Crédito: Hubble Heritage, STScl/AURA, ESA, NASA. Nebulosas Planetárias Por Max Abans O nome de Nebulosas Planetárias foi dado pelo astrônomo William Herschel em um artigo publicado no ano 1785. O nome destes objetos surgiu porque seu aspecto lembra os discos nebulosos de alguns planetas e por apresentarem características morfológicas distintas dos demais objetos que Herschel estudava. Sir William Herschel (1738-1822) foi um astrônomo e compositor alemão, naturalizado inglês. Aos 19 anos mudou-se para a Inglaterra onde passou a ensinar música, antes de se tornar organista. Ele compôs 24 sinfonias. Após um tempo, começou a estudar astronomia e logo ficou famoso pela descoberta do planeta Urano, assim como de duas de suas luas, Titania e Oberon. Por volta de 1766 começou a trabalhar seriamente em astronomia e matemática. Com sua irmã, Caroline Herschel, construíram alguns telescópios para observar o céu noturno. Eles organizaram um catálogo de nebulosas. 12 Em um artigo publicado em 1785, Willian Herschel classificou as nebulosas planetárias pela primeira vez, e fez um dos primeiros catálogos destas nebulosas e de aglomerados estelares. As nebulosas planetárias não são planetas, nem mesmo nebulosas jovens em processo de condensação do material para a formação de novas estrelas. Hoje em dia, sabemos que estrelas do tipo solar, no final de suas vidas, em um colapso evolutivo, expulsam suas camadas mais externas de sua atmosfera formando belas estruturas, como por exemplo, as nebulosas planetárias NGC 6543 conhecida também como Olho de Gato, NGC 7662, NGC 7009 e NGC 6826. Este material nebular, pouco a pouco, expande-se e dilui-se até se misturar com o meio interestelar, enquanto o resto da estrela segue sua última etapa evolutiva, até se transformar em uma estrela anã branca. Para uma grande maioria de estrelas, o estado de nebulosa planetária representa a última fase da sua evolu- ção. O Sol também passará por esta fase dentro de 4,5 bilhões de anos, aproximadamente. Como estrelas com massas similares a do Sol se transformam em nebulosas planetárias? Estrelas com massas como a do Sol, passam a maior parte de suas vidas na fase de queima nuclear de hidrogênio, por um tempo de quase 10 bilhões de anos. Este combustível não é eterno, se esgota. Quando se acaba o hidrogênio do núcleo, a estrela se expande transformando-se numa estrela gigante vermelha, ao mesmo tempo que o seu núcleo se contrai. Nesta fase, a queima do hidrogênio começa a ser feita em camadas mais externas. O núcleo se contrai ainda mais, e o hélio passa a ser queimado no núcleo e a estrela experimenta mais uma fase de expansão em suas camadas externas. Quando a estrela entra na fase das gigantes vermelhas, o seu núcleo já não queima hidrogênio nem hélio. Nesta fase, e por um período aproximado de um milhão de anos, a Naturale dezembro/2013 - janeiro/2014 Max Abans, Doutor em Astrofísica e pesquisador do LNA (Laboratório Nacional de Astrofísica), Presidente da Comissão de Programas do Observatório do Pico dos Dias. Naturale dezembro/2013 - janeiro/2014 Crédito: NASA - Chandra/ X-ray Observatory. Nebulosas Planetárias: NGC 6543 conhecida também como Olho de Gato, NGC 7662, NGC 7009 e NGC 6826. Uma nebulosa planetária é composta principalmente por gás de hidrogênio, oxigênio, enxofre, neônio e hélio. O objeto no centro da nebulosa é uma estrela anã branca. Crédito: NASA - Chandra/ X-ray Observatory. estrela continuará com seu processo de expansão. Sua luminosidade crescerá, alcançando valores de mil vezes a luminosidade do Sol. No final desta fase, a temperatura da estrela continua a aumentar, e tem uma perda significativa de seu invólucro de material, mas ainda é fria demais para ionizar sua envoltura circum-estelar que expulsou até esse momento durante todo o processo anterior. Esta etapa é chamada de estado de proto-planetária. Em todo este processo da passagem de proto-planetária até nebulosa planetária, gradualmente os ventos estelares culminam na expulsão do gás de hidrogênio das camadas mais externas, deixando exposto o núcleo estelar. O resultado final deste processo é de uma estrela que perde seu brilho, transformando-se em uma anã branca, rodeada por uma nebulosa de gás. Na nossa galáxia, a Via Láctea, as nebulosas planetárias distribuem-se principalmente em duas simetrias: as que formam parte do disco da nossa galáxia, e as que se distribuem no halo da galáxia. O Sol, que é uma pequena estrela situada em um dos extremos do disco da Via Láctea, inevitavelmente passará por esta fase, para o qual teremos que esperar aproximadamente 4,5 bilhões de anos. Muito antes desse período, nossa espécie, o ser humano, e a vida na Terra, já terão deixado de existir. Crédito: NASA - Chandra/ X-ray Observatory. A nebulosa de Boomerang, PGC 3074547. Esta é uma proto-planetária com forma bipolar. Encontra-se na constelação de Centauro, aproximadamente a cinco mil anos luz da Terra. A dimensão da estrutura nebular bipolar, de ponta a ponta, é de aproximadamente dois anos luz. Concepção artística de um planeta estéril iluminado por uma estrela gigante vermelha. No futuro, em 4,5 bilhões de anos, a Terra será afetada pelo processo evolutivo do Sol na sua transformação M57, uma Nebulosa Planetária com estrutura ane- em uma estrela gigante vermelha. lada. A estrelinha que aparece justo no seu centro geométrico, uma anã branca, e o remanente da estrela original que expulsou suas camadas externas. 13