Daiana Ciléia Ferroni Amora *Nome Científico: Morus nigra L. *Nome popular: amora-preta, amora-do-mato, amora brasileira. *Histórico: Originárias da Ásia, as amoras foram, provavelmente, introduzidas na Europa por volta do século XVII. No Brasil, a amoreira - em especial a negra - cresce bem em toda parte, podendo ser encontrada de forma subespontânea em praticamente todas as regiões do país, já que se adapta em todas as formas de clima, em especial os climas úmidos. A amoreira-branca é a preferida na criação do bicho-da-seda, que se alimenta de suas folhas. Já a amoreira-negra costuma ser a preferida para o consumo alimentar humano, pelo sabor mais pronunciado de seus frutos que são, também, mais volumosos. Além disso, a amoreiranegra é árvore de características ornamentais, pois, apesar de não alcançar muita altura, sua copa, de folhas abundantes, proporciona boa sombra. *Aspectos botânicos: É uma arvore da família das Moráceas. Pode atingir cerca de 4-5 m de altura. Possui casca ligeiramente rugosa, escura e copa ampla. Folhas de coloração verde-clara, com uma leve pilosidade que as torna ásperas. Flores de tamanho reduzido, de coloração branco-amarelada, aglomeradas darão origem à fruta da amora. Os frutos pendentes, de coloração vermelho-escura, quase preta, quando maduros, com polpa vermelho-escura comestível. *Aspectos agronômicos: Crescem bem em todo o Brasil. Apresenta crescimento rápido, adapta-se a qualquer tipo de solo, preferindo os úmidos e profundos. Frutifica de setembro a novembro. A temperatura é um dos principais fatores limitantes à produção de amora-preta. A cultura requer uma combinação de horas de frio (abaixo de 7,2ºC), nas estações mais frias, variando de 100 a até 1.000 horas, em função da espécie/cultivar, e calor abundante, nas estações mais quentes, para que ocorram adequadas brotação, floração e produtividade. Por essas razões, a cultura da amora-preta é recomendada, principalmente, para o Estado do Rio Grande do Sul e para as regiões de microclima de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais. *Partes utilizadas: folhas, flores, fruto e raiz. *Composição química: Os frutos contêm vitaminas A, B1, B2, C. O fruto maduro contém 9% de açúcares (frutose e glicose), ácidos málico (em estado livre 1,86%), ácido cítrico, matérias albuminóides e pectínicas, pectosa, goma e matérias corantes com 85% de água. É rica em sais minerais como fósforo, ferro, sódio, cálcio potássio, fibras e ácido fólico. Possui ricas propriedades antioxidantes como os flavonóis e antocianinas. Pectina: Flavonol: Antocianidina: Vitamina C: *Estudos Etnofarmacológicos: Febrífugo, laxante, diurético, expectorante, emoliente, dermatoses, eczemas e erupções cutâneas, sedativa, calmante, antiinflamatória. Frutos: tônico, laxante. Folhas: antibacteriana, expectorante, sudorífero, queda de cabelo. Cascas: anti-reumática, reduz a pressão sanguínea, analgésica, antiasmático. Cascas da raiz: sedativa, diurética, expectorante. *Atividades Farmacológicas e Farmacocinéticas: O composto chamado proantocianidina A-1 conseguiu combater o vírus do herpes tipo 2 (HSV-2 ou herpes simplex). Entretanto, não aconteceu uma redução da carga viral, mas dos efeitos da infecção, portanto, as feridas foram contidas, contudo o vírus permaneceu. A pesquisa publicada na Chemistry and Industry e no Journal of the Science of Food and Agriculture relata que o composto impede o atrelamento do vírus às células ao perturbar as glicoproteínas em volta do vírus ou da membrana da célula hospedeira. *Contra-indicações: O fruto não deve ser consumido em caso de diarréia. *Especialidades Farmacêuticas: - amora-chá infusão (Ervamel); - amora-chá infusão (Botica dos Anjos); - No-Tens: Polpa de amora, 100g (Tiaraju); - Pectina: Atalin (Gembalia); Atapec (Gembalia); Colestase (SanofiSynthelabo); Diapool (Dovalle); Diapulgil (Farmoquímica); Kaomyn (Gilton do Brasil); - Antocianosídeos: Purpuralin (Alcon); *Outros usos: A árvore atrai pássaros, especialmente beija-flores, que nidificam entre sua fronde. Suas folhas alimentam bichos-de-seda. Os frutos são utilizados em xaropes, geléias, licores e tortas, sorvetes, compotas, doces cristalizados. Referências: (1) LORENZI, H. Árvores brasileiras. 4.ed.Nova Odessa:SP- Instituto Plantarum de Estudos da Flora LTDA, 2002. (2) SIMÕES, M.C.O. et al. Plantas da medicina popular no Rio Grande do Sul. 4. ed. Porto Alegre-RS, 1995. (3) Dicionário de Especialidade Farmacêuticas. 29.ed. São Paulo-SP: Editora de Publicações Científicas.2000/2001. (4) Disponível em : < http://www.bibvirt.futuro.usp.brl> Acesso em 18 de abril.2006. (5) Disponível em : < http://www.corpoperfeito.com.br/subcategoria/?sb=amora > Acesso em 22 de abril.2006. (6) Disponível em : < http://www.unisite.com.br/saude/amora.shtml > Acesso em 28 de março .2006