D’Alessandro GS et al. RELATO DE CASO Combinação dos acessos transconjuntival e transantral endoscópico para o tratamento de fraturas do assoalho da órbita Combination of transconjunctival and transantral endoscopic approach in the repair of orbital floor fractures Gabriel Salum D’Alessandro1, Geraldo Magela2, Nivaldo Alonso3 RESUMO SUMMARY As fraturas do esqueleto facial estão comumente associadas ao indivíduo politraumatizado e a órbita é uma região frequentemente acometida. O tratamento cirúrgico para as fraturas do tipo “blowout” do assoalho de órbita tem sido muito estudado. Estudos têm mostrado menores taxas de complicações e melhores resultados estéticos no acesso transconjuntival. Contudo, ele apresenta dificuldade técnica na visualização da região posterior do assoalho da órbita e na redução completa do conteúdo orbitário herniado. Na tentativa de solucionar estas limitações, muitos autores advogam a utilização do endoscópio via transantral. Este estudo teve como objetivo a análise retrospectiva dos pacientes submetidos à correção cirúrgica das fraturas do assoalho da órbita, no Serviço de Cirurgia Craniomaxilofacial do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos, por meio da associação do acesso transconjuntival e o transantral com visualização endoscópica. Nos pacientes estudados, o tratamento foi eficaz na restituição do volume orbitário, não ocorrendo complicações significativas. Contudo, um maior número de casos é necessário para que conclusões mais precisas sejam formuladas. The maxillofacial traumas are commonly associated with politrauma and the orbital fractures are frequently affected. The surgical treatment to the orbital floor blowout fractures have been studied. Studies have shown less complications and better aesthetic results with the transconjunctival approach. However, this approach has some difficulty in seeing clearly the posterior edge of fracture and in the reduction of the orbital contents. In the attempt to solve this limitations many authors advocate the combination of the transantral approach with endoscopic vision. The purpose of this study was a retrospective analysis of the patients who underwent surgical repair of orbital floor fractures, in the Serviço de Cirurgia Craniomaxilofacial do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos, with an association of transconjunctival approach and the visualization with endoscope in the transantral approach. In the patients studied, the treatment was efficient to restitute the orbital volume, without the occurrence of significant complications. However, a bigger number of cases are necessary to have better conclusions. Descritores: Órbita/lesões. Órbita/cirurgia. Fraturas orbitárias/cirurgia. Descriptors: Orbit/injuries. Orbit/surgery. Orbital Fractures/surgery. 1.Residente de Cirurgia Plástica da Universidade de Santo Amaro. 2.Cirurgião Plástico; Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica; Medico do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos. 3.Diretor do Serviço de Cirurgia Craniomaxilofacial do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos; Professor Livre Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Correspondência: Gabriel Salum D’Alessandro Rua Domingos Oswaldo Batáglia, 67 – Mirandópolis – São Paulo, SP, Brasil – CEP 04051-090 E-mail: [email protected] Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2009; 12(2): 78-84 78 Acessos transconjuntival e transantral endoscópico para o tratamento de fraturas do assoalho da órbita INTRODUÇÃO Figura 1 - Antrostomia com introdução do endoscópio. As fraturas da órbita estão frequentemente presentes no indivíduo politraumatizado. O assoalho orbitário é a região mais acometida, seguido pelas paredes medial, lateral e o teto1. Geralmente apenas uma parede é lesada, mas, em traumatismos com maior energia, outras paredes e a margem da órbita podem ser acometidas2. Em 1957, Smith e Regan3 conceituaram as fraturas do tipo “blowout” da órbita. Estas são causadas pelo aumento da pressão hidráulica na região, acarretando lesão das porções mais finas da órbita. No mesmo ano, Smith e Converse4 descreveram as fraturas orbitárias do tipo “blowout” puras como sendo aquelas que lesam a parede da órbita, sem comprometer sua margem. O tratamento das fraturas do assoalho orbitário apresenta aspectos discutíveis, como melhor momento para indicação do tratamento cirúrgico ou conservador, via de acesso mais apropriada e material mais adequado para reparação da parede. No presente artigo, pretendemos discutir a via de acesso mais apropriada, pela pálpebra inferior de maneira transcutânea ou transconjuntival. Estudos mostram que o acesso transcutâneo apresenta maior incidência de complicações como ectrópio, esclera aparente e retração palpebral, além de deixar cicatriz visível5. O acesso transconjuntival foi primeiramente descrito por Bourget, em 1624; Tessier6, em 1973, foi o primeiro a utilizar este acesso visando à exposição do assoalho da órbita e maxila para trauma e doenças congênitas. Converse et al.7, em 1973, e Lorenz et al.8, em 1999, defenderam largamente o seu uso para o reparo de fraturas da órbita. Os dois acessos apresentam dificuldades na exploração da fratura, principalmente em sua porção posterior. A partir daí, diversos autores começaram a associar o endoscópio por via transantral para visualização mais acurada de todas as margens da fratura, diagnóstico preciso das suas dimensões, auxílio na redução do conteúdo herniado e colocação do implante para reconstrução do assoalho da órbita9-11. Este trabalho tem como objetivo fazer uma análise retrospectiva dos pacientes portadores de fraturas do assoalho da órbita tratados por meio da associação dos acessos transconjuntival e transantral endoscópico pela equipe de Cirurgia Craniomaxilofacial do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos. Figura 2 - Incisão transconjuntival com exposição da margem e assoalho orbitário. A B cantotomia lateral em um dos casos para melhor exposição da mesma. Redução da fratura e do conteúdo herniado através do acesso transconjuntival com o auxílio da visão endoscópica. Colocação de enxerto ósseo, cartilaginoso e/ou material aloplástico através da incisão transconjuntival certificando-se, através da visão endoscópica, que ele encontrava-se apoiado nas margens fixas do osso, principalmente em seu aspecto posterior. Fechamento da antrostomia com recolocação e fixação do fragmento ósseo retirado. Síntese da incisão conjuntival com fio absorvível. Realizado antibioticoprofilaxia com cefalosporina de 2a geração em todos os casos. Foram analisados retrospectivamente dois casos de fratura do assoalho de órbita tratados por meio da combinação dos acessos transconjuntival e transantral endoscópico. Os critérios RELATO DOS CASOS Procedimento Cirúrgico Paciente posicionado em decúbito dorsal horizontal, submetido a anestesia geral e com o pescoço discretamente estendido para facilitar a exploração endoscópica. Infiltração com solução de lidocaína 0,25% e adrenalina 1:80.0000. Realização de incisão transoral para exposição do seio maxilar, com posterior confecção de antrostomia medindo 2 cm2. Introdução de endoscópio de 30o e 5 mm com visualização do nervo infra-orbitário, definição das dimensões da fratura e de suas margens (Figura 1). Eversão da pálpebra inferior e incisão da conjuntiva 2 mm abaixo do tarso (Figura 2). Dissecção pré-septal afastando o músculo orbicular do septo palpebral. Incisão do periósteo na margem inferior da órbita com dissecção do assoalho, paredes lateral e medial para visualização da fratura. Realização de Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2009; 12(2): 78-84 79 D’Alessandro GS et al. para indicação cirúrgica do estudo foram baseados na presença de enoftalmo clínico, nas dimensões e aspecto posterior da fratura visualizados na tomografia computadorizada. Paciente 2: KCPV, sexo feminino, 24 anos, apresentou fratura da órbita direita associada a fratura nasal cominutiva devido a acidente automobilístico. Admitida sem enoftalmo clínico, diplopia ou outras alterações visuais (Figura 11). Exame neurológico inalterado, movimentação ocular preservada e presença de parestesia no território do nervo infra-orbital. Realizada tomografia computadorizada de face que evidenciou fratura do tipo “blowout” com acometimento de toda a porção póstero-medial do assoalho da órbita direita e herniação de estruturas orbitárias para o seio maxilar ipsilateral (Figuras 12 e 13). A paciente foi submetida a tratamento cirúrgico com redução da fratura e do conteúdo herniado, colocação de placa de titânio no assoalho orbitário e correção da fratura nasal (Figura 14). O procedimento cirúrgico durou 2:45 horas. O paciente recebeu alta hospitalar no 3° dia pós-operatório. Evoluiu com melhora progressiva da parestesia no território do nervo infra-orbital, implantação baixa da pálpebra inferior devido à cantotomia lateral e pequena sinéquia entre conjuntiva palpebral inferior e bulbar. Realizou tomografia computadorizada no 10º mês de seguimento, que mostrou boa redução da fratura, bom posicionamento da placa e sem enoftalmo residual (Figuras 15 a 18). Pacientes Paciente 1: BNSS, 22 anos, sexo masculino, apresentou fratura da órbita esquerda devido a queda de bicicleta. Admitido com enoftalmo clínico, movimentação ocular preservada e sem diplopia ou outras alterações visuais (Figuras 3 e 4). Alterações neurológicas ausentes e sem parestesia no trajeto do nervo infra-orbital. Realizada tomografia computadorizada de face que evidenciou fratura do tipo “blowout” com acometimento de toda a porção póstero-medial do assoalho da órbita esquerda e herniação de estruturas orbitárias para o seio maxilar ipsilateral (Figuras 5 e 6). Realizados redução da fratura e reparo do assoalho orbital com enxerto de cartilagem auricular. Foi necessário tamponamento do seio maxilar esquerdo com dreno de Penrose para estabilização do assoalho. O procedimento cirúrgico durou 3 horas. Recebeu alta hospitalar no 5° dia de pós-operatório. Evoluiu com retirada do dreno no 18o dia pós-operatório. Tomografia computadorizada realizada no 9º mês de seguimento mostrou-se sem enoftalmo residual, boa redução do assoalho orbitário e com velamento do seio maxilar esquerdo (Figuras 7 a 10). Figura 3 - Pré-operatório mostrando o enoftalmo e pós-operatório com a correção deste, respectivamente. Figura 4 - Pré-operatório mostrando o enoftalmo e pós-operatório com a correção deste, respectivamente. Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2009; 12(2): 78-84 80 Acessos transconjuntival e transantral endoscópico para o tratamento de fraturas do assoalho da órbita Figura 5 - Incisão coronal de tomografia computadorizada mostrando a fratura do assoalho orbitário esquerdo com herniação de estruturas para o seio maxilar ipsilateral. Figura 6 - Incisão sagital de tomografia computadorizada mostrando a fratura do assoalho orbitário com herniação de estruturas para o seio maxilar ipsilateral. Figura 7 - Tomografia computadorizada do pós-operatório imediato mostrando tamponamento do seio maxilar esquerdo com dreno de Penrose. Figura 8 - Tomografia computadorizada coronal do 9º mês pós-operatório mostrando boa redução da fratura e sinusite maxilar à esquerda. Figura 9 - Tomografia computadorizada sagital do 9º mês pós-operatório mostrando boa redução da fratura e sinusite maxilar. Figura 10 - Tomografia computadorizada axial do 9º mês pós-operatório mostrando ausência de enoftalmo residual. Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2009; 12(2): 78-84 81 D’Alessandro GS et al. Seguimento pós-operatório Os casos estudados tiveram tempo médio de acompanhamento pós-operatório de 9,5 meses, chamando a atenção para a baixa incidência de sintomatologia relacionada ao deslocamento das estruturas intra-orbitárias. Não foi evidenciada alteração da movimentação ocular e nem diplopia no pré e pós-operatório destes casos. O paciente 1 apresentou enoftalmo clínico no pré-operatório e o paciente 2, parestesia no território do nervo infra-orbital direito, esta evoluindo com melhora progressiva nos meses de seguimento. No paciente 1, a cartilagem auricular foi utilizada para o reparo da fratura após a tentativa de colocação de enxerto rígido, na qual ocorreu anisocoria. Assim, foi escolhido um material com maior elasticidade para melhor acomodação do conteúdo orbitário. Entretanto, houve a necessidade de utilizar um dreno de Penrose no seio maxilar ipsilateral, para conferir maior estabilidade e prevenir o enoftalmo residual. Este paciente evoluiu com quadro de sinusite crônica no seguimento, em decorrência do uso deste dreno por quase 3 semanas. As complicações mais comuns do acesso transconjuntival, ectrópio, retração palpebral e esclera aparente, não foram evidenciadas nos pacientes estudados. Contudo, o paciente 2 apresentou pequena sinéquia entre a conjuntiva palpebral inferior e bulbar, e discreta distopia da pálpebra inferior devido à cantotomia lateral realizada. Após os meses de seguimento, ambos os pacientes não apresentavam enoftalmia, diplopia, alteração da movimentação ocular e afirmavam estarem satisfeitos com o resultado do tratamento realizado. Figuras 11 - Pré-operatório mostrando ausência de enoftalmo clínico e fratura nasal. Figura 12 - Incisão sagital de tomografia computadorizada mostrando a fratura do assoalho orbitário com herniação de estruturas para o seio maxilar ipsilateral. Figura 13 - Incisão coronal de tomografia computadorizada mostrando a fratura do assoalho orbitário direito com herniação de estruturas para o seio maxilar ipsilateral. Figura 14 - Pós-operatório com a correção da fratura nasal e discreta implantação baixa da pálpebra inferior. DISCUSSÃO O princípio que rege a reconstrução do assoalho orbitário consiste na obtenção de um volume orbitário o mais próximo do original, evitando assim a enoftalmia residual1. As técnicas utilizadas no tratamento cirúrgico do assoalho da órbita evoluíram bastante. Na década de 1960, os acessos Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2009; 12(2): 78-84 82 Acessos transconjuntival e transantral endoscópico para o tratamento de fraturas do assoalho da órbita Figura 15 - Tomografia computadorizada coronal do 10º mês pós-operatório mostrando boa redução da fratura e placa de titânio bem localizada. Figura 16 - Tomografia computadorizada sagital do 10º mês pós-operatório mostrando boa redução da fratura e placa de titânio bem localizada. Figura 17 - Tomografia computadorizada axial do 9º mês pós-operatório mostrando ausência de enoftalmo residual. Figura 18 - Reconstrução tridimensional de tomografia computadorizada mostrando a placa de titânio reconstruindo o assoalho da órbita. realizados eram o transcutâneo e o de Caldwell-Luc, com incisão sublabial e com redução às cegas. Atualmente, os acessos subciliar e o transconjuntival são os mais utilizados. Os dois acessos expõem de maneira limitada o assoalho da órbita. O acesso subciliar apresenta menor dificuldade técnica, mas está relacionado a maior índice de complicações, como ectrópio e retração palpebral, além de promover cicatriz aparente. Já o acesso transconjuntival apresenta menor índice de complicações, não deixa cicatriz aparente, mas apresenta maior dificuldade técnica. Estudos de Appling et al.12 e Wray et al.13 mostram 12% e 42% de ectrópio no acesso subciliar, respectivamente. Em contrapartida, os estudos de Mullins et al.5 e Lorenz et al.8 apontam 0,2% e 6,7%, respectivamente, desta complicação no acesso transconjuntival. A associação da cantotomia lateral aumenta a incidência de ectrópio. Ela foi descrita primeiramente por McCord e Moses 14, em 1979, e geralmente é realizada para ampliar o alcance à região posterior da fratura, evitando-se assim a tração excessiva da pálpebra inferior e diminuindo o risco de laceração medial desta junto ao ligamento cantal. Nos casos estudados não foi evidenciado ectrópio. Contudo, em um caso houve pequena sinéquia entre conjuntiva palpebral inferior e bulbar, além de discreta distopia da pálpebra inferior em decorrência da cantotomia lateral realizada. A paciente não tem queixas relacionadas a estas complicações. Neste caso, a cicatriz cutânea da cantotomia lateral ficou praticamente inaparente. Ao se optar pela realização do acesso transconjuntival por suas vantagens, depara-se com dificuldades na exposição do assoalho orbitário, visualização da margem posterior da fratura e redução completa do conteúdo orbitário herniado para o seio maxilar. Para reduzir estes tipos de dificuldades, alguns autores advogam o uso do endoscópio transantral. Walter et al.15, em 1972, descreveram o acesso transmaxilar para o assoalho da órbita, visualizando a fratura com uma luz Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2009; 12(2): 78-84 83 D’Alessandro GS et al. frontal. Entretanto, reparou-a às cegas, tamponando o seio maxilar com gaze para manter a redução. Saunders et al.10, em 1997, foi o primeiro autor utilizar a visão endoscópica para exploração do assoalho da órbita via seio maxilar. Através desta é possível uma determinação precisa do tamanho e localização da fratura, redução eficaz do conteúdo periorbitário herniado para o seio maxilar e determinação exata da margem posterior da mesma para a fixação acurada do reparo, seja ele de material aloplástico ou autólogo. No presente estudo foram utilizados ambos os materiais e estes foram colocados através do acesso transconjuntival. Além das vantagens já citadas, o reparo do assoalho da órbita assistido endoscopicamente pelo acesso transantral apresenta um aumento da iluminação do campo operatório, visualização da cirurgia por diversos membros da equipe e determinação precisa da dimensão da fratura que muitas vezes não é conseguido com a tomografia computadorizada. Embora esta tenha se tornado cada vez mais precisa, muitas vezes não é suficiente para quantificar o tamanho da fratura como mostrado nos trabalhos de Manson et al.16,17 e Saunders et al.10. Alguns autores ainda revelam que 40% a 65% dos pacientes são submetidos a exploração não terapêutica do assoalho da órbita com base na tomografia computadorizada18,19. Como desvantagens tem-se que o reparo do assoalho da órbita assistido endoscopicamente apresenta maior custo, dificuldades na percepção de profundidade e maior tempo operatório, mesmo em mãos experientes. Nos dois casos estudados, o acesso transantral endoscópico mostrou ser eficaz na visualização precisa das dimensões da fratura, limpeza do seio maxilar, redução do conteúdo herniado e visualização principalmente da porção posterior da fratura para estabilização do reparo. Nenhum paciente apresentou enoftalmia nos meses de seguimento, tendo sido alcançado o principal objetivo da cirurgia, que consiste na restauração do volume orbitário. No caso em que foi utilizada cartilagem auricular para o reparo da fratura, o problema encontrado para estabilização do assoalho foi relacionado à escolha do material e não decorrente de dificuldade dos acessos. Foi necessária colocação de dreno de Penrose para manter a redução e a estabilização da fratura, constituindo uma conduta de exceção. Este foi retirado no 18º dia pós-operatório e o paciente evoluiu com sinusite crônica do seio ipsilateral. Nos dois casos estudados, as complicações não afetaram significativamente o resultado da cirurgia e nem a satisfação dos pacientes. O reduzido número de casos não nos permite fazer uma análise comparativa com os resultados presentes na literatura utilizando estes mesmos recursos. Entretanto, permite estabelecermos uma tendência. permite determinação precisa da dimensão da fratura, evitando cirurgias desnecessárias, auxílio na redução do conteúdo herniado para o seio maxilar e, principalmente, visualização da margem posterior da fratura. Este tipo de abordagem é mais elaborado, demanda maior tempo cirúrgico e apresenta maior custo quando comparado às técnicas convencionais. Além disso, seu papel dentro da cirurgia craniofacial necessita de melhores definições, principalmente com relação às suas indicações. REFERÊNCIAS 1.Manolidis S, Weeks BH, Kirby M, Scarlett M, Hollier L. Classification and surgical management of orbital fractures: experience with 111 orbital reconstructions. 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