55º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 55º Congresso Brasileiro de Genética • 30 de agosto a 02 de setembro de 2009 Centro de Convenções do Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 109 Avaliação do potencial genotóxico e antigenotóxico da metformina em linfócitos humanos Leandro, GS¹; Xavier, DJ¹; Sakamoto-Hojo, ET¹,² ¹Departamento de Genética - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. ²Departamento de Biologia - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil. [email protected] Palavras-chave: metformina, genotóxico, antigenotóxico, dano oxidativo, linfócitos A metformina (N,N- dimetilbiguanida) é um derivado de guanidina que foi introduzida em 1957 como agente controlador de glicose no tratamento da Diabetes Mellitus 2. Essa droga atua na regulação dos níveis glicêmicos, através da redução da absorção de glicose pelo intestino, da ativação de secreção de insulina nas células pancreáticas, além da diminuição da liberação de glicose pelo fígado e/ou do aumento da captação de glicose pelos tecidos periféricos. Estudos recentes apontam que a mediadora principal dos efeitos ocasionados pela metformina é a AMPK, uma molécula essencial na regulação do balanço energético de todo o organismo. Embora seja conhecida a ação terapêutica da metformina, seus efeitos biológicos não relacionados ao potencial anti-diabético ainda não foram investigados, principalmente no que diz respeito à sua atuação sobre o material genético. Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o potencial genotóxico e antigenotóxico da metformina em linfócitos humanos tratados com diferentes concentrações da droga. Foram utilizadas culturas de linfócitos humanos, as quais foram tratadas com metformina (10-1, 10-2 e 10-3 M); os linfócitos foram ainda submetidos a tratamentos combinados entre a metformina e H2O2 para avaliação do potencial antigenotóxico da droga. Após o tratamento contínuo por 3 horas, as células foram submetidas ao teste de apoptose e ao ensaio Cometa. Os resultados obtidos demonstraram que a metformina não induziu significativamente danos no DNA dos linfócitos quando comparados aos controles. Além disso, a droga não induziu apoptose nas concentrações testadas. Não foram notadas interações significativas entre a metformina e H2O2, exceto por um possível efeito aditivo nos linfócitos pré-tratados com a metformina e posteriormente submetidos ao tratamento com H2O2 e nos linfócitos tratados simultaneamente com os dois compostos; nesses foi observada uma indução significativa de danos em relação ao controle no ensaio Cometa. Dados da literatura mostram que os efeitos biológicos da metformina são amplos e podem variar bastante em relação ao tipo celular, tempo de incubação da droga e momento do ciclo celular, entre outros. Apesar disso, no presente trabalho, a metformina não mostrou atividade genotóxica ou antigenotóxica em linfócitos, conforme avaliação sob vários parâmetros. Estes resultados são importantes, visto a ampla utilização da droga pelos pacientes diabéticos. Apoio financeiro: FAPESP, CNPq E CAPES