Doses de fósforo no crescimento inicial do gergelim cultivado em solução nutritiva Fernando dos Santos Araújo1, Shara Regina dos Santos Borges2, Givanildo Zildo da Silva3, 1 4 Luan Henrique Barbosa de Araújo e Ewerton José de Medeiros Torres 1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais, Macaíba, RN, Brasil. ([email protected]; [email protected]) 2Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília, Programa de Pós-graduação em Agronomia, Brasília, DF, Brasil. ([email protected]) 3Universidade Federal da Paraíba, Programa de Pós-graduação em Agronomia, Areia, PB, Brasil. ([email protected]) 4Universidade Federal da Paraíba, Programa de Pós-graduação em Ciências Agrárias. Bananeiras, PB, Brasil ([email protected]) Resumo - No semiárido do Nordeste brasileiro a cultura do gergelim (Sesamum indicum L.) tem se mostrado uma excelente alternativa econômica para agricultores camponeses. Assim, objetivou-se com este trabalho avaliar o crescimento inicial do gergelim BRS Seda cultivado em solução nutritiva com diferentes doses de fósforo (P). Foi instalado um experimento em casa de cultivo protegido no Departamento de Solos e Engenharia Rural da Universidade Federal da Paraíba (DSER/UFPB), em Areia-PB, em blocos casualizados com seis plantas por tratamento (doses). Avaliaram-se comprimento e massa seca da parte aérea e da raiz principal, número de folhas, diâmetro do colo e teor de fósforo de plantas de gergelim cultivadas em soluções nutritivas com 0,0, 15,5, 62,0 e 124,0 mg L-1 de P, aos 28 dias após o início dos tratamentos. Os dados foram submetidos às análises de variância e regressão polinomial. As plantas submetidas à omissão de P (0,0 mg L-1) exibiram sintomas severos de deficiência nutricional e não conseguiram completar seu ciclo de vida. Com a elevação das doses, houve aumento linear dos teores de P nos tecidos da planta e de todos os parâmetros de crescimento avaliados, contudo, não foram obtidos valores de máxima eficiência, pois as plantas responderiam a doses maiores que as estudadas. Palavras-chave: Sesamum indicum, adubação, macronutriente, hidroponia. Phosphorus doses on the initial growth of sesame cultivated in nutrient solution Abstract - In semi-arid of brazilian Northeast the culture of sesame (Sesamum indicum L.) has been shown an excellent economical alternative for peasant farmers. So, the aim of this study was to evaluate the initial growth of BRS Silk sesame cultivated in nutrient solution with different phosphorus doses (P). The experiment was conducted in protected environment at the Department of Soil Science and Rural Engineering of the Federal University of Paraiba, Areia-PB, adopting the experimental design of randomized blocks with six plants per treatment (doses). At 28 days after initiation of treatment were evaluted length and dry mass of taproot and aerial part, number of leaves, stem diameter, as well as, dry biomass and P content of root and aerial part of plants cultivated in nutritive solutions with 0.0, 15.5, 62.0 and 124.0 mg.L-1 of P. The data were submitted to the variance analyzes and polynomial regression. The plants submitted the failure to P (0.0 mg.L-1) showed severe symptoms of nutritional deficiency and failed to complete your life cycle. With the increasing doses, was a linear increase in P levels in the plant tissues and all growth parameters evaluated, however, were not obtained maximum efficiency values, because the plants would respond to higher doses than those studied. Keywords: Sesamum indicum, manuring, macronutrient, nutritional deficiency. Introdução O gergelim (Sesamum indicum L.) é uma planta anual herbácea que possui ampla adaptabilidade em regiões de clima quente, com bom nível de tolerância à seca (Beltão et al., 2009). Na região Nordeste do Brasil, o gergelim vem ganhando destaque por representar uma cultura de grande potencial econômico (Alves, 2013), pois fornece matériaprima para diversos produtos de diferentes áreas como a gastronomia, biocombustíveis, cosméticos, medicamentos e defensivos agrícolas (Santana et al., 2013). É uma cultura que se insere tanto nos tradicionais sistemas de cultivo como na agricultura sustentável e orgânica, podendo ser usada em rotação, sucessão e consórcios com outras culturas (Beltão et al., 2009). De acordo com o mesmo autor, representa uma excelente opção agrícola para o pequeno e médio produtor, pois exige práticas agrícolas simples e de fácil assimilação. Nas condições edafoclimáticas do semiárido nordestino, o gergelim é facilmente cultivado e obtém ótima produção a um custo relativamente baixo (Beltrão, 2001), no entanto, para que a planta possa expressar todo seu potencial produtivo é necessário, além de condições climáticas favoráveis, que as suas necessidades nutricionais sejam supridas adequadamente. Os nutrientes minerais possuem funções essenciais e específicas no metabolismo das plantas, sendo que as espécies vegetais normalmente diferem na exigência nutricional, as quais devem ser conhecidas para uma melhor exploração (Benedetti, et al., 2009). Assim, quando um dos Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.8, n.2, p.41-47, jun. 2014 41 nutrientes essenciais não está presente em quantidades satisfatórias, ou em casos de combinações químicas que são pobremente absorvidas, essa deficiência gera anomalias devido a alterações no metabolismo vegetal (Epstein & Bloom, 2006). Esses distúrbios são característicos para cada nutriente, sendo relacionados às funções que este desempenha na planta. Em casos de deficiência de fósforo (P), por exemplo, há uma diminuição generalizada do crescimento, as folhas mais velhas e o caule das plantas mostram, a princípio, uma coloração verde escuro azulado ou arroxeado (Malavolta, 1989). Isso se deve ao fato de que o P é um nutriente essencial bastante requerido pelas as plantas, pois todos os processos metabólicos que envolvam gasto de energia como, a absorção de nutrientes e a formação dos diferentes órgãos da planta, por exemplo, têm participação direta ou indireta desse nutriente (Frandoloso, 2006). O diagnóstico de problemas nutricionais mediante a observação de sintomas tem grande importância prática porque permite tomar decisões rápidas no campo para sanar as deficiências, assim a identificação e a caracterização dos sintomas de deficiências nutricionais são básicas para corrigir a carência de nutrientes e consequentemente aumentar a produção (Naiff, 2007). Experimentos clássicos com doses crescentes de fertilizantes têm sido utilizados para estimar o ponto de máxima eficiência, assim como a exigência nutricional de acordo com cada fase de desenvolvimento da cultura. Tais resultados fomentam a utilização de adubos minerais de forma adequada, pois permite que seja atingida a máxima produtividade (Teixeira, 2000). Vários estudos sobre adubação da cultura do gergelim foram realizados por Beltrão et al. (2001), entretanto, pouco se sabe sobre seus efeito sobre o crescimento inicial da cultura, sobretudo, em ambiente controlado. Assim, diante da necessidade de estudos neste aspecto, objetivou-se com este trabalho avaliar o crescimento inicial do gergelim BRS Seda cultivado em solução nutritiva com doses crescentes de fósforo. Material e Métodos O experimento foi conduzido em ambiente protegido no Departamento de Solos e Engenharia Rural, do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba em Areia-PB no período de 25/07 a 30/08/2010. Inicialmente, 100 sementes de gergelim da cultivar BRS Seda foram colocadas para germinar em bandejas de polietileno preenchidas com areia lavada e umedecida com água destilada. Aos sete dias após a semeadura, as plântulas mais vigorosas e com o mesmo padrão de desenvolvimento foram transferidas para recipientes de plástico retangulares revestidos com papel alumínio contendo solução nutritiva formulada com as seguintes doses de fósforo: 0,0, 15,5, 62,0 e 124,0 mg.L-1 constituindo-se os tratamentos (Tabela 1). 42 Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.8, n.2, p.41-47, jun. 2014 Tabela 1. Composição das soluções nutritivas estoques de acordo com Hoagland & Arnon (1950) e das soluções com diferentes concentrações de fósforo. -1 Fonte Solução Concentração de Fósforo (mg.L ) estoque 0,0 15,5 62,0 124,0 -1 Mol.L 1 KNO3 Ca(NO3)24H2O 1 0,5 MgSO47H2O 1 NH4NO3 1 NH4H2PO4 Fe-EDTA(1) (2) Micronutrientes - 6,0 4,0 2,0 1,0 0,0 2,0 2,0 mL.L-1 6,0 6,0 4,0 4,0 2,0 2,0 1,7 0,0 0,5 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 6,0 4,0 2,0 0,0 4,0 2,0 2,0 (1) Solução de Fe-EDTA: Dissolver 29,5 g de EDTA em cerca de 700 mL de água destilada. Em seguida, dissolver 24,9 g de FeSO4.7H2O na solução de EDTA. Arejar por uma noite e completar o volume para um litro. (2) Solução de micronutrientes sem ferro: Dissolvido para um litro, em água destilada, 2,86 g de H3BO3; 1,81 g de MnCl24H2O; 0,22 g de ZnCl2; 0,08 g de CuSO4.5H2O; 0,02 g de H2MoO4.H2O. A solução nutritiva foi preparada com água destilada, sendo arejada continuamente por meio de aerador e renovada a cada sete dias e, sempre que necessário, o volume da solução dos recipientes foi completado com água destilada. O controle do pH da solução foi realizado na instalação do experimento e monitorado a cada 2 dias, sendo corrigido para a faixa de 5,5 a 6,5, adicionando-se hidróxido de sódio -1 (NaOH) 1 mol.L . Aos 28 dias após o início dos tratamentos foram avaliados as seguintes variáveis respostas: Comprimento da parte aérea e da raiz principal - mensurado com auxílio de uma régua graduada em milímetros, sendo os resultados -1 expressos em centímetros por planta (cm.planta ); número folhas: contagem das folhas desenvolvidas e expressa em -1 folhas por planta (folhas.planta ); diâmetro do colo mensurado com auxílio de um paquímetro digital e expresso -1 em milímetros por planta (mm.planta ); biomassa seca radicular e da parte aérea - as plantas foram seccionadas em raiz e parte aérea, acondicionadas em sacos de papel e colocadas em estufa com circulação forçada de ar regulada a temperatura constante de 65 ºC até atingir peso constante. Em seguida, foram pesadas em balança analítica com precisão de 0,001 g, sendo os resultados expressos em -1 gramas por planta (g.planta ); teor de fósforo radicular e da parte aérea - realizado de acordo com metodologia proposta por Bataglia et al. (1983) e expresso em gramas por -1 quilograma (g.kg ); avaliação visual - observou-se de forma geral os aspectos físicos das plantas, verificando-se diferenças de tamanho, coloração e integridade dos tecidos de todos os órgãos. Os tratamentos foram dispostos em blocos casualizados, sendo quatro tratamentos (doses) distribuídos em quatro blocos com seis plantas por tratamento. Os dados foram testados quanto à normalidade e, em seguida, submetidos à análise de variância e regressão polinomial, utilizando-se o software ASSISTAT versão 7.6 (UFCG). Resultados e Discussão Por meio da observação visual, verificou-se que as plantas de gergelim BRS Seda cultivadas na dose de 0,0 mg.L-1 de P (omissão de P) apresentaram tamanho inferior às demais e, além disso, exibiram sintomas de deficiência nutricional como caule descolorido, clorose generalizada com bordas necróticas nas folhas mais velhas e folhas jovens com coloração verde opaco e levemente murchas (Figura 1A), além de raízes escuras com sinais de necrose. Segundo Malavolta (1989), tais características podem ser sintomas de deficiência de P que ocorrem devido a esse nutriente ser essencial e altamente móvel na planta, ou seja, a carência deste elemento induz a utilização do P não metabolizado das folhas mais velhas, sendo redistribuído para os órgãos mais novos cujo crescimento cessa quando acaba tal reserva. De acordo com Beltrão et al. (2001), as plantas de gergelim com deficiência de P, em condições de campo, podem exibir sintomas parecidos como, folhas adultas apresentando coloração verde escuro e folhas jovens com coloração verde-cinzenta e bordas necrosadas. Sintomas semelhantes também foram descritos por Lobo et al. (2012) em plantas de amendoim com deficiências de P, as quais apresentaram desenvolvimento inibido, pontos necróticos nas folhas mais velhas e folhas mais novas com coloração verde opaco. As plantas cultivadas nas doses de 15,5, 62,0 e 124,0 -1 mg.L de P apresentaram o mesmo padrão visual de desenvolvimento, com a formação de folhas de coloração verde uniforme, turgidas, sem sinais de necrose. O caule apresentava-se com coloração verde claro e as raízes esbranquiçadas sem sinais de dano (Figuras 1B, 1C e 1D). A análise de variância na Tabela 2 mostrou que os dados de comprimento da raiz primária e da parte aérea, o diâmetro do colo e o número de folhas das plantas de gergelim cultivadas em diferentes doses de P ajustaram-se apenas o modelo de regressão linear (p<0,001). Tabela 2. Resumo da análise de variância para o comprimento da parte aérea (CPA) e raiz principal CRP), diâmetro do colo (DC) e número folhas (NF) de plantas de gergelim cv. BRS Seda cultivado em solução nutritiva com doses crescentes de P. Fonte de variação GL Doses de P Linear Quadrática Cúbica Blocos Resíduo 3 1 1 1 3 9 CV (%) Quadrados Médios CRP 820,020 2.257,812 ** 182,250 ns 19,998 ns 56,520 ns 89,812 22,38 CPA 863,062 2.300,512 ** 232,562 ns 56,112 ns 73,062 ns 80,729 31,13 DC NF 90,892 116,500 255,398 ** 312,050 ** 13,950 ns 30,250 ns ns 3,328 7,200 ns 9,744 ns 10,166 ns 6,765 10,444 32,7 26,17 **significativo 1%, *significativo 5% e ns não significativo, pelo teste F Figura 1. Plantas de gergelim BRS Seda cultivadas em solução nutritiva com 0,0 (A), 15,5 (B), 62,0 (C) e 124,0 (D) mg.L-1, de P aos sete dias após o início dos tratamentos. Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.8, n.2, p.41-47, jun. 2014 43 Os valores de comprimento da parte aérea e da raiz primária das plantas apresentaram crescimento linear (Figura 2). Dessa forma, verifica-se que as doses aplicadas não foram suficientes para encontrar o comprimento máximo, demonstrando que as plantas responderiam à doses -1 maiores que as testadas. A cada 1,0 mg.L de P aplicado na solução, a parte aérea e a raiz principal das plantas cresceram cerca de 0,22 cm durante o período, sendo a dose de P mais -1 elevada (124,0 mg.L ) quem promoveu os maiores valores estimados em 35,2 e 35,5 cm de comprimento da parte aérea e raiz, respectivamente. A Figura 3. Número de folhas (A) e diâmetro do colo (B) de plantas de gergelim cv BRS seda cultivadas em solução nutritiva com doses crescentes de P aos 28 dias após o início dos tratamentos. Figura 2. Comprimento da raiz principal (A) e da parte aérea (B) de plantas de gergelim BRS seda cultivadas em solução nutritiva com doses de fósforo aos 28 dias após o início dos tratamentos. O diâmetro do colo e número de folhas também apresentaram progressão linear com a elevação das doses de P, não sendo encontrados valores máximos (Figura 3). As plantas submetidas à dose de P mais elevada apresentaram número de folhas e diâmetro do colo superiores as demais sendo, respectivamente, 5,0 e 4,5 vezes maiores que o tratamento com omissão de P. 44 Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.8, n.2, p.41-47, jun. 2014 Verifica-se no resumo da análise de variância (Tabela 3) que a biomassa seca radicular e da parte aérea ajustaram-se apenas ao modelo de regressão linear, porém, para o teor de fósforo radicular e da parte aérea ajustaram-se tanto ao modelo linear quanto ao quadrático. Na Figura 4 estão apresentados os resultados observados para a biomassa seca de plantas de gergelim, na qual constata-se que, de acordo com a linha de tendência ajustada aos dados observados, a biomassa seca radicular e da parte aérea apresentou aumento linear. Na maior dose testada foram obtidos os maiores valores que foram estimados em 0,60 e 2,30 g.planta-1, respectivamente (Figura 4). Porém, esses valores tendem a aumentar se forem aplicadas doses superiores. Tabela 3. Resumo da análise de variância para a biomassa seca radicular (BSR) e da parte aérea (BSPA) e teor de fósforode radicular (TPR) e da parte aérea (TFPA) plantas de gergelim cv. BRS Seda cultivadas em solução nutritiva com doses crescentes de P. Quadrados Médios Fonte de variação GL Doses de P Linear Quadrática Cúbica Blocos Resíduo 3 1 1 1 3 9 CV (%) BSR BSPA TPR TPPA 0,252 0,607** 0,117 ns 0,032 ns 0,268 ns 0,261 3,418 8,764** 1,488 ns 0,000 ns 0,704 ns 0,535 1,193 3,444** 0,050** 0,084** 0,000 ns 0,000 1,038 3,049** 0,065** 0,001ns 0,002ns 0,001 29,47 33,24 3,89 5,12 De acordo com a Figura 5, o teor de fósforo radicular e da parte aérea do gergelim aumentou linearmente à medida que se elevou as doses de P. Comportamentos semelhantes também foram observados por Silva et al. (2011) em feijão caupi, pois, com a elevação das doses de P houve aumento dos teores de P na planta, além de correlação positiva entre a maior concentração de P nos tecidos da planta e o máxima crescimento e produção de grãos. **significativo ao nível de 1% de probabilidade (p<0,01), *significativo ao nível de 5% de probabilidade (p≤0,05) e ns não significativo (p>0,05), pelo teste F Figura 5. Teor de fósforo radicular (A) e da parte aérea (B) de plantas de gergelim cv BRS seda cultivadas em solução nutritiva com doses crescentes de P aos 28 dias após o início dos tratamentos. Figura 4. Biomassa seca radicular (A) e da parte aérea (B) de plantas de gergelim cv BRS Seda cultivadas em solução nutritiva com doses de P aos 28 dias após o início dos tratamentos. Vale ressaltar que, de maneira geral, houve inibição generalizada no crescimento das plantas cultivadas sob omissão de P em relação aos tratamentos que o receberam. Tais resultados confirmam a teoria de Lopes (2006) o qual descreve que o primeiro sinal de “fome de fósforo” é o desenvolvimento subnormal de toda a planta. Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.8, n.2, p.41-47, jun. 2014 45 Sintomas semelhantes também foram descritos por Puga et al. (2010), trabalhando com chicória (Cichorium endivia L.) e Avalhães et al. (2009) com repolho (Brassica oleracea var. Capitata) os quais descreveram que a omissão de P também provocou redução do crescimento das plantas, afetando a altura, o número de folhas e a área foliar em relação ao tratamento com P. Trabalhando em condições de campo, Beltrão et al. (2001) observaram que as plantas de gergelim com deficiência de P não emitem ramificações e também apresentam caules finos, porte baixo e área foliar reduzida. Conclusões 1. Na ausência de P, as plantas exibiram sintomas de deficiência nutricional e não conseguiram completar seu ciclo de vida. 2. Houve aumento no comprimento e na biomassa seca da raiz e da parte aérea, assim como no diâmetro do colo e no número de folhas das plantas com a elevação das doses de P no seu estágio inicial de desenvolvimento, contudo, não foram suficientes para que fossem encontrados valores máximos. 3. O teor de P nos tecidos da planta aumentou à medida que se elevou as doses de P na solução nutritiva. Agradecimentos Ao Departamento de Solos e Engenharia Rural do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba pelo apoio na realização do experimento. Referências ALVES, J.R. Comercialização do gergelim. In: BELTRÃO, N.E.M.; FERREIRA, L.L.F.; QUEIROZ, N.L.; TAVARES, M.S.; ROCHA, M.S.; ALENCAR, R.D.; PORTO, V.C.N. (Org.) O gergelim e seu cultivo no semiárido brasileiro. Natal: IFRN, 2013. 225p. AVALHÃES, C.C.; PRADO, R.M.; ROMUALDO, L.M.; ROZANE, D.E.; CORREIA, M.A. R. 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