Wallenberg alerta para excesso de capacidade global e segura

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Wallenberg
alerta
para
excesso de capacidade global
e segura aportes
No comando de um grupo de € 250 bi, empresário defende
presença no Brasil
Por Assis Moreira – De Linkoping (suécia)
Marcus Wallenberg, líder da lendária família
controla um império industrial com capitalização de
€ 250 bilhões (R$ 993 bilhões), assumiu a postura
para ver o que acontece no Brasil e na economia
geral.
sueca que
mercado de
de esperar
global em
As companhias que controla ou tem participação importantes,
através da Investor, vão do grupo de defesa Saab ao
farmacêutico AstraZeneca, passando pelo produtor de bens de
consumo Electrolux, de equipamentos de telecomunicações
Ericsson e a líder global de tecnologias em energia e
automação ABB, todos com presença no Brasil.
Em entrevista ao Valor, Wallenberg, uma das vozes que pesam no
capitalismo europeu, afirmou que “continua convencido” de que
é bom estar no mercado brasileiro, quando examina a
viabilidade de longo prazo do país. “Agora (o Brasil) está
numa situação política que é questão interna do o país.
Esperamos que essa situação política seja resolvida o mais
rápido possivel”, afirmou.
Indagado se, superada a crise política, as empresas sob sua
influencia voltariam a pisar no acelerador do investimento no
Brasil, Wallenberg foi prudente.
“Vivemos numa economia globalizada e todos vemos o que está
acontecendo”, disse referindo-se ao crescimento medíocre. “Um
dos principais desafios para os empresários no momento é o
excesso de capacidade em vários setores industriais [no
mundo]. Para começar a investir precisamos ver se há realmente
demanda, para não gerar mais oferta num mercado já com
excesso.” Ou seja, “temos que esperar que as coisas estejam
mais seguras no lado econômico. Estou falando globalmente, e
não apenas do Brasil”.
A posição do empresário sueco está em linha com estimativas de
consultorias internacionais, apontando a existência de pelo
menos US$ 6 trilhões na tesouraria das grandes companhias,
globalmente, esperando melhores sinais sobre os rumos da
economia global para decidir investir.
O Relatório Global sobre Investimentos, que a Agência das
Nações para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad)
apresentará nas próximas semanas, confirmará que em 2015 o
fluxo de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) cresceu 25%,
alcançando US$ 1,7 trilhão, mas ainda é US$ 300 bilhões
inferior ao montante de 2007, de antes da crise financeira
global. O IED caiu em quase todos os grandes emergentes. Parte
do aumento no fluxo global foi resultado de reestruturações
financeiras e corporativas, mais do que novos investimentos
produtivos.
Por outro lado, Marcus Wallenberg não esconde o entusiasmo com
o contrato de venda de 36 jatos Gripen, da Saab, para o
Brasil, valendo 39,3 bilhões de coroas suecas (US$ 4,7
bilhões).
“Estamos extremamente felizes com essa parceria da Saab e
Embraer, da Suécia com o Brasil”, afirmou, à margem da
cerimônia de apresentação do protótipo do Gripen da nova
geração que será utilizado pela Força Aérea Brasileira.
A expectativa do embaixador brasileiro na Suécia, Marcos Pinta
Gama, é de que esse contrato alavanque o comércio bilateral. O
Brasil exporta muitas commodities, desde café a minérios, num
intercâmbio de US$ 1,5 bilhão que é mais favorável à Suécia.
Já na área de investimentos, o movimento em direção ao Brasil
não parou. Mesmo no auge da desaceleração econômica “algumas
pequenas empresas suecas passaram a também fazer aquisições no
Brasil, já que os ativos estão baratos”. Duas grandes empresas
populares da moda e moveis de design, H & M e Ikea, observam o
Brasil mas o país não está na lista de prioridades delas,
segundo o diplomata.
Há 250 empresas suecas instaladas no Brasil. E, na crise,
várias estão reorientando suas estratégias, afirma o
embaixador. Ele exemplifica com o caso da Electrolux, de
produtos da linha branca. Com a queda muito grande do consumo
interno, e também a depreciação do real, a empresa está
transformando a operação no país como plataforma de exportação
para o Oriente Médio e outros mercados.
Ele destaca que no setor automotivo a Volvo e a Scania
perderam bastante com a retração do mercado no Brasil, mas
considera possível que também elas optem por exportar a partir
do país.
FONTE: PressReader
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