IFRS4all® Visite: www.ifrs4all.com Be ahead IFRS Strategy Tool® IFRS Training Planner® Planos de capitalização no Brasil e IFRS. Quais os fatores técnicos a serem analisados? Muitas seguradoras que consolidam empresas que emitem contratos de capitalização e o processo de conversão têm demonstrado uma grande preocupação quanto ao tratamento contábil destes produtos em IFRS e como a face da demonstração de resultado e margens serão impactadas pela adoção do IFRS. Contratos (como os contratos de jogo) que exigem um pagamento se um determinado evento futuro e incerto ocorrer, mas não exigem, como condição contratual para o pagamento, que o evento afete o segurado negativamente não são contabilizados em IFRS como contratos de seguro. No Brasil, os recebimentos dos depósitos periódicos dos planos de capitalização transitam diretamente pelo resultado do exercício, contribuindo para a apuração do prêmio bruto emitido pela companhia. Este indicador é levado em consideração por agências de rating e classificação de ranking de seguradoras no mercado. O risco financeiro é o risco de uma possível futura mudança de uma ou mais de uma determinada taxa de juro, instrumento financeiro de preços, taxas de câmbio, índice de preços ou de taxas, notação de crédito ou índice de crédito ou outra variável, desde que, no caso de uma variável não financeira que a variável não seja específica de uma parte do contrato. Se o contrato não for classificado como um contrato de seguro este contrato deve ser avaliado segundo o IAS 39 e o contrato seria qualificado como um contrato de investimento (uma classe de passivo financeiro segundo o IAS 39). A conseqüência desta classificação é a de que o valor dos depósitos dos clientes não transitaria imediatamente por resultado (método conhecido como deposit accounting). Neste modelo contábil, somente a variação do passivo financeiro transitaria pelo resultado, tal como o rendimento auferido pelo cliente periodicamente. Para os contratos de capitalização, embora seja claro que existe um benefício adicional substancial para o cliente se ele ganhar o sorteio mensal o fato de que um cliente venha a ganhar na loteria não se qualifica como um evento segurado porque o evento não afeta negativamente o cliente. O risco de um cliente ganhar na loteria é uma variável não financeira que não é específica para qualquer das partes do plano de capitalização e, portanto, definido como risco financeiro. Vamos considerar alguns aspectos técnicos para o entendimento da abordagem do IFRS para este tema. Segundo o IFRS 4 um contrato de seguro é um contrato onde uma parte (a seguradora) aceita risco significativo de seguro de outra parte (o segurado), compensando o segurado se um acontecimento futuro incerto especificado (o evento de seguro) afetar adversamente o segurado. Alguns contratos exigem pagamentos caso ocorra um acontecimento incerto especificado, mas não exigem um efeito adverso sobre o tomador do seguro como condição prévia para o pagamento. Imagine um contrato de apostas onde o titular do contrato deposita valores periódicos para receber um prêmio muito superior ao valor apostado se tiver sorte no mundo probabilístico. Tal contrato não é um contrato de seguro, mesmo que o titular utiliza o contrato para mitigar uma exposição de risco subjacente. Autor Alexandre Paraskevopoulos, DipIFR Consultor com mais de 13 anos de experiência na área contábil, financeira e aplicação prática do IFRS. Possui 3 anos de experiência internacional, Reino Unido, onde atuou em uma grande empresa de consultoria e auditoria e esteve envolvido em projetos de conversão do IFRS em diversos países incluindo África do Sul, América do Norte, Alemanha, Bélgica, França, Espanha, Reino Unido e Suíça. Atualmente, Alexandre é consultor da IFRS4all®, consultoria especializada em IFRS, e autor de diversos artigos e publicações sobre IFRS. Especialista na aplicação do IFRS 4 para contratos de seguros, IAS 39 para instrumentos financeiros e IAS 40 para a atividade imobiliária. Conduz projeto de PhD no Reino Unido, cujo tema da pesquisa foi formalmente recomendado pela Diretoria de Pesquisas do IASB. A pesquisa foca nos impactos da aplicação do IFRS para contratos de seguros e produtos financeiros na América Latina. É contador no Brasil, sendo associado ao European Accounting Association (EAA), ao Centre for International Banking Economics & Finance (CIBEF) no Reino Unido e possui diploma em IFRS concedido pelo ACCA (Association of Chartered Certified Accountants). 2009 – IFRS4all®. Todos os direitos reservados.