a enfermagem e os cuidados no uso das plantas medicinais

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A ENFERMAGEM E OS CUIDADOS NO USO DAS
PLANTAS MEDICINAIS
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Josefina Dorotéa Nunes ; Michelline do Vale Maciel ; Joseline Pereira Lima
Aluna do 5º período de Enfermagem na Faculdade de Enfermagem Nova Esperança - Campus Mossoró/RN e
Ms. Bióloga pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). 2 Doutora em Ciências Veterinária pela UFC e
Professora na Faculdade de Enfermagem Nova Esperança - Campus Mossoró/RN. 3 Especialista em Gestão de
Sistemas e Serviços de Saúde, Enfermeira e Professora na Faculdade de Enfermagem Nova Esperança Campus Mossoró/RN
Mossoró
2015
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................... 03
1 – INTRODUÇÃO.................................................................................................... 04
2 – METODOLOGIA................................................................................................. 06
3 – REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................. 07
3.1. USO DAS PLANTAS MEDICINAIS .................................................................. 07
3.2 – IMPORTÂNCIA DA ENFERMAGEM NO CUIDADO DO USO DAS PLANTAS
MEDICINAIS ............................................................................................................ 08
4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................12
REFERÊNCIAS .........................................................................................................13
A ENFERMAGEM E OS CUIDADOS NO USO DAS
PLANTAS MEDICINAIS
RESUMO
Introdução: A história do uso de plantas medicinais tem mostrado que elas fazem
parte da evolução humana e foram os primeiros recursos terapêuticos utilizados
pelos povos e, muito antes de aparecer qualquer forma de escrita, o homem já
utilizava as plantas como medicamento, obtendo sucessos e fracassos. Na
Declaração de Alma-Ata, em 1978, a Organização Mundial de Saúde – OMS
preconizou o estudo científico em todo o mundo, para uma maior segurança e
eficácia no uso das plantas medicinais, após confirmar o consumo das mesmas, por
mais de 80% da população mundial. Apesar da Enfermagem, estar legalmente
respaldada para atuar com Práticas Integrativas e Complementares, o
desconhecimento, a falta de credibilidade no resultado e o pouco respaldo para
estudar o assunto entre os profissionais de saúde, prejudicam uma maior e melhor
atuação da enfermagem nos cuidados no uso das plantas medicinais pelos
pacientes. Objetivo: Informar aos profissionais de Enfermagem a importância sobre
os seus conhecimentos nos cuidados no uso de plantas medicinais como a
identificação fidedigna da espécie a ser usada, o diagnóstico e a dosagem correta,
as formas de preparo, dentre outras relevantes cautelas a serem adotadas, para que
possam instruir com bases científicas, a forma mais segura e eficaz do uso destes
medicamentos aos pacientes e comunidades. Metodologia: Foram acessados
bancos de dados bibliográficos e nas bases eletrônicas de dados PubMed, Scirus,
Scielo, Revista de Farmacognosia, Revista Brasileira de Plantas Medicinais, no
intuito de buscar artigos científicos de relevância para a temática escolhida.
Resultados e Conclusão: Através das publicações consultadas, observou-se que o
pouco conhecimento e a falta de incentivo para estudar as Práticas Integrativas e
Complementares entre alguns profissionais de Enfermagem, leva ao conhecimento
precário de informações, para esclarecer as dúvidas dos pacientes sobre o uso
desta alternativa terapêutica. É necessário incentivo à pesquisa científica contínua e
capacitação profissional, integrando cada vez mais estas práticas ao ensino e
pesquisa no meio acadêmico, para um melhor atendimento à comunidade.
Descritores: Plantas Medicinais. Enfermagem. Terapias Complementares.
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1. INTRODUÇÃO
A necessidade de curar e aliviar dores, vai continuar sendo a grande alavanca
que impulsiona a humanidade. Desta forma, pode-se inferir que partes de plantas
medicinais usadas no combate às doenças seja tão antiga quanto a própria
humanidade (OLIVEIRA; AKISUE, 2005). E de acordo com Eldin e Dunford (2001),
diversos povos e civilizações trazem consigo conhecimentos ancestrais sobre a
utilização das plantas medicinais.
Um dos primeiros relatos sobre o uso das plantas medicinais teve origem na
Mesopotâmia, com a utilização do óleo de cedro (Cedrus spp.) e da papoula
(Papaver somniferum). Egípcios, assírios e hebreus cultivavam ervas e traziam de
suas expedições novas espécies, como a babosa (Aloe spp.), o absinto (Artemisia
absinthium), a hortelã (Mentha spp.), o óleo de rícino (Ricinus comunis). Na medicina
Ayurvédica e na medicina tradicional Chinesa, observa-se a utilização da centela
(Centella asiatica), cânfora (Cinnamomum camphora), dentre outras espécies
(MARTINS et al., 1994; LEITE et al., 2009).
Na Declaração de Alma-Ata, em 1978, a Organização Mundial de Saúde - OMS
reconheceu que mais de 80% da população faz uso de algum tipo de planta
medicinal para aplacar suas dores, não só em países em desenvolvimento, mas
também nos países desenvolvidos. Dessa forma, a OMS preconizou o estudo
científico em todo o mundo, para uma maior segurança e eficácia no uso das plantas
medicinais (OMS, 2002).
No Brasil, em 2006 foi aprovada a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares no SUS (PNPIC), normatizando diretrizes e responsabilidades
institucionais para a implantação e adequação das ações e serviços de fitoterapia e
de outras alternativas complementares (BRASIL, 2006b). Silva et al. (2006), relatam
que alguns estados e municípios brasileiros vêm realizando a implantação de
Programas de Fitoterapia na Atenção Primária à Saúde, objetivando suprir as
carências medicamentosas de suas comunidades.
Estas ações para implementação das diretrizes do PNPIC, buscam ampliar a
oferta de serviços e produtos de forma segura e racional, por profissionais de saúde
qualificados, promovendo a integridade da atenção (BRASIL, 2012). Contudo, entre
os profissionais de saúde a falta de informação está presente, e de acordo com
Trovó e Silva (2002), a carência de discussões e esclarecimentos sobre as Práticas
Integrativas e Complementares, em especial as plantas medicinais, durante a
graduação, gera uma lacuna no conhecimento na enfermagem, trazendo prejuízo no
seu desempenho profissional, principalmente na assistência à população mais
carente, que é a mais afetada pela deficiência do atual Sistema de Saúde.
De acordo com Silveira et al. (2008), é de extrema importância incluir os
fitoterápicos nos Programas de Farmacovigilância, uma vez que muitas plantas
medicinais possuem efeitos tóxicos e apresentam risco para o uso humano.
O desconhecimento, a falta de credibilidade no resultado e o pouco respaldo
para estudar o assunto entre os profissionais de saúde, em especial a Enfermagem,
fazem com que os mesmos não estimulem o uso de espécies medicinais aos
pacientes, dificultando também o esclarecimento das dúvidas da população, sobre o
uso correto das plantas medicinais (ARNOUS et al. 2005).
Entre os profissionais médicos a situação é mais alarmante, de acordo com
Queiroz (2000), a introdução de cursos sobre terapias alternativas em faculdades de
medicina é raríssima, embora o relatório da CIPLAN (Comissão Interministerial de
Planejamento e Coordenação do governo brasileiro), em 1988, tenha recomendado
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a inclusão de conhecimento de práticas alternativas no currículo de ensino em
saúde.
Fontanella et al. (2007), retrata que os pacientes e a comunidade têm
necessidade de esclarecimentos sobre as terapias não convencionais, pois é direito
do paciente ser orientado sobre o mecanismo de ação das diferentes modalidades
terapêuticas não-convencionais, a eficácia das mesmas, suas indicações e/ou contra
indicações, assim como possíveis riscos de interações entre as mesmas.
Desta forma, este trabalho tem como objetivo inteirar os profissionais de
Enfermagem sobre os cuidados no uso de plantas medicinais, para que possam
informar com bases científicas, a forma mais segura e eficaz do uso destes
medicamentos.
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2. METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão de literatura, onde foram acessados bancos de
dados bibliográficos e nas bases eletrônicas de dados PubMed, Scirus, Scielo,
Revista de Farmacognosia e Revista Brasileira de Plantas Medicinais, no período de
1º a 28 de junho de 2015, onde foram utilizados 13 livros e 24 artigos científicos,
com os seguintes descritores: Plantas medicinais. Enfermagem. Terapias
Complementares
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3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1. USO DAS PLANTAS MEDICINAIS
A história do uso de plantas medicinais mostra que elas fazem parte da
evolução humana e foram os primeiros recursos terapêuticos utilizados pelos povos
e, muito antes de aparecer qualquer forma de escrita, o homem já utilizava as
plantas como alimento e algumas como medicamentos. Nas suas experiências com
ervas, tiveram sucessos e fracassos, levando algumas vezes a cura, em outros
efeitos colaterais severos, e em alguns casos o óbito (TOMAZZONI et al., 2006).
No Brasil, País com a maior biodiversidade do planeta, apesar de toda esta
riqueza florística e da grande importância de seu uso medicinal pela população,
estima-se que apenas 1% desse potencial já tenha sido quimicamente estudado e,
devido à velocidade de extinção de espécies pela destruição dos ecossistemas,
inúmeras não serão conhecidas medicinalmente. Portanto, ainda são necessários
muitos investimentos em pesquisas científicas que explorem de forma racional a
nossa diversidade vegetal para que assim o conhecimento popular seja resgatado e
validado (BRANDÃO, 2003; VIEIRA et al., 2002; BASTOS e LOPES, 2010).
Brandão et al. (2009), relatam que os índios Ameríndios já utilizavam plantas
como o abacate (Persea americana), mate (Ilex paraguariensis), batata-doce
(Ipomoea batatas) e cacau (Theobroma cacao), para alimentos, infusões,
medicamentos e até moeda, muito antes da invasão do continente pelos europeus.
No Brasil, a utilização popular das plantas medicinais com fins terapêuticos
provém dos índios brasileiros, das comunidades quilombolas, das seitas afrobrasileiras e da tradição asiática e europeia, podendo ocorrer pela transmissão oral
de geração para geração, pelo uso popular nas comunidades tradicionais ou pelos
sistemas públicos de saúde, já com um cunho científico (SILVA et al., 2001; BRASIL,
2012).
Castro et al. (2004) relatam que mais de 45% dos produtos farmacêuticos
provêm de produtos naturais, como por exemplo temos, a pilocarpina do jaborandi
(Pilocarpus spp.), o α-bisabolol da candeia (Eremanthus erythropappus), a rutina da
favela (Dimorphandra mollis) e o alfahumuleno da erva-baleeira (Cordia
verbenaceae), com comprovações de eficácia e segurança, demonstrando que há
uma preocupação governamental, incentivando a profissionalização deste mercado
nos próximos anos (FUNARI e FERRO, 2005; BRANDÃO et al., 2009).
Lapa (2004) relata que é equivocada a crença popular de que as plantas
medicinais tradicionalmente usadas pela população não causam efeitos colaterais.
Mesmo o uso prolongado pela população não é, suficiente para qualificar o
medicamento como seguro e eficaz. A má informação está presente nas classes
mais pobres, assim como o modismo nas classes dominantes, levando a
automedicação com plantas medicinais, tornando-as assim, mais maléficas do que
benéficas.
Além disso, é de suma importância que a droga vegetal seja identificada pelo
seu nome científico. Oliveira e Akisue (2005) informam que os nomes regionais de
plantas podem levar a erros de identificação destas espécies medicinais, já que é
comum designarem plantas diferentes com um mesmo nome, bem como uma
mesma espécie com diversos nomes. Como por exemplo, o “pau-pra-tudo” é
designado para Leonurus japonicus e Cinamodendron axilare. O Chenopodium
ambrosioides é conhecido na região nordeste como mastruço e no sudeste como
erva-de-santa-maria.
Tomazzoni et al. (2006), relatam que as plantas medicinais têm uma grande
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importância para a manutenção da saúde das pessoas. Além da comprovação da
ação terapêutica de várias espécies utilizadas popularmente, a fitoterapia representa
parte importante da cultura de um povo, sendo também parte de um saber utilizado e
difundido pelas populações ao longo de várias gerações.
3.2. IMPORTÂNCIA DA ENFERMAGEM NO CUIDADO DO USO DAS PLANTAS
MEDICINAIS
Tomazzoni et al. (2006), relatam que um programa adequado de fitoterapia
deve incorporar um conjunto de atitudes, valores e crenças que constituem uma
filosofia de vida. Portanto, a implantação de determinadas políticas de saúde
depende de um conjunto de informações essenciais para subsidiar a construção da
situação da saúde local e a orientação do modelo de atenção.
Dentre as informações necessárias é importante conhecer como as pessoas
vivem, além dos fatores que podem interferir no processo saúde-doença dessa
população, constituindo-se numa estratégia importante para a melhoria da saúde e
de vida dos cidadãos (TOMAZZONI et al., 2006).
No Brasil, o Ministério da Saúde, em 2006 instituiu a Política Nacional de
Plantas Medicinais e Fitoterápico e foi aprovada a Política Nacional de Práticas
Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC), em 2008 criou o Programa
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Em 2010 instituiu a Coordenação de
Fitoterápicos, Dinamizados e Notificados - COFID e por meio da Portaria Nº
1.102/2010, constituiu-se a Comissão Técnica e Multidisciplinar de Elaboração e
Atualização da Relação Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos - COMAFITO
(BRASIL, 2006a; BRASIL 2006b; BRASIL, 2010b; BRASIL, 2010c).
Seguindo estas diretrizes, Estado/Municípios desenvolveram políticas e leis
específicas para o serviço de Fitoterapia no SUS e instalaram laboratórios de
produção, disponibilizando plantas medicinais e/ou seus derivados, além de
publicações para os profissionais de saúde. No Rio Grande do Norte, através da
Portaria nº 274/2011, foi incluído o Programa Estadual de Práticas Integrativas e
Complementares (PEPIC) (BRASIL, 2012).
O Conselho Federal de Enfermagem COFEN (2004), através da Resolução nº
290/2004, Art. 1º, confere ao profissional de Enfermagem habilitação legal para atuar
com Práticas Integrativas e Complementares.
Apesar de pouco utilizado nos serviços públicos de saúde do Brasil, das
Práticas Integrativas e Complementares, a fitoterapia é uma das mais conhecidas e
usadas. Há um crescente interesse por parte dos profissionais de saúde em se
capacitarem, para adquirirem mais conhecimento e segurança e assim, estreitarem
seus laços com o paciente, sua família e comunidade (BASTOS e LOPES, 2010).
Estas terapias complementares são técnicas que visam à assistência à saúde
do indivíduo, considerando o homem como um todo e não um conjunto de partes
isoladas. São complementares, pois são usadas ao mesmo tempo com outras
práticas terapêuticas, dependendo da doença, da estrutura dos serviços de saúde e
da capacitação dos profissionais (BRASIL, 2012).
Entre as diretrizes da Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares, destacam-se o desenvolvimento de estratégias na qualificação,
com divulgação e informações dos conhecimentos básicos para os profissionais de
saúde trabalhar com o PNPIC; incentivo as pesquisas com vistas ao aprimoramento
da atenção à saúde, avaliando a eficácia, eficiência e a segurança dos cuidados
prestados por estes profissionais; educação continuada e permanente, pois a cada
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dia novas pesquisas são apresentadas sobre a utilização terapêutica e toxicidade
das plantas medicinais (BRASIL, 2012).
Mesmo com o avanço da medicina moderna na maior parte do mundo, é
necessário que os profissionais de saúde, neste contexto a Enfermagem, estejam
capacitados para a utilização das plantas medicinais e dos medicamentos
fitoterápicos com vistas a uma maior intervenção na atenção primária à saúde
desses indivíduos. É fundamental que a Enfermagem valorize os recursos
terapêuticos utilizados e conhecidos pela população, para desta forma, diminuir as
barreiras entre o profissional de saúde e o paciente/família/comunidade, usando
uma linguagem comum a ambos, horizontalizando assim as relações (BASTOS e
LOPES, 2010; BRASIL, 2012).
A Enfermagem também deve ter conhecimento da Farmacopeia Brasileira, que
é composta de publicações governamentais, sob a forma de monografias, editadas
com o objetivo de normatizar a produção e, consequentemente, a qualidade dos
produtos farmacêuticos (fitoterápicos) comercializados no país. A primeira
Farmacopeia Brasileira é datada de 1926, e a última (5ª), de 1988. As monografias
de plantas medicinais, derivados vegetais e produtos finais presentes nas
farmacopeias facilitam o registro dos fitoterápicos, capacitando os profissionais de
saúde para atuarem com maior segurança no seu uso e aconselhamento (BRASIL,
2010a; BRASIL, 2012).
Os profissionais de saúde precisam ser mais bem preparados pelas instituições
formadoras para fornecerem suporte comunitário no uso de plantas medicinais,
propiciando melhoria da saúde com produtos de baixo custo e resgatando valores da
cultura popular. Percebe-se que o conhecimento formal que os profissionais de
Enfermagem têm sobre fitoterapia ainda é insuficiente. As instituições educacionais
de graduação, apesar de considerarem essa terapia como prioridade no ensino,
pesquisa e extensão, oferecem na maioria das vezes a disciplina de fitoterapia como
optativa, o que leva muitos acadêmicos por falta de orientação, não a considerarem
como importante na grade curricular (BASTOS e LOPES, 2010; ARNOUS et al.
2005).
Estudos realizados por Fontenele et al. (2013) revelam que um grande número
de profissionais de saúde que utilizam plantas medicinais não teve contato com a
fitoterapia em sua formação acadêmica e citaram que seu conhecimento sobre
plantas medicinais é baseado principalmente no conhecimento popular dos
pacientes e da comunidade, com ou sem interseção do conhecimento científico,
havendo o reconhecimento de que seus conhecimentos específicos no assunto são
limitados.
Estando a frente do seu tempo, instituições de ensino como a FACENE
(Faculdade de Enfermagem Nova Esperança) no estado do Rio Grande do Norte,
IESP (Instituto de Educação Superior da Paraíba), FIP (Faculdades Integradas de
Patos) e a Faculdade de Enfermagem São Vicente de Paula no estado da Paraíba,
têm nos seus cursos de graduação em Enfermagem, a disciplina de fitoterapia como
obrigatória na grade curricular.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Devido à grande biodiversidade de plantas medicinais em nosso País, o
acesso facilitado da população a estas espécies, o fator cultural associado à falta de
conhecimento sobre seus efeitos colaterais, principalmente pelos profissionais de
saúde, levam a uma grande preocupação das instituições de saúde.
Sabe-se que a crença de que "o que é natural não faz mal", não condiz com a
verdade, pois caso a planta medicinal seja utilizada de forma incorreta, haja excesso
na dosagem, além das interações que podem ocorrer com outras espécies ou
medicamentos alopáticos, poderão trazer inúmeros malefícios ao paciente, cabendo
assim ao profissional de saúde, em especial o de Enfermagem, informar sobre o uso
correto das plantas medicinais.
A falta da disciplina de fitoterapia nas grades curriculares da graduação de
Enfermagem será refletida no profissional que atua na Atenção Básica de Saúde,
onde sentirão a necessidade de conhecer mais sobre as plantas medicinais para
poder informar sobre o uso adequado desta terapia.
Os maiores desafios encontrados pela Enfermagem com relação à
implantação e implementação da Fitoterapia nas unidades de saúde, é a falta de
conhecimento sobre a temática para orientá-los, e à falta de incentivo dos gestores,
com a ausência de apoio financeiro e científico dos governos municipal, estadual e
federal. Outro fator que contribui para a pouca utilização da fitoterapia nos serviços
de saúde é o total desconhecimento dos médicos acerca do assunto.
Por fim, há de se ressaltar que, é notória toda a problemática por que passa a
o profissional de Enfermagem, sob a formação universitária revelando fragilidades
no que tange às áreas de conhecimento relacionadas às plantas medicinais.
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