vítima pelas costas no sentido do comprimento
com auxílio de um casaco ou cobertor;
Para erguer a vítima 3 ou 4 socorristas devem apoiar todo o corpo e colocá-la em uma superfície
rígida;
Apoiar sempre a cabeça, impedindo-a de cair para trás.
Figura 13: Transporte de vítimas em emergência.
- Regras gerais para abordagem e movimentação de politraumatizados:
1. Não mover a vítima da posição que se encontra antes de imobilizá-la, exceto quando:
1.1 Estiver num local de risco iminente;
1.2 Sua posição estiver obstruindo suas vias aéreas;
1.3 Sua posição impede a realização da análise primária;
1.4 Para garantir acesso a uma vítima mais grave.
2. A prancha longa onde a vítima será fixada deve possuir o apoio lateral de cabeça e, no mínimo, três
tirantes sendo:
2.1 um na altura das axilas, cruzando o tórax da vítima, sem envolver os membros superiores;
2.2 outro na altura das cristas ilíacas; e
2.3 o terceiro, na altura dos joelhos.
3. Os tirantes da prancha longa devem envolvê-la de tal forma que os vãos para empunhadura fiquem
desobstruídos (os tirantes passarão por debaixo da prancha e serão fixados em cima da mesma).
Rolamento em monobloco com três socorristas: Rolamento 90º graus:
1. Socorrista 1: segura a cabeça da vítima.
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2. Socorrista 2: posiciona-se na lateral da vítima, na altura do tronco, colocando uma das mãos no ombro
contralateral e a outra mão na região pélvica contralateral.
3. Socorrista 3: posiciona-se na mesma lateral que o Socorrista 2, na altura dos membros inferiores da
vítima; coloca uma das mãos na região pélvica, numa posição acima da mão do Socorrista 2 e a outra mão
na altura do terço médio da perna.
Figura 14: Rolamento em monobloco com três socorristas.
4. Socorrista 1: após certificar-se que todos estão na posição correta, faz a contagem combinada pela
equipe em voz alta e todos ao mesmo tempo, efetuam o rolamento em monobloco da vítima.
5. Socorrista 2: retira a mão da região pélvica e traz a prancha para próximo da vítima.
Figura 15: Rolamento em monobloco com três socorristas.
6. Socorrista 2: Examina a região posterior do corpo da vítima.
Figura 16: Rolamento em monobloco com três socorristas.
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7. Socorrista 1: comanda o rolamento em monobloco da vítima para colocá-la sobre a prancha longa.
8. Socorrista 1: mantém a estabilização da coluna cervical, durante todo o procedimento.
Figura 17: Rolamento em monobloco com três socorristas.
9. Socorristas 1, 2 e 3: ajustam, se necessário, a posição da vítima na prancha, em movimentos
longitudinais, apoiando respectivamente a cabeça, ombros e quadris.
10. Socorrista 1: realiza imobilização lateral da cabeça (colocação do imobilizador lateral de cabeça).
11. Socorristas 2 e 3: prendem os tirantes nas seguintes posições:
11.1. Na altura das axilas e cruzando, sem envolver os membros;
11.2. Na altura das cristas ilíacas;
11.3. Na altura dos joelhos.
Rolamento 180º graus:
1. Socorrista 1: posiciona-se de joelhos acima da cabeça da vítima, estabilizando sua coluna cervical,
segurando-a pela mandíbula.
2. Socorrista 2: examina o membro superior do lado ao qual será efetuado o rolamento e o posiciona ao
longo do corpo ou acima da cabeça da vítima, realizando a menor movimentação possível.
3. Socorrista 3: posiciona a prancha longa ao lado da vítima mantendo a distância adequada para o
rolamento.
4. Socorrista 2: posiciona-se de joelhos, no centro da prancha longa, na altura do tórax da vítima
segurando-a pelo ombro e coxa opostos.
5. Socorrista 3: posiciona-se de joelhos, no centro da prancha longa, na altura da coxa da vítima,
segurando-a pela crista ilíaca e na altura da panturrilha.
Figura 18: Rolamento 180 graus.
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6. Socorristas 1, 2 e 3: sob comando de um dos socorristas, efetuam o rolamento em monobloco até que
esteja posicionada lateralmente (90 graus);
Figura 19: Rolamento 180 graus.
7. Socorristas 1, 2 e 3: ajustam suas posições e completam a manobra de rolamento posicionando a vítima
em decúbito dorsal sobre a prancha.
Figura 20: Rolamento 180 graus.
8. Socorrista 3: reposiciona o membro superior da vítima ao longo do corpo, se necessário.
TÉCNICA PARA LEVANTAMENTO DA PRANCHA LONGA:
Socorrista 1 e 2: ficam na cabeceira da prancha, em sua parte lateral, de frente um para o outro, os
joelhos do lado interno encostados ao chão e os joelhos do lado externo dobrados num ângulo de
90 graus e posicionado entre os braços do socorrista. As mãos destes socorristas devem segurar a
prancha longa pelo vão superior da mesma e pelos vãos laterais mais próximo a cabeça da vítima
sendo que uma das mãos deve ficar na posição de pronação e a outra na posição de supinação de
forma a facilitar a elevação da prancha;
Socorrista 3: fica ajoelhado nos pés da prancha, de frente para a mesma, com um joelho apoiado ao
chão e o outro num ângulo de 90 graus e com as mãos segurando os vãos inferiores da prancha
longa sendo que uma mão ficará na posição de pronação e a outra na posição de supinação de
forma a facilitar a elevação da prancha;
Socorrista 1: verifica se todos estão na posição correta e efetua a contagem até três, momento em
que os três socorristas levantarão a prancha, apoiando-a no joelho que está dobrado em 90 graus;
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Socorrista 1: efetua nova contagem até três, momento em que os três socorristas, efetuando força
apenas com as pernas, levantar-se-ão ficando com o corpo ereto e com as mãos estendidas,
segurando a prancha longa.
Observação:
Para efetuar a descida da prancha, deve-se utilizar a mesma técnica.
OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO - OVACE
Assistir ao cliente que apresenta um distúrbio respiratório requer uma compreensão da anatomia e
fisiologia respiratórias. Uma avaliação completa é essencial para o planejamento e a implementação das
intervenções. A avaliação inclui um histórico de saúde, identificação das causas possíveis e dos fatores de
risco, exame para sinais e sintomas e achados do exame diagnóstico. O diagnóstico destaca principalmente
a troca gasosa prejudicada, a depuração ineficaz da via respiratória, ansiedade, intolerância à atividade e
risco para infecção. Os principais objetivos da assistência ao cliente são manter pérvia uma via respiratória,
sustentar a ventilação e manter a oxigenação arterial adequada para atender às demandas teciduais.
A principal função do sistema respiratório é fornecer oxigênio para todos os processos metabólicos e
remover o dióxido de carbono. A troca gasosa adequada é essencial para o funcionamento adequado de
todos os sistemas do organismo. Os movimentos respiratórios são regulados por fatores mecânicos e
químicos, eles são influenciados pela complacência pulmonar, pelo calibre das vias respiratórias e pela
resistência ao fluxo de ar por elas impostas. A asfixia é o bloqueio ou a dificuldade de respiração por
alguma forma de impedimento da entrada de ar nos pulmões. Pode ser também a impossibilidade de troca
gasosa (oxigênio por gás carbônico) eficiente. Este impedimento pode ser causado por afogamento,
inalação de fumaça ou produtos tóxicos, objetos (sacos plásticos, objetos inalados), compressão do
pescoço (enforcamento, esmagamento) ou ausência da respiração por problemas orgânicos.
A obstrução de vias aéreas por corpo estranho (OVACE) em adulto, geralmente ocorre durante a
ingestão de alimentos, e em crianças durante a alimentação ou recreação (sugando objetos pequenos).
Obstrução Parcial
Boa – tossindo com força;
Insuficiente – tosse fraca, ineficiente.
Obstrução Total
Não consegue falar, respirar ou tossir.
Causas comuns de obstrução
Língua
Vômito
Objeto estranho
Edema
Espasmo
- Manifestações Clínicas
A vítima pode agarrar o queixo entre o polegar e os dedos. Tosse fraca e ineficaz, ruídos agudos à
inspiração, angústia respiratória aumentada, incapacidade de falar, respirar ou tossir. O movimento de ar
está ausente na presença de obstrução completa da via aérea. A saturação de oxigênio no sangue diminui
rapidamente porque a via aérea obstruída impede a entrada de ar dentro dos pulmões. Assim, ocorre
déficit de oxigênio no cérebro, resultando na inconsciência, com a morte ocorrendo com rapidez.
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Figura 21: Sinal universal de obstrução de via aérea.
Tratando uma obstrução da via aérea por corpo estranho no adulto
Manobra de Heimlich (Golpes abdominais subdiafragmáticos)
Para a vítima consciente em pé ou sentado:
1- Ficar em pé atrás da vítima; passar seus braços ao redor da cintura da vítima e prosseguir da
seguinte forma:
a) Fechar uma das mãos, colocar o lado do polegar do punho contra o abdome da vítima, na linha
média, ligeiramente acima do umbigo e bem abaixo do processo xifoide. Segurar o punho com
a outra mão;
b) Pressionar o punho para dentro do abdome da vítima com um golpe rápido para cima. Cada
novo golpe deve ser uma manobra separada e distinta. Um golpe abdominal diafragmático, ao
elevar o diafragma pode forçar o ar para dentro dos pulmões para criar uma tosse artificial,
destinada a mover e expelir um corpo estranho obstrutor a partir da via aérea.
2- Aplicar as compressões até expelir o objeto ou até que a vítima fique inconsciente, caso isso ocorra,
analisar a possibilidade de iniciar RCP;
Figura 22: Manobra de Heimlich.
Para a vítima inconsciente e deitada:
1- Posicionar a vítima em decúbito dorsal com a face voltada para cima;
2- Ajoelhar-se ao lado da coxa da vítima, com seu rosto voltado para a cabeça dela;
3- Colocar a palma de uma das mãos contra o abdome da vítima na linha média, um pouco acima do
umbigo e bem abaixo do processo xifóide, colocar a segunda mão diretamente sobre a primeira;
4- Pressionar para dentro do abdome com um golpe rápido e para cima.
Varredura com dedo:
1- Abrir a boca da vítima segurando a língua e a mandíbula entre o polegar e os dedos, e levantar a
mandíbula (levantamento da língua e mandíbula). Esta manobra deve ser utilizada apenas com a
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vítima inconsciente. Tal ação afasta a língua do corpo estranho que pode-se encontrar alojado
nesta área;
2- Introduzir o dedo indicador da outra mão ao longo da parte interna da bochecha e avançar
profundamente dentro da garganta até a base da língua;
3- Usar uma ação de gancho, para desalojar o corpo estranho e manobrá-lo dentro da boca para a
remoção. Tomar cuidado de não forçar o objetivo para um ponto mais profundo na garganta.
Figura 23:Varredura com o dedo para desobstrução de via aérea.
Golpes torácicos com o paciente consciente em pé ou sentado
1- Ficar em pé atrás da vítima com os braços sob as axilas, para envolver o tórax da vítima. Esta
técnica deve ser usada apenas nos estágios avançados de gestação ou na pessoa acentuadamente
obesa;
2- Colocar o lado do polegar do seu punho sobre a parte média do esterno da vítima, para evitar o
processo xifóide e as margens do gradil torácico.
3- Segurar seu punho com a outra mão e realizar golpes para trás, até que o corpo estranho seja
expelido ou que a vítima se torne inconsciente. Cada golpe é administrado com a intenção de
avaliar a obstrução.
Golpe torácico com o paciente inconsciente e deitado
1- Colocar a vítima em decúbito dorsal e ajoelhar-se o mais próximo possível do corpo. Esta manobra
é utilizada apenas nos estágios avançados da gravidez ou quando o ressuscitador não consegue
aplicar a manobra de Heimlich com eficácia para a pessoa inconsciente, acentuadamente obesa;
2- Colocar a palma da sua mão sobre a metade inferior do esterno;
3- Aplicar cada golpe torácico de forma lenta e distinta, com a intenção e aliviar a obstrução.
Desobstrução de vias aéreas – Lactente consciente
Se o bebê estiver consciente, mas não consegue chorar, respirar ou tossir:
1- Segure a cabeça do bebê, com a face para baixo, sobre o seu ante-braço e coxa;
2- Aplique 5 tapinhas entre as escápulas;
3- Vire o bebê com a face para cima;
4- Aplique 5 compressões no peito.
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Figura 24: Manobra para a desobstrução da via aérea no lactente.
Desobstrução de vias aéreas – Lactente inconsciente
1- Verifique a cavidade oral do bebê;
2- Realize 2 ventilações de resgate;
3- Se o ar não entrar para os pulmões;
4- Reveja a técnica e tente insuflar novamente;
5- Se ainda assim não entrar, inicie RCP;
6- Observe a cavidade oral antes de insuflar;
7- Remova qualquer objeto com o dedo.
CHOQUE
O choque é um distúrbio ameaçador à vida com inúmeras causas subjacentes. Caracteriza-se pela
perfusão tecidual inadequada que, quando não tratada, resulta em morte celular. A rápida avaliação e a
resposta imediata são essenciais para a recuperação. O choque pode ser mais bem definido como um
distúrbio em que a pressão arterial sistêmica é inadequada para o fornecimento de oxigênio para os órgãos
vitais. O fluxo sanguíneo adequado para os tecidos e células requer os seguintes componentes: bomba
cardíaca adequada, vasculatura ou sistema circulatório efetivo e volume sanguíneo apropriado.
Quando um componente está comprometido, o fluxo sanguíneo para os tecidos é ameaçado ou
comprometido. Sem tratamento, o fluxo sanguíneo inadequado para os tecidos resulta em oxigênio e
nutrientes inadequados para as células, morte celular, que progride para insuficiência orgânica e,
eventualmente, morte. O choque afeta todos os sistemas corporais. Ele pode desenvolver-se de forma
muito rápida ou muito lenta, dependendo da causa subjacente. Durante o choque, o organismo esforça-se
para sobreviver, exigindo que todos os seus mecanismos homeostáticos restaurem o fluxo sanguíneo e a
perfusão tecidual. Qualquer agressão ao corpo pode criar uma cascata de eventos que resulta em má
perfusão tecidual. Portanto, quase todos os pacientes, com qualquer estado patológico, podem estar em
risco de desenvolvimento do choque.
- Classificações do Choque
I - Choque Hipovolêmico
O choque hipovolêmico - tipo mais comum de choque – caracteriza-se por um volume intravascular
diminuído. O choque hipovolêmico ocorre quando existe uma redução de 15 a 25% no volume
intravascular. Isso representa uma perda de 750 a 1300ml de sangue em uma pessoa de 70Kg. O choque
hipovolêmico reduz o débito cardíaco e causa perfusão tecidual inadequada devido à perda de volume
sanguíneo circulante.
Causas
Hemorragia
Queimaduras
Desidratação
Traumatismo
Manifestações Clínicas
Taquicardia (frequência cardíaca elevada)
Hipotensão (pressão arterial baixa)
Pele fria, viscosa
Palidez
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Oligúria (diminuição do débito urinário)
Polidipsia (sede excessiva)
Irritabilidade
Assistência ao Cliente
a) Avaliar e registrar sinais vitais, estado mental, débito urinário, e quaisquer outros sinais e
sintomas;
b) Administrar líquidos quando prescritos (lactato de Ringer ou Soro Fisiológico 0,9%) para corrigir
o déficit de líquidos;
c) Pesar o cliente diariamente à mesma hora e na mesma balança com o cliente usando a mesma
quantidade de roupas para se avaliar o equilíbrio hídrico;
d) Administrar oxigênio CPM;
II - Choque Cardiogênico
O choque cardiogênico ocorre quando a capacidade do coração em se contrair e bombear o sangue
está comprometida e o suprimento de oxigênio é inadequado para o coração e para os tecidos. Isso pode
ocorrer devido a um infarto significante ou a múltiplos infartos menores, em consequência dos quais o
miocárdio torna-se necrótico em mais de 40% e sua massa, ou devido a um ventrículo rompido, disfunção
valvular significante, trauma cardíaco resultando em contusão miocárdica, ou como estágio final da ICC.
Em geral, o choque cardiogênico é fatal se não for tratado, a intervenção precoce melhora as chances de
sobrevida.
Causas
IAM (Infarto Agudo do Miocárdio)
Miocardiopatia progressiva crônica
Aneurisma ventricular
Tamponamento cardíaco
Embolia pulmonar
Manifestações Clínicas
Pressão arterial baixa;
Oligúria, com débito urinário menor que 20 ml/h (ou menos que 0,5 ml/Kg/h);
Pulso rápido filiforme;
Pele fria e pegajosa;
Dispnéia (dificuldade respiratória);
Taquipnéia (frequência respiratória elevada);
Ansiedade ou inquietação;
Confusão mental;
Assistência ao cliente
a) Administrar oxigênio a uma frequência de fluxo baseada na condição clínica do cliente para
aliviar isquemia;
b) Avaliar e registrar os sinais vitais, o estado mental, o débito urinário, e quaisquer outros sinais
e sintomas;
c) Seguindo a prescrição, administrar fármacos para aumentar a contratilidade cardíaca e
melhorar a pressão arterial;
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III – Choque Distributivo
O choque distributivo ou vasogênico ocorre quando o volume sanguíneo é normalmente deslocado da
vasculatura – por exemplo, quando o volume sanguíneo fica represado nos vasos sanguíneos periféricos. O
deslocamento do volume sanguíneo causa uma hipovolemia relativa, porque uma quantidade insuficiente
de sangue retorna para o coração levando à subsequente perfusão tecidual inadequada. O choque
distributivo se subdivide em: Choque Séptico, Choque Neurogênico e Choque Anafilático. Nos três tipos do
choque distributivo a dilatação arterial e venosa permite que o sangue se represe a nível periférico. O
represamento do sangue na periferia resulta em retorno venoso diminuído. O retorno venoso diminuído
resulta em volume sistólico diminuído e em débito cardíaco diminuído. Por sua vez, o débito cardíaco
diminuído gera pressão arterial diminuída e, por fim, perfusão tecidual diminuída.
IIIa – Choque Séptico
É o tipo mais comum de choque distributivo, sendo um distúrbio que põe em risco a vida, causado
por uma bactéria, um vírus ou fungo na corrente sanguínea, provocando uma infecção disseminada. A
incidência de choque séptico pode ser reduzida pela implementação de práticas de controle de infecção e
da técnica asséptica meticulosa, do desbridamento de lesões para remover o tecido necrótico, da limpeza e
manutenção adequadas dos equipamentos e do uso de técnicas de lavagem completa das mãos.
Ocorre mais comumente quando a defesa do corpo contra infecções está prejudicada ou as barreiras
protetoras normais estão rompidas.
Causas
Microrganismos: bactérias Gram-negativas, bactérias Gram-positivas, anaeróbios;
Fontes de doenças: os procedimentos invasivos, a infecção do trato urinário, infecção do trato
respiratório, feridas, peritonite, infecção do trato GI.
Manifestações Clínicas
Taquicardia (frequência cardíaca aumentada)
Hipotensão (pressão arterial diminuída)
Bradipnéia (frequência cardíaca diminuída)
Redução do nível de consciência
Assistência ao Cliente
a) Administrar oxigênio CPM;
b) Avaliar e registrar os sinais vitais, o estado mental, o débito urinário, e quaisquer outros sinais e
sintomas;
c) Administrar antibiótico CPM;
d) Usar antipiréticos e aplicar compressas frias para manter a temperatura corporal dentro da faixa
aceitável;
e) Considerar suporte nutricional para manter nutrição adequada se a ingestão oral do cliente dor
insuficiente.
IIIb – Choque Neurogênico
No choque neurogênico, a vasodilatação ocorre em consequência de uma perda do tônus vasomotor.
Isso pode ser causado por lesão raquimedular, anestesia espinhal ou lesão do sistema nervoso. Pode ter
uma evolução prolongada (lesão raquimedular) ou curta (síncope).
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Causas
Anestesia geral ou espinhal
Lesão cerebral
Lesão medular
Manifestações Clínicas
Pele quente, seca
Hipotensão
Bradicardia
Assistência ao Cliente
a) Avaliar e registrar os sinais vitais, o estado mental, o débito urinário, e quaisquer outros sinais e
sintomas;
b) Administrar oxigênio CPM;
c) Realizar avaliações do sistema neurológico (usando a escala de coma de Glasgow);
d) Administrar vasopressores CPM;
IIIc – Choque Anafilático
O choque anafilático é provocado por uma reação alérgica grave. É uma reação de
hipersensibilidade a um alérgeno, acentuado por uma angústia respiratória extrema. A reação ocorre em
uma pessoa que foi previamente exposta a um antígeno e que desenvolveu anticorpos contra ele, por esse
motivo ele pode ser, com frequência, evitado. Se não tratado pode levar a parada respiratória e hipóxia
tecidual resultando em morte. As pessoas com alergias conhecidas precisam compreender as
consequências da exposição subsequente ao antígeno e usar uma identificação médica acerca de suas
sensibilidades. Isso pode evitar a administração inadvertida de um medicamento capaz de levar ao choque
anafilático. Além disso, o cliente e a família devem ser instruídos quanto ao uso de medicamentos de
emergência para tratar a anafilaxia.
Causas
Fármacos, mais comumente a penicilina;
Agentes anestésicos;
Transfusões de sangue;
Picadas ou mordeduras de insetos;
Alimentos.
Manifestações Clínicas
Dispnéia
Obstrução completa de vias respiratórias
Hipotensão
Palpitações
Náuseas e vômitos
Urticária
Edema
Assistência ao Cliente
a) Preparar o cliente para intubação traqueal pelo médico se a troca gasosa for inadequada;
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b) Administrar epinefrina para dilatar bronquíolos CPM;
c) Administrar oxigênio CPM;
d) Avaliar e registrar os sinais vitais, o estado mental, o débito urinário, e quaisquer outros sinais e
sintomas;
e) Iniciar terapia hídrica para restaurar o volume vascular adequado, CPM;
f) Administrar anti-histamínico CPM;
g) O médico poderá considerar o uso de broncodilatadores para aliviar o broncoespasmo;
h) Ensinar o cliente a identificar e evitar potenciais antígenos causadores;
i) Incentivar o cliente a manter um cartão de identificação médica e notificar profissionais da área de
saúde sobre sua alergia;
j) Ensinar a família como usar um Kit de anafilaxia de emergência em domicílio e como ativar o sistema
médico de emergência.
FERIMENTOS
Primeiros socorros à vítima de ferimento é dependente de cada lesão, porém, um atendimento
imediato e eficiente às vítimas de ferimento em exposição é prevenir lesões adicionais, contaminação e
controle de hemorragias. Podemos classificar os ferimentos de acordo com o aspecto, tipo de lesão e tipo
geral.
Contusão: são lesões produzidas por algum objeto contundente que danifica o tecido sem romper
a pele, que se mantém íntegra.
Ferimento Aberto: são lesões produzidas por um agente externo ou interno (em casos de fratura
exposta pela ponta de um osso rompendo a pele).
Classificação dos Ferimentos
1- Quanto ao aspecto:
a) Escoriação ou abrasão: Este tipo de ferimento é produzido pelo atrito em uma superfície áspera e
dura contra a pele. Superficial, frequentemente contém partículas como terra, graxa ou cinza.
Cuidados:
Lavar abundantemente a ferida com água limpa e sabão;
Cuidar para que ao retirar a sujeira, não causar maior dano;
Cobrir com gaze ou pano limpo para secar, limpando a ferida no sentido de dentro para fora;
Colocar compressas de gaze ou pano limpo sobre a ferida. Não usar algodão;
Não tentar retirar corpos estranhos, tais como: farpas ou pedaços de vidro ou metal, a não ser que
saiam facilmente ao lavar;
Fazer uma atadura ou bandagem sobre o ferimento com curativo;
Sempre utilizar EPI’s.
Figura 25: Lavagem abundante do ferimento com água corrente.
b) Contusão, Hematoma e Equimose:As contusões são lesões provocadas por traumas sem
continuidade. Quanto há apenas o acometimento superficial, o acidentado apresenta somente dor e
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edema da área afetada. Quando há hemorragia de pequeno porte, o local adquire uma coloração
preta ou azulada, chamamos de equimose. Quando vasos maiores são lesados, ocorre o hematoma
formado por sangue extravasado. São lesões menos graves que podem complicar a depender da
condução.
2- Quanto ao tipo de lesão:
a) Incisiva: Produzida por objeto cortante (faca, bisturi, estilete e etc...), capazes de penetrar na pele e
produzir corte com bordas linear e regular.
Cuidados:
Controlar sangramento utilizando compressas e ataduras.
Figura 26: Ferimento incisivo.
b) Perfuração:São lesões causadas por penetração da pele e tecidos adjacentes por um objeto rombo
como arma de fogo ou pontiagudo como arma branca. O orifício de entrada pode não corresponder
à profundidade da lesão, esta deve ser explorada.
Cuidados:
Atender ferimentos perfurantes com curativos compressivos quando houver hemorragia;
Se a perfuração for por arma de fogo, é comum existir orifício de entrada e saída, proteja os dois
lados igualmente;
Quando for por arma branca (faca) que permaneça empalada, NÃO REMOVA O OBJETO, tente não
movimentar;
Ferimentos na cabeça, abdome e tórax, devem ter atenção redobrada por serem localizações vitais.
Cuidados a ferimentos perfurante em tórax:
Monitore CAB (C- circulação; A- vias aéreas; B- respiração);
Coloque a vítima sentada se ela estiver consciente e assim preferir;
Decúbito lateral sobre o hemitórax lesado, facilitando a expansão do hemitórax sadio;
Decúbito dorsal se a vítima estiver inconsciente;
Curativo de três pontas: Crie um mecanismo de válvula fazendo um curativo com uma das pontas
sem fixação, de preferência a parte de baixo, para facilitar saída de ar e fluidos;
Perfuração em tórax por arma branca ou arma de fogo pode comprometer o mecanismo da
respiração pela entrada de ar na cavidade pleural, devendo ser feito curativo oclusivo de três
pontas.
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Figura 27: Ferimento perfurante.
c) Transfixantes:Consiste em um ferimento no qual o objeto causador penetra e atravessa tecidos e
órgãos em toda sua espessura.
Figura 28: Ferimento transfixante.
3- Quanto ao tipo geral:
a) Avulsão:As avulsões são lesões onde ocorre descolamento da pele em relação ao tecido adjacente
que pode ainda causar algum nível de fixação. Apresentam sangramento, geralmente de difícil
controle.
Cuidados:
Coloque o retalho em sua posição normal e efetue a compressão direta da área, para controlar o
sangramento;
Caso a avulsão seja completa, transportar o retalho ao hospital dentro de solução salina (soro
fisiológico) e encaminhar rapidamente para atendimento especializado;
Cada tecido tem um tempo próprio de viabilidade.
Figura 29: Avulsão.
b) Amputação: As amputações são definidas como lesões em que há a separação de um membro.
Podem ser causadas por objetos cortantes, por esmagamentos ou por força de tração. Estão
frequentemente relacionadas aos acidentes de trabalho e automobilísticos. Seu tratamento inicial
deve ser rápido pela gravidade da lesão, que pode causar a morte por hemorragia, e pela
possibilidade de reimplante do membro amputado. O controle é crucial na primeira fase do
atendimento pré-hospitalar, o membro amputado deve ser preservado sempre que possível, porém
a prioridade é a manutenção da vida.
Existem três tipos de amputação:
a) Amputação completa ou total;
b) Amputação parcial: o segmento tem 50% ou mais de área de solução de continuidade com
o corpo;
c) Desenluvamento: quando a pele e o tecido adiposo são arrancados sem lesão do tecido
subjacente.
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Figura 30: Amputação.
Cuidados:
Avaliar CAB (C- circulação; A- vias aéreas; B- respiração);
Controlar a hemorragia;
Cuidados com o segmento amputado:
Limpeza com solução salina, sem imersão em líquido;
Envolvê-lo em gaze estéril, seca ou compressa limpa;
Cobrir a área da ferida com compressa úmida em solução salina;
Proteger o membro amputado com dois sacos plásticos;
Colocar o saco plástico em recipiente de isopor com gelo ou água gelada;
Jamais colocar a extremidade diretamente em contato com o gelo.
c) Laceração:Lesões com bordas irregulares. O mecanismo da lesão é por tracção, isto é “rasgo” ou
arrancamento tecidual, os tecidos adjacentes apresentam traumatismos e contaminação. Um exemplo é a
mordedura de um cão.
Empalamento em dorso, tórax, abdome e cabeça:
 NÃO REMOVER o objeto;
 Controlar qualquer sangramento;
 Estabilizar o objeto;
 Em caso de evisceração (exposição de vísceras), não tente recolocar para dentro, use compressa
estéril umedecida com soro fisiológico e procure atendimento médico definitivo.
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Figura 31: Empalamento em dorso.
Figura 32: Empalamento na cabeça e abdome.
COMPRESSAS E BANDAGENS
Ao aplicar uma bandagem, observar o local, a extensão da lesão e as condições da circulação. As
bandagens não devem ser muito apertadas para não comprometer a circulação, entretanto devem ficar
firmes e adaptadas a forma anatômica do local. As compressas e bandagens são utilizadas para fixar
curativos, imobilizar e para promover hemostasia em casos de sangramento.
Figura 33: Compressas e bandagens.
- Atenção para os sinais de diminuição da circulação:
Base das unhas azuladas;
Pele cianótica ou pálida;
Extremidade fria;
Inabilidade para mover dedos.
HEM0RRAGIAS
Sangramento intenso de algum vaso importante. O controle de hemorragia faz parte da abordagem
primária, uma hemorragia severa impede a distribuição de oxigênio aos tecidos, colocando assim a vida em
risco pela grande perda de sangue. Quando a hemorragia é venosa o sangramento é escuro e sem pressão
(escorre), e quando é de origem arterial o sangramento é de cor viva e sai em jatos fortes.
As hemorragias se classificam em:
Hemorragia externa: Aparente ao exame físico, como exemplo, ferimentos abertos, fraturas
expostas, epistaxe (sangramento nasal).
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Hemorragia interna: Sangramento não perceptível, porém com grande perda para um terceiro
espaço.
Controle de Hemorragia Externa:
Compressão direta sobre o sangramento com proteção.
Figura 34: Compressão direta.
Controle de Hemorragia Interna:
Só pode ser realizado durante ato cirúrgico.
Outras Hemorragias:
Otorragia: Sangramento pelo conduto auditivo. Não se faz tamponamento.
Epistaxe: Hemorragia nasal. Com a cabeça ligeiramente inclinada para frente, realizar pressão com os
dedos sobre as narinas, sempre que possível aplicar compressas frias.
Hemoptise: Sangramento de origem do aparelho respiratório. Sangramento de coloração vermelha
rutilante, espumante e é expelido por tosse.
Hematêmese: Sangramento originário do sistema digestório alto (esôfago, estômago, duodeno). Liberado
no vômito, é de coloração escura como borra de café.
Métodos de Hemostasias (Contenção de Hemorragias)
Elevação do seguimento (por gravidade);
Compressão direta: método mais eficaz, compressão no local;
Garrote: utilizado quando os dois métodos anteriores não surtirem efeito. Utiliza-se um pedaço
tecido, fita de borracha ou qualquer material semelhante para envolver o segmento, apertando
firmemente até cessar a hemorragia.
Torniquete: É um garrote mais firme, pois além do material anterior, usa-se um objeto como uma
caneta para aumentar a compressão.
ATENÇÃO: CUIDADO! Garrotes e torniquetes são aplicados apenas por
pessoas TREINADAS, após avaliar o custo benefício, devido ao alto risco
de necrose, gangrena e amputação do membro.
CHOQUE ELÉTRICO
O choque elétrico é causado por uma corrente elétrica que passa através do corpo humano ou de
um animal qualquer. O pior choque é aquele que se origina quando uma corrente elétrica entra pela mão
da pessoa e sai pela outra. Nesse caso, atravessando o tórax, ela tem grande chance de afetar o coração e a
respiração. Se fizerem parte do circuito elétrico o dedo polegar e o dedo indicador de uma mão, ou uma
mão e um pé, o risco é menor. As lesões provocadas pelo choque elétrico podem ser de quatro (4)
naturezas:
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- Eletrocução:É a morte provocada pela exposição do corpo à uma dose letal de energia elétrica. Os raios e
os fios de alta tensão (voltagem superior a 600 volts), costumam provocar esse tipo de acidente. Também
pode ocorrer a eletrocução com baixa voltragem (V<600 volts), se houver a presença de: poças d'água,
roupas molhadas, umidade elevada ou suor.
- Choque elétrico: O choque elétrico é causado por uma corrente elétrica que passa através do corpo
humano ou de um animal qualquer.
- Queimaduras: A pele humana é um bom isolante e apresenta, quando seca, uma resistência à passagem
da corrente elétrica, quando molhada, porém, além da intensidade da corrente elétrica, o caminho
percorrido pela eletricidade ao longo do corpo (do ponto onde entra até o ponto onde ela sai) e a duração
do choque, são os responsáveis pela extensão e gravidade das lesões.
Quedas de altura. Os acidentes com eletricidade ocorrem de várias maneiras. Os riscos resultam de danos
causados aos isolantes dos fios elétricos devido a roedores, envelhecimento, fiação imprópria, diâmetro ou
material do fio inadequados, corrosão dos contatos, rompimento da linha por queda de galhos, falta de
aterramento do equipamento elétrico, etc. As benfeitorias agrícolas estão sujeitas à poeira, umidade e
ambientes corrosivos, tornando-as especialmente problemáticas ao uso da eletricidade.
Como agir:
Antes de ajudar a vítima, corte a corrente elétrica;
Se não for possível, afaste-a da fonte de energia. Não se esqueça de utilizar luvas de borracha grossa
ou outros materiais secos como cabo de vassoura, tapete de borracha, jornal dobrado ou pano
grosso dobrado;
Em
caso
de
parada
cardiorrespiratória,
inicie
imediatamente
a
reanimação
cardiopulmonar até a chegada do atendimento.
Examine a vítima, procurando primeiro hemorragias, depois fraturas e somente depois queimaduras.
O choque pode causar queimaduras e paralisia dos músculos, levando à morte quando pulmão e
coração param. Cada segundo de contato com a eletricidade diminui a possibilidade de
sobrevivência.
Como prevenir:
Faça revisões periódicas das instalações elétricas da casa;
A utilização de instalações elétricas clandestinas (conhecidas como gatos) aumentam as chances de
curto-circuito;
Quando uma tomada estiver esquentando ou quando algum eletrodoméstico estiver soltando faíscas
desligue imediatamente e procure um profissional especializado em instalações elétricas;
Nunca sobrecarregue uma tomada ligando vários aparelhos nela;
Não se esqueça de desligar o disjuntor antes de mexer em qualquer instalação elétrica ou quando for
trocar a resistência do chuveiro;
Leia sempre as instruções antes de instalar qualquer eletrodoméstico;
Desligue os aparelhos sempre puxando pelo plugue, nunca pelo fio.
FRATURAS
Uma fratura é uma ruptura na continuidade do osso e é definida de acordo com o tipo e extensão.
As fraturas acontecem quando o osso fica sujeito ao estresse maior que aquele que ele pode absorver. As
fraturas podem ser causadas por um impacto direto, força de esmagamento, movimento súbito de torção
e, até mesmo, contração muscular extrema. Quando o osso é quebrado, as estruturas adjacentes
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(músculos, vasos sanguíneos, nervos, tendões, articulações e outros órgãos) também podem ser afetados,
resultando em edemas de tecidos moles, hemorragia para dentro dos músculos e articulações, luxações
articulares, tendões rompidos, nervos lacerados e vasos sanguíneos lesados. Os órgãos corporais podem
ser lesados pela força que gerou a fratura ou por fragmentos da fratura.
Tipos de Fratura
1- Completa: Envolve todo o corte transversal do osso, geralmente com desvio (posição anormal);
2- Incompleta: Envolve parte do corte transversal do osso ou pode ser longitudinal;
3- Fechada (simples): A pele (mucosas) não é rompida.
4- Aberta (exposta ou composta): Pele rompida que leva diretamente à fratura:
a) Grau I:Lesão limpa com menos de 1cm de comprimento;
b) Grau II:Lesão maior que 1cm sem retalhos extensos de tecido mole;
c) Grau III:Lesão altamente contaminada e extensa dos tecidos moles, incluindo pele, músculo,
estrutura neurovascular, com esmagamento;
Figura 35: Fratura fechada e fratura aberta.
5- Patológica: Através de área de osso enfermo (osteoporose, cisto ósseo, tumor ósseo, metástase
óssea).
Manifestações Clínicas
Dor
Perda da função
Deformidade
Encurtamento do membro
Edema
Crepitação (sensação de rangido)
Cuidados:
Acalmar a vítima;
Não movimentar a vítima antes de imobilizar a fratura;
Controlar o sangramento nas fraturas expostas com compressas, para evitar o choque;
Não tentar jamais recolocar o osso de volta para o seu lugar;
Se possível, alinhar as fraturas fechadas de ossos longos;
Manter o alinhamento até que a tala esteja fixa;
Manter a vítima em repouso, tranquilizando-a, enquanto se procede a imobilização da mesma
maneira que se faz para os casos de fratura fechada;
Imobilizar fraturas de articulações ou próximas da forma que a encontrar;
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Imobilizar sempre uma articulação anterior e posterior ao osso;
Não apertar as talas para não dificultar a circulação, apenas ajuste-as;
Transportar a vítima de maneira confortável;
IMOBILIZAÇÃO DE FRATUAS
É importante que seja efetuado a imobilização de todas as lesões, assim que haja suspeitas de
fraturas ou trauma associado à história da vítima. Porém não deve-se perder tempo imobilizando uma
fratura quando a vida da vítima está em risco. Existem vários tipos de talas, uma para cada situação. Podese encontrar talas anatômicas, talas moldáveis, talas rígidas, entre outras.
TÉCNICA DE IMOBILIZAÇÃO
1) Remover as roupas, anéis e pulseiras, que podem comprometer a vascularização da extremidade. Cortar
com instrumento apropriado. Os anéis em extremidades edemaciadas;
2)Avaliar CSM (circulação, sensibilidade, movimento);
3) Cobrir lesões abertas com bandagens estéreis;
4) Não reduzir fraturas ou luxações no extra-hospitalar;
5) Antes e depois da imobilização verificar: pulsos distais, enchimento capilar, sensibilidade e motibilidade;
6) No caso de uma luxação ou fratura de articulação, imobilizar a extremidade na posição em que foi
encontrada. Exceto se houver evidência de comprometimento vascular e o transporte for longo;
7) A imobilização deve interessar a articulação distal e proximal a lesão;
8)Aplicar firmeza, mas sem dificultar a circulação;
9)Empregar a técnica RICE (repouso, gelo, compressão, elevação) somente em lesão fechada;
10) Elevar extremidade após imobilização, se for possível;
11)A estabilização cervical é sempre prioridade.
Figura 36: Imobilização.
EQUIPAMENTOS DE IMOBILIZAÇÃO
1) Bandagens: única opção pré-hospitalar para imobilização de fraturas de clavícula, cabeça do úmero e
escápula. São utilizadas bandagens triangulares e em gravata, para aplicação como tipóias e como
fixadores de auto imobilização (imobilização de uma extremidade na outra).
2) Imobilizadores rígidos: são dispositivos não flexíveis, adaptados ao corpo para manter estabilidade.
Podem ser de madeira, papelão ortopédico os alumínio. São úteis especialmente em lesões de mãos, pés,
punhos, tornozelos, antebraços e pernas.
3) Colete flexível tipo KED: deve ser utilizado em vítimas que estejam com suspeita de TRM (trauma
raquimedular). O KED também pode ser utilizado de forma invertida para imobilização de fraturas de pelve
e de fêmur proximal.
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Figura 37: Talas, prancha rígida, colar cervical e Ked.
ABORDAGEM DE LESÕES ESPECÍFICAS
1) Coluna vertebral: A imobilização da coluna cervical pode ser feita com um imobilizador de corpo inteiro
como a prancha longa, associada ao colar cervical com dimensões apropriadas e estabilizador lateral de
cabeça(head block). O importante é que o socorrista saiba que o colar cervical isoladamente não é um bom
dispositivo imobilizador.
2) Pelve: As lesões pélvicas geralmente são causadas por acidentes automobilísticos ou atropelamentos.
São identificadas no ambiente pré-hospitalar por dor e instabilidade com a palpação da pelve. Tem o
potencial de causar o choque hipovolêmico devido ao intenso sangramento que provocam, deste modo
mesmo que o paciente apresente aparente estabilidade circulatória ele é considerado como instável. Em
pacientes com sinais de choque evidentes pode ser utilizado apenas a prancha longa que é um imobilizador
de corpo inteiro. Pacientes aparentemente estáveis podemos aplicar o KED invertido associado a prancha
longa.
3) Fêmur: Podem ser complicadas com hemorragias graves. Pacientes com fraturas bilaterais são
considerados como graves mesmo que aparentemente estejam estáveis. Em fraturas bilaterais o único
imobilizador aplicado é a prancha longa, se a vítima estiver estável pode ser usado o KED invertido.
4) Quadril: as luxações posteriores do quadril são consideradas emergências devido ao alto risco de
interrupção do fluxo sanguíneo na cabeça do fêmur e lesão do nervo ciático. O paciente apresenta flexão
do quadril e rotação interna da coxa. A extremidade deve ser imobilizada na posição encontrada da
maneira mais confortável sustentada por travesseiros.
IMOBILIÇÃO COM COLAR CERVICAL
Tamanhos:
Neonatal – Rosa Pediátrico – Lilás Pequeno – Azul Médio – Laranja Grande – Verde
Técnica:
1) O profissional (1) deverá fazer a estabilização manual e o alinhamento da coluna cervical para uma
posição neutra;
2) O profissional (2) deverá avaliar a região cervical, identificando possíveis contraindicações para a
colocação do colar cervical e retirar suavemente os adereços e vestimenta do pescoço para que estes não
interfiram no procedimento.
2.1) Contraindicações:
- Objeto encravado no local de colocação do colar.
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- Ferimento com sangramento intenso (fazer curativo compressivo antes da colocação do colar).
3) Não sendo identificado nenhuma contraindicação, o profissional (2) deverá fazer a medição e a
colocação do colar cervical adequado.
3.1) A escolha do tamanho do colar cervical.
- A escolha do tamanho ideal para o paciente é feita medindo-se (utilizando os dedos) a distância
entre uma linha imaginária na base do pescoço (músculo trapézio) onde o colar ficará apoiado e o
ângulo da mandíbula da vítima. Para se fazer esta medição o pescoço deverá estar alinhando e em
posição neutra.
- A medida exata do colar é a distância entre o ponto de referência (fixação preta) e a borda inferior
do plástico rígido. Não se deve medir até o acolchoado de espuma.
Figura 38: Tamanho do colar cervical.
4) O profissional (2) deverá colocar o colar na vítima.
4.1)Vítima sentada:
-Colocar o colar cervical iniciando pela parte do queixo, deslizando o colar sobre o tórax da vítima até
que seu queixo esteja apoiado firmemente sobre o colar (parte anterior);
- Passar a parte posterior do colar por trás do pescoço da vítima até se encontrar com a parte
anterior.
- Ajustar o colar e prender o velcro observando uma discreta folga entre o colar e o pescoço da
vítima.
4.2) Vítima deitada:
- Passar a parte posterior do colar por trás do pescoço da vítima;
- Colocar a parte anterior do colar cervical, encaixando no queixo da vítima de forma que esteja
apoiado firmemente;
- Ajustar o colar e prender o velcro observando uma discreta folga entre o colar e o pescoço da
vítima.
5) Observações:
5.1) O uso isolado do colar não imobiliza adequadamente, portanto, o profissional (1) deverá manter
a imobilização e o alinhamento da cervical até a colocação do paciente na prancha rígida e a fixação
dos estabilizadores de cabeça;
5.2) Os colares devem ser de tamanho adequado para cada paciente e não devem impedir a abertura
da boca do paciente, espontânea ou realizada pelo profissional caso ocorra vômito;
5.3) Sempre se deve observar se após a colocação do colar houve uma obstrução ou uma dificuldade
de ventilação.
QUEIMADURAS
As queimaduras são um tipo de lesão traumática causada por agentes térmicos, elétricos, químicos ou
radioativos. A lesão por inalação e as complicações pulmonares associadas são fatores significativos na
mortalidade e morbidade decorrentes da queimadura (50 a 60% das mortes em incêndios são secundários
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à lesão por inalação). O dano interfere nas funções normais da pele, compromete a proteção contra
infecção, causa perda de líquidos corporais, altera o controle da temperatura do corpo, interfere na
ativação de vitamina D, altera as funções sensoriais e excretórias e altera a imagem corporal do cliente.
A extensão e a profundidade da lesão relacionam-se com a intensidade e a duração da exposição à
fonte de lesão. Independentemente da causa, os princípios básicos do atendimento ao cliente que
apresenta queimaduras são os mesmos. Há três fases no atendimento a clientes que apresentam
queimaduras:
Fase de emergência: Começa imediatamente após a lesão à medida que o corpo reage com uma
resposta inflamatória e um desvio grande de líquido extracelular para os tecidos lesionados, esta
fase em geral dura 2 a 4 dias;
Fase aguda: Ocorre à medida que o corpo tenta cicatrizar a ferida e evitar infecções, esta fase
começa no final da fase de emergência e dura até a lesão estar cicatrizada (espontaneamente ou
com enxerto);
Fase de reabilitação: Ocorre quando o cliente inicia o retorno ao nível ideal da função do membro
afetado.
Instruções sobre a prevenção de queimaduras é vital porque a maioria das queimaduras é causada
por negligência, desconhecimento e imprudência. O agente causador das queimaduras produz uma série de
alterações sistêmicas, mas o revestimento cutâneo, sendo o mais atingido primariamente, apresenta
alterações visíveis. As lesões não são uniformes, existem, em geral, vários graus de profundidade em área
adjacente. Dependendo da profundidade queimada do corpo, as queimaduras são classificadas em graus
para melhor compreensão e terapêutica. Existem tabelas para facilitar a avaliação da extensão corpórea
queimada, a mais usada é a Regra dos Nove:
Figura 39: Regra dos Nove.
Classificação das Queimaduras
1- Queimadura de 1° grau:São caracterizadas pela hiperemia (vermelhidão), existem dor e edema que
diminui rapidamente. A dor pode durar 48 horas, aliviada por resfriamento. Em cerca de 5 dias a epiderme
descasca, cicatriza espontaneamente, se não infectada, dentro de 10 dias a duas semanas. O prurido e a
pele rósea persistem por cerca de uma semana. Exemplo: queimadura solar.
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Figura 40: Queimadura 1° grau.
Atendimento à Queimadura de 1° Grau
Esfriar com água em temperatura ambiente;
Hidratação oral;
Assistência médica se sinais de desidratação.
2- Queimadura de 2° grau: São caracteristicamente avermelhadas e dolorosas, presença de bolhas, edema
abaixo da pele. A dor e ardência local são de intensidade variável, geralmente causam limitações. Leva
várias semanas para cicatrizar, pode ocorrer formação de fibrose (cicatriz).
Figura 41: Queimadura 2° grau.
Atendimento à Queimadura de 2° Grau
NÃO esfriar com gelo;
Procurar atendimento médico imediato;
Cobrir com gaze estéril seca;
Não tentar tirar a roupa que estiver aderida à pele;
Não estourar as bolhas;
Observar vias aéreas.
3-Queimadura de 3° grau: São aquelas em que toda a profundidade da pele está comprometida, podendo
atingir tecidos, vasos e ossos. Como há destruição das terminações nervosas, não cursam com dor. Pele
com aspecto de marmorização,são de extrema gravidade. Esperam-se fibrose e perda da função cutânea. A
área requer debridamento, formação de tecido de granulação e enxerto.
Figura 42: Queimadura 3° grau.
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Atendimento à Queimadura de 3° Grau
Cobrir a queimadura com gaze estéril seca;
Obter atendimento médico imediato;
Não tentar retirar a roupa que estiver aderida a pele.
QUEIMADURA QUÍMICA
As queimaduras químicas ocorrem por contato da pele com substâncias químicas. Normalmente as
queimaduras por álcalis (substância para combinação com outros ácidos) são mais graves do que as
causadas por ácidos. O álcalis quando combinados com outros ácidos, penetram mais profundamente na
pele.
O princípio básico do tratamento consiste em lavar abundantemente a área queimada para retirada
de toda a substância. A lavagem deve ser iniciada imediatamente e deve ser realizada com água corrente
ou soro fisiológico. Deve-se retirar as roupas da vítima enquanto se procede com a irrigação pois pode
existir acúmulo de líquido com uma concentração de substância cáustica suficiente para produzir
queimaduras. ATENÇÂO: o socorrista deve tomar cuidado para não se contaminar com a substância. As
substâncias cáusticas na forma de pó, como a soda cáustica, por exemplo, devem ser retiradas por
escovação.
Atendimento à Queimadura Química
Enxaguar bem a pele;
Remover roupas contaminadas;
Cobrir a queimadura;
Procurar atendimento médico imediato;
Figura 43: Queimadura química.
QUEIMADURA POR ELETRICIDADE
Estas queimaduras são produzidas por descargas elétricas. A complicação mais frequente destas é a
parada cardíaca. As queimaduras elétricas podem ser mais graves do que aparentam na observação inicial.
Em geral, a ferida é pequena, porém a corrente elétrica penetra no local mais profundamente que o
aparente. Os danos que resultam dos efeitos diretos da corrente e conversão da eletricidade em calor,
durante a passagem da eletricidade pelos tecidos, são difíceis de avaliar, pois dependem da profundidade
da destruição celular, e mesmo as lesões que parecem superficiais, podem ter danos profundos alcançando
os ossos, necrosando tecidos, vasos sanguíneos e provocando hemorragias.
Atendimento à Queimadura Elétrica
Garantir a segurança do local;
Avaliar CAB (circulação, via aérea e respiração);
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Obter atendimento médico imediato.
Figura 44: Queimadura elétrica.
INTOXICAÇÕES
Um tóxico é qualquer substância que, quando ingerida, inalada, absorvida, aplicada na pele ou
produzida dentro do corpo em quantidades relativamente pequenas, lesa o corpo através de sua ação
química. A intoxicação por inalação e ingestão de materiais tóxicos, inadvertida ou proposital, constitui um
risco importante de saúde e uma situação de emergência. O tratamento de emergência é iniciado visando
as seguintes metas:
Remover ou inativar o tóxico antes que ele seja absorvido;
Fornecer cuidados de suporte na manutenção de sistemas orgânicos vitais;
Administrar um antídoto específico para neutralizar um tóxico específico;
Implementar o tratamento que acelere a eliminação do tóxico absorvido.
Tóxicos Ingeridos (Deglutidos)
Os tóxicos ingeridos podem ser corrosivos, dentre estes incluem agentes alcalinos e ácidos que podem
provocar destruição tecidual após entrarem em contato com as mucosas.
Produtos alcalinos: hidróxido de potássio, produtos de limpeza a seco, desinfetantes, detergentes,
limpadores de forno, baterias (usadas em relógios, calculadoras, câmeras fotográficas);
Produtos ácidos: produtos de limpeza de piscina, polidores, removedores de ferrugem, ácido de
bateria.
Tratamento
O tratamento das vias aéreas, ventilação e oxigenação são essenciais. As medidas são instituídas para
estabilizar a função cardiovascular e outras funções corporais. O ECG (eletrocardiograma), sinais vitais e
estado neurológico são monitorizados de perto para alterações. É tratado o choque, que pode resultar da
ação cardiodepressora da substância ingerida, represamento venoso nos membros inferiores ou volume
sanguíneo reduzido decorrente da permeabilidade capilar aumentada. Uma sonda urinária de demora é
inserida para monitorizar a função renal. As amostras sanguíneas são obtidas para testar a concentração da
substância ou tóxico. São iniciados esforços para determinar qual substância foi ingerida, a quantidade, o
período desde a ingestão, sinais e sintomas, como dor ou sensação de queimação, qualquer evidência de
rubor ou queimadura na boca ou faringe, dor à deglutição ou uma incapacidade de deglutir, vomitar ou
salivar.
Alerta: O centro de controle de intoxicação da área deve ser contactado
quando um agente tóxico desconhecido for ingerido ou quando for
necessário identificar um antídoto para um agente tóxico conhecido.
São instituídas medidas para remover a toxina ou diminuir sua absorção. O paciente que ingeriu um
tóxico corrosivo recebe água ou leite para beber, visando à diluição. Entretanto à diluição não é tentada em
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pacientes com edema agudo das vias aéreas ou obstrução ou nos pacientes com evidência clínica de
perfuração ou queimadura esofágica, gástrica ou intestinal. Os seguintes procedimentos de esvaziamento
gástrico podem ser utilizados, quando prescritos:
Indução do vômito no cliente acordado, contudo o vômito não é induzido depois da ingestão de
substâncias cáusticas (ácidas ou alcalinas);
Lavagem gástrica, o aspirado gástrico é recuperado e enviado para testes (avaliações toxicológicas);
Administração de carvão ativado, quando o tóxico é aquele que é absorvido pelo carvão;
O antagonista químico ou fisiológico específico é administrado o mais brevemente possível para
reverter ou diminuir os efeitos da toxina.
Tóxicos Inalados: Intoxicação por Monóxido de Carbono: Pode acontecer em consequência de incidentes
industriais ou domiciliares, ou de tentativa de suicídio. O monóxido de carbono exerce seu efeito tóxico ao
se ligar com a hemoglobina circulante, diminuindo, assim, a capacidade de transporte de oxigênio do
sangue. A hemoglobina ligada ao monóxido de carbono chamada de carboxiemoglobina, não transporta
oxigênio.
Manifestações Clínicas
Cefaléia
Fraqueza muscular
Palpitação
Tonteira
Confusão mental
Pele cianótica e pálida
Tratamento
Transportar imediatamente a vítima para o ar fresco, abrir todas as portas e janelas;
Afrouxar as roupas;
Iniciar RCP, quando necessário;
Administrar oxigênio CPM;
Evitar calafrios, enrolar a vítima em cobertores.
Intoxicação por Contaminação Cutânea (Queimaduras Químicas): As lesões de contaminação cutânea a
partir da exposição às substâncias químicas são desafiadoras por causa de um grande número de agentes
agressores com ações e efeitos metabólicos diversos. A gravidade de uma queimadura química é
determinada pelo mecanismo de ação, força de penetração e concentração e pela quantidade e duração da
exposição da pele à substância química.
Tratamento
A pele deve ser imediatamente molhada em água corrente escoando de um chuveiro, torneira ou
mangueira. Retirar as roupas da vítima com o fluxo de água, é importante a lavagem prolongada do local. É
instituído o tratamento padronizado para queimaduras apropriado para o tamanho e localização da lesão.
Intoxicação Alimentar: É uma doença súbita e explosiva que pode acontecer depois da ingestão de
alimento ou bebida contaminada.
Tratamento
A chave para o tratamento é identificar a fonte e o tipo de intoxicação alimentar. Alimento,
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conteúdo gástrico, vômitos e fezes são coletados para exame. A respiração, pressão arterial e atividade
muscular são monitorizadas de perto. Como grandes volumes de água e eletrólitos são perdidos pelo
vômito e pela diarréia, o equilíbrio hidroeletrolítico também constitui uma vertente importante para
avaliação. As medidas para se controlar náuseas também são importantes para evitar vômitos, que poderia
exacerbar ainda mais os desequilíbrios hidroeletrolíticos.
ANIMAIS PEÇONHENTOS
Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno que se comunicam com os
dentes ocos, ferrões ou aguilhões, por onde o veneno passa ativamente por picada como: serpentes,
aranhas, escorpiões, arraias. Animais venenosos são aqueles que produzem veneno, mas não possuem
dentes ou ferrões e provocam envenenamento por contato como: lagarta, sapo, alguns tipos de peixe.
Manifestações Clínicas de Picadas por Animais Peçonhentos
Edema
Eritema
Dor
Equimose
Bolhas
Sangramento no local e necrose
Náuseas
Vômitos
Sudorese
Hipotermia
Hipotensão
Choque
Epistaxe
Sangramento gengival
Sangramento digestivo
Conduta no Acidente por Animais Peçonhentos
Lavar o local da picada com água e sabão;
NÃO fazer cortes, perfurações, torniquetes, nem coloque outros produtos sobre a lesão;
Manter a vítima calma e imóvel;
Oferecer água para hidratar a vítima;
Transportar a vítima para um hospital levando, se possível, o animal agressor, mesmo morto, para
facilitar o diagnóstico e a escolha do soro mais indicado.
Conduta na Mordida de Animal
Não matar o animal;
Lavar os ferimentos superficiais com água e sabão neutro;
Enxaguar bem;
Controlar o sangramento;
Obter atendimento médico;
Procurar um posto de saúde para avaliação vacinal.
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Conduta na Picada de Abelha
Remover o ferrão da abelha raspando com um objeto;
Lavar o local com água e sabão;
Aplicar compressa de gelo;
Observar a vítima por 30 minutos para qualquer sinal de reação alérgica;
Obter atendimento médico se houver qualquer sinal de reação alérgica.
Conduta com Carrapato na Pele
Usar a pinça;
Segurar o carrapato o mais perto da pele possível;
Puxar para cima fazendo a pele erguer;
Segurar, até o carrapato soltar;
Lavar o local com água e sabão;
Aplicar compressa de gelo;
Aplicar pomada ou loção, se indicado por um médico.
NÃO USAR
Vaselina de espécie alguma;
Removedor de esmalte;
Álcool;
Fósforo quente;
Gasolina.
EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
As doenças cardiovasculares ocupam a primeira causa geral de mortalidade em nosso meio. Grande
número de pessoas morrem no Brasil por ano, decorrente principalmente do IAM (Infarto Agudo do
Miocárdio). Cinquenta por cento das vítimas morrem antes de chegar ao hospital ou nas primeiras duas
horas após começar a sentir os sintomas. Sendo assim, a morte por PCR (Parada Cardiorrespiratória) é a
emergência clínica mais importante no atendimento pré-hospitalar.
É fundamental saber reconhecer os sinais e sintomas que possam sugerir uma emergência clínica e
as medidas a serem tomadas. Algumas pessoas com problemas cardíacos ou diabéticos usam uma pulseira,
corrente ou carteirinha, identificando o tipo de doença e qual medicamento ou conduta a seguir. Se a
vítima estiver consciente, pergunte se ela tem algum destes dispositivos de aviso, se estiver inconsciente
procure por estes dispositivos.
ESTADOS DE MAL SÚBITO
- DOR TORÁCICA
Pode ser causada por várias situações, menos grave como o stress, ou muito grave como um infarto
agudo do miocárdio. A dor torácica, ou desconforto, pode estar associada à doença pulmonar, cardíaca ou
ainda por outras causas. É a manifestação mais comum entre os pacientes com cardiopatia. As outras
queixas são a falta de ar, palpitações, fraqueza ou fadiga e tonteira ou síncope. Tal como todas as dores
súbitas e inexplicáveis, a dor no tórax pode ser um sinal de alerta, o indivíduo deve procurar ajuda médica
imediatamente.
A seguir, algumas das diversas causas de dor torácica:
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Sistema
Síndrome
Angina estável
Cardíaco
Angina em repouso
ou instável
IAM
Descrição clínica
Pressão torácica
retroesternal, queimação ou
peso; irradiação ocasional
para pescoço, mandíbula,
epigástrio, ombros ou MSE.
A mesma da angina, porém
pode ser mais intensa.
A mesma da angina, porém
pode ser mais intensa.
Dor aguda, pleurítica
Pericardite
agravada com mudanças na
posição; duração variável.
Dor pleurítica, geralmente
Pleurite/Pneumonia breve, sobre a área
envolvida.
Desconforto em queimação,
Traqueobronquite
na linha média.
Pneumotórax
Pulmonar Úlcera péptica
Doença da vesícula
biliar
Pancreatite
Doença do disco
cervical
Início súbito de dor pleurítica
unilateral, com dispneia.
Queimação epigástrica ou
subesternal prolongada.
Dor prolongada epigástrica,
ou no quadrante superior
direito.
Dor epigástrica e subesternal
prolongada intensa.
Início súbito de dor fugaz.
Características distintas
Precipitada pelo exercício, tempo frio
ou estresse emocional; duração < 2 a
10 minutos
Geralmente < 20 minutos, menor
tolerância para o esforço.
Início súbito, com duração > 30
minutos. Associação com dispneia,
fraqueza, náuseas e vômito.
Atrito pericárdico
Dor pleurítica e lateral à linha média,
associada à dispneia.
Localização na linha média, associada à
tosse.
Início abrupto de dispneia e dor.
Aliviada por antiácidos ou por
alimentos.
Não provocada, ou após as refeições.
Fatores de risco incluem álcool,
hipertrigliceridemia e medicações.
Pode ser reproduzida pelo movimento
do pescoço.
Além das causas citadas acima a dor torácica pode estar presente nos casos de alterações nos
sistemas: vascular (dissecção aórtica), gastrointestinal (refluxo esofágico, pancreatite), musculoesquelético
(doença do disco cervical), infeccioso (herpes zóster) e psicológico (síndrome do pânico).
Características
1- Natureza e intensidade:
a) Pedir ao paciente que descreva em suas próprias palavras como parece a dor – maciça, aguda,
contusa, em queimação, opressiva, dolorida, pressão?
b) Pedir que o paciente quantifique a dor em relação à dor sentida no passado, usando uma escala de 1
a 10 (sendo 10 a dor mais grave e 1 a menor dor possível).
2- Início e duração:
a) Quando a dor começou?
b) Quanto tempo durou o último episódio de dor?
3- Localização e irradiação:
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a) Pedir que o paciente aponte a área onde dói mais. (Sinal de Levine positivo: pulso cerrado colocado
sobre o tórax do paciente; indicativo de dor visceral difusa associada à cardiopatia instável).
Figura 45: Sinal de Levine.
b) Perguntar ao paciente se a dor parece movimentar-se (irradiar-se mais comumente para o braço
esquerdo, mandíbula, costas e região abdominal).
4- Fatores precipitantes e que aliviam:
a) Qual atividade o paciente estava realizando exatamente antes da dor (caminhando rapidamente,
tendo exposição ao frio, ingerindo uma refeição condimentada, sentado calmamente, acordado)?
b) O que alivia a dor (repouso, medicamentos, alteração da posição)?
5- Sinais e sintomas associados:
a) observar para náusea, sudorese, dispnéia, fadiga, palpitações, desorientação.
Significado
1- A isquemia causada por um aumento na demanda do fluxo sanguíneo coronário e suprimento de
oxigênio, o qual excede o suprimento sanguíneo disponível; devido à doença da artéria coronária,
ou uma diminuição do aporte sem uma demanda aumentada decorrente do espasmo da artéria
coronária ou trombo.
2- A dor “cortante” e intensa que se irradia para as costas e flancos pode indicar aneurisma dissecante
agudo da aorta.
3- Dor precordial aguda (sobre a área cardíaca) que se irradia para o ombro esquerdo e parte superior
das costas, agravada pelas respirações – indica pericardite aguda.
Tratamento Inicial
Assegurar vias aéreas pérvias;
Afrouxar as roupas;
Tranquilizar a vítima, com uma abordagem calma e segura;
Colocar a vítima em uma posição confortável;
Instalar oxigênio conforme prescrição médica (CPM);
Verificar sinais vitais (SSVV);
Administrar medicamentos conforme prescrição médica (CPM);
Se a vítima estiver inconsciente e PCR (parada cardiorrespiratória), inicie RCP (reanimação
cardiopulmonar).
Figura 46: Posição confortável para dor torácica.
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SÍNCOPE (DESMAIO)
É a perda súbita, temporária e repentina da consciência, devido à diminuição de sangue e oxigênio
no cérebro. Geralmente com rápida recuperação, pode ser devido a múltiplas causas, desde um simples
susto (ansiedade, tensão emocional) até um quadro encefálico.
Causas
Algumas patologias (arritmias; doenças cardíacas, intoxicações, hipoglicemia), dor intensa, fortes
emoções, fome, trauma;
Em 40% dos desmaios as causas são desconhecidas.
Como reconhecer
Tontura
Fraqueza
Náusea
Pele pálida
Sudorese
Perda da consciência
Observação: Deve ser sempre investigado mesmo que não seja imediatamente.
Tratamento
Atender na queda para evitar lesões;
Avaliar CAB (circulação, via aérea e respiração);
Afrouxar as roupas da vítima;
Procurar por sinais de lesões;
Colocar na posição de recuperação (conforto).
Figura 47: Posição de conforto/recuperação.
Prevenção
Existem algumas medidas para evitar a possibilidade de desmaiar:
 Deitar a vítima com as pernas mais elevadas do que a cabeça;
 Sentar a vítima e abaixar a cabeça até o nível dos joelhos;
 Fazer uma pressão com a mão na testa da vítima para trás e pedir que a mesma realize uma força
contrária com a cabeça (para frente);
Figura 48: Posição para evitar desmaio.
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CRISE CONVULSIVA
A convulsão é uma alteração da condução de ondas elétricas cerebrais por diversas causas. Durante
um período de tempo, o cérebro deixa de funcionar normalmente e passa a enviar estímulos desordenados
ao resto do corpo. É uma condição de emergência clínica, porque a atividade constante pode diminuir o
oxigênio e a glicose do cérebro, o que pode produzir hipóxia e morte dos neurônios.
Classificação
As convulsões são classificadas pela origem da atividade convulsiva e manifestações clínicas
associadas.
1- Tudo o que o cérebro pode fazer como uma função normal, ele o pode como um comportamento
convulsivo;
2- As convulsões parciais simples podem ter sintomas motores, psíquicos ou autônomos sem
comprometimento da consciência;
3- As convulsões parciais complexas possuem um comprometimento (mas não uma perda) da
consciência com aspectos parciais simples, automatismos ou apenas comprometimento da
consciência;
4- As convulsões generalizadas apresentam uma perda da consciência com comportamentos
convulsivos ou não-convulsivos;
5- As convulsões parciais simples podem progredir para convulsões parciais complexas, podendo as
convulsões parciais complexas tornar-se secundariamente generalizadas;
Causas da Crise Convulsiva
A causa pode ser desconhecida ou uma das seguintes:
Trauma craniano ou cerebral que resulta em tecido cicatricial ou atrofia cerebral;
Tumores ou AVE (Acidente Vascular Encefálico);
Distúrbios metabólicos (hipocalcemia, hipoglicemia/hiperglicemia, anóxia);
Envenenamento;
Não-adesão ao tratamento medicamentoso;
Internação;
Eletrocussão;
Febre alta;
Abstinência alcoólica;
Uso abusivo de álcool;
Overdose de drogas;
Patologia prévia;
Achados da Avaliação
Relacionadas com a área do cérebro envolvida na atividade convulsiva. Podem variar de simples
alterações anormais, atividade motora aberrante, consciência/personalidade alterada até a perda da
consciência e movimentos convulsivos.
Alteração do nível de consciência;
Conturbação do tônus muscular ou dos movimentos (movimentos corporais involuntários);
Incontinência urinária ou intestinal;
Automatismos: atividades motoras involuntárias, tais como estalo dos lábios, deglutição e mascar;
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Assistência ao Cliente
1- Objetivos:
a) Assegurar oxigenação cerebral adequada;
b) Interromper a atividade convulsiva;
2- Estratégias:
a) Manter uma respiração pérvia e oxigenação adequada, com possibilidade de intubação traqueal
pelo médico;
b) Proteger o cliente durante a atividade convulsiva: evitar imobilizar o cliente ou fornecer qualquer
coisa através dos dentes cerrados;
c) Retirar de perto do cliente itens potencialmente perigosos;
d) Afrouxar as roupas;
e) Manter o cliente lateralmente durante a convulsão para evitar aspiração de conteúdo gástrico e
melhorar a respiração;
f) Monitorar e registrar a duração da atividade convulsiva, sinais associados e nível de consciência (NC)
do cliente após a atividade convulsiva;
g) Confortar e reorientar o cliente após a atividade convulsiva, para aliviar a ansiedade;
Evitando Lesões
Prover ambiente seguro acolchoando as grades laterais e removendo os obstáculos;
Colocar o leito em posição baixa;
Não conter o paciente durante uma convulsão;
Não colocar nada na boca do paciente durante uma convulsão;
Colocar em decúbito lateral durante a convulsão, para evitar a aspiração;
Proteger a cabeça durante a convulsão.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção às urgências. Brasília: Ministério da Saúde, 2003.
FERGUSON, Sondra G.; HUDDLESTON, Sandra SMITH. Emergências Clínicas. 3. ed.. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2006.
LOMBA, Marcos; LOMBA, André. Medicina Toxicológica: drogas e envenenamento. Olinda: Saúde Total,
2006. cap. 4, p. 73-79.
LOPES, Sandra Heli. Primeiros Socorros, RCP e DEA. Vitória da Conquista, 2009.
MARTINS, Christine Baccarat de Godoy. Acidentes na infância e adolescência: uma revisão bibliográfica.
Revista Brasileira de Enfermagem, v. 59, n. 03, p. 344-348, maio-jun. 2006.
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOACIAL. Disponível em:
<http://www1.previdencia.gov.br/aeps2007/16_01_03_01.asp>. Acesso em: 17 mai. 2013.
NETTINA, Sandra M.. Brunner: prática de enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. vols.1,2 e
3.
SESI/SEBRAE. Dicas de Prevenção de Acidentes e Doenças no Trabalho
Saúde e Segurança no Trabalho: Micro e Pequenas Empresas / Luiz
Augusto Damasceno Brasil (org.). - Brasília:SESI-DN,2005.
SMELTZER, Suzanne; BARE, Brenda G.. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002, vols. I, 2, 3 e 4.
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