Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 DOENÇAS SARNA Nomes Vulgares: Sarna-da-macieira; Sarna Nome Científico: Venturia inequalis Descrição da Doença: A sarna da macieira é causada pelo fungo Venturia inaequalis, é uma das principais doenças foliares, podendo causar perdas totais em locais com condições ambientais favoráveis, caso não sejam tomadas as medidas de controle adequadas. Atualmente ocorre em todas as regiões produtoras de maçã. Sintomas: FOLHAS: Ocorrem lesões de coloração verde-oliva, que se desenvolvem adquirindo aspecto aveludado, coloração cinza escura e contorno aproximadamente circular. FRUTOS: Inicialmente aparecem pequenas manchas circulares nos frutos e posteriormente ocorrem deformação, rachaduras e queda prematura dos frutos. RAMOS: Os ramos novos, quando infectados, podem apresentar lesões e cancros. Condições favoráveis à infestação da doença: A infecção da sarna depende do número de horas que a folha fica molhada e da temperatura neste período em que a folha se encontra molhada, sendo que as folhas novas são mais sensíveis à infecção. A água é o principal fator na disseminação do fungo, que é carregado pelos respingos de água e pelas correntes de ar. Temperaturas abaixo de 24 ºC e Umidade Relativa do Ar acima de 60% são bem favoráveis ao aparecimento da doença. O período chuvoso é quando ocorre maior infestação da doença. (Primavera) Por exemplo: se tivermos uma temperatura entre 17 e 23ºC e 12 horas de folha molhada a infestação da doença será grande. Controle: CONTROLE QUÍMICO: A sarna-da-macieira é controlada de modo eficiente com o uso de fungicidas protetores. PRÁTICAS CULTURAIS: Podas bem realizadas e arqueamento correto dos ramos pode reduzir a ocorrência dessa doença devido a melhor circulação de ar no interior da copa, proporcionando uma secagem mais rápida dos frutos e uma aplicação mais uniforme dos fungicidas. 1 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 MANCHAS DA GALA Nomes Vulgares: Mancha-foliar-da-gala; Nome Científico: Colletotrichum spp. Descrição da Doença: Esta doença é comum em todos os países onde se cultiva comercialmente a macieira e pode ser devastadora se não forem adotadas as medidas de controle adequadas. A doença afeta apenas as variedades descendentes da Golden Delicious, sendo que a variedade Gala é uma das mais afetadas. Sintomas: FOLHAS: inicialmente apresentam pequenas manchas avermelhadas que evoluem para manchas irregulares e marrons, podendo provocar a queda prematura das folhas em caso de infecção severa. FRUTOS: surgem numerosas pontuações deprimidas de aproximadamente 1milímetro de diâmetro e de coloração marrom. Condições favoráveis à infestação da doença: A doença se manifesta no início do verão, ou quando a temperatura média diária for maior ou igual à 18ºC, entretanto temperaturas acima de 24ºC e Umidade Relativa acima de 90% favorecem uma maior infestação da doença, que causa desfolhamento severo das macieiras. Controle: CONTROLE QUÍMICO: Pulverizações com fungicidas preventivos aplicados com uma freqüência de 10 a 14 dias até um mês antes da colheita, ainda não se conhece fungicidas com ação curativa eficiente. PRÁTICAS CULTURAIS: Retirar os frutos infectados ao longo da estação. Fazer poda de raleio para favorecer a ventilação, assim como evitar plantações muito adensadas e cortinas quebra-ventos muito próximas do pomar e ainda controlar as ervas daninhas na saia da planta. 2 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 FULIGEM Nomes Vulgar: Fuligem Nome Científico: Gloeodes pomigena Descrição da Doença: O fungo, desenvolve-se na película do fruto, causando uma mancha irregular de coloração cinza escura, que deprecia o valor comercial do produto. Além da macieira esta doença infesta videira, pereira e outras 23 espécies de plantas, estando disseminada em todas as regiões produtoras de maçã do Brasil e do mundo. Sintomas: FRUTOS: O fungo provoca a formação de manchas irregulares, de coloração cinza escura, as quais possuem aspecto de fuligem. Condições favoráveis à infestação da doença: O fungo sobrevive sobre os ramos da macieira e em plantas silvestres. As estruturas reprodutoras do fungo são dispersas pelas chuvas que ocorrem na primavera e verão. A infecção nos frutos inicia-se após a queda das pétalas e, existindo condições ambientais favoráveis à doença, os primeiros sintomas serão observados de 8 a 12 dias após a infecção. Temperatura entre 16 e 28 °C e umidade relativa superior à 95% são condições que favorecem o estabelecimento da doença. Controle: CONTROLE QUÍMICO: Quando a infestação da doença é severa recomenda-se a aplicação de produtos químicos, respeitando o período de carência para a comercialização dos frutos. As pulverizações com fungicidas podem ser realizadas a partir de 10 a 21 dias após a queda das pétalas, em intervalos de 10 a 14 dias. PRÁTICAS CULTURAIS: Recomenda-se a promoção de maior abertura da planta, arqueando e podando os ramos que causam sombreamentos. 3 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 SUGEIRA DA MOSCA Nomes Vulgares: Sujeira-de-mosca Nome Científico: Schizothyrium pomi Descrição da Doença: A sujeira-de-mosca está geralmente associada à fuligem, devido ao fato de ambas se manifestarem em condições ambientais similares. Esta doença é facilmente reconhecida pelo seu sintoma que são pontos negros sobre a fruta. Sintomas: FRUTOS: Conforme sugere o nome, o fungo forma pequenas pontuações de cor preta, as quais ficam agrupadas na superfície do fruto. Condições favoráveis à infestação da doença: O fungo sobrevive durante o inverno nos ramos da macieira ou em hospedeiros alternativos. A infestação da doença pode começar desde o início da floração até um a dois meses após o término desta. Temperaturas entre 16 a 20ºC e Umidade Relativa acima de 90% são condições ótimas para o desenvolvimento da doença. Controle: CONTROLE QUÍMICO: Geralmente, o controle da sujeira-de-mosca é realizado com aplicações preventivas de fungicida. PRÁTICAS CULTURAIS: Podas bem realizada e arqueamento correto dos ramos pode reduzir a severidade desta doença devido a melhor circulação de ar no interior da copa, proporcionando uma secagem mais rápida dos frutos e uma aplicação mais uniforme dos fungicidas, a poda de verão reduz a infestação da doença em até 50%. PODRIDÃO CARPELAR Nome Vulgar: Podridão Carpelar Nome Científico: Alternaria spp. e Fusarium sp. Descrição da Doença: A podridão carpelar é observada principalmente perto da época de colheita e em frutos que estão em câmaras frias. A lesão causada por estes fungos ocorre de dentro para fora do fruto, podendo ser observado somente quando se corta o fruto. Sintomas: 4 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 FRUTOS: As frutas afetadas no campo são mais coloridas, geralmente deformadas, não se desenvolvem e caem antes da colheita. Na região carpelar (perto das sementes), dependendo do fungo envolvido, desenvolvem-se podridões secas ou aquosas, de cor preta ou marrom clara ou escura. Condições favoráveis à infestação da doença: A disseminação da doença se dá pela chuva e pelo vento, os fungos causadores sobrevivem em diversas partes da planta, a infecção ocorre na florada e os sintomas aparecem na época de colheita. Controle: PRÁTICAS CULTURAIS: Sendo uma doença secundaria, somente podem ser reduzidas as perdas com o manejo da cultura que propicie melhor desenvolvimento dos frutos e uma boa polinização e com o uso de cultivares menos suscetíveis, a gala não é muito afetada por esta doença. PODRIDÃO AMARGA Nome Vulgar: Podridão Amarga Nome Científico: Glomerella cingulata Descrição da Doença: A doença causada pelo fungo Glomerela cingulata ocorre em todas as regiões que cultivam maça e ele ataca diversas plantas. Sintomas: FRUTOS: Os frutos podem ser infectados logo após a queda das pétalas. No início da doença observa-se uma pequena macha de 2 a 3 milímetros de diâmetro de coloração marrom, a mancha aumenta de tamanho ao mesmo tempo em que se aprofunda na polpa, e a polpa afetada pode apresentar forma de cone invertido. Condições favoráveis à infestação da doença: A infecção da doença ocorre com condições de clima com temperaturas entre 10 e 35ºC sendo a média diária de 20º a temperatura ótima para o desenvolvimento da doença e com Umidade Relativa acima de 90%. Quando ocorrer uma precipitação acumulada num período de dez dias acima de 40mm e a temperatura média neste período for igual ou superior à 18ºC, recomenda-se fazer aplicação de fungicidas pois esta condição é muito propícia ao surgimento da doença. A penetração do fungo ocorre por aberturas naturais ou por ferimentos, portanto, ferimentos causados pela poda devem ser imediatamente cobertos com tinta plástica. Controle: 5 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 CONTROLE QUÍMICO: A aplicação de fungicidas de maneira preventiva a partir de 60 dias após plena floração com intervalos de dez dias aproximadamente até próximo a colheita, respeitando sempre o prazo de carência e o período residual do fungicida. Quando ocorrer uma precipitação acumulada num período de dez dias acima de 40mm e a temperatura média neste período for igual ou superior à 18ºC, recomenda-se fazer aplicação de fungicidas pois esta condição é muito propícia ao surgimento da doença. PRÁTICAS CULTURAIS: Os ferimentos causados pelas podas devem imediatamente cobertos por tinta plástica. A remoção dos frutos infectados e a retirada deles de dentro do pomar são eficientes no controle desta doença. OIDIO Nomes Vulgares: Oídio Nome Científico: Podosphaera leucotricha Descrição da Doença: Atualmente, no Brasil, este fungo possui importância em condições de viveiro, onde compromete o crescimento das mudas; no campo, esta é uma doença de importância secundária devido a utilização de cultivares mais tolerantes e ao uso de fungicidas para o controle da sarna e aparece em condições de primavera e verão com pouca umidade. Sintomas: FRUTOS: O fungo ataca principalmente frutos novos, nos quais produz uma massa esbranquiçada formada por estruturas de reprodução do fungo que pode cobrir parcial ou totalmente o fruto. Com o progresso da doença, o fungo causa alterações na película do fruto, tornando-a rugosa ("russeting"), o que diminui o valor comercial do produto. FOLHAS: As folhas infectadas apresentam formato mais estreito que as demais, aspecto quebradiço e bordos retorcidos no sentido do comprimento da folha. MUDAS: Em condições de viveiro, o fungo causa a paralisação do crescimento apical com conseqüente perda da muda. Condições favoráveis à infestação da doença: Este fungo sobrevive sobre as gemas infectadas e é fonte de contaminação para os frutos.Durante a primavera e o verão é que ocorre a infestação da doença e ao contrário da maioria das doenças fúngicas, ele não precisa de lâmina d’água nem de alta umidade para se desenvolver. Condições de clima com temperatura entre 15 e 22ºC e Umidade Relativa de 70% são ideais para o desenvolvimento da doença. 6 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 Controle: CONTROLE QUÍMICO: O controle químico do oídio tem sido realizado juntamente com o controle da sarna da macieira, pois os períodos críticos de ambas as doenças iniciam com a brotação da macieira e estendem-se até o final do crescimento vegetativo. PRÁTICAS CULTURAIS: A poda durante o inverno, do ponteiros de ramos infectados reduz com eficiência o ataque da doença. Para a redução da quantidade de inóculo inicial é recomendado eliminar os ramos infectados durante todo o ciclo da cultura. PODRIDÃO BRANCA Nomes Vulgares: Podridão-branca; Seca-do-ramo Nome Científico: Botryosphaeria dothidea PODRIDÃO BRANCA Descrição da Doença: A podridão-branca é uma doença comum nas regiões produtoras de maçã, causando perdas, por causa do enfraquecimento das plantas. A doença ataca os frutos, ramos e folhas, causando desfolha e, em geral, enfraquecendo a planta. As perdas causadas pela podridão dos frutos podem atingir valores entre 25-50%. Sintomas: Os sintomas aparecem durante a primavera e verão. FOLHAS: Murchamento das folhas e secamento progressivo dos ramos. RAMOS: Inicialmente aparecem manchas de coloração marrom, pouco profundas que variam de 5 a 10 mm de comprimento, e com o desenvolvimento da lesão, a parte externa da casca vai se desprendendo como se fosse uma folha de papel. FRUTOS: Os primeiros sintomas aparecem como pequenas manchas que se tornam púrpuras, limitadas por um anel vermelho e, em poucas semanas, se torna marrom-escuro. Condições favoráveis à infestação da doença: O fungo sobrevive nos cancros e nos frutos mumificados na árvore e também em outros hospedeiros alternativos. A disseminação do fungo ocorre pelos respingos da água da chuva, e pelo vento. A longa distância, a disseminação pode ocorrer através do material vegetativo para enxertia ou de mudas infectadas. Os sintomas da doença aparecem durante a primavera e verão, e a infecção dos frutos pode ocorrer no início do ciclo vegetativo, ou seja, em até um mês e meio depois da queda das pétalas. 7 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 Temperaturas de 20-24 °C e umidade relativa (96-100%) alta, com uma lâmina da água livre na superfície dos tecidos durante nove horas, assim como ramos infectados ou frutos mumificados na árvore são condições que favorecem o desenvolvimento da doença. Controle: O controle desta doença baseia-se principalmente em práticas culturais que reduzem o surgimento e a disseminação da doença dentro do pomar, aliada ao uso de fungicidas. PRÁTICAS CULTURAIS: Realizar a poda dos ramos secos e coletar os frutos mumificados, retirar do pomar todo o material contaminado e queimá-lo ou enterrá-lo, na região podada deve-se aplicar tinta plástica com fungicida a base de cobre para proteger o corte. CONTROLE QUÍMICO: Pulverizações com fungicidas preventivos,com intervalo de 10 a 15 dias, durante o verão, e no outono, devido a queda das folhas recomenda-se o uso de fungicidas a base de cobre, para proteger o ponto de onde se desprendeu a folha. PODRIDÃO BRANCA Nomes Vulgares:Podridão-de-raIz Nome Científico: Rosellinia necatrix Descrição da Doença: Esta é uma doença altamente destrutiva presente, em todas as regiões produtoras de maçã do Brasil. Esta doença é muito comum em pomares implantados em áreas recém-desmatadas, também ataca as culturas do abacate, caqui, rosa, entre outras. Sintomas: RAÍZES: As raízes infectadas são recobertas por uma massa (micélio) branca semelhante ao algodão, que, com o tempo, adquire coloração cinza-esverdeada ou preta, invadindo o córtex e o cerne da raiz. PARTE AÉREA: As plantas atacadas apresentam inicialmente clorose geral das folhas, com a evolução da doença ocorrem amarelecimento e seca das folhas e dos ramos, causando a morte rápida da planta. Condições favoráveis à infestação da doença: O fungo Rosellinia necatrix é um parasita de solo, que pode permanecer viável por vários anos através de suas estruturas de reprodução. Acredita-se que a infecção se dá principalmente pela penetração do micélio nas raízes das plantas, e em plantas adultas os primeiros sintomas podem demorar até 18 meses para surgir. Condições de alta umidade ao redor das raízes, solos mal drenados, temperaturas entre 13 e 16 °C e pH entre 4,0 e 5,0 são favoráveis para o desenvolvimento da doença. No campo, o micélio do fungo multiplica-se na matéria orgânica presente no solo, infectando as plantas vizinhas. A longas distâncias a disseminação é feita principalmente por meio de mudas infectadas e solo contaminado. 8 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 Controle: PRÁTICAS CULTURAIS: Para o plantio devem-se utilizar mudas sadias em solos bem drenados e sem relato de ocorrência anterior do fungo. Áreas recém desmatadas devem ser evitadas. Em pomares já implantados, as plantas apresentando sintomas devem ser erradicadas e substituídas, bem como as plantas próximas. Para o replantio são recomendadas a realização do tratamento do solo e a aplicação de calcário na cova e ao redor das plantas próximas às que foram erradicadas essa medida visa, além de aumentar o pH do solo, favorecer a ocorrência de bactérias antagônicas ao fungo. E uma alternativa seria o uso de fungos do gênero Trichoderma, como controle biológico da doença, que tem a vantagem de não poluir o meio ambiente. PRAGAS MOSCA DAS FRUTAS Nomes Vulgares: Mosca-das-frutas Nome Científico: Anastrepha fraterculus Descrição da Praga: A mosca-das-frutas é considerada como a principal praga de fruteiras de clima temperado cultivadas no Sul do Brasil como: ameixa, caqui, goiaba, maçã, nêspera, pêra, pêssego, uva entre outras. Os adultos são moscas vistosas, de coloração castanha clara, medindo cerca de 8 milímetros de comprimento e apresentam como principal característica, duas machas amarelas sombreadas nas asas, uma em forma de “S” que vai da base até a extremidade da asa e outra em forma de “V” invertido na ponta da asa. Ciclo da Praga: A fêmea adulta faz a postura nos frutos. O ovo é alongado, com aproximadamente 1 mm de comprimento. Após a eclosão, as larvas penetram no fruto, fazendo galerias até o centro. Quando completamente desenvolvidas chegam a medir até 8 mm de comprimento, apresentando coloração brancoamarelada. Quando são retiradas do seu ambiente, possuem a característica de dobrar o corpo e saltar. A larva sai do fruto e vai para o solo para iniciar sua fase de pupa, que possui a forma de um pequeno barril e apresentando uma coloração marrom-escura. Para que o ciclo biológico seja completo são necessários 31 dias, ou seja desde a postura até a saída do adulto de baixo do solo. Danos: 9 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 FRUTOS: As moscas fazem a postura nos frutos causando perfurações que são imperceptíveis no início mas logo que as células do tecido atacado morrem, se forma um ponto escuro na casca, e com o crescimento do fruto, no local das posturas se formam depressões que, deixam o fruto completamente deformado, e como as larvas se alimentam da polpa do fruto, inicialmente em galerias e depois numa área única, causando a decomposição e o apodrecimento do mesmo, inviabilizando sua comercialização. Quando a postura é feita em frutos que já completaram seu desenvolvimento, este sintoma de deformação não aparece. Condições favoráveis ao surgimento da praga: A ocorrência da mosca das frutas está associada ao aumento da temperatura ambiente. Para o Planalto Catarinense, as maiores populações ocorrem nos meses de dezembro a fevereiro. Nos períodos chuvosos, as atividades de vôo, alimentação e emergência dos adultos são mínimas, e nos meses onde não se tem fruta no pomar, não é possível encontrar a praga. Portanto a fase de monitoramento deve ser desde o raleio até a colheita dos frutos. Monitoramento: O monitoramento se faz com frascos caça-moscas, contendo atrativo alimentar, que devem ser instalados no pomar a partir da queda das pétalas. O melhor atrativo para a captura desta praga é o suco de uva a 25%. O número de frascos necessários, varia com o tamanho do pomar, sendo 4 frascos por hectare, para pomares menores que 2 ha; 2 frascos/ha para pomares com área entre 2 e 5 ha; e 10 frascos + 0,5 frasco/ha em pomares de 5 a 20 hectares. Os frascos devem ser colocados no terço superior das plantas, no interior da copa da árvore, evitando a incidência direta do sol. As inspeções devem ser feitas duas vezes por semana, e o atrativo trocado semanalmente. Assim que constatado o nível de 3 moscas/frasco/semana, deve-se aplicar inseticida nas plantas e na bordadura do pomar, para realizar o controle desta praga. Controle: CONTROLE QUÍMICO: Fazer uso de inseticidas específicos, de modo que a aplicação não prejudique os inimigos naturais, de preferência nas primeiras horas da manhã, e principalmente na primeira manhã ensolarada depois de um período chuvoso. CONTROLE CULTURAL: Retirar os frutos caídos da área de plantio ou colocá-los em valetas cobertas por uma tela, com o intuito de aumentar a população dos inimigos naturais. Fêmeas adultas Larvas de mosca das frutas Danos postura de ovos Dano interno causado pela larva GRAFOLITA Nomes Vulgares: Mariposa Oriental 10 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 Nome Científico: Grapholita molesta Descrição da Praga: Em regiões produtoras de maçã do Brasil, a grafolita é considerada praga de ocorrência esporádica. Os adultos são de coloração cinza escuro, com linhas onduladas escuras nas asas, em grupos de quatro bandas transversais. As asas anteriores cobrem todo o corpo quando o inseto esta em repouso. Eles medem de 12 a 15 mm de envergadura. As asas posteriores são pardacentas e uniformes. A primeira geração anual emerge em agosto e pode haver de seis a sete gerações durante o ano. A atividade durante o dia concentra-se durante o período das 16:00 e 21:00 horas. Ciclo da Praga: Os ovos da mariposa medem 0,7 mm de diâmetro são de forma redondo-ovalada e coloração branca acinzentada. Colocados isoladamente é de difícil visualização em campo. As lagartas, até os 4 mm de comprimento, são de coloração branco-creme a levemente amarelada, possuem cabeça e placa cervical negras. Nos estádios finais adquirem coloração rosada ou creme, chegando até 10-12 mm de comprimento. A pupa tece um casulo de teia de seda em fendas da casca das árvores, nos pontos de inserção de ramos, na região da base do pedúnculo da fruta. Os adultos são de coloração cinza escuro, com linhas onduladas escuras nas asas, em grupos de quatro bandas transversais. As asas anteriores cobrem todo o corpo quando o inseto esta em repouso. Eles medem de 12 a 15 mm de envergadura. As asas posteriores são pardacentas e uniformes. As primeiras mariposas aparecem na primavera e são oriundas de lagartas que passaram o inverno nos troncos, ramos, em frutos mumificados ou ainda sobre o solo e folhas, que, no final do inverno passaram pela fase de pupa e então emergiram. Danos: O dano é causado exclusivamente pela lagarta. Nas macieiras o ataque acontece tanto nos ponteiros das plantas quanto nos frutos. RAMOS: Quando ataca os ponteiros pode ocorrer dano econômico principalmente em viveiros de mudas e pomares em formação, sendo que uma lagarta pode atacar até sete ponteiros da mesma planta, e esta, tendo seus ponteiros atacados emite brotações laterais que prejudicam sua arquitetura e tem seu crescimento reduzido. FRUTOS: Quando ataca os frutos é facilmente reconhecido pela presença de excrementos na superfície da fruta e pelas galerias tortuosas que as lagartas produzem ao se alimentar da polpa. O ataque pode ocorrer desde a frutificação até a colheita e inviabiliza a comercialização do fruto devido às galerias formadas e ao apodrecimento da polpa. Condições favoráveis ao surgimento da praga: A primeira geração anual emerge em agosto e pode haver de seis a sete gerações durante o ano. Maiores populações podem ser verificadas nos meses de verão, época crítica, já que os frutos estão suscetíveis ao ataque da praga e as condições climáticas são favoráveis ao inseto. A atividade durante o dia concentra-se durante o período das 16:00 e 21:00 horas. Monitoramento: A partir da primavera deve-se iniciar o monitoramento da praga. O método mais eficiente para tal monitoramento é a colocação de armadilhas com feromônio sexual, sendo utilizada 01 armadilha até 05 hectares. O nível de ação para a realização da pulverização, é de 20 mariposas /armadilha / semana, e a inspeção deve acontecer duas vezes por semana. 11 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 As pulverizações para o controle da grafolita devem ser feitas à tarde, preferencialmente após às 16:00h para atingir, um maior número de adultos da praga. Controle: CONTROLE MECÂNICO: O monitoramento é feito por armadilhas delta, usando feromônio sexual sintético como atrativo. É necessária1 armadilha/ha e deve ser instalada no final do inverno (agosto/setembro), realizando duas inspeções por semana. Para começar a fazer o controle temos que constatar 20 mariposas por armadilha por semana. CONTROLE QUÍMICO: Fazer uso de inseticidas específicos, sempre respeitando o período de carência. Dano no ponteiro Dano na polpa da fruta Mariposa da grafolita Armadilha delta LAGARTA ENROLADEIRA Nomes Vulgares: Lagarta-enroladeira Nome Científico: Bonagota cranaodes Descrição da Praga: Este inseto ocorre durante todo o ano, sendo que a época em que causa maiores danos é durante o mês de dezembro. É uma espécie polífaga, ocorrendo também em ameixa, nabo, pêra, entre outras. A forma adulta é uma mariposa com cerca de 16mm de envergadura e aproximadamente 8mm de comprimento possui as asas anteriores de coloração, castanho-escuro com manchas cinzas, e as asas posteriores são cinza-claro com franja nos bordos. Danos: FOLHAS: as lagartas tecem teias com as quais enrolam e juntam folhas umas às outras ou aos ramos para se proteger, diminuindo assim a área fontossintética ativa (diminuindo a superfície de área verde da planta). FRUTOS: Os frutos atacados perdem o valor comercial pois as lagartas ao se alimentarem da casca, causam lesões que comprometem a aparência do fruto. Ciclo da Praga: 12 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 Os ovos são colocados em grupo na parte superior das folhas e cobertos por uma massa gelatinosa de cor clara, passados cerca de 8 dias, as lagartas eclodem e passam para a parte inferior das folhas instalando-se perto da nervura principal, onde fazem galerias. As lagartas desenvolvidas atingem de 15 a 18mm de comprimento e sua coloração é predominantemente esverdeada com algumas estrias no dorso. Os adultos são mariposas de coloração cinza-clara. As larvas são amareladas, com a cabeça escura, após o início da alimentação, a coloração pode variar, apresentando-se esverdeada. O ciclo evolutivo da praga tem duração média de 49 dias. Condições favoráveis ao surgimento da praga: A lagarta enroladeira ocorre de novembro até junho, porém o período de maior população se verifica próximo à maturação dos frutos. Monitoramento: Pode-se observar as posturas nas folhas, e também fazer a colocação de armadilhas do tipo delta de feromônio para monitoramento das mariposas, estas armadilhas devem ser colocadas a partir de setembro no terço superior da planta na proporção de 1 armadilha para cada 07ha. Para começar a fazer o controle temos que constatar 20 mariposas por armadilha por semana. Controle: CONTROLE FÍSICO: Uso de armadilhas do tipo delta com feromônios. CONTROLE QUÍMICO: Fazer uso de inseticidas específicos, conforme recomendação do fabricante. As pulverizações para o controle da bonagota devem ser feitas à tarde, preferencialmente após às 16:00h para atingir, um maior número de adultos da praga. Mariposa da lagarta enroladeira Lagarta enroladeira na folha Danos no fruto de maça CYDIA Nome popular: Cydia, Bicho-da-Maçã ou Traça-das-Frutas Nome científico: Cydia pomonella Descrição da Praga: São mariposas de 15 a 20 mm de envergadura e 10 a 12 mm de comprimento, com coloração acinzentada e uma mancha circular escura rodeada de escamas avermelhadas. Seus ataques podem causar prejuízos de 80% em maçã e 40% em pêra, quando não são adotadas medidas de controle. È uma praga quarentenária no Brasil, por isso seu monitoramento e controle é extremamente importante. Danos: 13 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 FRUTOS: A larva pode penetrar no fruto pelo cálice, pedúnculo ou pelo lado, abrindo galerias na polpa e dirigindo-se ao centro do fruto para alimentar-se das sementes. Os frutos atacados ficam com excrementos na superfície e em volta do orifício de ataque, que é o sinal característico da presença da larva. Entradas pelo cálice são mais difíceis de serem detectadas sem dissecar o fruto. Os frutos atacados apodrecem e caem precocemente. Biologia: Os ovos são depositados na face superior das folhas ou sobre os frutos, com média de um ovo por folha ou fruto. Cada fêmea coloca em média 44 ovos. A lagarta apresenta-se inicialmente branca de cabeça preta. Penetra no fruto e alimenta-se da polpa até atingir as sementes. Quando bem desenvolvida (30 dias em média) chega a medir de 12 a 20 mm de comprimento, possuindo coloração rosada e cabeça marrom. Ao fim do período larval, saem do fruto, tecem casulos de seda, com 10 a 12 mm de comprimento, na casca da planta ou outro local protegido e formam a pupa de coloração castanha. Os adultos são mariposas de 15 a 20 mm de envergadura e 10 a 12 mm de comprimento, com coloração acinzentada e uma mancha circular escura rodeada de escamas avermelhadas. Durante o dia a mariposa fica em repouso, camuflada no interior da copa, em locais mais escuros das árvores, entrando em atividade quando a temperatura se eleva acima de 10 a 15,5ºC, quando inicia a postura. A longevidade é de cerca de 20 dias. No Brasil, o inseto possui uma ou duas gerações por ano, passando por um período de diapausa e emergindo no início da primavera. Monitoramento: Pode-se observar as posturas nas folhas, e também fazer a colocação de armadilhas do tipo delta de feromônio para monitoramento das mariposas, estas armadilhas devem ser colocadas a partir de setembro no terço superior da planta na proporção de 1 armadilha para cada 07ha. O monitoramento deve ser feito para detectar a presença da praga. Controle: CONTROLE FÍSICO: Uso de armadilhas do tipo delta com feromônios. CONTROLE QUÍMICO: Fazer uso de inseticidas específicos, conforme recomendação do fabricante. Ovos Larva Adulto de Cydia pomonella 14 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 Característica de presença de larva na fruta. ÁCARO VERMELHO EUROPEU Nomes Vulgares: Ácaro-vermelho-europeu; Ácaro-da-macieira Nome Científico: Panonychus ulmi Descrição da Praga: O ácaro-vermelho-europeu é considerado uma das mais importantes pragas da cultura da macieira. Esta praga tem o corpo globoso de coloração vermelho-escuro e tamanho muito pequeno, e se localiza na parte inferior da folha e é difícil ser visto a olho nu. Em altas infestações podem causar prejuízos significativos. Danos: FOLHAS: Seus prejuízos são provocados devido ao ataque nas folhas e brotações novas, causando bronzeamento nas folhas, e a conseqüente redução do crescimento da planta. Quando o ataque é intenso, pode causar grande queda de folhas. Ciclo da Praga: A fêmea tem tamanho bem pequeno, aproximadamente 0,7mm de comprimento, seu corpo tem formato globoso e sua coloração é vermelha intensa com protuberâncias brancas na base das setas dorsais, o macho é menor que a fêmea e apresenta coloração amarelo-avermelhado. O ciclo de vida desde o ovo até a fase adulta dura 16 dias. Condições favoráveis ao surgimento da praga: O período de ocorrência desta praga causando dano é bastante longo, desde o início da brotação até a queda das folhas. Sua maior incidência acontece em regiões quentes e em épocas de pouca chuva. A disseminação do ácaro vermelho pode ser feita pelo vento, pássaros, animais e homem. Monitoramento: Vistoria duas vezes na semana, percorrendo o pomar em zig-zag, pegando 2 folhas por planta, de no mínimo 20 plantas/ ha. A coleta deve ser feita na porção média da planta e na região mediana do ramo do ano. Quando se observar um número médio de 2ácaros/folha/vistoria, deve ser feita a aplicação do acaricida, de acordo com a recomendação técnica. Controle: CONTROLE DE OVOS DE INVERNO: Aplicação de calda sulfocálcica no mês de junho e óleo mineral, na quebra de dormência. CONTROLE DURANTE O CICLO VEGETATIVO: Quando é constatado o nível de ataque de 2 ácaros/folha/vistoria, deve-se aplicar acaricida específico. 15 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 ovo Fêmea do ácaro-vermelho-europeu Macho Ovos de inverno do ácaro Ácaros Folhas com ataque severo de ácaro ÁCARO RAJADO Nomes Vulgares: Ácaro-rajado Nome Científico: Tetranychus urticae Descrição da Praga: O ácaro-rajado é considerado o mais importante, quando se fala em prejuízo econômico, pois ataca uma série de plantas agrícolas, tendo-as como hospedeiras, e por isso sua disseminação é facilitada. O controle deste ácaro, e do anteriormente citado é bem semelhante apesar de suas biologias serem diferentes. São ácaros verdes, com quatro pares de patas. Formam colônias e tecem teias entre as nervuras das folhas mais velhas. A colônia tem aspecto pardo. As fêmeas apresentam duas manchas verde-escuras no dorso e são maiores que os machos. Danos: FOLHAS: O dano do ácaro rajado é muito similar ao causado pelo ácaro-vermelho-europeu, que é o bronzeamento das folhas principalmente na face inferior. O ácaro perfura a folha com seu aparelho bucal extraindo a seiva, e o ponto de onde a seiva foi extraída escurece devido a oxidação das células da área afetada na folha, causando portanto a diminuição da área verde da planta, prejudicando muito seu crescimento. 16 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 Ciclo da Praga: O ácaro rajado coloniza a parte inferior da folha, formando teias. Os machos são minoria dentro da população de ácaro rajado, porém um macho pode fertilizar até 70 fêmeas. Uma fêmea libera de 90 a 110 ovos, de coloração transparente, podendo atingir até 200 ovos na sua faze reprodutiva. Em temperaturas entre 30 e 32ºC, o período de incubação dos ovos pode durar de três a cinco dias. Durante o período de dormência da macieira a fêmea paralisa suas atividades de alimentação e oviposiçao, iniciando novamente tão logo inicie o desenvolvimento foliar do pomar. A disseminação do ácaro rajado pode ser feita pelo vento, pássaros, animais e homem. Condições favoráveis ao surgimento da praga: A temperatura ótima para o desenvolvimento do ácaro rajado é entre 30 e 32ºC, e nessa temperatura o período de incubação do ovo pode durar de 3 a 5 dias. Plantas daninhas são ótimas hospedeiras para o ácaro rajado quando este está n o período de paralisação das suas atividades, portanto a destruição destas reduz bastante a população, porém quando esta prática é realizada no verão a população do ácaro pode aumentar devido à sua migração da planta daninha para a macieira. Monitoramento: Vistoria duas vezes na semana, percorrendo o pomar em zig-zag, pegando 2 folhas por planta, de no mínimo 20 plantas/ ha. Na primavera coletar 4 folhas/planta, pois esta época é mais difícil a detecção desta praga. A coleta deve ser feita na porção média da planta e na região mediana do ramo do ano. Quando se observar um número médio de 2ácaros/folha/vistoria, deve ser feita a aplicação do acaricida, de acordo com a recomendação técnica. Controle: CONTROLE: Quando é constatado o nível de ataque de 2 ácaros/folha/vistoria, deve-se aplicar acaricida de acordo com a recomendação técnica.. ovo Ácaro-rajado PULGÃO VERDE Nomes Vulgares: Pulgão-verde-da-macieira Nome Científico: Aphis pomi Descrição da Praga: O pulgão verde da macieira é encontrado em grandes colônias nos ponteiros dos ramos novos. O corpo deste inseto é verde, ovalado e mede no máximo 5mm de comprimento. O ataque desta praga é mais prejudicial no início da fase vegetativa e em pomares em formação, podendo comprometer a formação da arquitetura da planta. Danos: 17 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 FOLHAS: Em ataques severos, devido à sucção de seiva, as folhas tornam-se encarquilhadas, podendo atingir a murcha e o secamento. Um outro problema causado pelo excremento de substâncias açucaradas, é o desenvolvimento da fumagina, (doença fúngica citada anteriormente nesta apostila), deixando as folhas enegrecidas, comprometendo com isso o processo fotossintético. Esses ataques causam diminuição do tamanho do fruto, além da queda precoce dos mesmos. Condições favoráveis ao surgimento da praga: O pulgão verde está presente durante todo o período vegetativo do pomar. Este inseto ataca as plantas principalmente durante o período seco, no entanto maiores populações podem ser verificadas logo após a brotação das plantas, quando os ramos estão novos e tenros. Monitoramento: Antes de decidir fazer o controle químico deve-se observar presença de inimigos naturais, como as joaninhas, e se estes estão conseguindo controlar a população da praga, caso contrário o controle químico é necessário. Controle: CONTROLE QUÍMICO: Este tipo de controle só é necessário em viveiros e pomares em formação até o terceiro ano. Fazer uso de inseticidas específicos, conforme recomendação técnica. PULGÃO LANÍGERO Nomes Vulgares: Pulgão-lanígero Nome Científico: Eriosoma lanigerum Descrição da Praga: O pulgão-lanígero vive em colônias, recobertas por uma massa branca com aspecto de lã, o inseto mede aproximadamente 2mm de comprimento e tem coloração marrom. Alimenta-se da seiva da planta, principalmente de troncos e ramos, prejudicando consideravelmente o crescimento das plantas. Danos: TRONCO, RAMOS E RAÍZES: O pulgão alimenta-se da seiva, ocorrendo nos locais de alimentação calos ou rugosidades, reação da planta às toxinas produzidas pela praga. O rompimento da casca expõe a planta à entrada de outras pragas e outras doenças. O ataque ao sistema radicular induz a formação de galhas e reduz o sistema radicular debilitando a planta. 18 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 Monitoramento: Vistorias semanais no pomar são necessárias, e assim que seja visualizada a presença desta praga, o controle deve ser realizado nos locais de ataque e quanto mais cedo isso é feito, maior eficiência terá o controle. Controle: CONTROLE QUÍMICO: São necessários esporadicamente, sendo recomendada a aplicação localizada de inseticidas específicos. CONTROLE BIOLÓGICO: Este tipo de controle pode ser feito pelo parasitóide Aphelinus mali. CONTROLE CULTURAL: O uso de porta-enxerto resistente é uma medida eficiente para o controle do pulgão-lanígero. Presença de colônias do pulgão-lanígero nos ramos Sintoma no tronco do ataque da praga. COCHONILHA PIOLHO-DE-SÃO-JOSÉ Nomes Vulgares: Cochonilha piolho-de-são-josé Nome Científico: Quadraspidiotus perniciosus Descrição da Praga: A cochonilha piolho-de-são-josé é considerada uma praga importante da cultura da macieira, seu ataque pode causar até morte das plantas do pomar. Caracteriza-se por passar a maior parte da sua vida fixa ao hospedeiro e protegida por uma carapaça ou escama. A dispersão desta praga pode ser através de pássaros, ventos, e insetos, porém a mais importante forma de disseminação é por meio de mudas infestadas no viveiro. Danos: O ataque pela cochonilha pode ocorrer no tronco, ramos, folhas e frutas. O dano causa enfraquecimento das plantas pela retirada da seiva, podendo até matar a planta. TRONCOS E RAMOS: O sinal do ataque da cochonilha nos troncos e ramos é a presença de manchas violáceas sob a casca, podendo até secar os ramos atacados. FRUTOS: Nas frutas o dano é caracterizado pela formação de áreas concêntricas de coloração vermelha em torno da carapaça. O dano da cochonilha pode ser confundido com sarna de verão. Ciclo da Praga: 19 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 A fêmea adulta apresenta uma coloração amarelada e permanece protegida por toda sua vida, por uma escama arredondada medindo aproximadamente 2 mm de diâmetro de cor acinzentada. O macho possui uma carapaça menor e de formato oval medindo cerca de 1 mm de diâmetro com coloração amarelo-alaranjado, da qual se desfaz durante sua fase de reprodução, que ocorre normalmente na segunda quinzena dos meses de setembro, dezembro e março, dependendo das condições climáticas. Nesta época eles voam para encontrar as formas jovens das fêmeas para poder se reproduzir, e assim a primeira geração de formas jovens migratórias ocorre logo após a florada, devido ao primeiro vôo dos machos, a segunda geração ocorre a partir da segunda quinzena de janeiro, e a terceira geração de formas jovens ocorre em abril devido ao terceiro vôo dos machos em março. Monitoramento: Duas épocas são importantes para localizar visualmente a presença da praga nas plantas: na colheita e na poda, por esta razão, o treinamento de podadores e colhedores é muito importante. Controle: CONTROLE QUÍMICO: A melhor época para o controle químico é durante o tratamento de quebra de dormência, adicionando ao óleo mineral um inseticida e nas épocas de migração das formas jovens. O uso de óleo mineral durante a fase vegetativa não deve exceder a 1% devido à fitotoxicidade, dando preferência a óleos minerais mais puros. CONTROLE BIOLÓGICO: Somente é possível uso de inimigos naturais, que diminuem a população da praga. CONTROLE CULTURAL: Durante a poda de inverno, eliminam-se os ramos mais atacados, que devem ser retirados do pomar e queimados SINTOMAS DE ATQUE DA COCHONILHA PIOLHO-DE-SÃO-JOSÉ FRUTOS E RAMOS PRESENÇA DA PRAGA NO TRONCO 20 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 FORMIGAS CORTADEIRAS Dentre as formigas cortadeiras, duas espécies se destacam pela sua capacidade de causar danos às lavouras, as saúvas e as quenquéns, dos gêneros. Atta e Acromyrmex respectivamente, as do gênero Atta, ou seja, as saúvas são de maior tamanho quando comparadas com as do gênero Acromyrmex, ou quenquéns. Porém, para efeito de reconhecimento de danos e formas de controle, chamaremos, aqui neste documento, a todas as espécies destas formigas que causam danos, de “formigas cortadeiras.” As formigas cortadeiras são pragas muito conhecidas pelos agricultores, devido ao poder que elas têm de causar sérios prejuízos às lavouras. E a maneira mais eficaz para reduzir esses prejuízos é um bom monitoramento da área plantada, para que a detecção da presença das formigas, seja anterior à observação dos danos causados por elas, para que o controle seja facilitado. Danos: As formigas cortadeiras causam danos diretos como a morte de mudas e redução do crescimento e desenvolvimento de plantas, pela redução da área foliar das mesmas, e indiretos como a diminuição da resistência das plantas à outros insetos e doenças, e também a desuniformização da área plantada. É fácil reconhecer o ataque de formigas cortadeiras, porque elas começam a cortar as folhas dos ponteiros dos galhos, na parte superior das árvores. Formação do formigueiro: Um formigueiro é formado por dois grupos de indivíduos, os permanentes, do qual fazem parte a rainha e as operárias, e o grupo de indivíduos temporários, que são machos e fêmeas alados que saem em revoada de acasalamento para formarem novos formigueiros. As fêmeas levam consigo uma parte da cultura do fungo que alimenta o formigueiro, que é o verdadeiro alimento das formigas, e não as folhas que elas cortam como muitas pessoas pensam, estas folhas servem de substrato para o crescimento do fungo. Os machos após o acasalamento, que acontece no ar, morrem e as fêmeas se livram das asas ao tocarem no chão. Iniciando imediatamente a construção do seu novo ninho, e é da formiga rainha que sairão todos os ovos que darão origem às formigas do formigueiro, e até que surjam as primeiras operárias adultas, é ela que trabalha sozinha fazendo a postura dos ovos, cuidando das larvas e pupas e também do jardim de fungo. Monitoramento e Controle: 21 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 Deve-se fazer visitas periódicas ao pomar, principalmente após uma chuva, e sempre ao anoitecer, para que a visualização da atividade das formigas seja possível. Ao detectá-las, duas ações são necessárias, para um bom nível de controle e menor custo com formicidas, e são eles: • Colocações de iscas próximo ao local, onde foram visualizados os “carreiros” das formigas. Têm-se observado que a quirera (de boa qualidade) é um bom atrativo para as formigas cortadeiras. • No dia seguinte, ao observar que as formigas “carregaram” a isca, deve-se substituí-la por isca tóxica, um formicida granulado. O que tem apresentado maior eficiência é o de coloração verde. E este deve ser reposto todos os dias até que as formigas parem de carregá-lo. È importante lembrar que num pomar temos a visita de vários insetos e animais, portanto, tanto a isca como o formicida, devem ser protegidos para que somente as formigas tenham acesso a eles, evitando assim que outros animais e principalmente aves mascarem o monitoramento ou sejam intoxicadas com o formicida e uma maneira prática e barata de fazer essa proteção é colocar, pontas e bases de garrafas “pet“ sobre o recipiente onde se encontra a isca ou o formicida. As garrafas devem ser cortadas de forma irregular para que, quando colocadas sobre as iscas dêem passagem para as formigas. Danos causados por formigas cortadeiras Proteção de iscas e formicidas VAQUINHAS 22 Treinamento: Maçã, pêra e caqui – Controle fitossanitário – Cód. 433 Nomes Vulgares: joaninha, vaquinha, brasileirinha Nome Científico: Diabrótica speciosa Descrição da Praga: São insetos pequenos, os adultos medem cerca de 4mm de comprimento são de coloração verde com manchas bem delimitadas amarelas. Danos: As larvas chegam a medir 10 mm de comprimento e atacam raízes e os adultos alimentam-se das folhas e são transmissores de viroses. No caso de cultivares não resistentes aos vírus, deve-se fazer um controle rigoroso das vaquinhas à base de inseticidas. Ciclo da Praga: Monitoramento: Vistorias semanais no pomar são necessárias, e assim que seja visualizada a presença desta praga, o controle deve ser realizado, quanto mais cedo isso é feito, maior eficiência terá o controle. Controle: CONTROLE BIOLÓGICO: Usar macerado de vaquinha diluído em água, na proporção de Ingredientes: 100 g do inseto para 30 litros de água, aplicar a cada 20 dias como repelente. CONTROLE QUÍMICO: São necessários esporadicamente, principalmente na época da brotação e primavera, sendo recomendada a aplicação em área total, de inseticidas específicos. Adulto de Diabrótica specios Fontes Consultadas: EPAGRI, A cultura da macieira. Florianópolis, 2006. 743p. Embrapa Uva e Vinho; Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2004. (Frutas do Brasil, Maçã) www.agricultura.gov.br , Acessado em 10/01/2006. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. www.biocontrole.com.br, Acessado em 01/10/2006. BIOCONTROLE – Métodos de Controle de Pragas Ltda. Elaboração: DR Prestação de Serviços Agroambientais ltda 23