FINANCIAMENTO DO SUAS: GESTÃO MUNICIPAL E AS DESIGUALDADES REGIONAIS Financiamento Foco: competências da gestão municipal, especialmente no enfrentamento das desigualdades regionais exige o debate sobre o pacto federativo, no contexto de aprimoramento das funções essenciais do SUAS. Objetivo: Abordar a posição estratégica dos estados e da União na disputa do fundo público, com ampliação progressiva dos recursos e, da atuação cooperada e intersetorial no enfrentamento das desigualdades regionais. Primeira fase do SUAS: A vinculação entre requisitos e incentivos financeiros promoveu uma significativa cobertura da rede socioassistencial. Desafios: Avaliar os impactos da cobertura e qualificar os serviços, com expansão planejada, seguindo novos patamares de gestão, implantando educação permanente e novos critérios de expansão de serviços, considerando aspectos territoriais e impactos esperados, com padrões de qualidade definidos. Nova Fase do SUAS NOB/SUAS/12: Avança na qualificação das dimensões e atributos de gestão, ao fortalecer as instâncias políticas e estabelecer condições para os avanços na gestão descentralizada e participativa, a partir do aprimoramento de responsabilidades dos entes federados. Gestão Municipal Fortalecida: avanços importantes na realização de diagnósticos territoriais, pactos de aprimoramento do SUAS e prestação de serviços que efetivamente melhore as condições de vida da população, além de uma gestão e condição de trabalho qualificados, com controle social. Financiamento do SUAS no Fortalecimento da Gestão Municipal • Planejamento com base nas responsabilidades e prioridades; • Gestão financeira na lógica dos blocos de financiamento; • Autorização para o pagamento de pessoal do quadro próprio; • Territorialização de serviços considerando diagnósticos; • Vigilância e gestão da informação; • Monitoramento e avaliação; • Controle social e demais instâncias fortalecidas. As pactuações construídas nas instâncias do SUAS: Um novo pacto federativo nos marcos da nova NOB, a partir de um projeto político coletivo, complementaridade das ações, na direção do enfrentamento das desigualdades históricas e ampliação da proteção social brasileira. Gestão descentralizada e o papel dos estados: As responsabilidades entre estados e união são complementares e devem avançar na unificação, particularmente quanto ao reconhecimento das desigualdades regionais. Os estados possuem responsabilidades no acompanhamento, cofinanciamento e no apoio técnico, em relação aos municípios e a união em relação aos estados (apoio técnico), as gestões municipais possuem responsabilidades no reconhecimento das desigualdades territoriais e na qualificação da sua rede socioassistencial. O Brasil possui particularidades e diversidades. Os municípios, em sua maioria, são de pequeno porte, apresentam baixa capacidade de gestão e oferta de serviços; os territórios conformam assimetrias, disparidades e desigualdades que exigem provisões diferenciadas para a recomposição e prevenção de violações; possuem pouca incidência de movimentos sociais e organizações que alarguem a esfera pública na perspectiva da expansão dos direitos; as políticas tendem à fragmentação das ações e frágil intersetorialidade. Cultura política funcional à reprodução de uma relação hierárquica e não horizontal no desenvolvimento das funções reforçado pela partilha injusta de recursos públicos no campo das políticas sociais. A POBREZA NO BRASIL Insuficiência de Renda Carências de Serviços Públicos Fonte: Plano Brasil sem Miséria- MDS/Governo Federal É preciso avançar na disputa legítima do fundo público, na definição nacional de critérios técnicos e equânimes, e de aprimoramento das responsabilidades dos entes federados, visando, a cobertura universal e qualificada da rede socioassistencial, o fortalecimento da participação popular e da gestão democrática. Expansão de serviços e benefícios, com base nos diagnósticos e prioridades nacionais e regionais; no cofinanciamento e implantação de serviços, qualificados e com cobertura universalizante; no acompanhamento e na qualificação das dimensões de gestão, relacionadas às prioridades pactuadas; na coordenação de ações estratégias de desenvolvimento territorial/regional específicas da assistência social e intersetorial. Responsabilidades Centrais dos Estados Incremento da capacidade de gestão, tanto da sua estrutura político-administrativa, como dos municípios. Qualificação dos serviços e da gestão, depende da ação integrada dos estados com o governo federal; a referência que os estados possuem na relação com os municípios, assim como sua capacidade de articular políticas públicas para uma atuação intersetorial, visando o desenvolvimento local/regional; com educação permanente; a proximidade territorial com os municípios como aspecto que favorece ações regionais. A superação de desigualdades regionais não depende exclusivamente da assistência social. Desafios aos Estados ➢ ➢ ➢ ➢ integração e o aperfeiçoamento de instrumentos de gestão e sistemas de informação, particularmente de monitoramento e apoio técnico; redefinição de critérios de expansão e reordenamento de serviços com ampliação de recursos; realização de diagnósticos com recortes regionais que subsidiem as prioridades; definição das ofertas de serviços considerando particularidades territoriais e critérios de regionalização; Desafios aos Estados ➢ ➢ ➢ ➢ ➢ definição de padrões de qualidade, impacto social e recursos correspondentes; padronização e unificação de serviços ofertados na relação com demais políticas, considerando avaliação nacional; definição de fluxos operacionais para o atendimento em rede visando a efetiva intersetorialidade; implantação dos pisos pelos estados que ainda não implantaram com Ampliação do cofinanciamento.dos estados; regulamentação do SUAS nas demais esferas de governo. Centralidade nas condições de gestão Gestão orientada pelo pacto de aprimoramento do SUAS: ➢Cumprimento de competências e responsabilidades; Centralidade no planejamento e qualificação de serviços e benefícios; ➢ Diagnóstico e indicadores como base para a definição dos níveis de gestão; ➢ Adoção de incentivos financeiros; ➢ ➢ Fortalecimento da participação e do controle social. Cultura do pacto de aprimoramento do SUAS • O PACTO DE APRIMORAMENTO DE GESTÃO DOS ESTADOS introduziu na agenda política do SUAS uma nova lógica: – Adesão; – Planejamento e aprimoramento da gestão; – Revisão de metas nacionais/regionais/locais. As prioridades do Pacto de Aprimoramento da Gestão dos Estados ➢ ➢ ➢ ➢ ➢ organização dos territórios para implantação de serviços regionais; o apoio técnico aos municípios; o cofinanciamento da Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial; o apoio ao exercício da participação e do controle social; Coordenação, gerenciamento, execução e cofinanciamento de programas de capacitação para gestores, trabalhadores e conselheiros; Implantação e implementação do Sistema Estadual de Informação, Monitoramento e Avaliação. NOB/2012 - estados também aderem ao SUAS e a partir das prioridades nacionais são avaliados a apoiados, atendendo à lógica do cumprimento de prioridades e financiamento União. compartilhado com a FONSEAS: instâncias política reconhecida como legítima. – Participação ativa nos Grupos de Trabalho estruturantes da nova fase do SUAS; – Tem provocado o debate sobre a ampliação do financiamento e revisão do pacto federativo; – Contribui para articulação da esfera estadual; – Vem construindo novas estratégias políticas: • Encontro Nacional; • Uma nova política de comunicação, difusão de conhecimentos e experiências em gestão. “O processo de recuperação do papel estratégico do estado e do DF retrata o esforço coletivo de superar as marcas da descontinuidade e do improviso que caracterizam a assistência social, com forte propulsão dos mecanismos que ampliam a gestão pública e democrática”. (Revisão das Prioridades Nacionais do Pacto de Aprimoramento da Gestão) Obrigada! [email protected] Célia Melo