GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE SUBSECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE COMISSÃO PERMANENTE DE PROTOCOLOS DE ATENÇÃO À SAÚDE Protocolo de Atenção à Saúde TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DA DOENÇA PULMONAR OBSTRUTUVA CRÔNICA ESTÁVEL Área(s): Coordenação de Pneumologia Elaborador(es)*: João Daniel Bringel Rego e Maria Margarete da Silva Zembrzuski Portaria SES-DF Nº 125 de 07/07/2014, publicada no DODF Nº 137 de 08/07/2014. 1- Metodologia de Busca da Literatura 1.1 Bases de dados consultadas Foram realizadas buscas nas bases de dados Medline/Pubmed, Embase e Cochrane. 1.2 Palavra(s) chaves(s) Chronic obstructive pulmonar disease and treatment. 1.3 Período referenciado e quantidade de artigos relevantes 2004 a 2014, 8 artigos e 2 portarias. 2- Introdução A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, caracterizada pela obstrução crônica do fluxo aéreo não totalmente reversível, com manifestações sistêmicas, é uma doença geralmente progressiva, porém prevenível e tratável. Decorre da inalação de partículas e/ou gases tóxicos às vias aéreas, sendo que 80% dos casos desta doença estão relacionados ao tabagismo¹. O Estudo Platino estimou a prevalência da DPOC, na cidade de São Paulo em 2005, em 15% da população com idade igual ou maior que 40 anos². Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a DPOC é a quarta principal causa de morte, depois do infarto do miocárdio, câncer e doença cerebrovascular. Entre as principais causas de morte, é a única que está aumentando, ___________________________________________________ *Os elaboradores preencheram o termo de conflito de interesses. Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS Página 1 prevendo-se que se torne a terceira em 2020, devido ao aumento do tabagismo nos países em desenvolvimento, juntamente ao envelhecimento da população³. Pacientes com as formas mais graves de DPOC foram associados com custos diretos consideravelmente mais altos do que os pacientes nas condições mais leves da doença. Nos últimos 10 anos, DPOC foi a quinta maior causa de internação no Sistema Único de Saúde de pacientes com mais de 40 anos, com cerca de 200.000 hospitalizações e gasto anual aproximado de 72 milhões de reais4. 3- Justificativa Considerando que o Ministério da Saúde do Brasil (MS) publicou, em 6 junho de 2013, através da Secretaria de Atenção à Saúde, a Portaria 609 que aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Nacionais para DPOC. Considerando que a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia1 e a iniciativa GOLD (Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease)5,6 também estabelecem diretrizes para o diagnóstico e terapêutica da DPOC que complementam a Portaria 609 do MS. Este protocolo objetiva atualizar o protocolo da SES-DF aprovado desde 2008, atender à Portaria 609 do MS7 e adicionar a esta, tecnologias que são importantes para melhoria da qualidade de vida e da sintomatologia clínica do paciente portador de DPOC, além da diminuição do número de exacerbações, de internações e dos gastos públicos com a DPOC e que já são realizadas pela SES-DF. 4- Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) J41.0 Bronquite crônica simples J41.1 Bronquite crônica mucopurulenta J41.8 Bronquite crônica mista simples e mucopurulenta J42 Bronquite crônica não especificada J43.1 Enfisema panlobular J43.2 Enfisema centrolobular J43.8 Outras formas de enfisema J43.9 Enfisema não especificado J44.0 Doença pulmonar obstrutiva crônica com infecção aguda do trato respiratório inferior J44.1 Doença pulmonar obstrutiva crônica com exacerbação aguda não especificada J44.8 Outras formas especificadas de doença pulmonar obstrutiva crônica J44.9 Doença pulmonar obstrutiva crônica não especificada 5- Diagnóstico Clínico ou Situacional A suspeita clínica da DPOC fundamenta-se na presença de sintomas respiratórios crônicos, principalmente a tosse seca ou produtiva e dispnéia, geralmente progressiva e aos esforços físicos, em indivíduo com idade igual ou superior a 40 anos e exposição a fatores de risco (tabagismo, fumaça de fogão à lenha e/ou outras partículas e fumaças tóxicas às vias aéreas)1. A espirometria demonstrando obstrução ao fluxo aéreo, determinada por relação VEF1/CVF (volume expiratório forçado no primeiro segundo/capacidade vital forçada) pós broncodilatador menor ou igual 0,7, não totalmente reversível associada à sintomatologia compatível confirma o diagnóstico da DPOC. Além de essencial ao diagnóstico a espirometria é necessária para estadiamento da doença nos grupos de risco. Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS Página 2 A classificação da DPOC segue critérios clínicos e espirométricos. A dispnéia, objetivamente medida através da escala MRC ou CAT, o número de exacerbações ocorridos no último ano e o VEF1 são os critérios utilizados para classificar a doença e predizer o risco futuro de exacerbações e deterioração da doença (Quadros 1 e 2). Além disso, a classificação orienta o tratamento farmacológico5. 5.1. AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA COMPLEMENTAR Radiografia simples de tórax em projeção póstero anterior e perfil É útil para avaliar sinais radiológicos de bronquite crônica ou enfisema, sinais de insuficiência cardíaca, nódulos pulmonares, sequela de tuberculose, entre outros. Achados como espessamento brônquico, ou mesmo bolhas de enfisema, não associados a limitação ventilatória e a sintomas, não são suficientes para o diagnóstico de DPOC. Deve ser solicitado na primeira consulta caso não tenha sido realizado nos últimos 12 meses1. Hemograma É útil para avaliar anemia (indicativa de deficiência nutricional, perda sanguínea ou doença crônica) ou policitemia, indicativa de hipoxemia crônica. Anemia pode ser fator agravante de dispneia e baixa tolerância ao exercício. Policitemia em pacientes com saturação periférica de oxigênio (SpO2) em vigília superior a 90% é sinal sugestivo de hipoxemia durante o sono. Deve ser solicitado na primeira consulta caso não tenha sido realizado nos últimos 4 a 6 meses1. Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS Página 3 Oximetria em repouso Recomenda-se a avaliação da oxigenação arterial por oxímetro de pulso na primeira consulta. Se a SpO2 for igual ou inferior a 90%, indica-se gasometria arterial para avaliar a gravidade e a indicação de oxigenioterapia. Deve ser feita reavaliação conforme estadiamento e intercorrências1. Eletrocardiografia em repouso e ecocardiografia Estão indicadas nos casos em que há suspeita de hipertensão pulmonar e cor pulmonale(obstrução moderada a grave ao fluxo aéreo, hipoxemia crônica e sinais clínicos de disfunção ventricular direita). Estão indicadas também para avaliar cardiopatias primárias conforme suspeita clínica1. 5.2 DIAGNÓSTICO Quadro 1 - Classificação da DPOC de acordo com risco de exacerbações. GOLD (Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease) 2013. Grupo A espirometria com classificação leve ou moderada Grupo de baixo risco, (VEF1 > 50%), menos que uma exacerbação ao Poucos sintomas ano, e índice do MRC < 2 ou CAT < 10 Menos que uma exacerbação ao ano. Grupo B espirometria com classificação leve ou moderada Grupo de baixo risco (VEF1 > 50%), menos que uma exacerbação ao Muitos sintomas ano, e índice do MRC <2 ou CAT > 10 Menos que uma exacerbação ao ano Grupo C espirometria com classificação grave ou muito Grupo de alto risco grave (VEF1 ≤ 50%), mais que duas exacerbações Poucos sintomas ao ano, e índice do MRC < 2 ou CAT <10 Grupo D + de duas exacerbações ao ano espirometria com classificação grave ou muito Grupo de alto risco grave (VEF1 ≤ 50%), mais de duas exacerbações Muitos sintomas ao ano e índice do MRC ≥ 2 ou CAT ≥ 10 + de duas exacerbações ao ano Quadro 1b -Escala de dispneia do Medical Research Council (MRC) modificado5 Escala Características 0 Tem falta de ar ao realizar exercício intenso 1 Tem falta de ar quando apressa o passo ou quando sobe escadas ou ladeiras 2 Precisa parar algumas vezes quando anda no próprio passo, ou anda mais devagar que pessoas da mesma idade 3 Precisa parar muitas vezes devido à falta de ar quando anda cerca de 100 metros, ou poucos minutos de caminhada no plano 4 Sente tanta falta de ar que não sai de casa, ou precisa de ajuda para se vestir Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS Página 4 Tabela CAT- Escala de qualidade de vida- CAT 5 0 1 2 Nunca tenho tosse Não tenho nenhuma expectoração 0 1 2 (catarro) no peito Não sinto nenhum aperto no peito 0 1 2 Não sinto falta de ar ao subir uma 0 1 2 ladeira ou um lance de escadas 3 3 4 4 5 5 3 3 4 4 5 5 Não sinto nenhuma limitação nas minhas atividades em casa Sinto-me confiante para sair de casa, apesar da minha doença pulmonar. Durmo profundamente 0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5 Tenho muita energia 0 1 2 3 4 5 Estou sempre a tossir O meu peito está cheio de expectoração (catarro) Sinto um grande aperto no peito Quando subo uma ladeira ou um lance de escadas sinto bastante falta de ar Sinto-me muito limitado nas minhas atividades em casa Não me sinto nada confiante para sair de casa, por causa da minha doença pulmonar. Não durmo profundamente devido à minha doença pulmonar Não tenho nenhuma energ Quadro 2 - Classificação da gravidade da DPOC (VEF1/CVF pós BD ≤ 70%) Estágio Definição DPOC I - leve VEF1 pós BD > 80 % Com ou sem sintomas crônicos DPOC II - moderado VEF1 pós BD > 50%¨e < 80 % do previsto Com ou sem sintomas crônicos DPOC III - grave VEF1 pós BD > 30% e < 50 % do previsto Com ou sem sintomas crônicos DPOC IV - muito grave VEF1 pós BD < 30 % ou VEF1 pós BD < 50 % do previsto + IRC Legenda: VEF1 BD = volume expiratório forçado no 1° segundo pós broncodilatador. CVF = Capacidade vital forçada (volume de ar exalado de forma forçada, após esforço inspiratório máximo) Pós BD = após uso de broncodilatador IRC = insuficiência respiratória Crônica (PaO2 < 60mmHg com ou sem PaCO2 > 50 mmHg ao ar ambiente e ao nível do mar) PaO2 = Pressão parcial de oxigênio no sangue arterial PaCO2 = Pressão parcial de gás carbônico no sangue arterial 6- Critérios de Inclusão Serão incluídos neste Protocolo os pacientes com diagnósticos clínico e funcional de DPOC, definidos como sintomas compatíveis e demonstração espirométrica( de até 12 meses) de distúrbio ventilatório de tipo obstrutivo, com resultado de VEF1/CVF ≤ a 0,70 pós-broncodilatador. RELAÇÃO DE DOCUMENTOS PARA ABERTURA DE PROCESSO (FORMOTEROL, Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS Página 5 SALMETEROL+FLUTICASONA, FORMOTEROL+ BUDESONIDA, TIOTRÓPIO) LAUDO PARA SOLICITAÇÃO/AUTORIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS (LME) CÓPIA DO CPF E CARTEIRA DE IDENTIDADE CÓPIA DO COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA CÓPIA DO CARTÃO NACIONAL DE SAÚDE (CNS) PROCURAÇÃO (PARA TERCEIROS) RECEITA MÉDICA RELATORIO MEDICO (SUGESTAO MODELO EM ANEXO) ESPIROMETRIA COM PROVA BRONCODILATADORA REALIZADA EM PACIENTE ESTÁVEL (REALIZADA NOS ULTIMOS 12 MESES) Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal Gerência de Recursos Médico-Hospitalares/DIASE/SAS Coordenação da Pneumologia Relatório Médico(sugestao) O(A) Senhor(a)_______________________________________ é portador(a) de DPOC, CID 10_____, há______anos e vem usando diariamente____________________________________________ Apesar dessas medicações, mantém dispnéia MRC grau______ e apresentou_______exarcebações nos últimos 12 meses. Solicito a introdução de __________________________________ Brasília/DF,______/______/______. _______________________________________ Carimbo e assinatura do médico. 7- Critérios de Exclusão Serão excluídos os pacientes que apresentem pelo menos um dos critérios: Discordância com os termos expostos no Consentimento Informado; Qualquer contra-indicação ao uso dos medicamentos descritos; Diagnóstico de outras doenças que não DPOC; 8- Conduta 8.1 Conduta Preventiva Suspensão do tabagismo é a única medida comprovadamente eficaz para reduzir a progressão da DPOC. Aconselhamento antitabagismo, informando sobre os benefícios de parar de fumar, deve ser realizado em todas as oportunidades. O tratamento medicamentoso, conforme protocolo e diretrizes específicas do Ministério da Saúde, deve ser considerado nos casos com taxas elevadas de dependência à nicotina e com motivação para a cessação8. 8.2 Tratamento Não Farmacológico Tabagismo ativo reduz significativamente a efetividade das intervenções terapêuticas na DPOC, especialmente a corticoterapia inalatória, e está associado ao pior prognóstico e deterioração mais rápida da função pulmonar. Dessa forma, intervenções para cessação de tabagismo devem ser priorizadas em todos os níveis de atenção1. Reabilitação pulmonar e tratamento cirúrgico na DPOC não serão abordados neste protocolo, por tratar-se de diretriz para tratamento medicamentoso da DPOC. Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS Página 6 8.3 Tratamento Farmacológico Quadro 3: Tratamento medicamentoso disponibilizados na SES-DF para DPOC Grupo de risco A: baixo risco sintomas leves – MRC < 2 ou CAT < 10 < de duas exacerbações no último ano VEF1 pós BD > 50% Tratamento medicamentoso Medicamentos Beta-adrenérgicos de curta duração de demanda. Persistindo os sintomas ou agravo do grau de risco, acrescentar: Beta agonista longa ação Dispensação de medicação Salbutamol Farmácia da rede básica e programa farmácia popular Formoterol Farmácia medicação de alto custo. B: baixo risco muitos sintomas, MRC ≥2 ou CAT ≥10 < de 2 exacerbações ao ano VEF1 pós BD >50% Beta-adrenérgicos de curta duração de demanda Salbutamol + + Beta agonista de longa duração Em se persistindo os sintomas avaliar acrescentar: Anticolinérgico duração C: alto risco sintomas leves, MRC < 2 ou CAT <10 VEF1 pós BD ≤ 50% ≥ 2 exacerbações ao ano de longa Formoterol Rede básica/ farmácia da rede básica e programa farmácia popular Farmácia medicação de alto custo. Tiotropio Beta-adrenérgicos de curta duração de demanda + Beta dois agonista longa duração associado a corticoide inalatório Formoterol/ budesonida ou Salmeterol/ fluticasona Farmácia medicação de alto custo. Tiotrópio Farmácia medicação de alto custo. Salbutamol + Farmácia da rede básica e programa farmácia popular Em se persistindo os sintomas avaliar acrescentar: Anticolinérgico duração D: Alto risco sintomas intensos, MRC > 2 ou CAT > 10 VEF1 pós BD ≤ 50% ≥ 2 exacerbações ao ano de longa Beta-adrenérgicos de curta duração de demanda Beta dois agonista associado a corticoide inalatório Anticolinérgico de longa ação Avaliar oxigenioterapia domiciliar Salbutamol + Formoterol/ budesonida ou Salmeterol/ fluticasona + Tiotrópio Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS Farmácia da rede básica e programa farmácia popular Farmácia medicação de alto custo. Farmácia medicação de alto custo. Página 7 Pacientes do grupo de risco A e B poderão ter acompanhamento ambulatorial, bem como seu cadastro inicial(exceto para o tiotropio e salmeterol+fluticasona), prescrição e renovação de receitas sendo feito pelo médico da atenção básica. O indicação de salmeterol +fluticasona(50+500mcg) só poderá ter seu cadastro inicial indicado por pneumologista. O medicamentos tiotrópio, será liberado apenas para pacientes dos grupos B, C e D que não apresentaram resposta clínica após 90 dias de tratamento com β2 Agonista de longa duração isolado ou associado a corticoide e só poderá ser prescrito para o primeiro cadastro por pneumologista. Paciente do grupo de risco C e D devem ser preferencialmente acompanhados por Pneumologista. A indicação de oxigenioterapia domiciliar prolongada deve seguir os critérios gasométricos abaixo1: a) PaO2 < 55mmHg ou SaO2 < 88%, ou b) PaO2 entre 56-59mmHg ou SaO2 = 89%, associado a: 1) edema por insuficiência cardíaca ou; 2) evidência de cor pulmonale ou; 3) hematócrito > 56%. 8.3.1 Fármaco(s) Quadro 4. Medicamentos PRESCRIÇÃO E LOCAL DE DISPENSAÇÃO Apresentação farmacêutica Grupo para uso da medicação Dispensação Salbutamol Spray 100mcg/dose – frasco 200 doses A,B,C,D Atenção básica Beclometasona Spray 250mcg/dose – frasco 200doses C,D Atenção básica Formoterol Pó inalatório (12mcg/dose) caixa - 60 doses Formoterol + budesonida Pó inalatório (06mcg + 200mcg/dose) caixa com 60 doses C,D Formoterol + budesonida Po inaltório (12mcg + 400mcg/dose) caixa - 60 doses C,D Salmeterol/fluticasona Pó inalatório diskus (50/500/dose) frasco - 60 doses C, D Spray respimat(2,5mcg/dose) frasco com 60 doses B,C, D Tiotropio A,B,C,D Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS Farmácia de Alto Custo LME Página 8 DOSES MAXIMAS: Formoterol+budesonida: 48 mcg+1,6 mcg; Salmeterol+fluticasona: 100 mcg+1000mcg; Tiotrópio: 5 mcg 8.3.2 Esquema de Administração Broncodilatadores de curta ação (salbutamol,) Devem ser utilizados 200-400 mcg de salbutamol ou equivalente a cada 4-6 horas. Para alívio de broncoespasmo agudo ou antes de esforço físico, recomendam-se 200-400 mcg de salbutamol ou equivalente (aerossol dosimétrico; nebulização: 2,5-5 mg, em 10-15 minutos). Deve haver orientação sobre a técnica inalatória. É fundamental a adaptação dos pacientes ao dispositivo inalatório, especialmente dos com obstrução grave (VEF1 inferior a 40%). Para esses, quando usado aerossol dosimetrado, é recomendada a administração com aerocâmaras de grande volume (500-750 ml), podendo-se optar pela manobra de inalação em volume corrente (sem inspiração forçada nem pausa respiratória final; realizar 5-10 inalações para cada jato disparado na aerocâmara). Nebulização é uma alternativa para pacientes com dificuldade de realização da manobra inalatória adequada para uso de aerossol. Broncodilatadores de longa ação ( formoterol) A dose do formoterol é de 12-24 mcg, 2 vezes/dia. Os pacientes devem ser orientados a usar somente os inaladores específicos, a inalar uma cápsula por vez e a não usar mais de 2 vezes/dia, exceto se houver recomendação expressa do médico, não ultrapassando a dose máxima diária recomendada de 48 mcg/dia. Corticosteroides inalatórios (budesonida, beclometasona, fluticasona) No tratamento da DPOC, as doses de corticosteroides são maiores do que as usadas para asma, variando entre 800-1.600 mcg/dia de budesonida ou equivalente. Corticosteroides inalatórios por aerossol devem ser administrados através de aerocâmaras artesanais ou industriais. Em pacientes com obstrução grave de vias aéreas (VEF1 inferior a 40%), devese avaliar se o fluxo inspiratório é suficiente para disparar dispositivos de pó seco. Nesses casos, dispositivos independentes de esforço, como aerossol associado a aerocâmara de grande volume, podem ser mais adequados. Pode ser útil usar B2CA (menor dose efetiva) 5-10 minutos antes do corticosteroide inalatório. Orienta-se a realização da lavagem da boca após cada inalação. Aerocâmaras artesanais ou industriais devem ser empregadas com aerossóis dosimetrados, a fim de aumentar a deposição nas vias aéreas inferiores e reduzir efeitos adversos na orofaringe. Tiotropio Dose máxima usada de 5mcg/dia o equivalente a dois jatos 1vez ao dia. 8.3.3 Tempo de Tratamento – Critérios de Interrupção Uma vez indicado, o tratamento da DPOC deve ser feito por toda a vida. 8.4 Benefícios Esperados -Redução de morbimortalidade - Melhora da qualidade de vida - Redução do absenteísmo ao trabalho - Redução da utilização dos serviços de saúde 9- Monitorização Regularmente devem ser avaliados os sintomas e a frequência das exacerbações, a adesão ao tratamento e a tolerabilidade a efeitos adversos. Falta de resposta da terapêutica sobre a função pulmonar não exclui o beneficio clinico, devendo este ser analisado objetivamente Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS Página 9 por meio de parâmetros clínicos (numero e gravidade de exacerbações, uso de corticóides orais, visitas a emergências, hospitalizações, classe funcional quando estável), freqüência das exacerbações agudas e tolerância ao tratamento10. 10- Acompanhamento Pós-tratamento O tratamento da DPOC é contínuo. Regularmente, de acordo com cada caso, devem ser avaliados os sintomas, a frequência das exacerbações, a adesão ao tratamento, a tolerabilidade a efeitos adversos, visitas a emergências, hospitalizações e classe funcional (quando estável)10. O acompanhamento será feito com a avaliação das prescrições que deverão ser renovadas a cada 3(três) meses. 11- Fluxograma Em anexo. 12- Regulação/Controle/Avaliação pelo Gestor Devem ser observados os critérios de inclusão e exclusão de pacientes neste Protocolo, a duração e a monitorização do tratamento bem como a verificação periódica das doses prescritas e dispensadas e a adequação de uso dos medicamentos. Os medicamentos devem ter suas receitas atualizadas a cada 3(três) meses. 13- Termo de Esclarecimento e Responsabilidade – TER TERMO DE ESCLARECIMENTO E RESPONSABILIDADE SALBUTAMOL, BECLOMETASONA,BUDESONIDA, FORMOTEROL, SALMETEROL+FLUTICASONA, TIOTROPIO Eu, ___________________________________________________ (nome do(a) paciente), declaro ter sido informado(a) claramente sobre benefícios, riscos, contraindicações e principais efeitos adversos relacionados ao uso de formoterol, formoterol+budesonida, salmeterol + fluticasona e tiotropio indicados para o tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica( DPOC) Os termos médicos foram explicados e todas as dúvidas foram esclarecidas pelo médico ________________________________________________________ (nome do médico que prescreve). Assim, declaro que fui claramente informado(a) de que o medicamento que passo a receber pode trazer os seguintes benefícios: - diminuição das internações hospitalares; - diminuição das faltas ao trabalho em virtude da doença; - melhora da condição de saúde; - melhora da qualidade de vida. Fui também claramente informado(a) a respeito das seguintes contraindicações, potenciais efeitos adversos e riscos: - os riscos na gravidez e na amamentação ainda não são bem conhecidos; portanto, caso engravide, devo avisar imediatamente o médico; - efeitos adversos da budesonida e fluticasona: problemas na fala (reversíveis com a suspensão do tratamento), infecções na boca (candidíase), boca seca, alteração do paladar, irritação na garganta, tosse, infecções urinárias, inchaço, cansaço, reações alérgicas de pele, palpitação, taquicardia, dor abdominal, vertigem, tontura, ganho de peso; efeitos adversos mais raros: náuseas, vômitos, coceira, problemas na visão, agitação, depressão, insônia, faringite, sinusite, alteração do ciclo menstrual, diarreia ou constipação, febre, dores de cabeça, infecções virais, redução da velocidade do crescimento em crianças, aumento dos níveis de glicose no Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS Página 10 sangue, reações de hipersensibilidade, sangramento anal e osteoporose (em caso de tratamento longo); - efeitos adversos do formoterol e salmeterol: ansiedade, agitação, insônia, náuseas, vômitos, dores abdominais, prisão de ventre, tonturas, dores de cabeça, diminuição dos níveis de potássio no sangue, tremores, palpitações, tosse, respiração curta, alteração do paladar, secura da boca, dor muscular, reações alérgicas de pele, problemas no coração, aumento ou diminuição intensa da pressão arterial, inchaço dos pés e das mãos, cansaço, infecções do trato respiratório, falta de ar, insônia, depressão, dor de dente, alteração do ciclo menstrual e problemas de visão; -efeitos adversos do tiotropio: boca seca, vertigem, distúrbios respiratórios, torácicos, disfonia, broncoespasmos, tosse, faringite, estomatite, insônia, visão embaçada. Pacientes pré dispostos ao glaucoma de ângulo fechado, obstrução do colo da bexiga ou hiperplasia da próstata devem usar o medicamento com prudência. Contra indicada em caso de hipersensibilidade ao fármaco ou aos componentes da fórmula O medicamento não deve ser utilizado em pacientes grávidas ou que pretendam engravidar. Estou ciente de que este medicamento somente pode ser utilizado por mim, comprometendo-me a devolvê-lo caso não queira ou não possa utilizá-lo ou se o tratamento for interrompido. Sei também que continuarei a ser atendido(a), inclusive em caso de desistir de usar o medicamento. Autorizo o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde a fazerem uso de informações relativas ao meu tratamento, desde que assegurado o anonimato. Meu tratamento constará de um ou mais dos seguintes medicamentos: ( ) beclometasona ( ) budesonida ( ) formoterol ( ) salbutamol ( ) salmeterol ( ) fluticasona Nome do paciente: _________________________________________________ Cartão Nacional de Saúde: ___________________________________________ Nome do responsável legal: __________________________________________ Documento de identificação do responsável legal: ________________________ _____________________________________ Assinatura do paciente ou do responsável legal Médico responsável:__________________________________ CRM________ ___________________________ Assinatura e carimbo do médico Local:____________________ Data: ____________________________ 14- Referências Bibliográficas 1. Jardim JR, Oliveira J, Nascimento O. II Consenso Brasileiro de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). J Bras Pneumol. 2004;30:s1-s42. Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS Página 11 2. Jardim J, Camelier AA, Rose FW, Perez-Padilla R, Hallal P, Victora C, et al. PLATINO: A population based study on the prevalence of COPD in São Paulo, Brazil. Am J Respir Crit Care Med. 2004;169(7):A222. 3. Pessoa C, Pessoa R. Epidemiologia da DPOC no presente – aspectos nacionais e internacionais. Pulmão RJ - Atualizações Temáticas. 2009;1(1):7-12. 4. Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS [Internet]. Brasília: DATASUS; 2010. [capturado em 12 abr. 2010] Disponível em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php 5.GOLD. Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease 2013.GOLD Report [Internet]. 2013Available from: www.goldcopd.com 6. Global strategy for the diagnosis, management end prevention of Chronic Obstructive Lung Disease UPDATEDE, 2014 7. Portaria 609 do Ministerio da Saude,Publicado no Diário Oficial da União n° 108 de 07 de junho de 2013, seção i, página 36. Retificado no Diário Oficial da União n° 113 de 14 de junho de 2013, seção i, página 47 8. Brasil. Portaria SAS/MS nº 442, de 13/08/2004. Aprova o Plano para Implantação da Abordagem e Tratamento do Tabagismo no SUS. DOU 2004; 158. 9. National Clinical Guideline Centre (UK). Chronic obstructive pulmonary disease: management of chronic obstructive pulmonary disease in adults in primary and secondary care [Internet]. London: Royal College of Physicians (UK); 2010. [capturado em 11 abril. 2013]. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK65039/ 10. Ferguson GT, Make B. Management of stable chronic obstructive pulmonary disease [Internet]. [atualizado em 29 mar. 2013; acessado em 20 de nov. 2012] Disponível em: http://www.uptodate.com/contents/management-of-stable-chronic-obstructivepulmonary-disease Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS Página 12