unidade 9- reflexos da desintegração soviética

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UNIDADE 9- REFLEXOS DA DESINTEGRAÇÃO SOVIÉTICA.
A queda do muro de Berlim simboliza o fim do mundo bipolar.
Após o término da Segunda Guerra Mundial, a Europa entrou em um processo de reconstrução, e não demorou muito
para ingressar em um intenso desenvolvimento industrial e econômico, salvo os países do leste Europeu que nesse
mesmo período enfrentou sucessivas crises de caráter financeiro.
A crítica situação na qual a população convivia ocasionou o surgimento de inúmeros movimentos, decorrentes da
imposição do sistema socialista que estava em vigor no bloco de países socialistas liderados pela União Soviética. Todas
as formas de manifestações contra o governo e seu regime político era repreendido pelo uso da força, ordenados pelos
líderes dos governos dos países em que tais fatos ocorriam, inclusive a União Soviética.
Na segunda metade da década de 80, o sentimento de insatisfação por parte da população atingiu a União Soviética,
com isso foi necessária a implantação de inúmeras reformas no território.
Dentre as várias mudanças, uma delas era uma menor interferência por parte dos soviéticos no leste Europeu, desse
modo os países que integravam o bloco socialista ganharam sua independência para buscar sua inserção em outras
formas de governo, regime político e econômico.
Todas as medidas de mudanças desenvolvidas no leste europeu foram executadas de forma pacífica e levou ao
desmembramento do bloco socialista na Europa, proveniente das decisões dos países que integravam o bloco em
questão de não dar continuidade ao regime político-econômico oriundo da União Soviética, a partir desse ato buscou
estabelecer medidas e reformas com intuito de integrar suas economias internacionalmente no mundo capitalista para
que as respectivas nações alcançassem um maior desenvolvimento e oferecessem uma melhor qualidade de vida às
suas populações.
Em toda fase de transição dos regimes de governos e a queda do socialismo aconteceram várias transformações e
mudanças, no entanto, a mais importante delas ocorreu na segunda metade da década de 80, quando, em 1989, houve
a queda do Muro de Berlim, esse fato marcou o fim da Guerra Fria e o começo da implantação de reunificação da
Alemanha que no ano seguinte veio a ser executado.
Todas as transformações ocorridas no processo de desmembramento político geraram uma modificação nas relações
diplomáticas entre os líderes das nações que integravam o bloco socialista e o governo da União Soviética. Além disso,
houve uma intensa dispersão de sentimentos de autonomia na região, derivando a independência de várias Repúblicas
em 1991, decretando assim o fim da União Soviética e do mundo bipolar.
A Federação Russa, devido o seu enorme arsenal militar foi designada pela comunidade internacional para ocupar o
espaço da ex-União Soviética, reconhecida também pelo Conselho de Segurança Permanente da Organização das
Nações Unidas.
Apesar da fragmentação da União Soviética e a unificação da Alemanha, a configuração cartográfica e geopolítica da
região não terminou, pois logo depois houve a independência da Tchecoslováquia e da Iugoslávia. Com isso, fica
evidente que o leste europeu ainda tem grandes possibilidades de outras fragmentações, principalmente derivados de
divergência ética-religiosa.
2° Guerra mundial, início da guerra fria e bipolarização
A participação da URSS na II Guerra Mundial tem início em 1941, quando seu território foi invadido pelas tropas alemãs.
Este acontecimento foi decisivo para levar a União Soviética a se unir às forças contra o (Reino – Unido, França…) na luta
contra o Nazi-fascismo. Durante vários meses os alemães impuseram severas derrotas aos soviéticos. Porém, a partir de
1942 acontece uma reviravolta. Os alemães começam a recuar devido resistência dos soviéticos e ao rigoroso inverno
com temperaturas 30º abaixo de zero.
Em 1943 os soviéticos derrotaram os alemães na batalha de Stalingrado. Daí por diante as tropas nazistas foram sendo
afastadas do território soviético.
A partir dessa vitória a União Soviética se fortalece em 1945 emerge como a segunda maior potência mundial.
Durante a Guerra a União Soviética mostrou ao mundo o seu poderio militar.
Em um curto período a URSS: Contribui efetivamente para a derrota do nazi-fascismo; expandiu seu território e ampliou
sua área de influência, submetendo vários países do leste europeu que viviam sob regime socialista; Polônia;
Techoslováquia; Hungria; Romênia; Iugoslávia; Bulgária; Albânia e mais tarde a Alemanha Oriental.
Ao final do conflito mundial a economia da URSS estava arruinada e o número de mortes somava cerca de 20 milhões.
Apesar disso ela emerge como uma grande potência do planeta.
Guerra Fria
No Pós-Guerra, EUA e URSS, surgem como as duas superpotências mundiais entrando em rivalidade na busca pela
hegemonia mundial.
A partir desse momento ficaram bastante tensas as relações entre os Estados Unidos e a União Soviética que passaram
a disputar áreas de influência internacional. Iniciava-se assim o período que ficou conhecido como Guerra-Fria que se
estendeu de 1947 (com a Doutrina Truman) até fins da década de 80.
O mundo foi bipolarizado, ou seja, dividido em 2 blocos que se diferenciaram geopolíticas ideologicamente: o Bloco
Ocidental, liderado pelos Estados Unidos. Era composto pelos países capitalistas; O Bloco Oriental, conhecido como
Cortina de Ferro era dominado pela URSS, compunha-se dos países socialistas.
A tensão entre as potências EUA e URSS era grande. Para os norte-americanos a União Soviética e o socialismo
representavam a negação de todos os seus princípios políticos; ditadura ao invés de Democracia; planejamento
econômico centralizado ao invés da liberdade de escolha e do pensamento; e a sujeição do individuo ao estado.
O confronto entre EUA e URSS foi intenso, estendendo-se pelos planos da economia, tecnologia e armamentos.
Procurando sempre superar forças um do outro, ambos mergulharam em uma acirrada corrida armamentista. Houve
grande investimento em tecnologia, indústrias bélicas (como as de aviões, submarinos, helicópteros, mísseis…) indústria
aeroespacial e especialmente Industria Nuclear.
Já quando lançaram as bombas sobre Hiroshima e Nagasaki os Estados Unidos pretendiam mostrar a URSS seu poderio
militar.
O mundo viveu um período de grande tensão, pois caso as potências se confrontassem diretamente suas armas
nucleares se encarregariam de não deixar sobreviventes. Seria o fim da história. Durante esse período o que garantiu a
paz foi justamente à premissa da mútua destruição assegurada.
Mas os conflitos entre EUA e URSS ocorriam de maneira indireta. Quando Estados Unidos URSS disputavam áreas de
influência, o confronto se dada nas regiões pretendidas. Foi como aconteceu na Guerra da Coréia e a Guerra do Vietnã.
As duas superpotências também disputaram a corrida espacial. A União Soviética lança o primeiro satélite artificial em
órbita da Terra o Sputinik em 1957m e o primeiro homem a viajar na órbita da terra Iuri Gagarin em 1961. Os Estados
Unidos lançam seu 1º satélite artificial Explorer em 1958. Na década de 60 e 70 a competição espacial se intensificou.
A União Soviética rivalizou com os Estados Unidos na busca pela hegemonia mundo durante toda o período da Guerra
Fria.
3) O declínio da URSS
Os movimentos separatistas que tiveram início nas republicas bálticas (Lituânia, Estônia e Letônia) foram decisivos para
desencadear uma desintegração em série das republicas soviéticas.
As grandes diversidades étnicas existentes no leste europeu também tiveram uma grande parcela de contribuição para
que essa desintegração acontecesse, mas a principal causa desses movimentos separatistas e movimentos nacionalistas
era o descontentamento da população em relação ao sistema de governo existente.
A população começou a perceber que à distância que os separava dos ocidentais estava ficando cada vez maior e
atribuíram esses retardos tecnológicos ao modelo econômico utilizado pelos governantes ultraconservadores que não
apostaram na economia de mercado, não abriram mão do uni-partidarismo, preferiram sempre estar com o poder
centralizado nas mãos do estado, enfim não contribuíram em quase nada para que um país de tão grandes dimensões
não tivesse mergulhado em tão profunda crise tecnológica e econômica.
O descontentamento da população gerando movimentos nacionalistas também desencadeou uma série de conflitos no
leste europeu, a maioria das repúblicas soviética partiu em busca de sua independência. Poucas republicas conseguiram
sua independência sem derramamento de sangue.
Foi nesse contexto que em 1985 MIKHAIL GORBACHEV assume o governo e tenta reverter à situação, tentando
fortalecer as republicas soviéticas e evitar a desintegração.
GORBACHEV inicia a dura transição da economia planificada para a economia de mercado. Inicia um período de
reformas na URSS implantando a Glasnost e a Perestroika, que nada mais eram senão a abertura ou transparência
política e a abertura da economia. A intenção era regularizar a situação econômica e política do país. Com essa abertura
econômica, a URSS estava aceitando investimentos estrangeiros no país, coisa que até então não era possível. Outra
tentativa para que não ocorresse esta desintegração foi à autorização à criação de outros partidos político além do
PCUS. Apesar das tentativas de GORBACHOV em manter as republicas unidas, isso não foi possível, uma a uma as
repúblicas soviéticas foram conquistando a sua independência.
4) A nova Rússia e a ordem mundial
Desde a grave crise econômica que enfrentou ao longo dos anos 90, o país vem perdendo o status de potencia mundial.
Seu quadro econômico já vinha se deteriorando desde a época da União Soviética. O fracasso da Perestroika e a
desastrada transição para a economia de mercado lançaram o país em profunda recessão.
Os desequilíbrios ocorridos neste período (1991-1999), levaram muitos investidores a retirar o seu dinheiro do país.
Assim, em agosto de 1998, teve inicio uma forte crise financeira, que levou o governo russo a decretar a moratória da
divida externa.
Essa atitude afetou o mercado financeiro mundial, provocando queda nas bolsas de valores e fuga de capitais também
em outros mercados emergentes, como o Brasil. O FMI e outras instituições internacionais concederam um empréstimo
de emergência ao governo russo, mas a situação continuou se agravando. Os capitais continuaram em fuga, até mesmo
o dinheiro emprestado, o que forçou o governo a desvalorizar o rublo e aumentar as taxas de juros. A consequência
disso foi o aumento do desemprego, o aumento da pobreza que já estava grande e o aumento da concentração de
renda no país.
Essa transição caótica da União Soviética para a economia de mercado propiciou as condições ideais para a penetração
generalizada do crime organizado nas atividades empresariais da Rússia e das demais republicas. Também induziu a
proliferação de atividades criminais originarias da Rússia e da ex-União Soviética, tais como o trafico de armas, materiais
nucleares, metais raros, petróleo, recursos naturais e a moeda. As organizações criminosas internacionais associaram-se
a centenas de redes das máfias pós-soviéticas, muitas delas organizadas em torno de determinadas etnias, para lavar
dinheiro, adquirir propriedades de valor e assumir o controle de negócios lucrativos, tanto legais como ilegais. Para se
ter uma ideia da influencia destas máfias, em 1997 estimou-se que 41.000 empresas industriais, 50% dos bancos e 80%
das joint ventures, tinham algum tipo de conexão criminosa. Além disso, a economia informal (sem registros)
representa 40% da economia russa.
Conflitos Étnicos
Os conflitos étnicos que passaram a ocorrer com grande frequência depois da desintegração da União Soviética, a partir
do final dos anos 80, devem ser entendidos levando-se em conta os seguintes aspectos:
Grande parte das fronteiras internas da URSS não foi bem definida historicamente;
Nas ultimas décadas, o crescimento demográfico dos grupos não russos, especialmente o dos muçulmanos da Ásia
Central, foi muito mais elevado que o do grupo russo;
Apesar de o grupo russo estar concentrado na Republica russa, cerca de 25 milhões de russos estão espalhados por
quase todas as outras regiões do país;
Existem cerca de 45 milhões de não russos vivendo fora de seus territórios étnicos originais.
Como consequência desses fatores (especialmente os dois últimos) conclui-se que nenhuma das republicas que faziam
parte da URSS era totalmente homogênea do ponto de vista étnico. Em vista de tudo isso, os conflitos que ocorreram
na URSS e que ainda ocorrem em regiões que dela fizeram parte, podem ser classificados em pelo menos quatro parte:
O primeiro deles opõe uma minoria não russa contra o poder central estabelecido em Moscou, muito influenciado pelos
russos. EX: Letônia, Lituânia e Estônia.
O segundo tipo de conflito é aquele que envolve minorias não russas lutando entre si. Ex: região do Cáucaso.
O terceiro tipo é aquele em que as duas formas de conflitos citados anteriormente ocorrem ao mesmo tempo. Ex:
Republica da Geórgia.
O quarto tipo de conflito é aquele no qual segmentos de um mesmo grupo étnico lutam entre si para alcançar o poder
numa determinada republica. Ex: também na Geórgia.
Os conflitos de caráter étnico sempre preocuparam Gorbatchov, que chegou a afirmar, em 1989, que o sucesso ou o
fracasso da Perestroika dependeria decisivamente de como o agudo e complexo problema das nacionalidades fosse
resolvido. No final de 1991, depois da queda de Gorbatchov e do esfacelamento da URSS, o problema continuava sem
solução.
Disponível em: http://acessoeducar.com.br/materias/geografia/adesintegracaodaurss.pdf Acesso em 10/10/2015.
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