I ENCONTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA RETROSPECTO DO COMPORTAMENTO DE RISCO À AIDS EM RONDÔNIA NO PERIODO DE 1987-2013 DÊNIS FRANCISCO ROQUE PEREIRA1, Dra. DEUSILENE SOUZA VIEIRA2 INTRODUÇÃO A AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida é uma doença infectocontagiosa, crônica, progressiva e fatal, que tem como agente causal, o vírus da imunodeficiência humana (HIV), pertencente à família Retroviridae e subfamília Lentivirinae. Que tem como característica principal atacar as células do sistema imunológico humano, causando diminuição dos Linfócitos T CD4. Célula considerada importantíssima na resposta do sistema imunitário contra patógenos circulantes, conseguindo o vírus também integrar-se ao genoma do hospedeiro e em decorrência de disso, sofre variadas mutações (VERA, 2008). Essas que afetam o tratamento, pois causam resistência aos medicamentos usados, os antiretrovirais e somente com o uso do exame da genotipagem pode-se identificar o padrão da mutação e indicar um melhor tratamento para o paciente (BAHIA et al., 2004). Uma vez instalada a AIDS, os pacientes são mais suscetíveis a doenças oportunistas em decorrência do déficit imunitário do hospedeiro, patogenias essas causadas por microorganismo que comumente não desencadeariam sua evolução clínica em pessoas com sistema imune normal, o vírus já foi isolado praticamente em quase todos os fluidos corporais humanos, mas são considerados resíduos infectantes para a doença, o sangue, secreções vaginais, esperma e o leite materno, e tenho como forma de prevenção o uso de camisinha, uma vez que há maior registro de infecção pelo vírus pelo sexo desprotegido (MS, 2006). Considerando os princípios básicos do Sistema Único de Saúde – SUS (Constituição Federal de 1988) de universalização, integralidade, descentralização, hierarquização e participação popular, os serviços de Atenção Básica devem ser estruturados para possibilitar acolhimento, diagnóstico precoce, assistência e, quando necessário, encaminhamento dos portadores de DST, HIV/AIDS, hepatites e HTLV às unidades de referência (MS, 1990). Esse estudo ainda está em andamento, quando completo poderá traçar o perfil de pacientes com HIV por cidades, revelando como as miscigenações e o modo de vida, influenciam na transmissão e percurso da doença. O presente estudo pode no futuro contribuir para futuras pesquisas em caráter epidemiológico a níveis nacionais e globais, uma vez que há uma ausência de tais estudos referente a essa população, ou se existem ainda não foram publicados. Outro benefício da pesquisa é trazer para o convívio o conhecimento sobre a doença e quando completo orientar acerca da assistência que o Governo Federal oferece aos que possuem essa enfermidade. 1 2 Acadêmico da Faculdade de Rondônia – FARO. Professora e orientadora da Faculdade de Rondônia - FARO. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa retrospectiva e explorativa de caráter cientifico acerca das notificações e diagnostico de pacientes portadores de AIDS nos 52 municípios que o estado de Rondônia rege, entre os períodos de 1987 a 2013, os dados são oferecidos publicamente por portais de notificações nacionais. Serão incluído no estudo parâmetro relacionado à faixa etária, gênero, escolaridade e categoria de exposição hierárquica de pacientes em Rondônia, tendo como base os anos de diagnóstico e notificação proposto pelo trabalho. Todos os dados obtidos estão sendo retirados do site (http://www2.aids.gov.br/), sites eletrônicos do Departamento de Doença Sexualmente Transmissível (DST), AIDS e Hepatites Virais Ligado à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, criado em 1986 com a missão de formular e fomentar políticas públicas de DST, HIV/Aids e hepatites virais de forma ética, eficiente e participativa, fundamentadas nos Direitos Humanos e nos princípios e diretrizes do SUS. Tendo como suporte e origem dos dados provenientes do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), Sistema de Controle de Informações Laboratoriais (SISCEL) e Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). As informações do SINAN, no caso particular da AIDS, são provenientes das notificações de casos confirmados pela definição de casos de AIDS adotada no país. O sistema contém informações epidemiológicas relevantes, que têm sido utilizadas para caracterizar a dinâmica da epidemia, assim como para subsidiar as ações de prevenção e controle da doença. O SIM tem o objetivo principal de fornecer subsídios para traçar o perfil de mortalidade no país. Contém informações sobre o óbito, como a causa básica, data, local e município de ocorrência, assim como informações sobre o indivíduo que faleceu, tais como a idade, sexo, grau de escolaridade, ocupação e município de residência. O SISCEL foi desenvolvido com o objetivo de monitorar os procedimentos laboratoriais de contagem de linfócitos T CD4/CD8 e quantificação da carga viral do HIV, para avaliação de indicação de tratamento e monitoramento de pacientes em terapia antirretroviral. (http://www.aids.gov.br/node/365, acessado em 30/09/2014) RESULTADOS PRELIMINARES E DISCUSSÕES O resultado preliminar obtidos nestes estudos esta relacionado a analise referente ao estado de Rondônia, com os casos diagnosticados e notificados dentro do período analisado no estudo. Foram diagnosticados e notificados 1942 casos de AIDS em Rondônia entre os períodos de 1987 a 2013/1, nos quais é possível identificar o sexo masculino (1202 casos – 61,48%) como os mais suscetíveis a infectabilidade ao HIV, se comparado ao gênero feminino (740 casos – 38,10%), dados mostrados no gráfico 1. Em relação à faixa etária, é perceptível há maior incidência de casos de AIDS em pacientes entre 20 anos e 34 anos de idade (830 casos – 42,73%) e em pacientes entre 35 anos e 49 anos (760 casos – 39,13%) dos diagnósticos registrado durante os períodos supracitados, dados mostrados no gráfico 2. Quando é avaliado por Categoria de Exposição Hierárquica, nota-se que os heterossexuais (1454 casos – 74,87%), se dividido por orientação sexual, possuem maior número de notificação de AIDS se comparados aos homossexuais (158 casos – 08,13%) e bissexuais (100 casos – 05,14%) dados mostrados no gráfico 3, e em nível de instrução educacional, em sua maioria, a notificações de pacientes que possuíam o ensino fundamental incompleto (1028 casos – 52,93%) dados mostrados no gráfico 4. Gráfico 1 - Casos diagnosticados e notificados de AIDS em população, distribuídos por gênero entre o período de janeiro de 1987 a junho de 2013, no estado de Rondônia. Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. (SINAN, SIM e SISCEL). Gráfico 2 - Casos diagnosticados e notificados de AIDS em população, distribuídos por faixa etária entre os períodos de janeiro de 1987 a junho de 2013, no estado de Rondônia. Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. (SINAN, SIM e SISCEL) * Ausência dos dados no sistema, devido ao não preenchimento na ficha de notificação. Gráfico 3 - Casos diagnosticados e notificados de AIDS em população, distribuídos por Categoria de Exposição entre os períodos de janeiro de 1987 a junho de 2013, no estado de Rondônia. Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. (SINAN, SIM e SISCEL)* Ausência dos dados no sistema, devido ao não preenchimento na ficha de notificação Gráfico 4 - Casos diagnosticados e notificados de AIDS em população, distribuídos por escolaridade entre os períodos de janeiro de 1987 a junho de 2013, no estado de Rondônia. Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. (SINAN, SIM e SISCEL) * Ausência dos dados no sistema, devido ao não preenchimento na ficha de notificação. Segundo dados de DEZ/2012 do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais/SVS/MS, os homens possuem uma prevalência maior ao diagnóstico de AIDS do que as mulheres, comparando tais dados a essa pesquisa, é notório que esse parâmetro ainda existe, acercas dos motivos que agrava esse fator, é a questão cultural, a crença da invulnerabilidade masculina, nos quais os homens procuram assistência médica somente quando a doença que o acomete já esta em uma evolução clinica critica. Hoje são preconizadas pelo Ministério da Saúde, campanhas que atenda essa população para que haja uma maior interação do publico masculino frente á promoção, diagnostico e tratamento eficaz de enfermidades. Relacionando estudos desse mesmo departamento, é possível ver que o aumento de diagnostico e notificação não tende á ser maior entre os jovens, pelo menos não quando delimitamos geograficamente pelo estado de Rondônia, é perceptível que os adultos de 20 a 34 anos são a faixa etária que mais integram os comportamentos de risco da AIDS, seguidos pelos de 35 a 49 anos. É sabido que os jovens são a população que mais usa preservativo se comparado aos demais, eles também são a população que mais tem parcerias casuais, porem tem alto conhecimento sobre como se prevenir diante a infecção de doenças sexualmente transmissível, Se levarmos em consideração a opção sexual ou categoria de exposição, grande parte dos casos diagnosticados e notificados de AIDS, são de heterossexuais, contradizendo a nível cultural, onde é dado que a população de risco eram os homossexuais, Bissexuais e /ou usuários de drogas injetáveis, a redução se espelha nas políticas e programas de promoção e prevenção de DST’s oferecidos pelo poder publico. Ainda sendo a prevalência da infecção na população adulta, masculina e heterossexual, é possível salientar pelo estudo que, se considerarmos o parâmetro do nível de grau de instrução na população diagnosticada com AIDS, grande parte dos casos se dá com pessoas que não possuem o ensino fundamental completo, esse estudo retrospecto evidencia a continuada propagação da doença no estado de Rondônia, e por fim, revela a necessidade de mais iniciativas para promoção, prevenção e tratamento da AIDS. CONCLUSÃO A pesquisa quando estiver completamente elaborada, nos fará compreender a importância da prevenção e da promoção da saúde contra a infecção do vírus HIV, uma vez que a AIDS é sua evolução clinica e embora seja feita pelo governo diversa campanha a nível nacional, existe um comportamento de risco no qual se diverge cada qual á sua localização, e por ter uma evolução crônica e assintomática, por vezes a pessoa infectada desconhece de sua situação. A AIDS não possui cura, somente prevenção e tratamento paliativo que reduzirá as chances de uma pessoa soro-positivo ser infectadas por doenças oportunistas. Tratamento esse que se torna eficaz quanto antes seja diagnosticado e dado inicio do tratamento. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde - SNABS. Programa Nacional De Controle de Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS. Recomendações para a prevenção e controle da infecção pelo vírus HIV (SIDA-AIDS). Brasília: Centro de Documentação do Ministério da Saúde, 2008. (Série A: Normas e Manuais Técnicos, 83,). BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico AIDS, n. 05, 1988. BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico AIDS, n. 18, 2006. BAHIA, F. et al. Avaliação do padrão genotípico do HVI-1 e pacientes aidéticos com resistência a terapia antirretroviral. Revista Brasileira de Doenças Infecciosas, n. 8, p. 281289, 2004. SITE do Departamento de Doença Sexualmente Transmissível (DST), AIDS e Hepatites Virais. Disponível em: <http://www2.aids.gov.br/>. VERA, Mileide. A importância da genotipagem do HIV-1 na terapia anti-retroviral. Cáceres – MT, 2008.