Universidade Federal do Pará Instituto de Estudos Costeiros Faculdade de Ciências Naturais Laboratório de Ecologia de Manguezal Jéssica Louise Dias Estabelecimento de mudas de Rhizophora mangle na comunidade de Taperaçu-Campo, Bragança-PA Bragança – PA 2014 Estabelecimento de mudas de Rhizophora mangle na comunidade de Taperaçu-Campo, Bragança-PA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais, da Universidade Federal do Pará, Campus Bragança, como requisito parcial para a obtenção do Grau Licenciando em Ciências Naturais. Orientador: Profª.Erneida Coelho de Araújo Bragança – PA 2014 de Estabelecimento de mudas de Rhizophora mangle na comunidade de Taperaçu-Campo, Bragança-PA Trabalho de Conclusão apresentado ao Colegiado do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais, da Universidade Federal do Pará, Campus Bragança, como requisito parcial para a obtenção do Grau de Licenciando em Ciências Naturais. Data aprovação: __29_____de _____agosto__________de 2014. __________________________________________________– Orientador Profª. Drª. Erneida Coelho de Araújo Universidade Federal do Pará, Campus de Bragança- UFPA __________________________________________________– Co-orientador Prof. Dr. Marcus Emanuel Fernandes Universidade Federal do Pará, Campus de Bragança- UFPA __________________________________________________– Titular Msc. Danilo Gardunho Universidade Federal do Pará, Campus de Bragança- UFPA __________________________________________________– Titular Profº Helton Pacheco (Engº Agrônomo) Instituto Federal do Pará - IFPA __________________________________________________– Suplente Dr. Cesar França Universidade Federal Rural da Amazônia -UFRA Dedico este trabalho aos meus avós maternos, que foram e sempre serão meus primeiros pais, desde meus primeiros passos neste mundo. Agradecimentos Agradeço primeiramente à Deus, que me forneceu a disposição necessária para a realização desse trabalho, sendo meu Criador e bondoso Pai, paciente, amoroso e digno de toda honra e glória na terra e nos céus. Em segundo lugar, eu agradeço aos meus pais. Em especial à Neila, minha mãe, que se manteve fiel, companheira e guerreira ao meu lado, sendo minha melhor amiga e conselheira, mesmo em momentos de sofrimento e perda, ao qual nossa família passou durante esses últimos meses. Eu admiro muito a sua força, amável mãe. Ao Silmar, que foi muito mais que um exemplo de pai, conselheiro e amigo, e que infelizmente nos deixou tão precocemente. O meu amor por você ultrapassa as barreiras da morte, e eu jamais lhe esquecerei. Aos meus tios Alcides e Zil por todo o cuidado e preocupação comigo durante o percorrer do curso e dessa pesquisa. Agradeço à minha orientadora, Profª Erneida Coelho, por toda a dedicação e paciência com que me acolheu durante a concepção desse trabalho, sua contribuição foi de vital importância para a realização deste. Agradeço ao Laboratório de Ecologia de Manguezal e ao Campus da UFPA de Bragança pelo suporte necessário na concretização dessa pesquisa, e à todos os funcionários e alunos envolvidos durante esse período: César, Gustavo, Lílian e Alex. Aos meus amigos do campo que me auxiliaram no decorrer da pesquisa, sendo meus guias e “protetores” nos momentos de perigo. Em especial ao Moisés, por seu bom ânimo e bom humor imensurável. Ao meu fiel, melhor e amado amigo, braço direito e esquerdo Luan Rabelo, pelos cafés, por me amparar, pelas orientações, pelos socorros desesperados de última hora, por rir e fingir chorar junto comigo. Sem você, meu caro, esse trabalho não existiria, ou não teria se concluído. Sem você, eu não seria eu. Resistir é inútil. Aos meus amigos e amores por todo o apoio, carinho e amor incondicional, mesmo na falta de tempo e ausência que lhes causei: Ariane, Brendo, Cristiana, Marcos e Bárbara. O meu amor por vocês vai além de qualquer laço estabelecido nesse mundo. “Cultive o hábito de ver o invisível.” John Piper LISTA DE FIGURAS Figura 1- Mapa Área de estudo, Península de Ajuruteua, comunidade de Taperaçu-Campo........................................................................................................ 11 Figura 2 - Área degradada em Taperaçu-Campo....................................................... 12 Figura 3: Precipitações pluviométricas anuais e médias mensais registradas durante a condução do experimento.......................................................................... 13 Figura 4 - Área experimental no período chuvoso............................................................ 14 Figura 5 - Área no período seco................................................................................. 13 Figura 6 - Configuração de análise de Escalonamento Multidimensional (MDS) em relação a sobrevivência com base nos meses, área experimental de TaperaçuCampo........................................................................................................................ Figura 7 - Configuração de Análise de Escalonamento Multidimensional (MDS) em relação a altura com base no período/mês................................................................ 14 17 LISTA DE TABELAS Tabela 01- Médias e desvio padrão da sobrevivência de Rhizophora mangle em campo aos 10 meses após o plantio, Taperaçu Campo, Bragança-Pará ..................................... 17 Tabela 02 - Sobrevivência de propágulos/mudas de R, mangle em campo aos 10 meses após o plantio, Taperaçu Campo, BragançaPará....................................................................................................................................18 Tabela 03 - Médias e desvio padrão da altura de Rhizophora mangle em campo aos 10 meses após o plantio, Taperaçu Campo, Bragança-Pará..................................................20 Sumário 1 - Introdução....................................................................................................................... 1 1. 1 O ecossistema manguezal ....................................................................................... 1 1.2 Características dos manguezais ................................................................................ 2 1.3 Distribuição mundial e no Brasil ................................................................................ 3 1.4 Solo do manguezal .................................................................................................... 4 1.5 Espécies e adaptações de espécies vegetais ........................................................... 4 1.6 Ações antrópicas no mangue.....................................................................................6 1.7 Restauração de manguezal no Brasil ........................................................................ 7 1.8 Técnicas de Restauração...........................................................................................7 1.9 Mortalidade em plantios de propágulos ..................................................................... 9 2 – Objetivos ...................................................................................................................... 10 3. 1 Caracterizações da área de implantação do experimento ...................................... 11 3.2 Clima da região e regime de maré .......................................................................... 12 3.3 Espécie utilizada na manutenção do plantio ........................................................... 13 3.3.1 Viveiro ....... ....................................................................................... ....................15 3.3.1 Métodos de plantio ...............................................................................................15 3.4 Avaliações ............................................................................................................... 15 3.4.1 - Sobrevivência e crescimento em altura da espécie ........................................... 15 3.5 – Análise de dados .................................................................................................. 15 4 – Resultados ................................................................................................................... 16 4.1 Sobrevivência ......................................................................................................... 16 4.2 Crescimento em altura ........................................................................................... 19 5 – Discussão .................................................................................................................... 20 5.1 Sobrevivência .............................................................................................................. 20 5.2 Crescimento em altura ........................................................................................... 22 6 – Conclusão.....................................................................................................................22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 24 ESTABELECIMENTO DE MUDAS DE RHIZOPHORA MANGLE NA COMUNIDADE TAPERAÇU-CAMPO, BRAGANÇA-PARÁ RESUMO A pesquisa teve o objetivo avaliar diferentes métodos de plantio de propágulos e mudas de Rhizophora mangle em uma área impactada de manguezal. O experimento foi instalado na comunidade de Taperaçu-Campo, no município de Bragança-PA. O delineamento adotado foi o inteiramente casualizado com 4 métodos e 4 repetições. Cada parcela experimental foi constituída com 25 propágulos/muda espaçadas de 1,0 m entre plantas e 1,0 m entre linhas. Os dados foram analisados pelo pacote estatístico Primer® 6, para avaliar se houve diferenças significativas entre os meses de avaliação, e as tabelas com os dados de médias e desvio padrão foram efetuadas pelo programa Excel. Os resultados demonstraram que o percentual e a média de sobrevivência das mudas de R. mangle nos diferentes métodos foram superiores no período chuvoso, contrastando todavia com a alta taxa de mortalidade das mudas no final do período seco. Para a variável altura, os dados indicaram que as maiores médias de crescimento foram registradas no período seco, apesar do alto índice de mortalidade. A utilização de fixadores artificiais e os propágulos pré-enraizados não favoreceram a sobrevivência das mudas de R. mangle. Palavras chave – Rhizophora mangle, sobrevivência, crescimento de mudas. ABSTRACT The study aims to evaluate different methods of planting propagules and seedlings of Rhizophora mangle in a mangrove area impacted. The experiment was installed in Taperaçu-field community in the municipality of Bragança-PA. The design was completely randomized with four methods and four repetitions. Each experimental plot consisted of 25 seedlings / switches spaced 1.0 m between plants and 1.0 m between rows. Data were analyzed using the Statistical Package Primer® 6, to assess whether there were significant differences between the months of evaluation, and the tables with the data mean and standard deviation were made by the Excel program. The results showed that the percentage and the average survival of seedlings of R. mangle the different methods were higher in the rainy season, however, contrasting with the high mortality rate of seedlings at the end of the dry period. For variable height, the data indicated that the larger growth were recorded in the dry season, despite the high rate of mortality. The use of artificial fasteners and pre-rooted seedlings did not favor the survival of seedlings of R. mangle. Key words – Rhizophora mangle, survival, seedling growth. 1 1 - Introdução 1. 1 O ecossistema manguezal As florestas de mangue são ecossistemas abertos, de grande complexidade, onde acontecem significantes conexões entre o solo, o estuário, o oceano e o sistema atmosférico (CUNHA-LIGNON et al., 2009). Manguezais são componentes significativos dos ecossistemas tropicais (VANCE et al., 1990), que se desenvolvem em zonas litorâneas associadas a cursos d’água, em áreas encharcadas, salobras e calmas, com influência das marés, porém não atingidos pela ação direta das ondas. Geralmente, são sistemas jovens que, seguindo a dinâmica das marés nas áreas em que se localizam, produzem a modificação na topografia desses terrenos, resultando em uma sequência de recuos e avanços da cobertura vegetal (SCHAEFFER-NOVELLI, 2002). Ressalta-se que esse ecossistema possui uma enorme importância econômica, como a exportação de material orgânico para o estuário, contribuindo para a produtividade primária da zona costeira, e uma fauna e flora típicas de ambientes salinos, que desenvolveram várias adaptações evolutivas para a sobrevivência e propagação das mesmas, e até certo tempo atrás, possuía pouco valor, e tampouco despertava o interesse da população que não fosse a que naturalmente vive em seu entorno e necessita dele para seu sustento e subsistência. Vanucci (2003) aborda que grandes áreas de manguezais começaram a sofrer consequências com a mudança nas formas de uso, causadas pelo avanço do desenvolvimento. Por se situarem em áreas costeiras, que acarretam fortes demandas turísticas e uma ânsia pela lucratividade a qualquer custo, esses ambientes vêm sofrendo com consideráveis perdas em sua vasta biodiversidade, que afeta não somente o ecossistema em si, mas as comunidades que dele fazem uso. Diante disso, Vanucci (2003) ressalta que as áreas impactadas aumentam de maneira alarmante, trazendo consigo a preocupação com o futuro desse ecossistema tão valioso e rico, que contribui gratuitamente com serviços naturais dos quais precisamos. Com a crescente degradação, medidas precisaram e começaram a ser tomadas para que fossem repensadas as formas de uso e manejo dessas áreas, e estudos começaram a 2 ser realizados e analisados sobre os impactos causados pelo homem e pela comunidade. Um dos impactos mais preocupantes é a retirada de árvores típicas de manguezal de maneira inviável, fazendo com que a flora desapareça e o ecossistema sofra diversas consequências, e, por conseguinte a comunidade que nele vive também seja atingida de maneira preocupante, afetando a fauna e os meios de sobrevivência da mesma. Diversos estudos já foram realizados a respeito de impactos ambientais em áreas de manguezal, e projetos já foram aprovados para que se fizesse o replantio de áreas degradadas. Com intuito de reverter este quadro catastrófico, pesquisadores buscam, desde a década de 1970, em várias regiões tropicais e subtropicais do mundo, aperfeiçoar técnicas que possibilitem restaurar os ecossistemas manguezais, através do replantio de suas espécies vegetais, os mangues, (FIELD, 1997). Tais estudos têm como objetivos o levantamento de dados sobre diferentes técnicas, como: o cuidado para com os propágulos antes de serem semeados; a produção de mudas; a avaliação das melhores épocas para semear propágulos, plantar e transplantar plântulas; a forma de plantio; e o monitoramento pós-plantio. (HUBER; OTHERS, 2004) Partindo desse pressuposto, faz-se necessário o conhecimento de diferentes técnicas de replantio, o estudo e avaliação de variadas formas de reflorestamento, tentando assim viabilizar a melhor maneira de se replantar uma área impactada, para que os resultados obtidos sejam satisfatórios. É de grande relevância a realização de pesquisas sobre a situação real dos manguezais, com as possibilidades de regeneração, ou as necessidades de auxílio para a recuperação, através de restaurações elaboradas pelas mãos de quem os degradou, o Homem. Assim, fica clara a necessidade de serem desenvolvidos estudos, e projetos que englobem restaurações, como também aplicação de medidas mitigadoras, visando à melhoria, a conservação e até a ampliação de áreas com estes ecossistemas tão relevantes. (HUBER; OTHERS, 2004). 1.2 Características dos manguezais Por conta de sua biodiversidade, as áreas de manguezais são consideradas importantes berçários naturais, contribuindo de forma econômica e ecológica para a subsistência das comunidades que se instalam em seu entorno. Esse ecossistema ainda 3 possui uma dinâmica entre solo e vegetação, que ao longo do tempo sofreram adaptações de vital importância para a sua sobrevivência. As regiões apresentam características ambientais distintas e os manguezais estão sujeitos a diferentes tipos de tensores que influenciam no desenvolvimento estrutural das florestas de mangue (LUGO & SNEDAKER1974). Os fatores ambientais que controlam e influenciam a estrutura e a produtividade das florestas de manguezais varia no tempo e no espaço (Day Jr. et al., 1996) e dentre eles se destacam: hidrologia, entrada de nutrientes, salinidade e tipo do solo (LUGO et al., 1988). Para uma adequada gestão do ecossistema manguezal deve-se considerar a escala espaço-temporal, conservando os processos que controlam o sistema e limitando a apropriação de produtos (CINTRON-MOLERO; SCHAEFFER-NOVELLI, 1992), e ainda a constante plasticidade desse ecossistema para a elaboração e efetivação da gestão de ambientes costeiros (CUNHA-LIGNON, 2001). Do ponto de vista ecológico, o manguezal tem sido estudado sob os aspectos estrutural e funcional. O estudo da estrutura inclui informações sobre diversidade, altura, diâmetro, área basal, densidade, distribuição por classe etária e padrões de distribuição espacial das espécies componentes da floresta; na ótica funcional, estuda-se a ciclagem de nutrientes e fluxos de energia no ecossistema (LUGO & SNEDAKER 1974; SMITH 1992). Este ambiente desempenha um considerável papel como produtor e exportador de material orgânico, contribuindo com a produtividade de estuários e zonas costeiras. 1.3 Distribuição mundial e no Brasil Os manguezais existem em praticamente todos os continentes e estão nas regiões tropicais e subtropicais, alcançando maiores extensões nos estuários ou locais de geografia plana onde a maré tem maior fluxo, segundo Schaeffer-Novelli (1995). De acordo com o Atlas de Manguezais (SPALDING et al., 2010), este ecossistema representa 8% de toda a linha de costa do planeta e um quarto da linha de costa da zona tropical, perfazendo um total de 181.077 km2, e o Brasil apresenta a segunda maior área de manguezal do mundo com cerca de 13.000 km 2, correspondendo a 8,5% do total mundial, perdendo apenas para a Indonésia com 31.894 km2. 4 No Brasil, os manguezais ocorrem a partir do estado do Amapá, no Norte de Santa Catarina, no sul do país. A costa norte tem uma área de aproximadamente 8000 km2 de manguezais. (SOUZA-FILHO, 2005). Os manguezais apresentam quatro compartimentos interdependentes, porém com características intrínsecas bastante individualizadas: água, solo, flora e fauna. Esses ecossistemas fundamentam a perfeita integração e o equilíbrio dinâmico entre os seus constituintes no contexto ambiental. (ALVES, 2002). 1.4 Solo do manguezal Os solos de mangue são solos halomórficos desenvolvidos a partir de sedimentos marinhos e fluviais com presença de matéria orgânica e que ocorrem em regiões de topografia plana na faixa costeira sob a influência constante do mar. Todas as classes de solos dessas áreas estão associadas à influência marcante da água. (EMBRAPA, 1978; LANI, 1998). No sedimento do ecossistema manguezal, os teores de nutrientes variam ao longo da zona entre marés como decorrência das flutuações marinha e do nível de saturação do sedimento que influencia o potencial redox determinante na disponibilidade dos elementos químicos (TOMLINSON, 1986). Os sedimentos dos manguezais apresentam como característica geral, teores de silte (de 70 %), argila (de 10 a 20%) e areia, menos que 10%. A mineralogia é constituída por quartzo, caulinita, ilita e minerais autogênicos: esmectita, sulfetos (principalmente pirita), gipso e halita, identificando-se também restos de folhas, raízes e carapaças de animais e abundantes diatomáceas. (BERREDO, 2008) Embora os manguezais sejam reconhecidamente ambientes muito ricos, viver nestes ecossistemas implica em grande adaptação fisiológica, seja para fanerógamos, criptógamos ou animais. Isso se deve ao fato de que este ambiente é sujeito a amplas alterações diárias na salinidade, devido à influência da mistura de águas doces e marinhas regulada, por sua vez, pela variação das marés. Além disso, o substrato costuma ser instável (partículas de solo muito finas) com grande variação no volume de água. (BRANCO et al., 2003) 1.5 Espécies e adaptações de espécies vegetais Os manguezais do Brasil caracterizam-se pela semelhança na composição florística, 5 contendo, porém, menor número de gêneros e espécies que em outros países (ANDRADE & LAMBERTI, 1965). Segundo Tomlinson (1986), os manguezais da América do Sul possuem apenas 8 espécies exclusivas de mangue, distribuídas em apenas três gêneros considerados típicos de mangue. Estes gêneros são: Rhizophora, que se caracteriza por apresentar as raízes escoras; Avicennia, que apresenta raízes em geotropismo negativo, que auxiliam nas trocas gasosas com o ar (pneumatóforos), Laguncularia, que também apresenta pneumatóforos, e possui folhas com pecíolo vermelho. De acordo com Abreu et al. (2006) no manguezal da península bragantina, três espécies se destacam: Rhizophora mangle L. (Rhizophoraceae), Avicennia germinans (L.) Stearn (Avicenniaceae) e Laguncularia racemosa (L.) Gaertn. f. (Combretaceae). A família Rhizophoraceae é constituída de 15 gêneros com cerca de 140 espécies distribuídas nas regiões tropicais e subtropicais do mundo. Esta família possui apenas cinco gêneros representados na região Amazônica, ocupando diferentes hábitats, desde manguezais até florestas de terra-firme. O gênero mais típico do manguezal é o gênero Rhizophora L. (PRANCE et al., 1975). O gênero Rhizophora é composto por árvores ou arbustos, com folhas coriáceas, inflorescência cimosa, flores com pedúnculo, quatro sépalas lanceoladas e coriáceas, quatro pétalas inseridas em um disco carnoso, estames com oito filamentos curtos (PRANCE et al., 1975). Esse gênero apresenta viviparidade, ou seja, o processo de germinação da semente ocorre enquanto o embrião ainda está envolvido no fruto e preso à planta mãe. O hipocótilo do broto cresce antes de desligar-se da planta parental, até o propágulo atingir a forma de uma haste alongada. Quando se desprendem da planta mãe, os propágulos são transportados pelas correntes de marés, permanecendo viáveis por longos períodos de tempo (no caso da espécie R. mangle até um ano). Árvores de Rhizophora possuem um sistema de raízes aéreas arqueadas (raízes escoras) que emergem perpendicularmente do tronco e penetram superficialmente no substrato formando um sistema capilar extensivo (CINTRON; SCHAEFFER NOVELLI, 1981). Para os manguezais da região amazônica são descritas três espécies dentro do gênero Rhizophora, que são: Rhizophora mangle L., Rhizophora racemosa G. F. W. Meyer e Rhizophora harrisonii Leechman (PRANCE et al., 1975). Das três espécies de Rhizophora, apenas R. mangle é distribuída mais amplamente, ocorrendo desde os 6 manguezais da costa do Estado do Amapá, até o Estado de Santa Catarina (LACERDA, 1999), todavia, é importante ressaltar que a espécie dominante pode variar de manguezal para manguezal, em virtude das características abióticas e bióticas (ex.: tolerância à inundação e à salinidade, competição interespecífica), além da influência do estresse natural e antrópico (PETRI et al., 2011). Diversos fatores bióticos e abióticos interagem e variam de um local para outro, afetando a distribuição espacial distinta das espécies, pois cada uma responde diferentemente às variáveis (JIMÉNEZ; SAUTER, 1991). A concentração dos nutrientes minerais em plantas de ecossistemas costeiros pode variar, consideravelmente, em virtude de fatores ambientais, como a frequência de inundação pelas marés, velocidade de correntes e aporte de água dos rios. A sazonalidade no regime fluvial e pluvial pode interferir na disponibilidade de elementos minerais e alterar a absorção e partição dos elementos minerais em plantas e nas propriedades físico-químicas do substrato (KJERFVE 1990, BERNINI et al. 2010). 1.6 Ações antrópicas no mangue Segundo Vanucci (2003), durante muito tempo esse ambiente de manguezal foi sido negligenciado de forma destrutiva, tanto pelos habitantes naturais, que fazem uso de suas riquezas sem o devido conhecimento necessário para que o equilíbrio nessas áreas seja mantido, quanto pela sociedade como um todo, que consome grande parte da matéria bruta que é retirada do mangue para ser comercializada, sem ser feita uma reposição necessária daquilo que lhe foi retirado, nem ao menos o manejo adequado de áreas que começam a sentir os impactos e consequências desse consumo desenfreado e a busca por esses recursos. Para avaliar o processo de regeneração de florestas de mangue, deve-se focar a análise da ocupação da área degradada por jovens das espécies vegetais. Apesar da importância dos manguezais serem universalmente reconhecida, a melhor forma de lidar com esses ecossistemas únicos é ainda um problema. Grande parte das zonas úmidas costeiras, que incluem os manguezais vem sofrendo, em maior ou menor grau, pressões antrópicas, e alguns tipos de uso (ou abuso) incluem a destruição total de suas florestas (VANNUCCI, 2004). De acordo com Tsuji (2010) a extensão das áreas de manguezais no mundo vem sofrendo decréscimos em seus valores originais, e isso tem sido causado por atividades 7 humanas, tais como: exploração dos recursos, alteração de lagos para aquicultura, desenvolvimento de portos, áreas urbanas ou turismo, poluição, etc. No Brasil, todos os efeitos antrópicos são observados e resulta em considerável degradação e perda dos manguezais existentes. Aliado a isso, as transformações climáticas vêm pressionando esses ecossistemas, já que são extremamente dependentes das oscilações do nível do mar e dos influxos de água doce, ou seja, os manguezais estão entre os ecossistemas mais ameaçados do planeta (LIMAYE; KUMARAN, 2012). De acordo com os estudos de Glaser (2003) os manguezais ao longo da península de Ajuruteua têm sido utilizados pelos moradores locais tradicionalmente para produção de lenha, construção civil, medicamentos, porém, a maior parte da degradação tem sido causada pelo comércio ilegal de madeira para as olarias. Os manguezais da Amazônia brasileira estão dentre os mais desenvolvidos ao redor do mundo. Dessa forma, é lícito considerar que as condições ambientais nessa região propiciam um alto potencial de recuperação do sistema, o que certamente é um fator positivo na restauração e manutenção desse ecossistema na costa amazônica brasileira. (TSUJI, 2010). 1.7 Restauração de manguezal no Brasil De acordo com Field (1996) os estudos realizados sobre restauração de espécies de manguezal no Brasil são escassos e pouco explorados. Existe o reconhecimento nos dias de hoje, tanto pelos governos vigentes quanto pelas agências de financiamento internacionais, de que estão sendo degradadas grandes áreas de manguezais em uma taxa inaceitável, preocupando as comunidades locais com o fato de que os recursos do manguezal, dos quais essas comunidades dependem para sobrevivência e proteção estão rapidamente sendo destruídos. Esse aumento na sensibilização do homem resultou na melhoria do manejo do ecossistema manguezal (FIELD, 1996). Nas Américas, os trabalhos de restauração de manguezais são mais recentes, com muita fundamentação teórica, enfocando, com maior constância as funções do ecossistema, enquanto na região oriental, o manejo e a exploração de áreas de manguezal são mais antigos, mais empíricos e menos teóricos. O método para plantio de 8 mangue foi descrito pela primeira vez por volta de 1920, por J. G. Watson, um dos pioneiros na instalação dessas plantações comerciais na Malásia (FIELD, 1997). Os primeiros trabalhos sobre recuperação de manguezais no Brasil começaram a ser relatados no início dos anos 90 e ocorreram, em especial, nos estados da Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. (HUBER; OTHERS, 2004). . Além de trabalhos técnicos existiram iniciativas ligadas à educação ambiental e conservação de manguezais que procuraram por meio da participação popular, principalmente com crianças, plantar espécies de mangue, contribuindo assim para a recuperação e conservação deste ecossistema. (MENEZES et al., 2005) Em um estudo feito sobre a mortalidade massiva dos manguezais no Brasil, Jimenez et al. (1985) atestam que a recuperação depende da natureza do distúrbio, sua persistência e recorrência, do tipo de floresta afetada e da disponibilidade de propágulos. Os autores também afirmam que após uma perturbação natural o processo de recuperação tende a ser mais rápido do que após uma intervenção antrópica, pois essas são crônicas ou criam condições ecológicas não propícias para a regeneração das espécies de mangue. 1.8 Técnicas de Restauração Estudos realizados por Vannucci (2004) indicam que apesar de existir grande volume de dados sobre manguezais, apenas pequena parte destes está publicada em jornais científicos, o que dificulta sua preservação. Nesse contexto, os estudos da estrutura da vegetação dos manguezais permitem detectar as respostas desse ecossistema às variações ambientais, assim como a adoção de ações que contribuam para sua conservação (SOARES, 1999). Nos processos de restaurações, todos os sucessos, fracassos, incertezas e métodos devem ser relatados por escrito, para que não se percam. (FIELD, 1997). Na literatura é possível encontrar uma variedade de técnicas de replantio descritas em diversos trabalhos no mundo e no Brasil. Em seu estudo sobre manguezais, Field (1996, 1998) enumerou em três pontos as principais razões para se restaurar esses ecossistemas: 1) conservação da paisagem e do sistema natural, 2) produção sustentável dos recursos naturais e 3) proteção das áreas costeiras. Em seu trabalho na península de Ajuruteua, Tsuji (2010) fez uso de algumas de um 9 design experimental. No estudo, o autor utilizou a construção de viveiro, local onde construiu uma espécie de caixa utilizando tábuas de madeira, que recebia influência da maré, e as mudas permaneceram até a maturação exata para serem transplantadas no campo. Na etapa de reflorestamento no campo, foi feita a utilização de duas técnicas, sendo a primeira através de mudas do viveiro sendo implantadas, e a segunda com o replantio direto de sementes e propágulos no campo. (TSUJI, 2010). Feema (1979) fez uso de estudos comparando técnicas de transplante de espécies de manguezal (R. mangle, L. racemosa e A. germinans), avaliando taxa de sobrevivência e crescimento como indicadores de sucesso. Menezes et al. (1994), em um estudo realizado sobre Manguezais de Cubatão, tiveram como objetivo o estabelecimento de uma base metodológica para o plantio de Rhizophora mangle e verificar a viabilidade desta espécie na recuperação de manguezais. Foi efetuado um teste que evidenciasse a influência dos seguintes fatores no sucesso do plantio: estágio de desenvolvimento (propágulo e plântula), tipo de sedimento (mais ou menos consolidado) e necessidade do emprego de fixadores artificiais (estacas) para evitar o arraste de mudas pela maré. 1.9 Mortalidade em plantios de propágulos O estabelecimento da plântula é uma fase crítica de vida de qualquer planta, mas torna-se parcialmente difícil para as plantas de manguezal devido ao substrato instável e variável e à influência da maré. O grau de viviparidade, a localização dos tecidos de flutuação, o tamanho e, sobretudo, o peso do propágulo são os fatores que determinam as condições de dispersão, estabelecimento e a taxa de sobrevivência das plântulas. (CETESB, 1989). A importação de propágulos e fundamental não só para o processo de manutenção de bancos de plântulas e jovens em bosques saudáveis, mas sobretudo para o processo de recuperação de áreas degradadas, que através desse mecanismo podem ser recolonizadas por espécies de mangue. (SOARES et al., 2012). Menezes, et al. (1994) concluíram em seu estudo que o plantio de propágulos apresentou taxa de mortalidade iguais ou menores às plântulas e valores médios de altura e número de folhas próximos ao das plântulas, indicando que além de serem mais fáceis 10 de coletar, transportar e plantar, em pequeno período de tempo apresentam resultados de crescimento similares ao das plântulas. Os propágulos dificilmente ficam viáveis por mais de um ano, podendo germinar, serem consumidos por animas ou dispersos para outras áreas (ALBUQUERQUE et al., 2005). Field (1998) afirma que a seleção dos locais de plantio deve considerar a qualidade e a quantidade de água e o tempo de permanência desta na área, pois a inundação de plantas jovens nos primeiros estágios de desenvolvimento é vital, mas não em grande grau, pois morrem. Um estudo feito por Menezes, et al. (2005) supõe que alguns fatores relacionados às condições impróprias dos propágulos entre o período da coleta e o plantio, tenham causado prejuízos vitais aos propágulos e estes acabaram morrendo pouco tempo após do plantio. A literatura mostra que o plantio de R. mangle é realizado logo após a coleta dos propágulos, pois ao serem armazenados precisam de condições adequadas de armazenamento (Hamilton & Snedaker, 1984). Qureshi (1990) armazenou os propágulos de Rhizophora mucronata, Ceriops tagal e Avicennia marina por, no máximo, três dias antes de usá-los em plantações experimentais no Paquistão. McKee (1995) constatou que entre os propágulos de Rhizophora que morreram em bosques de Belize, 40% foram devido a dificuldades na fixação, 17% à predação, 17% à dessecação e 26% por causas desconhecidas. No trabalho realizado por Paludo & Klonowski (1999), propágulos de R. mangle tiveram uma baixa taxa de sobrevivência devido à predação de caranguejos e o ressecamento em áreas pouco irrigadas, sendo o plantio feito diretamente em áreas úmidas e secas, alternadamente. 2 – Objetivos O presente trabalho teve como objetivo avaliar a sobrevivência e o crescimento em altura de diferentes métodos de plantio de propágulos e mudas de Rhizophora mangle em uma área impactada de manguezal. 11 3 – Materiais e Métodos 3. 1 Caracterizações da área de implantação do experimento O experimento foi instalado no mês de março de 2013, estendendo-se até janeiro de 2014, em uma área impactada de manguezal, localizada na comunidade de Taperaçu Campo (00º57’29.5’’ S e 46º64, 5’58,7’’ W), no município de Bragança-PA (Fig 01) Figura 1- Mapa Área de estudo, Península de Ajuruteua, comunidade de Taperaçu-Campo. A área degradada escolhida para o experimento é ligeiramente afastada de algumas casas na comunidade, a frequência de inundação acontece durante 6 dias para cada mês durante os períodos chuvoso e seco, e no período mais seco acontece o ressecamento do solo. 12 Figura 02- Parcelas instaladas na área impactada 3.2 Clima da região e regime de maré O clima da região é do tipo AW, apresentando variações entre quente e úmido (KÖPEEN, 1994). A temperatura média regional é de 25,9 °C, precipitação média anual 2508 milímetros, e umidade relativa de 80% a 91%. A estação chuvosa se estende de dezembro à julho, e a estação seca de agosto à novembro (MARTORANO et al., 1993;. MEHLIG, 2001). O regime de marés é bem misturado, com macromarés semidiurnas com amplitude superior a 5 metros na maré de sizígia e ainda mais de 3 m na maré de quadratura. (KOCH & WOLFF, 2002; MEHLIG, 2001; MARQUES-SILVA et al., 2006). No período de agosto a dezembro de 2013 e janeiro de 2014, o índice pluviométrico foi menor (Fig. 04). Os valores foram fornecidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET, 2014). 13 Figura 03 - Precipitações pluviométricas anuais e médias mensais registradas durante a condução do experimento (INMET, 2014) 3.3 Espécies utilizadas na manutenção do plantio O experimento foi realizado com propágulos e mudas de Rhizophora mangle. Os propágulos foram coletados quando recém-caídos no substrato e em bom estado fitossanitário. As mudas utilizadas apresentavam em média 25 cm de altura, sem presença de ramificações ou rizóforos (“raízes-aéreas”), e mais de dois pares de folhas e permaneceram no viveiro por três meses. Os propágulos pré-enzaizados permaneceram no viveiro por 19 dias. As mudas foram retiradas do viveiro construído na própria comunidade e transplantadas para a área experimental no período chuvoso, e teve suas avaliações realizadas entre período chuvoso e seco (Fig 05), durante 11 meses. O delineamento adotado foi o inteiramente casualizado com quatro métodos e 4 repetições. Cada parcela experimental foi constituída com 25 propágulos/muda espaçadas de 1,0 m entre plantas e 1,0 m entre linhas. Totalizando 300 propágulos e 100 mudas. 14 3.3.1 Viveiro O viveiro (Fig. 04) foi instalado no município de Bragança no ano de 2011, na comunidade de Tamatateua (00º 57’12,5”S e 46º 47”02,4”W)) de Bragança, ocupou uma área total de 300 m², medindo 10 m x 20 m e com profundidade de 40 cm, o mesmo foi conectado ao canal-de-maré através de um canal artificial, e sofria assim influência diária do regime de marés, permitindo dessa forma entrada e saída de água no viveiro. Utilizouse embalagens de polietileno (17x27), as quais foram preenchidas com o substrato latossolo amarelo. Figura 04 – Viveiro – obtenção de propágulos pré-enraizados. e mudas (Tamatateua – Bragança, PA). 15 Figura 05 e 06 – Área experimental nos períodos chuvoso e seco 3.3.2 Métodos de plantio Foram testados quatro métodos, sendo estes: a) mudas de três meses de idade (MUD.); b) propágulos recém-coletados em áreas adjacentes ao viveiro (PRC.); c) propágulos pré-enraizados por dezenove dias (PPE.); d) propágulos amarados a fixadores artificiais (PAF.). 3.4 Avaliações 3.4.1 - Sobrevivência e crescimento em altura da espécie As variáveis analisadas foram a sobrevivência e crescimento em altura (cm), onde a avaliação do crescimento em altura foi realizada com régua graduada em 50 centímetros (cm) da base do coleto até a inserção do 1º par de folhas As avaliações foram realizadas bimestralmente em todas as mudas, em dois períodos distintos (chuvoso e seco), durante 10 meses. 3.5 – Análise de dados Os dados foram analisados pelo pacote estatístico (Plymouth Routines In Multivariate Ecological Research) Primer® 6, para avaliar se houve diferenças significativas entre os tratamentos, parcelas e os períodos chuvoso e seco, Utilizou-se a análise multivariada não paramétrica de similaridade (ANOSIM) com a matriz de similaridade calculada pelo índice de similaridade de Bray-Curtis. Para determinação ainda do percentual de sobrevivência dos propágulos/mudas em campo foi adotada a seguinte fórmula: 16 Em que: SC: Porcentagem de sobrevivência em campo; N: Número total de mudas plantadas de cada espécie. 4 – Resultados 4.1 Sobrevivência Ao se comparar os métodos pela análise de similaridade (Anosim), não se observou diferença significativa (Anosim R = 0,028; p = 0,03) entre os mesmos quando se avaliou a sobrevivência. Ao realizar a Anosim para o fator parcelas não foi observada variação significativa (Anosim R = 0,001; p = 0,39). Para o fator período houve variação significativa (Anosim R = 0,283; p = 0,01). Observando-se a formação de grupos (Fig. 07). Figura 7: Configuração de análise de Escalonamento Multidimensional (MDS) em relação a sobrevivência com base nos meses, área experimental de Taperaçu Campo-PA. A maior média de sobrevivência (Tabela 01) no período chuvoso foi de 24,16 no Met. 2, e a menor média (21,91) foi registrada no Met. 4. No período seco a maior média 17 foi de 14,05 no Met. 2, e a média inferior (9,25) ocorreu no Met. 1, considerando os 4 tipos de métodos utilizados no plantio da espécie de R. mangle. Tabela 01 - Médias e desvio padrão da sobrevivência de Rhizophora mangle em campo aos 10 meses após o plantio, Taperaçu-Campo, Bragança-Pará. Período Espécies Rhizophora mangle (Met.1) Chuvoso 23,25±1,71 Seco Total 9,25±8,97 21,87±6,11 (mudas de 3 meses de idade) Rhizophora mangle (Met. 2) 24,16±1,02 14,05±9,47 19,33±8,23 (Pré-enzairadas) Rhizophora mangle (Met. 3) 22,83±2,24 11,33±7,94 17,08±8,19 21,91±3,44 13,41±9,65 17,66±8,31 23,04±2,36 12,12±8,97 17,58±8,52 (Com fixadores) Rhizophora mangle (Met. 4) (Propágulos recém-coletados) Média total Verificou-se que o maior percentual de sobrevivência (Tabela 02) no período chuvoso foi de 88% no Met. 4, e o menor de 73% no Met. 1. No período seco, o maior percentual de sobrevivência foi de 29% no Met. 2, e o menor de 5% para os Met. 1 e Met. 4. 18 Tabela 02 – Percentual de sobrevivência de propágulos/mudas de R, mangle em campo aos 10 meses após o plantio, Taperaçu Campo, Bragança-Pará. Periodo Chuvoso Período seco Número total de Número de Sobrevivência Número total de Número de Número de Sobrevivência propágulos/mudas plantas mortas (%) propágulos/mudas plantas vivas plantas mortas (%) MUD. 100 27 73 73 73 68 5 PRC. 100 12 88 88 88 83 5 PPE. 100 8 92 92 92 63 29 PAF. 100 17 83 83 83 71 12 Métodos Legenda: MUD. - Mudas três meses de idade PRC. - Propágulos recém-coletados em áreas adjacentes ao viveiro PPE. - Propágulos pré-enraizados por dezenove dias. PAF. - Propágulos amarados a fixadores artificiais. 19 4.2 Crescimento em altura A Anosim (análise de similaridade) foi realizada para os diferentes métodos e observou-se que não houve diferença significativa entre os mesmos (Anosim R; 0,039; p = 0,5) ao se avaliar o crescimento da espécie. Ao realizar a Anosim para o fator parcelas não foi observada variação significativa (Anosim R; 0,129; p = 0,01). Para o fator período houve variação significativa (Anosim R; 0,24; p = 0,1). Observa-se a formação de dois grupos. (Fig 08) Figura 8: Configuração de Análise de Escalonamento Multidimensional (MDS em relação a altura com base no período/mês). No crescimento em altura, verificou-se maior média o no período chuvoso (Tabela 03) de 20,44 no Met. 1, e a menor média de 16,17 no Met. 4. No período seco a maior média foi de 25,48 no Met. 1, e a menor média de 20,75 no Met. 3, considerando os diferentes métodos no desenvolvimento de mudas e R. mangle. 20 Tabela 03 - Médias e desvio padrão da altura de Rhizophora mangle em campo aos 10 meses após o plantio, Taperaçu Campo, Bragança-Pará. Período Métodos Rhizophora mangle (Met.1) Chuvoso 20,44±5,57 seco Total 25,48±5,92 21,87±6,11 (mudas de 3 meses de idade) Rhizophora mangle (Met. 2) 16,60±5,15 25,28±5,54 19,85±6,76 (Pré-enzairadas) Rhizophora mangle (Met. 3) 18,03±4,43 20,75±4,82 20,92±6,14 23,09±6,00 18,52±6,06 (Com fixadores) Rhizophora mangle (Met. 4) 16,17±4,84 (Propágulos recém-coletados) 5 – Discussão 5.1 Sobrevivência No presente estudo, os resultados mostraram que o índice de sobrevivência das plantas variou em entre etapas de período chuvoso e seco, e que os diferentes métodos no plantio, em geral, não influenciaram no estabelecimento e sobrevivência dos propágulos e mudas, como foi proposto. Observou-se um alto percentual de mortalidade de mudas e propágulos no decorrer da estação seca, que abrangeu os meses de agosto a janeiro. Os resultados também evidenciaram que nos métodos MUD.(met 1),PRC. ( met 2) , PPE. (Met.3 ),PAF. ( Met. 4) , observou-se um número reduzido da mortalidade das mudas nos meses chuvosos logo após o plantio, e mostram um percentual de sobrevivência elevado (Tabela 3) no decorrer dos meses desse período e com registro de precipitação superior ao período seco (Fig. 3). Segundo Field (1998) a seleção de locais para plantio deve considerar a quantidade e qualidade de água e o tempo de permanência desta na área, pois é vital que as plantas jovens sejam inundadas regularmente, mas não em alto grau, havendo alta mortalidade caso isso ocorra. 21 Carneiro (1983) afirma que é de fundamental importância para o sucesso das mudas o estabelecimento, a qualidade e a avaliação de sobrevivência, e isso permanece posteriormente nas plantas adultas saudáveis. Menezes et al. (1994) destacam o plantio direto de propágulos em Cubatão com 0% de sobrevivência. Paludo e Klonowski (1999) apresentam taxa de sobrevivência de 7% após 2 anos de plantio (propágulos de R. mangle, L. racemosa e A. schaweriana, enquanto que no presente estudo o percentual de sobrevivência de propágulos variou entre 5% e 29% nos diferentes métodos. No trabalho de Tovilla e Orihuela (2002) realizado no México, foi avaliado o desenvolvimento de propágulos de R. mangle no campo, onde se constatou que houve um alto índice de mortalidade a pleno sol, onde 49,5% das mudas morreram, em contrapartida com 38,5% de mortalidade registrada na sombra. A quantidade de luz afeta a produção das raízes de R. mangle e indicam que pode existir um melhor de desenvolvimento na sombra, na fase inicial de crescimento (SMITH e LEE 1999). Apesar disso, ao avaliar o crescimento de mudas sobre diferentes níveis de sombreamento, Lopez et al., [S.d.] evidenciou que as espécies foram capazes de se adaptar em ambientes de sol e sombra, e que o crescimento e desenvolvimento das mudas de R. mangle ocorreram independentemente do nível de luminosidade da área de plantio. Bonilla et al. (2010) em seu trabalho utilizando espécies nativas de mangue (R. mangle, Avicennia germinans, Laguncularia racemosa e Conocarpus erectus) de um estuário localizado na reserva de Sapiranga-Fortaleza-Ceará para a recuperação de uma área degradada, utilizou a técnica de produção de mudas em viveiros e posteriormente o transplantio para o campo. Nas demais espécies ele obteve uma taxa de sobrevivência que variou entre 40% à 60%, o que considerou como satisfatório. Apenas Rhizophora mangle obteve sobrevivência em torno de 25%, ressaltando ainda que essas taxas se relacionaram com as médias de altura no presente estudo, sendo maiores no período chuvoso. Tsuji (2010) trabalhou com semeadura de propágulos de espécies de mangue na península de Ajuruteua, e observou que Rhizophora mangle obteve efetividade superior na fase de estabelecimento, realizada com a semeadura em parcelas de propágulos. O autor ainda constatou que o alto crescimento e sobrevivência dos propágulos parece 22 estarem relacionado também ao clima quente e úmido da área de estudo. Por isso, é importante considerar que a efetividade dos métodos de semeadura está interligada com a seleção do sítio (área) onde o estudo foi realizado. Em seu estudo feito na Colômbia, Bohorquez & Prada (1986) obtiveram uma maior taxa de sobrevivência (34,8%) e maior crescimento e produção de folhas (36%) no período em que se deu o início das chuvas, em um projeto de transplante de 130 plântulas de Rhizophora mangle, em diferentes ilhas do litoral Caribenho, enquanto que no presente estudo o maior percentual de sobrevivência de propágulos foi de 92% durante o período chuvoso. Após a análise dos resultados e feita a revisão de vários trabalhos a respeito, a causa mais evidente do alto índice de mortalidade, sem definição precisa, seria o ressecamento de mudas e propágulos do período seco, descartando as hipóteses de predação, pois poucos vestígios que indicassem esse fator foram encontrados. Causas antrópicas também foram descartadas, como mudas e estacas arrancadas, pois o lugar é de acesso pouco facilitado e sem muitos atrativos. O que coincide com o trabalho de Menezes et al., (2005) que obteve conclusões semelhantes a respeito de mortalidade de propágulos ao estudar Rhizophora mangle em áreas contaminadas de manguezal na baixada santista, de São Paulo. 5.2 Crescimento em altura Após a análise dos resultados, decorridos os 10 meses de monitoramento, observou-se que os quatro diferentes métodos de plantio não apresentaram influência no padrão de crescimento e estabelecimento das mudas e propágulos no substrato do campo, como o proposto. As mudas e os propágulos apresentaram uma altura média semelhante (17,84) em todos os métodos durante os três primeiros meses de desenvolvimento, o qual se deu na estação chuvosa. No período seco obtiveram um índice de crescimento elevado, apesar da mortalidade das demais mudas e propágulos ter afetado uma parte considerável das parcelas, que não resistiram à intensidade de luz solar direta e à pouca frequência de inundação, causando o ressecamento do solo e de mais da metade das mudas e propágulos das parcelas de cada tratamento. 23 Estudos feitos por Bonilla et al., (2010) constataram que para o sucesso do plantio do manguezal se faz necessário observar a sucessão natural das espécies em um complexo estuarino antes de começar a recuperar estas zonas, e que se faz possível recuperar áreas degradadas em áreas conflitivas e delicadas como são os manguezais antropizados. No seu trabalho em Cubatão, Menezes (1999) testou a viabilidade da recuperação dos Manguezais fazendo uso do plantio de propágulos e o transplante de plântulas de Rhizophora mangle com e sem estacas. O autor constatou em seus resultados que nos diferentes tratamentos os resultados foram comprimentos médios de 78,7cm e 85,4cm, após 748 dias, o que significa um incremento de comprimento respectivo de 4,9 e 2,0, em contrapartida com as médias de propágulos do presente estudo, que variou entre 20,92 e 18, 52 com e sem estacas. Em seu trabalho feito na Barra de Mamanguape (PB) Paludo & Klonowski (1999), utilizaram o plantio direto de propágulos de R. mangle, L. racemosa e A. schaweriana, realizando a comparação entre áreas úmidas e mais secas. Os propágulos de R. mangle obtiveram os maiores valores de altura e diâmetro médio em terrenos molhados, alcançando até 2,5 vezes o tamanho das mudas de terrenos secos e apresentando raízes escoras mais cedo. Para as demais espécies de L. racemosa e A. schaweriana, o maior desenvolvimento ocorreu nos terrenos secos. 6 – Conclusão Os resultados demonstraram que o percentual e a média de sobrevivência das mudas de R. mangle nos diferentes métodos foram superiores no período chuvoso, contrastando todavia com a alta taxa de mortalidade das mudas no final do período seco; Para a variável altura, os dados indicaram que as maiores médias de crescimento foram registradas no período seco, apesar do alto índice de mortalidade; A utilização de fixadores artificiais e os propágulos pré-enraizados não favoreceram a sobrevivência das mudas de R. mangle. 24 Referências bibliográficas ABREU, Maria Milena de Oliveira et al. Análise de composição florística e estrutura de um fragmento de bosque de terra firme e de um manguezal vizinhos na península de Ajuruteua, Bragança, Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi Ciências Naturais, v. 1, n. 3, p. 27–34, 2006. ALBUQUERQUE, Emília Z. et al. 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