Relatos de Experiência MÉTODO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE ASTRONOMIA: utilização do software Stellarium em conjunto com aulas expositivas no ensino médio Thiago Alves de Sá Muniz Sampaio* Eriverton da Silva Rodrigues** RESUMO Este trabalho busca, por meio de atividades realizadas por alunos e professores do curso de licenciatura em física do IF Sertão-PE Campus Salgueiro em escolas públicas do sertão pernambucano, analisar possíveis vantagens na apropriação de conhecimentos por parte desta comunidade escolar após a realização de uma sequência didática para o ensino de astronomia, que inclui a realização de minicursos com aulas expositivas sobre temas introdutórios desta ciência, aliados a realização de oficinas utilizando o software de simulação astronômica Stellarium como ferramenta didática. No estudo buscou-se apresentar as concepções prévias que os alunos tinham sobre o tema, bem como analisar os impactos do uso do software em sala de aula, partindo-se do principio que o Stellarium é gratuito e possui um aspecto visual e interface bastante acessíveis aos alunos do ensino médio. De modo geral, tentou-se verificar as vantagens da utilização desse método proposto, que tenta unificar o software a um plano didático extracurricular de caráter popularizador e de extensão a comunidade, demonstrando através das atividades realizadas o quão importante é trabalhar essa ciência no ensino médio, tanto pelo seu caráter formativo quanto pelo seu cunho de despertar curiosidades. Palavras-chave: Astronomia. Ensino Médio. Software. Stellarium. Interatividade. *Graduando do curso de licenciatura em física pelo IF Sertão-PE, atuo nas áreas de Física, ensino de física, ensino de astronomia. E-mail: [email protected] **Mestre em Física pela Universidade Federal de Campina Grande. Atua como professor de Física e pesquisador no IF SertãoPE. E-mail: [email protected] 1 INTRODUÇÃO A astronomia fundamental no pensamento científico, tem papel desenvolvimento além de culos, nota-se uma redução no que diz do respeito à divulgação desta ciência para a ser população em geral. Como destaca considerada uma das primeiras ciências Horvath (2013), as ciências naturais estão desenvolvidas na ficando cada vez menos “naturais”, isso antiguidade. Porém, com o passar dos sé- se dá devido ao grande distanciamento da pelo homem C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.87-97, jul./dez. 2015 87 Thiago Alves de Sá Muniz Sampaio, Eriverton da Silva Rodrigues ciência com a sociedade em geral, que certos conceitos, ou até, por falta de talvez encontre uma causa nos inúmeros instrução, deixarem de lecionar grande avanços tecnológicos para observação e parte do conteúdo previsto pelos livros experimentação didáticos - que por sua vez também são dos fenômenos na questionáveis quanto a alguns conceitos própria astronomia, uma das ciências mostrados de forma errônea ou distorcida mais amplamente difundidas na idade (LANGHI; NARDI, 2007). científicos. Como podemos notar Portanto, antiga e que, hoje em dia, criou-se o isso demonstra que conceito de que só pode ser praticada em muitas vezes os alunos terminam o ciclo grandes observatórios ou por grandes básico instituições de pesquisa. conhecimentos de estudos sem ter apropriados os desses A realidade do ensino-aprendiza- assuntos (DIAS; SANTA RITA, 2007). O gem dos assuntos relacionados ao estudo que nos leva a crer que o ensino de tais da astronomia nas escolas do Brasil se conteúdos divide em apenas dois momentos: o pontual, ou seja, diferente dos objetivos a primeiro, ainda no ensino fundamental se alcançarem de acordo com os PCNs. (dentro de matérias como Geografia e No que se refere ao ensino desta ciência Ciências), dá ênfase ao conjunto de concomitantemente temas que envolvem o Universo, Terra e ensino médio, Faria e Voelzke (2008) em vida no planeta; já o segundo se dá no sua pesquisa relata que a maioria dos ensino médio - na área da física -, onde professores que ensinam física no ensino se explana alguns conceitos históricos da médio admitem não utilizar nenhum tópico astronomia incorporados ao estudo da relacionado à astronomia no seu plano gravitação universal, além de outros didático, fugindo completamente do que conteúdos que transitam entre essas duas propõe Scarinci e Pacca (2006), que ciências, como destaca Iachel e Nardi relata (2010). Porém, no primeiro caso, segundo proporcionar destaca Leite (2007), os professores de tornar o ensino da física mais voltado à Ciências geralmente não possuem muita proposta dos PCNs, que propõem um intimidade com a abordagem científica ensino de física libertador que desenvolva deste conteúdo, levando-os a cometer habilidades e competências. que é realizado a com de a astronomia novas maneira física no poderia alternativas para alguns equívocos nas explicações de 88 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.87-97, jul./dez. 2015 Método didático para o ensino de astronomia: utilização do Software Stellarium em conjunto com aulas expositivas no ensino médio Estudar as estrelas e outros corpos existentes no Universo possibilita ao aluno do EM uma nova perspectiva quanto à disciplina de física que lhe é apresentada tradicionalmente (MOTA et al. 2009). sociedade, fazendo com que o IF Sertão PE - Campus Salgueiro seja um núcleo de mobilização social, despertando talentos por promover a participação Por fim, a astronomia como ciência sobretudo empreendedora e o protagonismo dos alunos. natural e, portanto, contemplada nos documentos oficiais (PCNs e Reforma do 2 METODOLOGIA UTILIZADA Ensino Médio) abrange conhecimentos que são esfera Realizamos esse trabalho no ano científico- de 2014 em três turmas de ensino médio tecnológico. A integração e articulação (1º, 2º e 3º anos) dos cursos técnicos das disciplinas científicas, propostas pela integrados legislação, abrange conhecimentos que Salgueiro, e em duas turmas (de 2º e 3º são condizentes com as competências anos) da escola de referência Anísio gerais em Veras na cidade de Verdejante-PE, além conformidade com a formação de cidadão de alunos de várias turmas do campus consciente, crítico e não passivo em Salgueiro que participaram de uma oficina fronte as novas necessidades requeridas aberta pela sociedade moderna em constantes aproximadamente 150 alunos envolvidos transformações, seja na ciência, seja na nesta pesquisa. sociocultural, relevantes além (BRASIL, tecnologia. do 2002, p. projeto 9) durante IF as Sertão-PE férias, campus totalizando A primeira ação tomada nas turmas pressuposto que o público interessado foi aplicar um breve questionário que tinha possa compreender o significado do como objetivo investigar o conhecimento estudo sua prévio dos alunos sobre a astronomia, a importância para compreender o papel do fim de se obter um real parâmetro sobre homem no universo; interagindo com as como aquela ciência estava inserida no atividades apresentadas nas oficinas e contexto sociocultural dos alunos. O aulas expositivas, propiciando possíveis questionário serviu de ponto de partida diálogos sobre o ensino-aprendizagem para entender de onde se deve começar o desta ciência e de suas aplicações na ensino e a divulgação da astronomia, Astronomia partiu do do da Este na e de C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.87-97, jul./dez. 2015 89 Thiago Alves de Sá Muniz Sampaio, Eriverton da Silva Rodrigues sendo de extrema importância para que possibilita o uso destas atividades estabelecermos uma sequência didática como forma de preparação para os alunos compatível aos conhecimentos intrínsecos realizarem tal prova, oferecendo assim um dos alunos (TAXINI et al., 2012). Para objetivo pré-estabelecido aos alunos para efeitos quantitativos, iremos contabilizar a realização dessas atividades em sala de apenas 50 alunos provenientes do IF aula. Os conteúdos foram transmitidos no Sertão-PE campus Salgueiro, onde os formato de apresentação, onde os alunos questionários foram aplicados. Os outros do alunos provenientes da escola Anísio abordaram diversos Veras serão incluídos apenas em uma astronomia utilizando-se abordagem qualitativa dos resultados. imagens e representações artísticas dos curso de licenciatura em física conceitos de da várias corpos celestes. Sempre após explanar Figura 1- Atividade de revisão para a Olimpíada Brasileira de Astronomia com uso do software Stellarium em escola pública de Verdejante - PE. cada conceito era perguntado aos alunos se tinham alguma dúvida ou curiosidade sobre aquele assunto, com o objetivo de promover diálogos e troca de conhecimentos. Após as aulas, a próxima etapa seguia com uma oficina sobre o uso do software de simulação astronômica Stellarium na sala de aula. No começo Fonte: Dados da Pesquisa explicamos sobre a interface do software, As aulas expositivas foram ministradas por alunos do curso de licenciatura em física do IF Sertão PE Campus Salgueiro, estas aulas tiveram o intuito de explanar os conteúdos da astronomia de maneira introdutória. Os assuntos abordados estavam dentro dos conteúdos previstos pelos PCNs, bem como dos conteúdos presentes bem como suas funcionalidades configurações. Começamos a mostrar pelo programa um pouco de cada conteúdo que foi visto durante as aulas, pois ele nos permite ter uma noção mais representativa astronômicos de e de fenômenos movimentos corpos celestes. na Olimpíada Brasileira de Astronomia, visto 90 e C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.87-97, jul./dez. 2015 dos Método didático para o ensino de astronomia: utilização do Software Stellarium em conjunto com aulas expositivas no ensino médio Figura 2- Aluno do curso de Licenciatura em física ministrando oficina com o software Stellarium no IF-Sertão-PE Campus Salgueiro. procuraram saber se os alunos já tinham tido algum contato com o Stellarium, bem como saber o grau de intimidade dos alunos com a astronomia. Verificou-se que para a primeira pergunta: “Você já tinha conhecimento Stellarium?”, do 97% programa dos alunos responderam que não. Isso nos permite validar a divulgação deste programa incluído em um planejamento didático, a Fonte: Dados da Pesquisa fim de mostrar aos alunos um meio Após todas as instruções dadas, os alunos puderam acessar o Stellarium em alguns computadores disponibilizados nos laboratórios de informática das escolas, propiciando um momento de interatividade onde os alunos poderiam explorar mais a fundo todas programa as funcionalidades de acordo com do suas curiosidades sobre o tema. Terminadas as atividades, foi dado outro questionário aos alunos – este com perguntas mais subjetivas -, a fim de se obter um parâmetro dos benefícios deste método no ensino da astronomia e como ele altera a estrutura cognitiva dos alunos sobre os temas envolvidos. acessível para a aprendizagem da astronomia, visto que o software é gratuito e está disponível para download. Para a segunda pergunta: “Você já tinha estudado algo sobre astronomia?”, 64% dos alunos responderam que não. Ou seja, percebe-se que mais da metade dos alunos afirmaram nunca ter estudado algo sobre o tema, o que nos leva a indagar sobre as reais causas da baixa divulgação desta ciência nas escolas, já que no ensino fundamental esses alunos deveriam ter visto conteúdos na área de ciências que envolvam conceitos astronômicos. Tal fato nos permite tomar dois lados de pensamento: Talvez os alunos 3 RESULTADOS E ANÁLISES não consigam relacionar os conteúdos vistos no ensino fundamental com a temática da astronomia, o que Inicialmente, realizadas antes as perguntas das atividades prova que essa ciência é muitas vezes C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.87-97, jul./dez. 2015 91 Thiago Alves de Sá Muniz Sampaio, Eriverton da Silva Rodrigues passada aos alunos de maneira “As vantagens são conhecimento mais superficial e/ou distorcida. O outro lado é aprofundado e detalhado da astronomia e que talvez os alunos realmente nunca conhecimento de estrela e planetas.” tenham visto esses conteúdos nas séries “Que podemos analisar mais detalhes iniciais. sem precisar de telescópio, somente com Para a pergunta “Em sua opinião, o programa no computador.” qual a importância do estudo de temas “Porque eu não entendia muito bem sobre voltados à astronomia?”, nos baseamos as estrelas, e depois da atividade comecei no nível de conceitos que os alunos a conhecer a constelação do cruzeiro do abordaram em suas respostas, de modo a sul.” qualificar as respostas como coerentes ou “Ver o sol de perto, aproximar a lua, não. como observar o tamanho de cada planeta, ver coerentes 40% das respostas, incoerentes o por do sol, as estrelas etc. E melhora o 37% ensino.” Ao todo, e não resultados classificamos souberam mostram que, 23%. apesar Tais do “Porque o software facilita a visualização caráter instigante da astronomia, ela de corpos celestes, sem o uso de ainda permanece mal entendida por parte telescópios. Este programa é muito bom do público em geral, talvez por ser mal porque tem como voltar no tempo e ter difundida para a sociedade. uma ideia de como os fenômenos naturais No questionário pós-atividade - a fim de saber como de “Pois conseguimos visualizar todas as simulação utilizado poderia facilitar a estrelas, constelações, luas, etc. Dentro aprendizagem da astronomia -, foi feita a de um único programa onde aceleramos o seguinte pergunta: “Quais as vantagens tempo para observar posições futuras dos do uso do software Stellarium para o astros, estrelas, sol, etc.” ensino-aprendizagem o de software acontecem.” astronomia?”. Analisando as respostas, 93% dos alunos Durante a atividade, o software se relataram pontos positivos da utilização do mostrou bastante eficiente no que diz programa em sala de aula. Algumas respeito à visualização de fenômenos respostas podem ser verificadas abaixo: celestes de maneira intuitiva e prática, visto que tais fenômenos fogem do que é acessível em sala de aula pelo professor 92 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.87-97, jul./dez. 2015 Método didático para o ensino de astronomia: utilização do Software Stellarium em conjunto com aulas expositivas no ensino médio (LONGHINI, 2010). Uma de suas maiores funcionalidades é disponibilizar um Em uma abordagem qualitativa, podemos avaliar como satisfatória a calendário celeste de horas, dias, meses participação dos alunos nas atividades e anos, facilitando a compreensão das realizadas. A todo o momento os alunos estações dos se mostravam muito interessados com os movimentos de rotação e transação da conteúdos abordados, sempre fazendo Terra em torno do Sol, e do movimento da perguntas para sanar suas curiosidades Lua e suas fases. sobre o tema. Ao passo que mostrávamos do ano na Terra, O programa nos permite explorar diversos recursos próprios alunos demonstravam querer variados corpos celestes, que vão desde explorar alguns pontos específicos do planetas até galáxias, exibindo dados programa, como podemos citar o exemplo como distância e tamanho aparente dos de astros, a abordávamos conceitos de solstícios e inserção de temas básicos da astrofísica. equinócios, nos pediu que mostrássemos O software exibe de maneira fiel a como era o nascer e o pôr do sol na abóbada celeste, além de oferecer aos Antártida. alunos uma impressão mais realista do Analisando as respostas dadas para a quão grande é o universo ao nosso redor. pergunta: “Relate os principais conceitos Entre outros temas, pudemos verificar um que você aprendeu com a atividade de melhor aproveitamento dos alunos na hoje?” podemos destacar as respostas de compreensão alguns alunos: que inclusive de dos Stellarium, os mais o visuais as funcionalidades do facilitaria conceitos como uma aluna que, enquanto constelações, sistemas estelares, escalas e relação entre tamanho e distância dos “A astros. Também promovemos um diálogo formando alguns desenhos e algo muito sobre o discernimento entre a astronomia interessante é que cada ‘ponto’ no céu e a astrologia, utilizando-se para isto das tem um nome até mesmo para ser representações facilmente identificado.” artísticas das proximidade de algumas estrelas constelações zodiacais que o programa “Aprendi nomes de estrelas e corpos nos fornece. celestes, aprendi que a estrela Dalva na verdade é um planeta (Vênus) etc.” C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.87-97, jul./dez. 2015 93 Thiago Alves de Sá Muniz Sampaio, Eriverton da Silva Rodrigues “Aprendemos os nomes e as formas das simulador, promove aos alunos a devida constelações, preparação para inseri-los na prática de dos planetas e das distâncias entre esses astros celestes.” astronomia amadora, que culmina com “Podemos aprender a distância da lua, observações do céu, auxiliadas ao uso de planetas e constelações que os antigos lunetas e telescópios. viam, vários tipos de formas nas constelações, animais e tal. E que existem 4 CONCLUSÕES milhares de estrelas.” O fato da maioria da Percebe-se turma motivador e popularizável, mas que ainda vantagens para o ensino da astronomia, é muito carente no que diz respeito à além de relatarem a aprendizagem de divulgação e ao ensino nas escolas e na alguns atividade comunidade em geral, tornando pertinente realizada, nos leva a crer que o uso deste a realização de atividades extraclasse de software promove uma integração dos extensão e o uso de métodos didáticos alunos com os conteúdos, de forma a alternativos relacionar o que se aprende na teoria a tradicional. Analisando de um ponto de uma maneira interativa de se observar o vista acadêmico, cientifico e cultural, a que acontece na prática. Isso é aceitável realização deste projeto motiva os alunos se do curso de Licenciatura em física para partimos do ponto que realizar se como tornem de da motivos do uso do Stellarium e suas a grau área ciência com um esta responder com devidas propriedades os conceitos possui que estudo complemento ao observações do céu à noite em turmas da que educação básica é sempre um desafio, conhecimento muitas vezes não sendo possível por falta incentivadores dos alunos do ensino de tempo ou locais adequados. E mesmo médio, aumentando nossa demanda de se levado em conta a realização de ensino-aprendizagem observações astronômicas, a oficina ainda várias esferas educacionais. em multiplicadores do astronomia e e abrangendo se torna de extrema importância, pois o O fato de promovermos diálogos e fato de começar abordando os conteúdos discussões sobre o ensino-aprendizagem básicos com seminários em sala de aula, de astronomia e suas aplicações na para em seguida realizar as atividades sociedade através das aulas interativas interativas com o uso de um software aliadas ao uso do software garante ao 94 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.87-97, jul./dez. 2015 Método didático para o ensino de astronomia: utilização do Software Stellarium em conjunto com aulas expositivas no ensino médio público alvo um melhor discernimento do como uma ferramenta complementar no real significado do estudo da astronomia e ensino de astronomia, tendo estes como de sua importância para compreender o principal objetivo relacionar de maneira papel do homem no universo. Como abrangente Oliveira et al. (2007) destaca em sua astronômica, como é previsto pelos PCNs. pesquisa, apesar dos alunos do ensino O uso do Stellarium como um meio termo médio creditarem seus conhecimentos de entre astronomia na maioria das vezes à conhecimento escola, a parcela que afirma aprender significativa os conteúdos vistos em sala astronomia por meio de computadores e de outros meios de entretenimento também é possibilidade significativa, fazendo toda a diferença nos observações amadoras do céu, propondo conhecimentos gerais que os alunos assim uma espécie de tripé educacional possuem sobre o tema em si. Por isso, para o ensino de astronomia. a teoria esses aula e com dois de prática aspectos reforça fornece a de aos do maneira alunos iniciarem a suas inserir ferramentas computacionais no contexto social dos alunos amplia as Agradecimentos possibilidades de aprendizagem por parte dos mesmos. Por fim, Agradecemos à Coordenação de com este trabalho pudemos estudar e avaliar aspectos para Extensão do Instituto Federal do Sertão Pernambucano pelo suporte ao projeto. a inserção de simuladores astronômicos DIDACTIC METHOD FOR ASTRONOMY EDUCATION: USE OF SOFTWARE STELLARIUM IN CONJUNCTION WITH LECTURES IN MIDDLE SCHOOL ABSTRACT This paper seeks, through extension activities performed by students and teachers of the degree course in physics IF Sertão-PE Campus Salgueiro in public schools in Pernambuco backlands, analyze possible advantages in the acquisition of knowledge on the part of this school community after completion of a didactics sequence for teaching astronomy, which includes conducting short courses with introductory lectures on subjects of this science, together with workshops using the astronomical simulation software Stellarium as a teaching tool. In this study we sought to present the preconceptions that students had about the topic as well as analyze the impacts by use this software in the classroom, starting from the principle that Stellarium is free and has a visual aspect and quite C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.87-97, jul./dez. 2015 95 Thiago Alves de Sá Muniz Sampaio, Eriverton da Silva Rodrigues affordable interface to high school students. In general, we tried to verify the advantages of using this proposed method, which attempts to unify the software to an popularizer extracurricular educational plan, demonstrating through this activities how important is learning this science in high school, both for their formative character as for his awakening for curiosities of nature. Keywords: Astronomy. High School. Software. Stellarium. Interactivity. Artigo recebido em 08/10/2015 e aceito para publicação em 04/11/2015 REFERÊNCIAS BRASIL. PCN+ Ensino Médio. Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC-SEMTEC, 2002. ensino de física nas últimas décadas. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 12, n. 2, p. 225-238, 2010. LANGHI, R.; NARDI, R. Ensino de Astronomia: erros conceituais mais comuns presentes em livros didáticos de ciências. Caderno Brasileiro de Ensino DIAS, C. A. C.M.; SANTA RITA, J. R. de Física, v. 24, n. 1, p. 87-111, 2007. Inserção da astronomia como disciplina curricular do ensino médio. Vértices, v. 9, LEITE, C.; HOSOUME, Y. Os professores de ciências e suas formas de pensar a n. 1, p. 161-170, 2007. astronomia. Revista latino-americana de FARIA, R. Z.; VOELZKE, M. R. Análise Educação em Astronomia-RELEA, v. 4, das caracterısticas da aprendizagem de p. 47-68, 2007. astronomia no ensino médio nos municıpios de Rio Grande da Serra, LONGHINI, M. D.; DE DEUS MENEZES, Ribeirao Pires e Mauá. Revista Brasileira L. D. Objeto virtual de aprendizagem no de Ensino de Física, v. 30, n. 4, p. 4402, ensino de astronomia: algumas situações problema propostas a partir do software 2008. Stellarium. Caderno Brasileiro de Ensino HORVATH, J. E. Uma proposta para o de Física, v. 27, n. 3, 2010. ensino da astronomia e astrofísica estelares no Ensino Médio. Revista MOTA, A. T.; BONOMINI, I. A. M.; Brasileira de Ensino de Física, v. 35, n. ROSADO, R. M. M. Inclusão de temas 4, p. 4501, 2013. astronômicos numa abordagem inovadora do ensino informal de física para IACHEL, G.; NARDI, R. Algumas estudantes do Ensino Médio. Revista tendências das publicações relacionadas à Latino-Americana de Educação em astronomia em periódicos brasileiros de Astronomia, n. 8, p. 7-17, 2009. 96 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.87-97, jul./dez. 2015 Método didático para o ensino de astronomia: utilização do Software Stellarium em conjunto com aulas expositivas no ensino médio OLIVEIRA, E. F.; VOELZKE, M. R.; AMARAL, L. H. Percepçao astronômica de um grupo de alunos do ensino médio da rede estadual de Sao Paulo da cidade de Suzano. Revista Latino-Americana de Educação em Astronomia, n. 4, p. 79-99, 2007. TAXINI, C. L. et al. Proposta de uma sequência didática para o ensino do tema “estações do ano” no ensino fundamental. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 14, n. 1, p. 81, 2012. SCARINCI, A. L.; PACCA, J. L. A. Um Curso de astronomia e as PréConcepções dos Alunos. Revista Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v.28, n.1, 89-99, 2006. C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.87-97, jul./dez. 2015 97