Lição 04 ELIAS E OS PROFETAS DE BAAL Pr. Esequiel Inácio

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Lição 04
ELIAS E OS PROFETAS DE BAAL
Pr. Esequiel Inácio
Texto Áureo: "Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois
pensamentos? Se o Senhor é DEUS, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo lhe não
respondeu nada" (1 Rs 18.21).
Verdade Prática: O confronto entre Elias e os profetas de Ball marcou definitivamente a
separação entre a verdadeira e a falsa adoração em Israel.
Autor: Anônimo
Data: Cerca de 560-550 a.C.
Tema: Reis de Israel e de Judá
1 - INTRODUÇÃO
Os versículos que estudaremos nesta lição referente ao profeta Elias e os profetas de Baal
que tem sua base Bíblica em 1Rs 18.36-40 nos dão uma visão muito ampla quanto à grande
responsabilidade que tem a vida de um homem e uma mulher cheios do Espírito Santo e
dedicados ao Senhor para execução dos serviços da casa de Deus.
Elias, o Tisbista surge como que de repente nas páginas sagradas dos livros históricos,
com características pessoais, serviçais e proféticas, abrindo um caminho para o infinito quanto ao
que Deus pode realizar através de seus servos, quando os seus serviços prestados na obra do
Senhor alcançam os três pilares que observamos na vida de Elias, o Tisbista: Fé, Coragem e
Ação.
Neste contexto histórico, vamos observar que Deus fez verdade às palavras do profeta
quando ele usa os três pilares já mencionados acima e diz a Acabe: Vive o SENHOR Deus de
Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a
minha palavra (1Rs 17.1). Deste dia em diante, durante três anos e seis meses não choveu e nem
orvalho caiu sobre a terra, senão quando da intervenção divina (1Rs 18.1; Tg 5.17).
A ousadia do profeta ainda permite que providências e cuidados divinos sobrevenham na
vida do profeta, permitindo que ele ficasse escondido e alimentado até que o próprio Deus
interviesse divinamente para que o profeta voltasse e se apresentasse novamente a Acabe, e o
propósito divino para o qual aquela seca sobreveio no reinado de Acabe e Jezabel pudesse ter
êxito. As conseqüências das palavras proferidas pelo profeta e a forma divina de tornar-se
verdade as suas palavras, não trouxe apenas aprendizado para o reinado de Acabe, mas também
para a vida do profeta preparando-o para uma tarefa ainda maior, que era enfrentar os
quatrocentos profetas de Baal e provar que há apenas um Deus verdadeiro, o Deus do profeta
Elias, o Tisbita.
A vida cristã nos dias de hoje são de freqüentes desafios ante as crescentes seitas,
religiões, crenças e formas de adoração que, a cada dia mais, são inseridas não somente nessas
entidades e religiões que as praticam, mas também entre a igreja de Deus através de falsos
profetas e falsos irmãos, que têm se infiltrado entre nós, e como não são nosso, saem do nosso
meio deixando marcas e conseqüências severas entre o povo de Deus. (Gl 2.4)
I – CONFRONTANDO OS FALSOS DEUSES
 Conhecendo o falso deus Baal
 Identificando a falsa divindade Aserá
Baal (em hebraico ‫ )לַּ עַּב‬é uma palavra semítica que significa Senhor, Lorde, Marido ou
Dono (Dom). Baal é representado em grego como Belos e em latim como Belus. Esta palavra em
hebraico é cognata de outra em acádio, Bel, com o mesmo significado. A forma feminina de Baal
é Baalath, o masculino plural é Baalin, e Balaoth no feminino plural. Esta palavra não tinha
conotação exclusivamente religiosa, podendo ser empregada em relações pai e filhos (por
exemplo) não sendo obrigatória uma separação hierárquica.
Baal era uma divindade Cananéia (1Rs 16.31). A Bíblia faz referência à Baal que poderia
ser um epíteto de Hadad ou Adad que era uma divindade cananéia e suméria. Um deus da
fertilidade. Este personagem teve a sua origem muito anteriormente como o príncipe do mundo,
epíteto que lhe garantia uma superioridade em relação aos outros componentes da divindade
desta época. Este deus era conhecido também por Enki - O Senhor da Terra.
A partir desse histórico, entendemos o fascínio do povo hebreu quando Jezabel introduz a
sua nova religião com o objetivo de fazer dos seus deuses o principal objeto de adoração entre o
povo de hebreu. Interessante observar que é muito mais fácil valorizar o que está diante dos
olhos como uma estátua, um objeto (Êx 32.7-9), principalmente quando pessoas de relevantes
expressões na sociedade como autoridades, artistas, grandes empresários, a mídia (escrita, falada
e televisiva) faz notoriedades a essas religiões, fazendo com que as pessoas acreditem que
realmente esses deuses podem fazer algo por elas.
Em Canaã, os Hebreus lutaram em várias épocas contra a adoração do "deus" Baal. No
Livro dos Juízes (da Bíblia Hebraica), o hebreu Gideão destrói os altares de Baal e a árvore
sagrada pertencente aos Midianitas. Mais tarde, o profeta Elias, no século IX a.C., condenou o
Rei Acabe por adorar Baal.
Nós, povo de Deus (1Pe 2.9), somos co-responsáveis por: identificar, conhecer e
combater os falsos deuses que têm se introduzido, muitas vezes silenciosamente, no meio da
igreja de Jesus Cristo (Gl 2.4). Impressiona-me quando muitos líderes evangélicos dão ênfase
nos púlpitos da nossa igreja em relação a sua admiração por pessoas ligadas à “maçonaria”, este
é um deus oculto que tem se introduzido silenciosamente em nosso meio. Que Deus possa
guardar a sua noiva dessas investidas de satanás.
II – CONFRONTANDO OS FALSOS PROFETAS
 Profetizavam sob encomenda
 Eram mais numerosos
Um dos aspectos interessantes desse estudo é a identificação da falsa profecia a fim de
combater os falsos profetas. Observando o contexto Bíblico, é fato que os profetas de Baal eram
realmente profetas, porém com a religião do estado (a idolatria imposta pelo sistema), eles
submeteram o seu ministério profético a serviço de Acabe e Jezabel. Em outras palavras, esses
profetas substituíram a verdadeira profecia pelas profecias de interesse do rei Acabe, pois
comiam da mesa do rei.
Um dos perigos iminentes do ministério da palavra (que hoje “substitui” o ministério
profético) e da vida cristã, é quando estamos dependentes de um sistema que nos influencia a
fazer as suas próprias vontades, ante a vontade divina, com o risco de perder o cargo, a
influência, os privilégios oferecidos para que este faça exatamente o que lhe é delegado.
Os profetas de Baal eram mais numerosos, enquanto nesse contexto histórico, eram
quatrocentos profetas de Baal contra um profeta que os confrontava e mais cem profetas
escondidos por Obadias (1Rs 18.4). No entanto, devemos nos lembrar que sempre haverá mais
sete mil que não se prostram à adoração de deuses estranhos.
Segue abaixo as conseqüências da lei aplicada pelo profeta Elias aos profetas de Baal:
1. A sentença de morte contra eles era justa, pois foi executada em obediência à lei de
Moisés (Dt 13.6-9; 17.2-5). O NT não contém qualquer mandamento similar. Ele proíbe a ação
repressora contra os falsos mestres (Mt 5.44), embora DEUS ordene a sua rejeição e, que nos
separemos deles (Mt 24.23,24; 2 Co 6.14-18; Gl 1.6-9; 2 Jo.7-11; Jd.3,4)
2. A ação de Elias contra os falsos profetas de Baal representava a ira de DEUS contra os
que tentavam destruir a fé do seu povo escolhido, e privá-lo das bênçãos divinas, e também
expressava o amor e a lealdade do próprio Elias por seu Senhor.
3. A destruição dos falsos profetas por Elias manifestava, também, profunda preocupação
pelos próprios israelitas, uma vez que estavam sendo destruídos espiritualmente pela falsa
religião de Baal. Jesus manifestou idêntica atitude (Mt 23; Lc 19.27), assim como também o
apóstolo Paulo (Gl 1.6-9; ver Gl 1.9) e, ainda, a ira de Deus será manifestada no dia do juízo de
DEUS" (Rm 2.5; cf. 11.22; Ap 19.11-21; 20.7-10).
III – CONFRONTANDO A FALSA ADORAÇÃO
 Em que ela imita a verdadeira
 No que ela se diferencia da verdadeira
O fato de uma nova religião presente inserida por Jezabel e aceita por Acabe que também
era hebreu, que, liturgicamente tinha semelhança com os cultos hebreus, ou seja, possuía rituais
semelhantes com o ritual hebreu pode ter corroborado para que a aceitação fosse de forma mais
rápida sem um forte impacto na vida dos hebreus. Usavam altar, havia música, danças e também
havia sacrifícios, porém o profeta Elias sabia que aquela religião era falsa e não tinha a aceitação
de Deus, pois não produzia o quebrantamento necessário e a adoração a Deus na vida dos
hebreus.
Textos antigos descobertos em Ras Shamra, na costa da Síria, revelaram que o baalismo
era um culto de fertilidade em torno da agricultura. Os baalitas atribuíam as mudanças das
estações e seus efeitos às guerras dos deuses. Acreditavam que o fim da estação chuvosa e a
morte da vegetação assinalavam o triunfo do deus Mot sobre Baal, obrigando Baal a se retirar
para as profundezas da terra. Mas, quando começava a estação das chuvas, os baalitas tomavam
isso como significando que Baal estava novamente vivo, tendo sua irmã Anate derrotado a Mot.
Pensavam que o acasalamento de Baal com sua esposa Astorete, nesta época, garantia a
fertilidade das colheitas, dos rebanhos e das manadas durante o ano vindouro.
Os adoradores de Baal acreditavam que se empenhar em certos ritos prescritos nas suas
festividades religiosas servia para estimular os deuses a seguir o mesmo modelo. Por isso, para
celebrar o despertar de Baal à vida, para se acasalar com Astorete, entregavam-se a orgias
sexuais de irrestrita devassidão. Era uma espécie de magia simpática, realizada na esperança de
que os deuses imitassem seus adoradores e assim garantissem um ano agrícola fértil e próspero.
Em toda Canaã podiam ser encontrados santuários em honra de Baal, onde serviam
homens e mulheres quais prostitutas e oficiavam sacerdotes. Perto dos altares, fora dos
santuários havia colunas de pedra, postes sagrados (representando a deusa Aserá) e pedestaisincensários. Tanto as colunas sagradas como os postes sagrados eram símbolos sexuais. Isso
levou os hebreus a profanar o altar do Senhor, fazendo com que o profeta agisse rapidamente em
favor da restauração do verdadeiro culto ao Deus verdadeiro, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o
Deus de Israel (2Cr 7.14).
Quando comparamos o contexto histórico religioso no reinado de Acabe e o contexto
religioso em que a igreja de Jesus está inserida nos nossos dias, as semelhanças são muito
evidentes. As manifestações de muitas falsas formas de adoração, que tentam imitar a verdadeira
adoração, as diversificadas formas litúrgicas (verdadeiros rituais) que muitas religiões e seitas
estão criando como forma de adoração, em alguns casos denominações que outrora gozavam de
conceitos bons agora imitando o mundo, criando festas pagãs dentro da igreja de Jesus Cristo.
O Apóstolo João, em sua primeira carta adverte a igreja dizendo: “Amados, não creiais a
todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm
levantado no mundo” (1Jo 4.1). Não é o que tem ocorrido hoje nas igrejas? Não são muitos os
falsos mestres e falsos profetas que têm se levantado? Se observarmos o ministério dos profetas,
sacerdotes, juizes e reis chamados por Deus no AT, veremos que Deus sempre foi padrão quando
se trata de adoração, liturgia, ministração e sacrifícios, assim também no NT quando o apóstolo
Paulo nos ensina como prestar um verdadeiro culto a Deus. (1Co 12.28-31; Ef 4.11; 1Co 14.26;
1Co 11.33).
VI – CONFRONTANDO O SINCRETISMO RELIGIOSO ESTATAL
 O perigo do sincretismo religioso
 A resposta divina ao sincretismo
O sincretismo religioso é um dos temas mais discutidos hoje pelos estudiosos da religião.
Na sua grande maioria, esses estudiosos da religião defendem a unificação das religiões, ou até
mesmo união das mesmas em situações específicas sob o pretexto de que Deus é um só, e que o
objetivo da religião é fazer com que as pessoas se sintam bem, ou, se apeguem a uma fé em que
elas acreditam.
O sincretismo religioso, o ecumenismo tem o seu significado semelhante
((e.cu.me.nis.mo) sm (gr oikoumenismós) “movimento universal de união das Igrejas
Evangélicas (protestantes), o mesmo movimento estendido a todas as igrejas cristãs, abrangendo
o protestantismo, catolicismo e os diversos ritos orientais”). Esse é o disfarce usado hoje por
muitos líderes cristãos que defendem e participam com as suas denominações a cultos e eventos
ecumênicos, geralmente organizados pelo sistema político de cidades, estados e nações.
Portanto em toda a história Bíblica, Deus nunca aceitou mistura entre o seu povo, quando
Saul deixou de consultar ao Senhor e passou a consultar uma mulher feiticeira, Deus extingue a
Saul e toda a sua casa do reino de Israel (1Sm 28 8,17). Ao contrário, Davi em toda sua trajetória
consultou ao Senhor Deus de Israel e o seu trono foi eternizado. (Mt 1.1; 1Rs 2.33; Rm 1. 3,3)
As escrituras sagradas revelam um Deus zeloso (Êx 20.25), e que comprou para si um
povo seu especial, zeloso de boas obras (Tt 2.14), povo eleito, adquirido, sacerdócio real, santo,
agradável, conforme as cartas de Paulo aos Colossenses 3.12 e 1Pedro 2.5,9. As misturas entre
religiões são abomináveis aos olhos do Senhor. A Bíblia também afirma que as trevas não
coabitam com a Luz, e que nós somos a luz do mundo e o sal da terra.
Jesus deu exemplo quando em uma época de muitas tradições religiosas, a dos saduceus,
dos fariseus e outras, foi enviado ao mundo para que um novo evangelho fosse pregado (Mt
4.17), e este evangelho anunciado por Jesus e depois pelos apóstolos até os nossos dias de hoje é
um evangelho que causa divisões religiosas, pois o próprio Jesus disse: Conhecereis a verdade e
a verdade vos libertará (Jo 8.32) e quem é liberto não pode andar como dantes, as coisas velhas
se passaram e tudo se fez novo.
CONCLUSÃO
A ação de Elias em relação aos profetas de Baal foi a forma de demonstrar que existe um
verdadeiro Deus, que não aceita mistura, nem adoração a outrem, muitas vezes um esfriamento
espiritual na vida da igreja ou de um crente pode trazer conseqüências muito drásticas.
O cuidado com a igreja do Senhor deve ser freqüente de forma a coibir que tais falsos profetas
possam agir, mesmo de forma silenciosa, em nosso meio. Devemos como cristão procurar
sempre nos apresentar ao Senhor com um coração quebrantado, prestar a Ele uma adoração
verdadeira e um culto santo, olhando sempre para Jesus o autor e consumador da nossa fé.
V – BIBLIOGRAFIA
Almeida, João Ferreira de. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, 1995.
Almeida, João Ferreira de. Bíblia Apologética de Estudo. ICP, 2000.
História de Israel – ETAD
Heresiologia - ETAD
http://pt.wikipedia.org/wiki/Baal
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