estudos etnobotânicos realizados no estado de roraima

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I Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da UERR – I EEPE/UERR
ESTUDOS ETNOBOTÂNICOS REALIZADOS NO ESTADO DE RORAIMA
MATTOS¹, Chiara Bezerra*; FLORES², Andréia Silva
1- E-mail: [email protected]; Universidade Estadual de Roraima: Rua Sete de Setembro, nº 231 Bairro Canarinho, CEP: 69306-530 / Boa Vista - RR – Brasil.
2- E-mail: [email protected]; Instituto de Amparo a Ciência, Tecnologia e Inovação de Roraima.
Herbário do Museu Integrado de Roraima. Parque Anauá. CEP: 69305-010 Boa Vista, RR, Brasil.
RESUMO: O objetivo do presente trabalho visa analisar a panorâmica dos estudos
etnobotânicos voltados a plantas medicinais realizados no Estado de Roraima. O
trabalho foi realizado por meio de informações obtidas através de levantamento de
literaturas publicadas entre o período de 1988 a 2015. Pôde-se constatar que há
uma variedade de plantas medicinais nativas e exóticas usadas para fins medicinais,
principalmente para o tratamento de doenças voltadas para o trato respiratório,
digestivo e renal. Apesar da rica flora no Estado ainda são utilizadas poucas
espécies nativas com fins medicinais.
PALAVRAS-CHAVE: Etnobotânica, plantas medicinais, Amazônia.
INTRODUCAO: Plantas medicinais apresentam compostos do metabolismo que
possuem ação no organismo humano, atuando estas como medicamentos com
natureza preventiva, paliativa e/ou curativa. Inúmeras práticas do uso medicinal
utilizando-se da flora advêm do conhecimento do senso comum, ou seja, dos
saberes tradicionais, ou ainda, conhecimento popular, quais muitos já possuem
comprovação científica de suas eficácias. Roraima apresenta uma flora diversificada
em diferentes tipos vegetacionais, desde floresta Amazônica a Tepuis. O Estado
ainda conta com uma variedade de etnias indígenas que se utilizam de plantas
medicinais para o tratamento de doenças. Entretanto, ainda não se conhece
profundamente as plantas medicinais utilizadas entre os índios e não índios no
Estado, a origem destas espécies de plantas e as doenças tratadas por estas. Este
trabalho tem como objetivo buscar informações básicas sobre as espécies de
plantas utilizadas para fins de tratamento de saúde, por meio de uma investigação
preliminar sobre a relação de plantas utilizadas entre as etnias indígenas de
Roraima, populações não indígenas e as plantas comercializadas nas feiras em Boa
Vista.
MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho foi baseado em buscas bibliográficas de
artigos publicados sobre plantas medicinais realizados em Roraima (Berg e Silva,
1988; Luz, 2001; Milliken e Albert, 1997; Milliken, 1998; Nascimento Filho, 2007). Foi
realizada uma busca de todas as espécies de plantas citadas nos artigos mencionados
acima. Estas foram organizadas alfabeticamente em família, parte da planta utilizada,
modo de uso da planta medicinal, sistema corporal tratado, doenças e origem
(nativa/exótica na Região Amazônica). Para a classificação, se nativa ou exótica, foi
utilizada a Lista da Flora do Brasil online.
Rua 7 de Setembro, 231 - Canarinho
CEP 69306-530 / Boa Vista - RR - Brasil
Tel.: (95) 2121-0944/21210943www.uerr.edu.br
I Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da UERR – I EEPE/UERR
RESULTADOS: Foram catalogadas 177 espécies pertencentes a 64 famílias
botânicas. As principais famílias foram: Leguminosae (17 spp) seguida por
Lamiaceae (11 spp) e Asteraceae (10 spp). Aproximadamente 40% das espécies
levantadas nestes trabalhos são exóticas, provenientes de outras regiões do Brasil,
e algumas europeias. Estas espécies exóticas foram mais citadas no artigo de Luz
(2001) que tratou sobre as plantas comercializadas nas feiras populares em Boa
Vista, enquanto que nas áreas indígenas a quantidade de espécies nativas foi maior
que as exóticas. As partes das plantas mais utilizadas foram principalmente as
folhas, logo após ritidomas e cascas, raízes e menos frequentemente, flores, frutos e
sementes. O modo de uso mais mencionado foi em forma de chás. Os sistemas
corporais mais tratados foram digestivo, respiratório e renal. As doenças mais
citadas foram malária, gripe e diabetes.
CONCLUSÕES: Percebeu-se que apesar da flora amazônica ser muito rica, ainda
não ha uma diversificação de espécies botânicas utilizadas para o tratamento das
doenças. Isso é mais marcante quando se analisa as plantas comercializadas na
capital do estado, onde a proporção de espécies exóticas é maior que nas áreas
indígenas.
AGRADECIMENTOS:
Agroecologia.
Agradecemos a Coordenação da pós-graduação em
REFERÊNCIAS:
BERG, M.E.V.; SILVA, M.H.L. Contribuição ao conhecimento da flora medicinal de Roraima.
SUPL. ACTA AMAZONICA, 18(1-2); 23 - 35. 1988.
LUZ, F.J. F. Plantas medicinais de uso popular em Boa Vista, Roraima, Brasil. Horticultura
Brasileira, v. 19, n. 1, p. 88-96, 2001.
MILLIKEN, M.; ALBERT, B. Plantas medicinais dos Yanomani. Uma nova visão dentro da
etnobotânica de Roraima. Pp. 85-109. In: BARBOSA, R.I.; FERREIRA, E.I.J. &
CASTELLÓN, E.G. (Eds.) Homem, Ambiente e Ecologia no Estado de Roraima. Editora
do INPA, 1997.
MILLIKEN, M. Plantas Medicinais, Malária e povos Indígenas: Estudos
Etnobotânicos no norte da Amazônia. Boletim do Museu Integrado de Roraima, v.
4, p: 23-30. 1998.
NASCIMENTO FILHO et al. Pimentas do gênero Capsicum cultivadas em Roraima,
Amazônia brasileira. II. Hábitos e formas de uso. Revista Acta Amazonica. vol.
37(4). 561 – 568. 2007.
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