II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Local: Centro Universitário São Camilo Data: 24 de maio de 2014 APLICAÇÕES TERAPÊUTICAS DOS ANTICORPOS MONOCLONAIS EM DOENÇAS AUTO – IMUNES 1 Tayara C. dos Santos , Daniel Sturaro 2 1 Discente do Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP. Docente do Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP. e-mail: [email protected]. 2 Palavras-chave: TERAPÊUTICOS. DOENÇAS AUTO-IMUNES. ANTICORPOS MONOCLONAIS. USOS INTRODUÇÃO O desenvolvimento das doenças auto-imunes ocorre por uma desordem imunológica, decorrente da ação do sistema imune contra os componentes do próprio organismo. A desordem ocorre pela presença de auto-anticorpos naturais que são os linfócito T e linfócitos B com atividade auto-reativa, pode ser através dos sinais co-estimuladores que é o segundo sinal para desencadear a resposta imune, onde ocorre interação membrana – membrana dos linfócitos com outras células, através de auto-antígenos, sendo que este pode induzir auto-anticorpos ou desenvolver uma resposta especifica de linfócito T, através do complexo de histocompatibilidade (MHC), sendo o único sistema genético ligado a suscetibilidade de doença auto-imune, ou também pela rede idiotípica que são imunoglobulinas que fornecem informações úteis dos auto-anticorpos, e também pode ser decorrente a alterações no processo de apoptose das células, e desta maneira fica evidente que o mecanismo de tolerância não elimina toda a auto-reatividade do sistema imunológico (FERREIRA; ÁVILA, 2009). A aplicação terapêutica nas doenças auto-imunes consiste em suprimir o sistema imunológico através dos imunossupressores, estes atuam inibindo as etapas iniciais do desenvolvimento da imunidade (FERREIRA; ÁVILA, 2009; GOODMAN & GILMAN, 2003). Porém esta terapêutica não realiza uma imunossupressão seletiva, houve o desenvolvimento dos anticorpos monoclonais, como terapia alvo. Estes medicamentos biológicos possuem alta especificidade, seletividade e afinidade, com poucas reações adversas (SANTOS et al., 2006). A atuação do farmacêutico possui um papel importante, uma vez que este possui habilidades e conhecimento técnico-cientifico sobre o desenvolvimento de novos fármacos através da biologia molecular. Atua também promovendo a efetividade e segurança do tratamento, além de tentar elucidar e minimizar as reações adversas. Além disto, através do acompanhamento da farmacoterapia, avalia a resposta do paciente frente à medicação, as reações adversas que podem ocorrer e no caso destas ocorrerem toma medidas preventivas, e orienta em relação à administração e os cuidados que devem ser tomados, para melhor qualidade de vida dos pacientes (VIERA, 2007; CONSENSO BRASILEIRO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA, 2002). OBJETIVO O objetivo deste trabalho é abordar o emprego terapêutico dos anticorpos monoclonais em pacientes com doenças auto-imunes, suas vantagens em relação as terapias convencionais, além de correlacionar a atuação do farmacêutico na prevenção e detecção de reações adversas no tratamento de Lúpus Eritematoso Sistêmico, Síndrome de Sjögren, Artrite Reumatoide, Psoríase Incapacitante, Doença de Crohn e Esclerose Múltipla. Realização II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Local: Centro Universitário São Camilo Data: 24 de maio de 2014 METODOLOGIA Como metodologia foi utilizada a revisão bibliográfica integrativa realizada em literatura e artigos científicos de forma retrospectiva, pesquisados em artigos e livros ate março de 2014. DISCUSSÃO O tratamento para as doenças auto-imunes é realizado com medicamentos como os antiinflamatórios não esteroidais (AINEs), corticosteróides e as drogas modificadoras do curso da doença que consiste em suprimir o sistema imunológico, estes em geral atuam bloqueando a atividade linfocitária ou a cascata de citocinas que ativam as células T. Porem este bloqueio não ocorre de maneira seletiva, é com grande intensidade ocasionando reações adversas e diversas toxicidades, levando ao aumento do risco de infecções, e ate mesmo a não adesão ao tratamento (MOTA et al., 2011; PROTOLOCO CLINICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS, 2002). Através das terapias convencionais não se consegue realizar uma imunossupressão seletiva. Houve o desenvolvimento dos anticorpos monoclonais, através de um modelo onde o fármaco se ligava a um transportador específico, desencadeando a atividade farmacológica apenas no tecido alvo, necessitando de uma dose menor e minimizando as reações adversas (SANTOS et al., 2006; NAIRN; HELBERT, 2004). Estes medicamentos biológicos possuem alta especificidade, seletividade e afinidade, com poucas reações adversas (NAIRN; HELBERT, 2004). Os tratamentos para as doenças auto-imunes com os anticorpos monoclonais possuem diversos mecanismos de ação, os abordados foram os que estão aprovados pelo Food and Drug Administration (FDA) e Ministério da Saúde (MS). Dentre os mais utilizados temos os que atuam contra TNF-α, uma vez que se liga diretamente na molécula de TNF-α circulante e este não ativa o receptor, portanto não promove a liberação de citocinas responsáveis pelos processos inflamatórios; os depletores de linfócitos B que podem atuar de duas maneiras, os que impedem o amadurecimento dos linfócitos B reativos e os que atuam contra os linfócitos pré-B e B maduros que possuem a proteína CD20+; os bloqueadores dos receptores de interleucinas se ligam diretamente ao receptor bloqueando este e inibindo o efeito biológico da IL-6; os bloqueadores das interações intercelulares, atuam contra CD11a, este se liga a cadeia α da função leucocitária tipo 1 que é uma molécula de adesão do linfócitos T, ocasionando o bloqueio da interação com a molécula de adesão intercelular 1, expressa mas células endoteliais de vasos no local da inflamação, e os anti-α4-integrina que são expressas em leucócitos, ao se ligar à integrina α4 bloqueia a capacidade de interagir com a molécula de adesão celular vascular e os leucócitos não migram para o sistema nervoso central, e impedem a entrada de linfócitos, além de promover a apoptose (CONSENSO BRASILEIRO DE PSORÍASE, 2006). O quadro 1 mostra os principais anticorpos monoclonais utilizados para o tratamento das doenças auto-imunes e seu respectivo mecanismo de ação. Realização II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Local: Centro Universitário São Camilo Data: 24 de maio de 2014 Quadro 1. Mecanismo de ação dos anticorpos monoclonais e suas respectivas utilizações terapêuticas. Realização II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Local: Centro Universitário São Camilo Data: 24 de maio de 2014 Os anticorpos monoclonais possuem vantagens no tratamento das doenças auto-imunes quando comparados com as terapias convencionais por se tratar de uma terapia alvo, com especificidade, alta seletividade, sendo capaz de destruir uma célula alvo e necessitarem de doses menores, portanto desencadeiam poucas reações adversas, sendo estas relacionadas com a infusão e com alteração da função imunológica como leucopenia, linfopenia, entre outras e ocasionando menor toxicidade. Além destas, o tratamento através dos anticorpos monoclonais é uma alternativa nos quadros clínicos, onde não existe efetividade no controle das doenças auto-imunes com as terapias convencionais. São usados como segunda linha de tratamento. O farmacêutico desempenha um papel fundamental em uma equipe multidisciplinar, onde participa de todo o processo e cuidado relacionada ao paciente, pois tem conhecimento técnicocientifico, que possibilita realizar acompanhamento farmacoterapêutico, além de analisar prescrições e orientar quanto à dose e posologia, minimizando as eventuais reações adversas e desta maneira promove a segurança ao paciente e melhor qualidade de vida (VIERA, 2007; CONSENSO BRASILEIRO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA, 2002). CONCLUSÃO A partir do levantamento bibliográfico realizado foi possível concluir que a utilização dos anticorpos monoclonais como terapia alvo, é efetiva e segura frente as doenças auto-imunes. Além de demonstrar especificidade, seletividade e afinidade mediante o sistema imunológico, através dos seus mecanismos de ação. Esta terapia possui a capacidade de minimizar as reações adversas quando comparadas com as terapias convencionais, além de ser uma alternativa no caso desta não demonstrar mais efetividade, em protocolos de segunda linha. Por ser tratar de medicações novas, é necessário se atentar o potencial de reações adversas e para o manejo destas reações. Neste contexto, a atuação do farmacêutico é importante para o controle da farmacoterapia, uma vez que a sua capacidade técnico-cientifica possibilita prevenir e detectar as reações adversas para oferecer melhor qualidade de vida ao paciente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e molecular. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 564 p. ARRUDA, Lúcia; YPIRANGA, Sylvia; MARTINS, Gladys Aires. 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Rio de Janeiro: Realização II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Local: Centro Universitário São Camilo Data: 24 de maio de 2014 Guanabara Koogan, 2004. 326 p. SANTOS, Rosaly V. dos et al. Aplicações terapêuticas dos anticorpos monoclonais. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol., Curitiba, v. 29, n. 2, p.77-85, nov. 2006. VIERA, F. S. Possibilidades de contribuição do farmacêutico para a promoção da saúde. Ciencia & Saúde Coletiva, v. 12, n. 1, p. 213-220, 2007. Realização