Avaliação Pós-Ocupação em Edifício do MPMG

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Avaliação Pós-Ocupação em Edifício do MPMG:A Sede das Promotorias de Justiça de BH com atuação no
JECrim
Dezembro/2013
Avaliação Pós-Ocupação em Edifício do MPMG:
A Sede das Promotorias de Justiça de BH com atuação no JECrim
Alessandra D. F. Rossi - [email protected]
Master em Arquitetura
Instituto de Pós-graduação- IPOG
Belo Horizonte, 2013
Resumo
O presente artigo consiste na apresentação dos resultados da Avaliação Pós-Ocupação
(APO) realizada em edifício do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), com
o objetivo de aferir o grau de satisfação dos usuários com o ambiente construído e definir
uma metodologia adequada para avaliação de suas demais sedes. Para o estudo de caso, foi
selecionada a Sede das Promotorias de Justiça de Belo Horizonte com atuação no Juizado
Especial Criminal (JECrim), adotando-se uma abordagem multimétodos, que possibilitou o
levantamento dos aspectos positivos e negativos da edificação. A partir da pesquisa dos
diversos métodos de APO disponíveis, definiram-se os instrumentos a serem aplicados
(levantamento de dados referentes ao projeto/obra, “walkthrough”, entrevistas não
estruturadas, “as built”, questionário estruturado e “checklist”), bem como as variáveis do
ambiente construído a serem consideradas (aspectos técnico-construtivos, conforto
ambiental, técnico-funcionais, acessibilidade e comportamentais). Através da comparação
dos resultados obtidos, e considerando a ótica tanto do especialista quanto dos usuários, foi
possível realizar um diagnóstico e apresentar recomendações para o caso específico e para
futuros projetos.
Palavras-chave: Avaliação Pós-Ocupação; Métodos de Avaliação; Projeto Estruturador
Sedes Próprias; Qualidade do Ambiente Construído.
1. Introdução
Lançado em 2005, o Projeto Estruturador Sedes Próprias, do Ministério Público de Minas
Gerais, tem como objetivo “dotar as Promotorias de Justiça de sedes exclusivas e
independentes, proporcionando aos membros e servidores condições de trabalho adequadas”
(MPMG, 2009:4). Conforme apresenta o ex-procurador-geral de justiça, Jarbas Soares
Junior, “as novas sedes passam a refletir, arquitetonicamente, a relevância social própria do
Ministério Público como legítimo defensor de um dos fundamentos centrais da República
Brasileira: a cidadania” (MPMG, 2008:5).
Os projetos, elaborados por uma equipe de arquitetos e engenheiros da instituição, são
adaptados à realidade de cada comarca, buscando-se, cada vez mais, a melhoria dos edifícios
e do próprio processo de produção. Até o momento, já foram inauguradas 40 novas sedes e,
atualmente, 25 projetos estão em andamento e 9 edifícios em fase de construção.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013
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Este trabalho nasceu da curiosidade em avaliar o grau de adequação das Sedes Próprias do
MPMG ao seu objetivo inicial. A partir deste estudo de caso, buscou-se aferir o grau de
satisfação dos usuários com o ambiente construído e definir uma metodologia adequada para
avaliação das demais sedes da instituição. Ressalta-se, aqui, a importância da adoção de
métodos de avaliação que possibilitem a participação dos diversos agentes envolvidos na
produção e uso dos ambientes, uma vez que estes “são compreendidos, percebidos e
interpretados de modos distintos por arquitetos, cientistas sociais e usuários leigos”
(ORSTEIN; BRUNA; ROMÉRO, 1995:37). De acordo com Ferreira et al:
A inquietude do arquiteto em projetar a fim de atender as necessidades dos usuários
e tornar o espaço a ser concebido adequado aos mesmos, faz com que diversos
pesquisadores procurem respostas para suas perguntas em pesquisas realizadas sobre
a APO (Zeisel, 1981; Sommer & Sommer, 1997; Kohlsdorf, 1996; Sanoff, 1995;
Ornstein, 1995). Ela faz com que o arquiteto se aproxime da realidade para a qual irá
projetar, permitindo-o definir com mais clareza quais serão os determinantes do
projeto. (FERREIRA et al, 2006:1125).
Neste artigo é apresentada a aplicação de alguns dos instrumentos de avaliação pós-ocupação
(APO) na Sede das Promotorias de Justiça de Belo Horizonte com atuação no Juizado
Especial Criminal. Através de uma abordagem multimétodos, foi possível definir alguns
aspectos positivos e negativos da edificação e gerar um diagnóstico seguido de propostas de
melhorias para o edifício analisado e para futuros projetos.
2. Avaliação Pós-Ocupação
A avaliação pós-ocupação (APO) compreende um conjunto de instrumentos de avaliação do
desempenho das edificações existentes, permitindo a identificação de falhas, problemas e
aspectos positivos do edifício. Segundo Rheingantzm et al:
APO- avaliação pós-ocupação; é um processo interativo, sistematizado e rigoroso de
avaliação de desempenho do ambiente construído, passado algum tempo de sua
construção e ocupação. Focaliza os ocupantes e suas necessidades para avaliar a
influência e as consequências das decisões projetuais no desempenho do ambiente
considerado, especialmente aqueles relacionados com a percepção e o uso por parte
dos diferentes grupos de atores e agentes envolvidos. (RHEINGANTZM et al,
2009:16).
As metas de uma APO, apresentadas por Ornstein e Roméro (1992), são: promover a ação (ou
intervenção) que propicie a melhoria da qualidade de vida daqueles que usam um dado
ambiente e produzir informação que gera conhecimento sistematizado sobre o ambiente e as
relações ambiente-comportamento. Blyth, Gilby e Barley, (apud ISSA et al, 2011) enumeram
uma série de benefícios gerados pela APO tanto para o estudo de caso, quanto para futuros
projetos:
(1) Identificar problemas e soluções; (2) Atender demandas do usuário; (3) Melhorar
o uso de espaços por meio de pesquisas; (4) Compreender as mudanças no
projeto/uso, (5) Tomar decisões, (6) Adaptar o edifício para mudanças na
organização ou no aumento deste, (7) Novos usos para edifícios obsoletos, (8)
Aplicar responsabilidade final do desempenho dos edifícios aos projetistas; (9)
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Melhorar a longo prazo o desempenho do edifício; (10) Melhorar a qualidade do
projeto e, (11) Realizar revisão estratégica. (ISSA et al, 2011).
A figura 1 representa o fluxograma básico de uma APO onde, conforme Ornstein, Bruna e
Roméro (1995), a avaliação efetuada pela equipe técnica e pelos usuários alimenta a etapa de
diagnóstico e os resultados podem ser aplicados não somente no estudo de caso, como
também gerar recomendações para projetos futuros.
Figura 1 – Fluxograma básico da APO
Fonte: ORNTEIN; BRUNA; ROMÉRO (1995)
No livro, Observando a Qualidade do Lugar: procedimentos para a avaliação pós-ocupação,
Rheingantzm et al (2009) apresentam uma revisão de oito instrumentos e ferramentas de
avaliação consagrados (walkthroug, mapa comportamental, poema dos desejos, mapeamento
visual, mapa mental, seleção visual, entrevista e questionário), complementados por outros
dois (matriz de descobertas e observação incorporada), produzidos pelos pesquisadores do
grupo de APO do Pro Lugar -FAU/UFRJ.
De acordo com Bechtel et al (apud ORNSTEIN; BRUNA; ROMÉRO, 1995:70), “para se
levar a bom termo uma APO, é preciso adotar, no mínimo, três métodos combinados, para
coleta de dados e informações”. Contudo, cabe observar que, “os resultados da aplicação de
um conjunto de instrumentos devem ser vistos como complementos capazes de corroborar a
experiência reflexiva e intuitiva vivenciada durante a observação” (RHEINGANTZM et al,
2009:14). Nesse processo, a sensibilidade e imparcialidade do avaliador são de suma
importância para a interpretação dos resultados.
Ornstein e Roméro (1992) apresentam algumas variáveis do ambiente construído que podem
ser consideradas em uma APO:
- Avaliação técnico-construtiva
- Avaliação de conforto ambiental;
- Avaliação técnico-funcional;
- Avaliação comportamental;
- Avaliação técnico-econômica;
- Avaliação técnico-estética;
- Estrutura organizacional.
Didaticamente, todas se dividem em subvariáveis, que podem ser abordadas através de
técnicas que permitam comparações entre si e com outras variáveis. Nesta avaliação foram
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levantados os quatro primeiros aspectos, sendo o foco inicial voltado para o desempenho
funcional dos espaços (projeto arquitetônico).
Os autores acima recomendam que a equipe técnica para uma APO seja, sempre que possível,
interdisciplinar, composta de coordenador geral (especialista na área), pesquisador (que
coordena um determinado estudo de caso) e consultores em diversas áreas (planejamento
urbano, arquitetura, psicologia, engenharia, estatística, economia, conforto ambiental,
estruturas, etc.), conforme o caso específico. Tal composição é apenas um referencial, tendo
flexibilidade suficiente de acordo com o grau de profundidade e metas a serem atingidas.
3. Caracterização do Estudo de Caso
O objeto de estudo foi a Sede das Promotorias de Justiça de Belo Horizonte com atuação no
Juizado Especial Criminal (JECrim), localizada na Av. Juscelino Kubitschek (Via Expressa),
ao lado do prédio do Tribunal de Justiça.
A escolha se deu pelo fato de que edificação, embora localizada na capital, segue os moldes
do projeto padrão adotado pelo MPMG no interior (o qual é adaptado à realidade de cada
comarca), apresentando todos os aspectos que representam a sua identidade. Conforme consta
na Revista Sedes Próprias:
As edificações das sedes próprias das Promotorias de Justiça nas diversas comarcas
são projetadas de modo a proporcionar não somente conforto, segurança e
instalações adequadas ao Ministério Público Estadual, mas também representar a
identidade da Instituição. Consideram-se para tanto, dois aspectos: volumetria e
programa.
Dois volumes distintos compõem a edificação: uma torre vermelha, característica
marcante, destaca-se sobre outro volume, horizontal, pouco recortado, de linhas
retas e de cor clara. (MPMG, 2008:14).
Nas figuras 2 e 3, é possível visualizar a localização do edifício e sua fachada frontal.
Prédio TJ_
JECrim
Figura 2 – Vista aérea do local
Fonte: Google mapas (2012)
SEDE
MPMG
Figura 3 – Fachada frontal
Fonte: Dados produzidos pela autora (2012)
O programa de uma Sede Própria divide-se em duas áreas com características distintas. A
primeira, voltada para o público, compreende recepção, auditório e/ou sala de reuniões e
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sanitários acessíveis. Já a segunda tem seu acesso restrito aos Promotores de Justiça e
servidores, incluindo os gabinetes e os apoios técnico e administrativo. A entrada do público a
esta área, por questões de segurança, é controlada por vigilante e/ou servidores da
secretaria/recepção. Somente após identificação do indivíduo e de sua demanda é que lhe é
permitido, ou não, o acesso ao interior do edifício. Atualmente, em projetos de sedes de maior
porte tem-se previsto a instalação de catraca eletrônica e detector de metais.
Na maioria dos imóveis, quando a dimensão do terreno permite, há estacionamento privativo
para os promotores, disponibilizando, em alguns casos, vagas também para os servidores e
para o público.
O organograma da figura 4 ilustra o programa original de uma Sede Própria. Atualmente, a
sala dos técnicos tem sido eliminada nos novos projetos e os gabinetes tiveram suas áreas
aumentadas, a fim de comportar todos os servidores de cada promotoria.
Figura 4 – Organograma original de uma sede do MPMG
Fonte: Dados produzidos pela autora (2012)
Inaugurada em 16 de Setembro de 2010, a Sede das Promotorias de Justiça de Belo Horizonte
com atuação no JECrim, apresenta área construída total de 745,00 m², distribuídos em dois
pavimentos, em terreno de 880,60 m². No projeto inicial já foi prevista a ampliação de mais
um pavimento.
Nos fundos do imóvel, encontra-se o estacionamento, com 13 vagas descobertas, privativas
dos promotores. Cada pavimento comporta os seguintes ambientes (Figura 5):
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-Térreo: recepção, 2 sanitários acessíveis e individuais para o público, sala de reuniões,
escada de acesso ao público, secretaria/atendimento, almoxarifado, central elétrica, 2
sanitários coletivos para os servidores, copa, área de serviço, 1 sanitário de serviço, DML, 4
gabinetes (sendo 1 utilizado como arquivo da Corregedoria), elevador e escada interna;
-1° Pavimento: hall, 2 sanitários acessíveis e individuais para o público, escada de acesso ao
público, 2 sanitários coletivos para os servidores, central elétrica, 8 gabinetes, elevador,
escada interna e terraço descoberto;
Os dois pavimentos são interligados através de duas escadas, uma de acesso ao público,
situada na recepção, e a outra de acesso mais restrito, próxima aos gabinetes, além de um
elevador.
Figura 5 – Plantas do edifício
Fonte: Dados produzidos pela autora (2012)
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Atualmente, trabalham no local 41 pessoas distribuídas em 3 turnos, sendo 13 servidores (8
analistas e 5 oficiais), 9 promotores, 10 estagiários, 7 terceirizados (1 serviços gerais, 2 na
limpeza e 4 vigilantes) e 2 trabalhadores mirins.
4. Metodologia de Pesquisa:
Este trabalho foi iniciado a partir de pesquisa bibliográfica e do levantamento de estudos de
caso, a fim de definir quais os instrumentos de APO seriam aplicados. Tais instrumentos
deveriam verificar tanto a opinião dos especialistas quanto dos usuários, sendo que estes
recebem o foco principal. A partir da análise dos métodos de avaliação disponíveis, os
instrumentos utilizados foram divididos em dois grupos, conforme proposto por Issa et al.
(2011), sendo feitas algumas adaptações:
-Ponto de vista dos especialistas: levantamento de dados referente ao projeto/obra,
walkthougs, as built e checklists, observações e registros fotográficos;
-Ponto de vista do usuário: entrevistas e questionários.
Embora se recomende que a APO seja feita por uma equipe técnica interdisciplinar, o
levantamento de dados in loco foi efetuado unicamente pela pesquisadora, que, contudo,
recebeu auxílio da equipe de engenharia do MPMG na obtenção de informações referentes ao
projeto e ao histórico da obra.
Os usuários entrevistados foram apenas os indivíduos que trabalham no local, por
permanecerem nele por maior tempo. As opiniões dos usuários externos, cidadãos/público,
embora importantes, não foram levantadas, uma vez que, durante as visitas, considerou-se
pequeno o fluxo dessas pessoas. Entretanto, esse é um aspecto que se pretende verificar em
futuras avaliações.
Após a aplicação dos instrumentos, os resultados foram comparados e interpretados,
confrontando as informações do observador/avaliador com as dos usuários. Em seguida, foi
gerado um diagnóstico, a partir do qual foram feitas propostas de melhorias para o caso
específico e recomendações para futuros projetos.
5. Aplicação dos Instrumentos:
5.1. Levantamento de dados referente ao projeto/obra:
Inicialmente, foi feito o levantamento dos dados referentes à edificação junto à equipe de
engenharia (leitura dos projetos, caderno de especificações e entrevista com os profissionais
responsáveis pelo projeto e pela fiscalização da obra).
A partir desse primeiro contato, foi possível, de antemão, tomar conhecimento de alguns
problemas apresentados pelo edifício, tanto durante como após a obra, bem como de queixas
anteriormente manifestadas pelos usuários.
5.2. Walkthrough:
De posse das informações preliminares, procedeu-se a uma visita exploratória, na qual foi
feita a primeira coleta de dados in loco com a aplicação do instrumento walkthrough, “palavra
da língua inglesa que pode ser traduzida como passeio ou entrevista acompanhado”
(RHEINGANTZM et al, 2009:21).
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O método consiste em uma visita dos avaliadores a cada um dos ambientes de
estudo, a qual é acompanhada por seus usuários. Durante o trajeto além das
observações dos pesquisadores, são estimulados e registrados os comentários dos
usuários e repeito do local, combinando o olhar técnico com o conhecimento
decorrente de sua vivência. (MACHADO et al, 2008).
Observa-se que em todos os estudos de caso pesquisados, esse instrumento foi utilizado pelos
avaliadores, por ser fácil e rápido de aplicar.
O percurso dialogado abrangendo todos os ambientes, complementado por outros
instrumentos (fotografias, croquis), possibilitou a familiarização com a edificação, com sua
construção, com seu estado e seus usos, assim como descrito por Rheingantzm et al (2009).
5.3. Entrevistas não Estruturadas:
Enquanto se percorria o edifício, foram realizadas entrevistas não estruturadas e não dirigidas,
onde o entrevistado foi solicitado a expressar seus sentimentos e opiniões, pois “a função do
entrevistador deve ser, simplesmente encorajar o entrevistado a falar sobre um dado tópico ou
assunto, com um mínimo de direcionamento ou suporte” (RHEINGANTZM et al, 2009).
Foram entrevistados promotores, servidores e terceirizados (faxineiras e vigilantes), tendo
sido os últimos a maior fonte de informações para a pesquisa, por lidarem diretamente com
questões de manutenção e segurança e porque seu ambiente de trabalho abrange toda a
edificação.
5.4. As built:
Durante a primeira visita, foi feito também ao cadastro atualizado, as built, dos ambientes
construídos, bem como do mobiliário e dos equipamentos. De acordo como Issa et al. (2011),
o as built é aplicado a partir de vistorias realizadas em todo o edifício, tendo como base
plantas e cortes do projeto original, procedendo-se em seguida ao registro das alterações
verificadas. Através desse instrumento é possível detectar eventuais mudanças realizadas
durante a execução da obra ou mesmo pelos próprios usuários (posicionamento do mobiliário,
alteração de uso de determinados espaços ou reforma nas instalações de infraestrutura) de
forma a adequar o edifício ao uso demandado.
Além de realizar observações diretas, foram identificados e fotografados os aspectos mais
significativos verificados.
5.5. Questionário Estruturado:
Em outro momento, foi aplicado um questionário, que segundo Ornstein e Roméro (1992)
“tem por objetivo verificar como as pessoas usuárias (consumidores) de um determinado
produto, no caso o ambiente construído, o percebem, o utilizam, como a ele se referem, qual o
ponto de vista em relação ele”. Esses também afirmam que, como o questionário confere
anonimato às respostas, o entrevistado fica mais à vontade e é mais sincero em suas respostas.
Contudo, de acordo com, Rheingantzm et al (2009), deve-se ter o cuidado de avaliar os
resultados em função do contexto e dos resultados de outros instrumentos utilizados, sob pena
de o pesquisador produzir uma avaliação compartimentada da situação ou do local
pesquisado.
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Ao contrário das entrevistas, aplicou-se um questionário estruturado, adaptação do modelo
elaborado por Ornstein e Roméro (1992) para o edifício da EPUSP-Minas e também adotado
por Cosenza et al (1998) na APO do BNDS/RJ. Segundo os autores, esse tipo de questionário
é mais fácil de aplicar e interpretar respostas, uma vez que possibilita quantificação, por
exemplo, por meio da utilização de escalas de valores que permitem verificar a satisfação dos
usuários.
As perguntas foram divididas em tópicos de avaliação da área de trabalho e do edifício como
um todo (ver Anexo A), englobando os seguintes aspectos:
- Construtivo: qualidade dos materiais;
- Conforto ambiental: temperatura, isolamento de ruídos, iluminação, conforto do mobiliário;
- Funcionais: tamanho das salas, posição de tomadas, largura de corredores, localização e
quantidade de sanitários, acessibilidade, sinalização, segurança contra terceiros, adequação do
mobiliário;
- Estéticos: aparência do edifício, paisagismo;
- Comportamento: privacidade e contato pessoal.
Ao todo foram respondidos 16 questionários (número de usuários disponíveis na data da sua
aplicação). Após a tabulação dos dados, suas médias foram calculadas, com a aplicação de
uma escala de valores de 5 pontos, variando de péssimo, ruim, regular, bom e ótimo.
Em seguida, para uma melhor compreensão e análise dos dados, esses foram transformados
em escala decimal para a confecção de diagramas de Paretto. Tais diagramas, compostos por
barras horizontais, permitem, conforme Ornstein e Romero (1992), identificar os principais
problemas (barras superiores) e os aspectos mais positivos (barras inferiores) por ordem de
importância, de acordo com as médias das notas atribuídas a cada item ou aspecto
questionado por categoria/extrato de usuários. Os resultados encontrados serão apresentados
logo adiante, juntamente com o diagnóstico.
5.6. Checklist de Acessibilidade:
Em segunda visita também foi feito levantamento das condições de acessibilidade do imóvel,
através do preenchimento de um checklist, conforme roteiro elaborado pela Comissão
Temporária de Acessibilidade do Conselho Nacional do Ministério Público.
O Roteiro Básico para Avaliação da Acessibilidade nas Edificações do Ministério Público
visa auxiliar os arquitetos e engenheiros dos MPs, na implementação da Resolução nº 81/2012
do Conselho que dispõe sobre a adequação dos edifícios e serviços dos MPs às normas de
acessibilidade, entre outras providências.
No checklist, é enumerada uma série de 10 itens, divididos em subitens e alíneas, num total de
270 quesitos que discriminam algumas exigências da NBR9050/04 e legislações afins
(Resoluções 236/07 e 304/08 do CONTRAN, NBR NM 313/07, NBR 15.655-1/2009, Decreto
5.296/04). A lista a seguir apresenta a relação desses itens, com as principais questões
observadas:
-Calçada: piso, dimensões, faixa livre, inclinação, desníveis, obstáculos, guias rebaixadas,
vegetação existente;
-Estacionamento: piso, localização, rota acessível, sinalização, porcentagem de vagas para
idosos e pessoas com deficiência e mobilidade reduzida;
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-Acesso à edificação: piso, inclinação, existência de rampas;
-Circulação horizontal: piso, largura, grelhas;
-Circulação vertical: escadas (piso, dimensões, sinalização, corrimãos), elevador (piso,
dimensões, sinalização), rampas (piso, dimensões, inclinação, corrimãos, sinalização),
plataformas (dimensões, percurso);
-Esquadrias: dimensões, peitoril, sistema de abertura, maçanetas;
-Banheiros: piso, dimensões, barras de apoio, área de transferência, abertura da porta,
sinalização, chuveiro, altura de lavatório, comandos, localização dos acessórios;
-Vestiários: dimensões, barras de apoio, vão livre da porta;
-Biblioteca: mobiliário acessível;
-Auditórios e similares: número de assentos destinados a P.M.R, P.C.R., P.O, localização dos
assentos, sinalização visual e sonora, rampas, espaço para intérprete de libras;
-Restaurantes e similares: balcões, circulações, mesas acessíveis.
-Mobiliário: telefones públicos, bebedouros, mesas para refeição ou trabalho, armários, balcão
de atendimento, assentos, planos e mapas táteis.
Neste estudo de caso, os itens biblioteca, auditório, restaurantes e vestiários não se aplicam à
edificação.
6. Diagnóstico:
A partir da aplicação dos diversos instrumentos apresentados, foram levantas informações
referentes à edificação, abrangendo diversos aspectos. Destaca-se que a participação dos
usuários foi de suma importância para a elaboração deste diagnóstico.
Os Quadros 1 e 2, a seguir, apresentam a frequência dos resultados obtidos através dos
questionários. É possível perceber a subjetividade de cada indivíduo quando foram atribuídas
notas tão diferentes para um mesmo item, como, por exemplo, uma classificação péssima para
a temperatura durante o verão, enquanto a maioria a considerou de boa a ótima.
Q uadro 1 : Avaliação da área de trabalho
Q uadro 2 : Avaliação do edifício como um todo
Item
O B Re Ru P Total
Item
O B Re Ru P Total
1 Tamanho
12 4
16
1 Aparência externa
10 6
16
2 Temp. durante o verão
6 9
1 16
2 Aparência interna
9 7
16
3 Temp. durante o inverno 4 11 1
16
3 Qualidade mat. de acab.
5 6 3 1 1 16
4 Isolam. de ruídos internos 3 7 4 1 1 16
4 Paisagismo
4 7 5
16
5 Isolam. de ruídos externos 3 4 5 3 1 16
5 Largura dos corredores
8 6 2
16
6 Qualidade da iluminação
9 7
16
6 Localização dos sanitários 10 5 1
16
7 Adeq./conforto mobiliário 7 7 2
16
7 Quantidade dos sanitários
9 5 2
16
8 Posição das tomadas
6 6 4
16
8 Sinalização interna
6 3 6 1
16
9 Privacidade na exec. tarefas 5 6 5
16
9 Segurança contra terceiros 4 4 3 5
16
10 Facilidade contato pessoal 7 6 3
16 10 Acessibilidade
7 7 2
16
(O) Ótimo, (B) Bom, (Re) Regular, (Ru) Ruim, P (Péssimo) (O) Ótimo, (B) Bom, (Re) Regular, (Ru) Ruim, P (Péssimo)
Quadro 1- Avaliação da área de trabalho
Quadro 2- Avaliação do edifício como um todo
Fonte: Dados produzidos pela autora (2012)
Fonte: Dados produzidos pela autora (2012)
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Os diagramas de Paretto 1 e 2 representam as médias dos resultados obtidos, ordenados de
acordo com o seu desempenho, sendo um valor mínimo aceitável igual a 5,5. As barras
inferiores representam os aspectos mais positivos e as barras superiores os itens com pior
avaliação.
Diagrama 1- Avaliação da área de trabalho
Fonte: Dados produzidos pela autora (2012)
Diagrama 2- Avaliação do edifício como um todo
Fonte: Dados produzidos pela autora (2012)
Na avaliação do edifício como um todo, aparência externa e interna foram os itens melhor
classificados, seguidos da localização dos sanitários. Já com relação à área de trabalho,
tiveram destaque o tamanho das salas e a qualidade da iluminação. Como pode se observar,
nenhum item apresentou desempenho insuficiente, o que confirma as informações levantadas
pelos demais instrumentos de que, apesar da existência de problemas no edifício, a maioria
dos usuários encontra-se satisfeita com o local de trabalho.
Com relação à localização do edifício, considerou-se que, apesar de afastado da região
central, dificultando o acesso dos servidores e também do público, é favorável em função da
proximidade com o JECrim, onde diariamente ocorrem audiências, pois facilita o
deslocamento dos promotores e o transporte de processos.
Embora o foco inicial desse estudo fosse a avaliação dos aspectos técnico-funcionais,
problemas de ordem técnico-construtiva foram os mais enfatizados pelos usuários durante as
entrevistas. Tais aspectos foram evidenciados por apresentarem um pior desempenho no
questionário. Por outro lado, alguns pontos negativos verificados pela pesquisadora passaram
despercebidos pela maioria dos entrevistados.
Após a comparação dos dados levantados pelos diversos instrumentos, os principais
problemas detectados foram divididos em tópicos como se segue.
6.1. Aspectos técnico-construtivos:
A maior parte dos problemas de ordem construtiva foi constatada durante o walktrough,
através da observação in loco e, muitas vezes, a partir da queixa dos usuários. Os principais
pontos negativos estão listados a seguir:
a) Entrada de água na recepção quando chove:
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Verificou-se que o piso da entrada não apresenta inclinação suficiente para impedir que a
água escorra para dentro da edificação. Por questões de acessibilidade, não há degrau entre o
piso da recepção e o da área externa a ela adjacente (Anexo B- Foto 1).
b) Infiltração na parte superior da pele de vidro sobre o jardim:
Esse local também apresenta problemas nas chuvas, de modo que a água escorre pela parede
que limita o jardim de inverno. Foi possível verificar as marcas da infiltração na parede e na
lateral da escada. Segundo o engenheiro da obra, este problema se deve à falta de instalação
de rufo no encontro entre a alvenaria e a parte superior da pele de vidro, solução não adotada
anteriormente por questões estéticas.
c) Infiltração sob as janelas:
Presente em quase toda a edificação, essa foi uma das maiores queixas dos usuários uma vez
que, próximo às janelas, a pintura está descascando ou estufada, sendo evidente a existência
de infiltração (Anexo B- Foto 2). Constatou-se que tal problema ocorre devido aos frisos
existentes na fachada, que foram instalados junto aos peitoris das esquadrias, direcionando a
água das chuvas para os seus cantos (Anexo B- Foto 3).
d) Infiltração na jardineira do gabinete 5 (1° pavimento):
Observou-se que o reboco e a pintura estão soltando na parede do gabinete 5 onde,
externamente, foi construída uma jardineira, o que sugere falhas na impermeabilização ou na
sua drenagem.
e) Piso da entrada escorregadio quando molhado:
O piso utilizado, tanto na entrada principal quanto na recepção foi uma cerâmica extrudada,
de textura lisa, indicada tanto para áreas externas como internas. Segundo consta em catálogo,
trata-se de um piso antiderrapante. Contudo, não apresentou um desempenho satisfatório
nesse quesito.
f) Maçaneta da porta da recepção quebrada:
Durante a vistoria foi possível constatar que a maçaneta da porta da recepção estava quebrada
(Anexo B- Foto 4). A fechadura dessa porta apresenta um sistema de abertura eletrônico, de
forma que a entrada de qualquer pessoa é controlada pelo segurança ou por servidores da
recepção. Na saída, o próprio usuário pode abrir a porta utilizando a maçaneta existente do
lado interno. Contudo, conforme informação do vigilante, essa maçaneta demandou
constantes reparos, pois, por diversas vezes, os usuários forçavam a abertura da porta pelo
lado de fora.
g) Qualidade dos materiais de acabamento:
Alguns servidores queixaram-se da qualidade dos materiais empregados na obra, conforme
constatado no quadro 2 e diagrama 2. Contudo, tal fato não foi confirmado, uma vez que
foram especificados materiais de 1ª linha. Acredita-se que grande parte da impressão
negativa deva-se aos problemas construtivos listados acima.
6.2. Aspectos de conforto ambiental:
a) Criação de antessala em gabinete, sem a previsão de ar condicionado:
Nesse projeto foi previsto o uso de aparelhos de ar condicionado de janela (ACJ), que
atenderiam a cada ambiente de uso prolongado. Contudo, com a divisão do gabinete 11,
criando-se uma antessala, originou-se um espaço sem ventilação/iluminação natural. Houve
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reclamação das servidoras de que a sala fica muito quente em época de calor, sendo
necessário o uso de um climatizador portátil, que, contudo, não apresenta resultado
satisfatório (Anexo B- Foto 5).
b) Mobiliário não ergonômico:
Embora o mobiliário tenha apresentado uma boa avaliação no questionário, alguns servidores
queixaram-se da altura das mesas. Apesar da possibilidade de se adaptar um suporte para o
teclado, em posição mais baixa, esse recurso não é utilizado pela maioria dos usuários, pois
não resolve o problema.
c) Ruídos externos e internos:
Esses foram os itens com pior desempenho na avaliação da área de trabalho. A edificação
encontra-se em uma Via Expressa, com alto tráfego de veículos, o que gera muitos ruídos
(Anexo B- Foto 6). As maiores queixas vieram dos servidores que trabalham na secretaria,
que, por estarem próximos da entrada do edifício, onde há maior fluxo de pessoas, ficam mais
vulneráveis tanto aos ruídos externos, quanto internos.
6.3. Aspectos técnico-funcionais:
A questões de ordem funcional foram levantadas através da elaboração do as built e,
principalmente, por meio das entrevistas com os usuários e do questionário aplicado. São elas:
a) Mudança no uso de alguns espaços em relação ao projeto original:
A partir da elaboração do as built, puderam ser constatadas algumas alterações no projeto
original, muitas delas ocorridas durante a obra. As plantas incluídas nos Anexos C e D
representam, respectivamente, o projeto original e o projeto construído, onde se podem
verificar as mudanças de uso de alguns espaços.
b) Escada de uso público na recepção demanda controle de acesso:
Elemento presente nas primeiras sedes com mais de um pavimento, a escada construída na
recepção para o acesso do público, tornou-se um problema de segurança, uma vez que
demanda um controle de acesso também às dependências do pavimento superior
(Anexo B- Foto 7). Tanto que o item de pior avaliação do edifício foi a segurança contra
terceiros.
c) Recepção muito devassada em função da porta de vidro transparente:
Segundo um vigilante, a visibilidade da recepção pelas pessoas que passam na rua prejudica a
segurança, sendo solicitada a colocação de película espelhada na porta. Contudo, foi
verificado que as películas apresentam à noite o efeito inverso, ficando mais visível onde
houver maior luminosidade. Dessa forma, não consideramos tal medida eficaz na resolução
do problema;
d) Terraço pouco utilizado:
Solução adotada em muitos projetos, foi constatado que o terraço é um espaço pouco
frequentado pelos usuários do prédio, seja o público externo ou os próprios servidores (Anexo
B- Foto 8).
e) Distribuição de tomadas insatisfatória:
Embora em quantidade suficiente para atender ao número de servidores previsto para cada
ambiente, a queixa de alguns usuários foi de que a disposição das tomadas limita a disposição
do mobiliário.
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f) Falta de vestiário para os terceirizados:
No projeto foi previsto apenas um sanitário de serviço para os terceirizados, sendo que o local
destinado ao DML tem sido utilizado pelas faxineiras como vestiário (Anexo B- Foto 9). Os
vigilantes adaptaram o depósito debaixo da escada da recepção, utilizando o local para a troca
de roupas (Anexo B- Foto 10).
g) Jardins externos sem manutenção adequada:
Embora não ocupem grande área, os jardins estão mal cuidados, demandando manutenção.
A grama precisa ser aparada, principalmente na área do estacionamento, onde foi utilizado
Pavi-green. Observou-se também a existência de ervas daninhas (Anexo B- Fotos 11 e 12).
h) Poucas vagas de estacionamento:
O edifício encontra-se em região afastada do dentro da cidade e não é possível estacionar
veículos na via. Das 13 vagas demarcadas nos fundos do terreno, apenas 7 são ocupadas, pois
as 6 restantes além de serem presas, quando utilizadas, prejudicam as demais livres (Anexo BFoto 13).
6.4. Cheklist de acessibilidade:
Embora faça parte da avaliação técnico-funcional, este item foi tratado à parte por abranger
um grande número de quesitos. As principais deficiências observadas foram as seguintes:
a) Calçadas: Ausência de piso tátil (direcional) nos locais onde não há linha guia (entrada
estacionamento, portão de entrada de pedestres); falta de sinalização visual na entrada e saída
de veículos;
b) Estacionamento: Ausência de vaga para idosos (a norma determina 5% das vagas aos
idosos, com no mínimo 1 vaga); falta de sinalização vertical na vaga reservada para pessoas
com deficiência;
c) Acesso à edificação: Piso sem superfície antiderrapante; falta de sinalização direcional do
acesso da edificação até o balcão de informação;
d) Escadas: Ausência de piso tátil no início e término das escadas; falta de sinalização visual
na borda dos degraus; ausência de anel com textura contrastante com a superfície do
corrimão, instalado 1,0 m antes das extremidades; falta de previsão de área de resgate fora do
fluxo de circulação, com espaço demarcado para o posicionamento de pessoas em cadeira de
rodas;
e) Elevadores: Piso da cabine sem superfície antiderrapante e sem contraste com o da
circulação;
f) Esquadrias: Ausência de sinalização visual no centro da porta (1,40-1,60 m) e tátil em
relevo e Braille (0,90-1,10 m), no lado externo, informando o ambiente; maçanetas tipo taco
de golfe, quando deveriam ser do tipo alavanca;
g) Banheiros: Banheiros com entrada independente sem dispositivo de sinalização de
emergência; localização inadequada das papeleiras (Anexo B- Foto 14); espelho com altura
superior a 0,90 cm e sem inclinação de 10 ° (Anexo B- Foto 15); sanitário de serviço não
acessível.
6.5. Aspectos comportamentais:
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Segundo Ornstein e Roméro (1992) esta é a variável básica da APO, pois lida com o ponto de
vista de várias categorias ou extratos de usuários, o que já foi considerado na avaliação de
todos os demais aspectos anteriormente apresentados. Embora a avaliação comportamental
aborde diversas subvariáveis, neste tópico foram verificados os itens privacidade e facilidade
de contato pessoal, levantados no questionário estruturado.
Destaca-se que, de um modo geral, não foram manifestados grandes problemas ou conflitos
de relacionamento entre os usuários. Contudo, algumas questões foram levantadas:
a) Falta de privacidade na secretaria:
Foi possível verificar que das 5 piores notas (regular) para o item privacidade, 4 foram dadas
pelos oficiais, que trabalham na secretaria, onde é feito o atendimento inicial ao público.
Tanto os servidores têm menos privacidade para realizar suas tarefas, quanto os cidadãos, que
são atendidos no local, ficam muito expostos durante a oitiva de seu depoimento;
b) Sanitários coletivos:
Os banheiros dos servidores são de uso coletivo, cada um com 2 boxes (vaso sanitário)
individuais. Houve queixa de servidora da falta de privacidade no uso do sanitário.
c) Sanitário de serviço junto à copa:
Durante as entrevistas, alguns servidores manifestaram certo incômodo com relação à
localização do sanitário de serviço junto à copa, por questões de higiene e por gerar
constrangimento aos usuários (Anexo B- Foto 16). Verificou-se que, no projeto original a
localização deste sanitário era outra, sendo trocada durante a obra.
7. Recomendações:
A partir dos pontos negativos levantados foram feitas propostas de melhorias para o caso
específico e para futuros projetos.
7.1. Recomendações para o caso específico:
Os problemas verificados demandam algumas adaptações no edifício, tanto de ordem
construtiva como funcional. Listamos, a seguir, as medidas consideradas viáveis a curto
prazo:
- Instalar grelha em frente à porta da recepção a fim de escoar a água das chuvas;
- Colocar rufo na parte superior da pele de vidro sobre o jardim interno;
- Interromper os frisos da fachada antes do início dos peitoris (pesquisar um sistema de
vedação mais eficiente no entorno das janelas);
- Verificar a drenagem na jardineira do gabinete 5 e fazer reforço na impermeabilização;
- Trocar a fechadura da porta da recepção por um modelo sem maçaneta na face externa.
- Trocar o piso da entrada por uma cerâmica antiderrapante;
- Instalar porta no hall do segundo pavimento, antes do gabinete 5, possibilitando controle do
acesso do público aos gabinetes;
- Colocar canaletas na parede, para a passagem dos pontos elétricos de lógica e telefonia,
permitindo maior flexibilidade na distribuição das tomadas;
- Fazer manutenção mais frequente nos jardins e no edifício como um todo;
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- Ampliar a área de estacionamento: Encontra-se em fase de negociação, com o Estado, a
cessão, ao MPMG, de pequena área nos fundos do estacionamento existente, a fim de permitir
a sua ampliação. Embora não resolva o problema das vagas para os servidores, tal medida
possibilitará a existência de 13 vagas livres;
- Corrigir as falhas levantadas no checklist de acessibilidade: instalar as sinalizações faltantes,
criar 1 vaga para idosos, trocar as maçanetas das portas por do tipo alavanca, instalar os
espelhos dos banheiros acessíveis com a inclinação de 10° e papeleiras alinhadas com a borda
frontal da bacia e acesso ente 1,0 m e 1,20 m do piso acabado;
- Instalar porta de vidro com película entre a copa e a área de serviço a fim de diminuir a
visibilidade do sanitário de serviço.
Vale ressaltar que todos os problemas levantados foram repassados ao Setor de Engenharia e
algumas das medidas sugeridas já estão previstas em projeto de reforma que se encontra em
fase de Licitação.
7.2. Recomendações para futuros projetos:
Algumas das recomendações seguintes já estão sendo incorporadas aos novos projetos e
tiveram sua importância confirmada após esta avaliação:
-Evitar a colocação de frisos nas fachadas, mas caso julgue necessária a sua utilização
interrompê-los antes do início dos peitoris;
-Verificar o desempenho dos pisos especificados com relação à sua propriedade
antiderrapante;
-Prever instalação de ar condicionado (split ou central) nos gabinetes que atendam também às
antessalas, caso optem pela divisão dos mesmos;
-Eliminar dos projetos a escada de acesso do público na recepção, exceto em situações
específicas, onde as particularidades do terreno/projeto exijam a sua criação. Nesse caso,
prever uma forma de controle do acesso aos demais pavimentos;
- Estudar a possibilidade de instalação de porta de enrolar de aço (perfurada) junto à porta de
vidro da recepção para maior segurança à noite;
-Reavaliar as soluções arquitetônicas que propõem a criação de terraços descobertos;
-Utilizar canaletas para a passagem dos pontos elétricos de lógica e telefonia, ao invés de
serem embutidas na parede, permitindo maior flexibilidade na distribuição das tomadas;
-Criar vestiários masculino e feminino para terceirizados, além do sanitário de serviço
(sanitário único ou um para cada sexo, conforme o porte da promotoria);
-Substituir o mobiliário por outro mais adequado: Já se encontra em estudo a aquisição de um
mobiliário mais ergonômico para as instalações do MP;
-Prever maior área para estacionamento: Sempre que possível, recomendar terrenos com
dimensões maiores, a fim de possibilitar mais vagas de estacionamento. No caso de terrenos
de área reduzida, quando o projeto demandar mais de um pavimento e, consequentemente, a
instalação de um elevador, sugerimos que a construção seja feita sobre pilotis, liberando o
térreo para estacionamento;
-Incorporar aos projetos todas as medidas de acessibilidade exigidas pelo CNMP e legislação
pertinente.
-Sempre que possível, evitar soluções com sanitários coletivos;
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-Criar pelo menos uma sala para atendimento individual, a fim de que o cidadão tenha maior
privacidade e tranquilidade na exposição de seus problemas.
8. Conclusão:
A partir deste estudo de caso, constatou-se a importância da avaliação pós-ocupação na
aferição da qualidade do ambiente construído. Através do conjunto de instrumentos aplicados,
não só puderam ser confirmados todos os problemas previamente conhecidos pelo Setor de
Engenharia da instituição, e já previstos em projeto de reforma, como também foram
levantados outros aspectos que deveriam ser observados. O diagnóstico efetuado e as
recomendações dele decorrentes foram significativos, tanto para a adoção de melhorias no
edifício em análise, como para a adequação/aprimoramento dos futuros projetos/obras.
Apesar de o conjunto de pontos negativos terem sido enfatizados nesta pesquisa, com o
objetivo de corrigi-los ou, ao menos, atenuá-los, nenhum item obteve desempenho
insuficiente no questionário, tendo a maioria recebido classificação entre bom e ótimo. Este
fato foi confirmado pelos demais instrumentos que evidenciaram que grande parte dos
usuários, embora com algumas ressalvas, encontra-se satisfeita com o local de trabalho.
Verificou-se que nenhum dos métodos de avaliação, isoladamente, é capaz de levantar todas
as informações necessárias para se completar uma análise e que a participação dos usuários é
de suma importância para a elaboração de um diagnóstico. Trata-se de um processo
investigativo, onde se deve observar, perguntar, escutar, analisar, ver, rever, empatizar e,
sobretudo, perceber a subjetividade de cada indivíduo.
Este trabalho foi realizado em caráter experimental, não devendo ser considerado um estudo
completo, uma vez que a autora não é especialista em APO. Trata-se de um ponto de partida
para a adoção de uma metodologia de avaliação contínua da qualidade das edificações do
MPMG, a fim de que atinjam o seu objetivo inicial.
Referências:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS- ABNT NBR 9050.
Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro,
2004. 97p.
CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO. Roteiro Básico para Avaliação
da Acessibilidade nas Edificações do Ministério Público. CNMP, 2012.
COSENZA, Carlos A. et al. Avaliação Pós-Ocupação do Edifício de Serviços do
BNDES/RJ (EDSERJ). Anais do NUTAU’ 1998. São Paulo: FAUUSP, 1998. Disponível
em
<http://www.fau.ufrj.br/prolugar/arq_pdf/diversos/apo_bnds_nutau_1998_cod048.pdf>
Acessado em 15 de maio de 2011.
FERREIRA, Clarice Sfair C. et al. Avaliação Pós-Ocupação em Ambiente Destinado à
Educação Infantil: Uma Abordagem Multimétodos. Anais do XI ENTAC, 2006.
Disponível
em
<http://www.fau.ufrj.br/prolugar/arq_pdf/diversos/artigos_iara/entac2006_apo_educ_infan.pd
f>. Acessado em 15 de maio de 2011.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013
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ISSA, Maíra Piccolotto; POLTRONIERI, Julyane Pereira, ORNSTEIN, Sheila.
Procedimentos para Avaliação Pós-Ocupação (APO) de Edifícios Escolares: O Caso da
E.E. Fernando Gasparian, na cidade de São Paulo.
Disponível em
<http://www.usp.br/nutau/CD/82.pdf>
Acessado em 18 de junho de 2011.
MACHADO, Ernani Simplício et al. Uma Reflexão Sobre Métodos Utilizados em APO:
Estudo de Caso da Creche Edson Luiz- RJ. Anais do XII ENTAC, 2008. Disponível em
<http://www.gae.fau.ufrj.br/arq_pdf/artigos/Giselle%20Arteiro%20Nielsen%20Azevedo/ENT
AC_CRECHE%20EDSON%20LUIZ_2008.pdf>. Acessado em 07 de janeiro de 2012.
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Revista Sedes Próprias. Belo
Horizonte: Assessoria de Comunicação Social do Ministério Público de Minas Gerais, 2008.
52p.
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Oito obras estão em
andamento em Belo Horizonte e em várias regiões do Estado. Jornal MPMG Notícias, Belo
horizonte, ano IX, n° 184, julho a agosto/2009, p 4.
Disponível em <
www.mp.mg.gov.br/portal/public/interno/arquivo/id/3352 >. Acessado em 16 de janeiro de
2012.
ORNSTEIN, Sheila; ROMÉRO, Marcelo. Avaliação Pós-Ocupação (APO) do Ambiente
Construído. São Paulo: Studio Nobel, 1992. 221p.
ORNSTEIN, Sheila; BRUNA, Gilda; ROMÉRO, Marcelo. Ambiente Construído &
Comportamento: a Avaliação Pós-Ocupação e a Qualidade Ambiental. São Paulo: Studio
Nobel, FAU-USP, FUPAM. 1995. 212p.
RHEINGANTZ, Paulo Afonso et al. Observando a Qualidade do Lugar: procedimentos
para a avaliação pós-ocupação. Rio de Janeiro: Coleção PROARQ, FAU-UFRJ, 2009.
117p. Disponível em <http://www.fau.ufrj.br/prolugar/arq_pdf/livros/obs_a_qua_lugar.pdf>.
Acessado em 13 de maio de 2011.
ANEXO A- QUESTIONÁRIO APLICADO
AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO:
Sede das Promotorias de Justiça de BH com atuação no Juizado Especial Criminal
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Este questionário faz parte de um conjunto de instrumentos de Avaliação Pós-ocupação deste
edifício, tema da pesquisa realizada pela servidora Alessandra D. F. Rossi como trabalho de conclusão
do curso Master em Arquitetura pelo Instituto de Pós-graduação- IPOG.
A partir do diagnóstico das condições atuais da edificação e do grau de satisfação dos usuários é
possível propor futuras intervenções e melhoria na qualidade dos projetos.
Neste sentido, contamos com sua colaboração.
Local de trabalho:
Cargo ou função:
A-
Sexo:( ) masc ( ) fem
AVALIAÇÃO DA ÁREA DE TRABALHO
Como você avalia o ambiente onde permanece a maior parte do seu trabalho?
Item Descrição
1
Quanto ao tamanho
2
Quanto à temperatura durante o verão
3
4
Quanto à temperatura durante o inverno
Quanto ao isolamento de ruídos internos do edifício
5
6
Quanto ao isolamento de ruídos externos ao edifício
Quanto à qualidade da iluminação
7
Quanto à adequação/conforto do mobiliário
8
9
Quanto à posição das tomadas
Quanto à privacidade na execução de suas tarefas
10
Quanto à facilidade de contato pessoal
B-
AVALIAÇÃO DO EDIFÍCIO COMO UM TODO
Como você avalia o edifício como um todo?
Item Descrição
1
Quanto à aparência externa
2
Quanto à aparência interna
3
4
Quanto à qualidade dos materiais de acabamento
Quanto ao paisagismo
5
6
Quanto à largura dos corredores
Quanto à localização dos sanitários
7
Quanto à quantidade dos sanitários
8
9
Quanto à sinalização interna do edifício
Quanto à segurança do edifício contra terceiros
10
Quanto à acessibilidade
OBSERVAÇÕES:
Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo
Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo
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OBRIGADA POR SUA ATENÇÃO
ANEXO B- FOTOS
Foto 1- Piso da entrada
Foto 2- Infiltração na janela
Foto 3 – Friso na janela
Foto 4 – Maçaneta com defeito
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Foto 5- Climatizador na antessala do
gabinete 11
Foto 6- Via Expressa
ANEXO B- FOTOS
Foto 7- Escada na recepção
Foto 8- Terraço descoberto
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Foto 9- DML utilizado como vestiário
feminino
Foto 10- Área debaixo da escada utilizada
como vestiário masculino
Foto 11- Estacionamento- mato crescendo no
Pavi-s
Foto 12- Jardim lateral com ervas daninhas
ANEXO B- FOTOS
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Foto 13- Vagas de estacionamento
Foto 14- Sanitário acessível- localização
inadequada da papeleira
Foto 15 – Sanitário acessível. Espelho em
altura inadequada.
Foto 16 – Sanitário de serviço próximo à copa
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ANEXO C- PROJETO ORIGINAL
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ANEXO D- LEVANTAMENTO AS BUILT
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