Simpósio Espécies Invasoras – Brasília – Outubro 2005 Fauna doméstica, doenças e conservação em áreas protegidas ____________________________________________ Christina Wippich Whiteman, MV Pesquisadora Associada UFRA, Belém-PA Programa de Fauna de Tucuruí (MPEG/Eletronorte) Programa Pós-Graduação Ecologia ESALQ/USP Introdução “Poluição biológica” Escala global introduções / extensão subestimada Introdução doenças infecciosas: perda biodiversidade: continentes e ilhas (extinções megafauna) Histórico humano de introduções: doenças fauna silvestre são realmente nativas ? “Poluição de patógenos”: doenças infecciosas emergentes (EIDs)/spill-over Contexto: doença Doenças infecciosas na conservação de carnívoros silvestres: reconhecimento Dinâmica doenças e seu impacto: pouco conhecimento Fatores que aumentam o risco doença: ações antrópicas associadas ao contato ungulados silvestres e domésticos, carnívoros silvestres e domésticos, fragmentação e poluição de habitats Contexto: doença Mudança padrões transmissão e risco de doenças em carnívoros: (a) interface doméstico-silvestre (b) susceptibilidade por consanguinidade e imunosupressão poluentes Vulnerabilidade carnívoros silvestres a doenças: (a) alto nível trófico (b) Susceptibilidade doenças cães Contexto: fauna doméstica Cães: carnívoros mais abundantes e amplamente distribuídos 500 milhões Grandes populações = manutenção múltiplas infecções/fonte persistente infecção Contato exacerbado por grandes áreas de uso de muitos silvestres (além de UCs) Contexto: Amazônia Amazônia: diversidade biológica Impactos crescentes: caça, madeira, desmatamento, mineração, estradas, hidrelétricas Consequência: aumento interface e potencial invasão patógenos/prejuízo manejo e saúde de espécies Fragmentação habitats: contato mais frequente e intenso, como na África (foto: Vila Brasil) Contexto: projetos hidrelétricos Hidrelétricas: uma das causas mais severas e potencialmente irreversíveis de impacto Perda e fragmentação de habitat: perda e isolamento de populações de fauna Atrativo de agravantes: urbanização, expansão áreas agrícolas, ocupação desordenada de território, desmatamento, etc. UHE Tucuruí (1984): impactos Modificação ecossistemas aquáticos Perda extensas áreas florestadas Formação várias ilhas Intensa ocupação humana no entorno Exaustão recursos florestais com modificação da paisagem da região Medidas remediadoras: resgates arqueológicos e de fauna, e banco genético de espécies de flora UHE Tucuruí: mosaico UCs Reservatório: criação de duas RDS e da APA do Lago de Tucuruí (SECTAM) Duas ZPVS (Zonas de Proteção de Vida Silvestre): ilhas e terra firme nas margens dir. e esq. do reservatório ZPVS: antigas bases de soltura da fauna resgatada na “Operação Curupira” UHE Tucuruí: ZPVS Bases 3 e 4: fiscalização e proteção (Eletronorte) para preservação integral e atividades técnico-científicas Famílias residentes: ocupação irregular Fotos comunidades APA Tucuruí: pesquisa Programa de Fauna de Tucuruí (MPEG/UFPA/INPA/Eletronorte) Projeto Carnívoros de Tucuruí Investigação epidemiológica carnívoros domésticos: cães Levantamento Junho e Setembro 2005: 19 cães Base 3 e 25 cães Base 4; entrevistas comunidade Coleta de sangue 101 cães: Bases 3 e 4 e entorno (44 ZPVS e 57 entorno) Projeto Carnívoros de Tucuruí Investigação doenças infecciosas carnívoros silvestres (coleta material biológico) Projeto Carnívoros de Tucuruí Cães soropositivos para Leptospirose na área de proteção integral da APA de Tucuruí - PA Cães BASES 3 e 4 Cães soropositivos para Leptospirose Análise laboratorial: FMVZ USP e Biovet - SP Inicialmente: Leptospirose e Cinomose Leptospirose: 10% do total e 11.3% na ZPVS Sorogrupos e variante sorológica: Panama panama e Sejroe hardjo (tropismo suínos e bovinos) Fauna doméstica em UCs, doença e conservação Leptospirose: Leptospira interrogans em roedores, mamíferos silvestres, fauna doméstica e homem (tbém portadores assintomáticos: bactéria pela urina em caráter permanente) Amazônia: condições favoráveis ou desfavoráveis à disseminação da Leptospirose Indicador da interface doméstico-silvestre-homem Neste caso: bovinos e suínos domésticos como potencial fonte de transmissão para cães e animais silvestres Considerar riscos para fauna silvestre, tendo em vista a já existente fragilidade deste ecossistema