A IMPORTÂNCIA DAS ESPÉCIES BANDEIRA PARA AS ÁREAS

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ICTR 2004 – CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM RESÍDUOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Costão do Santinho – Florianópolis – Santa Catarina
A IMPORTÂNCIA DAS ESPÉCIES BANDEIRA PARA AS ÁREAS NATURAIS PROTEGIDAS INSTITUTO FLORESTAL DE SÃO PAULO
Francisco Corrêa Serio
João Roberto Cilento Winther
Marcos da Silva Nof fs
Regina Maria Lopes
PRÓXIMA
Realização:
ICTR – Instituto de Ciência e Tecnologia em Resíduos e Desenvolvimento Sustentável
NISAM - USP – Núcleo de Informações em Saúde Ambiental da USP
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A IMPORTÂNCIA DAS ESPÉCIES BANDEIRA PARA AS
ÁREAS NATURAIS PROTEGIDAS - INSTITUTO FLORESTAL
DE SÃO PAULO
Francisco Corrêa Serio
João Roberto Cilento Winther 2
Marcos da Silva Noffs 3
Regina Maria Lopes 4
Resumo
O Instituto Florestal de São Paulo administra 50 unidades de conservação do grupo
de proteção integral, abrangendo área de 807.258,17 hectares, em 87 municípios,
com população de 19.257.145 habitantes e 5.828.493 estudantes de primeiro e
segundo graus, pré-escola e ensino suplementar de alfabetização de adultos. Em
vários deles o perímetro urbano encosta na área protegida - São Paulo, Franco da
Rocha, Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião, Mongaguá, Porto Ferreira, Ribeirão
Preto, Pedregulho, Águas da Prata. Nestes 10 municípios e nos demais 77 persiste
na população a noção de que área natural protegida é área de mato com alguma
importância para passeios de finais de semana. O ecossistema protegido passa ao
largo, sendo na maioria das vezes incompreendido. A adoção de espécies bandeira,
com um certo apelo estético e que atraia a atenção do público, como símbolo local
ou regional da conservação da natureza pode começar a contribuir para que o
cidadão comum consiga compreender o vínculo entre o animal ou vegetal símbolo e
o ecossistema do qual ele depende para viver e se reproduzir e, indiretamente,
compreender a existência de outras espécies, da fauna e da flora, protegidas no
mesmo ambiente. Levantaram-se os ecossistemas protegidos pelas unidades de
conservação, vinculando a cada ecossistema as espécies da flora e da fauna. A
adoção da espécie animal ou vegetal como espécie bandeira considerou o apelo
estético, a facilidade de observação e o grau de vulnerabilidade do ecossistema
onde a espécie vive. São apresentadas as espécies bandeira em 10 unidades de
conservação.
Palavras-chave
1. Ecologia. 2. Conservação – Unidades de. 3. Flora. 4. Fauna.
Engenheiro Florestal – Pesquisador Científico – Assistência Técnica de Programação –
Florestal – Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo.
2
Advogado – Assessor Executivo – Assistência Técnica de Programação –
Florestal/CETESB – Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo.
3
Engenheiro Agrônomo – Pesquisador Científico – Assistência Técnica de Programação –
Florestal – Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo.
4
Psicóloga – Assessora Executiva – Assistência Técnica de Programação –
Florestal/CETESB – Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo.
Instituto
Instituto
Instituto
Instituto
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Introdução
“Hotspots” são definidas como as regiões biologicamente mais ricas e ameaçadas
do planeta. Em território brasileiro podem ser encontrados dois “Hotspots”
importantes, a Mata Atlântica e o Cerrado. No Estado de São Paulo, o Instituto
Florestal protege áreas representativas desses biomas. A utilização de espécies
bandeira pode ser uma importante estratégia para discutir, junto ao público
envolvido, as inter-relações existentes entre as espécies, seus ambientes e o ser
humano. Espécies bandeira simbolizam a região e são utilizadas em campanhas de
conscientização para a proteção de ecossistemas. Entre elas, algumas espécies de
primatas endêmicos, como dois micos-leões (gênero Leontopithecus) e o muriqui
(gênero Brachyteles), têm ajudado a popularizar essa floresta no Brasil e no
mundo. O muriqui, por exemplo, é o maior macaco das Américas, endêmico da mata
atlântica. Outras espécies, como o papagaio-de-cara-roxa Amazona brasiliensis
(Linnaeus,1766). lobo-guará Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815) e o tamanduábandeira Myrmecophaga tridactyla Linnaeus, 1758, merecem o mesmo
tratamento. A questão deve evoluir também no reino vegetal, o pinheiro-brasileiro
Araucaria angustifolia (Bert.) Kuntze, por exemplo, é um legítimo representante de
um ecossistema ameaçado, particularmente brasileiro e intimamente ligado à nossa
história. Nas unidades de conservação do Instituto Florestal estão os principais
remanescentes de mata atlântica somando 790.300,42 ha. O que não acontece com
o cerrado, onde só 16.957,75 ha são unidades de conservação.
Material e métodos
Material
Foram avaliadas 50 unidades de conservação de proteção integral do Estado de
São Paulo sob a guarda do Instituto Florestal.
Com base na experiência de mais de 20 anos dos autores na instituição florestal,
foram caracterizadas espécies que podem ser consideradas bandeiras para
determinadas unidades de conservação.
O Instituto Florestal, órgão da Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo,
tem sob sua guarda área de 807.258,17 hectares, distribuídas qualitativamente e
quantitativamente conforme Tabela 01 e geograficamente conforme a Figura 01.
Tabela 01 – Distribuição qualitativa e quantitativa das unidades de conservação
de proteção integral sob a guarda do Instituto Florestal.
Grupo de Unidade de
Conservação de Proteção
Integral
Estações Ecológicas - E.Ec.
Parques Ecológicos - P.Ec.
Parques Estaduais - P.E.
Reservas Estaduais - R.E.
TOTAL
Número de
Unidades de
Conservação
22
02
24
02
50
Área Total das
Número de
Unidades de
Municípios
Conservação (ha) Abrangidos
27
108.520,71
02
458,03
60
697.294,06
02
985,37
*87
807.258,17
* Alguns Municípios abrangem mais de uma unidade de conservação.
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Um sistema aparentemente uniforme na proteção do cerrado e da mata atlântica é
detalhado por ecorregiões ocorrentes no Estado de São Paulo nas Tabelas 02 a 08.
Foram elaboradas as listagens de fauna ocorrentes nas unidades de conservação e
consultadas as listagens de fauna (Instrução Normativa nº 03 de 27 de maio de
2003) e de flora (Portaria nº 37-N de 03 de abril de 1992) ameaçadas de extinção no
Estado de São Paulo.
Tabela 02 – Marinho.
P.E. Marinho da Laje de Santos
Total (ha)
5.000,00
5.000,00
Tabela 03 - Litorâneo com Mata Atlântica costeira.
E.Ec. Juréia-Itatins
P.E. Ilha Anchieta
P.E. Ilha do Cardoso
P.E. Ilhabela
P.E. Serra do Mar
P.E. Xixová-Japuí
Total (ha)
79.270,01
1.000,00
22.500,00
27.025,00
314.259,87
901,00
444.955,88
Tabela 04 - Mata Atlântica costeira.
E.Ec. Bananal
E.Ec. Chauás
E.Ec. Itapeti
E.Ec. Valinhos
E.Ec. Xitué
P.E. A.R.A
P.E. Alberto Löfgren
P.E. Campina do Encantado
P.E. Campos do Jordão
P.E. Cantareira
P.E. Carlos Botelho
P.E. Jacupiranga
P.E. Jaraguá
P.E. Jurupará
P.E. Mananciais de Campos do Jordão
P.E. Turístico do Alto Ribeira – PETAR
P.Ec. Guarapiranga
P.Ec. Várzea do Embu-Guaçu
Total (ha)
884,00
2.699,60
89,47
16,94
3.095,17
64,30
174,00
2.359,50
8.385,89
7.900,00
37.644,36
150.000,00
492,68
26.250,47
502,96
35.884,28
330,00
128,03
276.901,65
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Figura 01 – Localização das unidades de conservação do Estado de São Paulo gerenciadas pelo
Instituto Florestal.
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Tabela 05 - Mata Atlântica do interior.
E.Ec. Bauru
E.Ec. Caetetus
E.Ec. Ibicatu
E.Ec. Itaberá
E.Ec. Paranapanema
E.Ec. Paulo de Faria
E.Ec. Ribeirão Preto
E.Ec. São Carlos
P.E. Aguapeí
P.E. Morro do Diabo
P.E. Porto Ferreira
P.E. Rio do Peixe
R.E. Águas da Prata
R.E. Lagoa São Paulo
Total (ha)
287,98
2.178,84
76,40
180,00
635,20
435,73
154,16
75,26
9.043,97
33.845,33
611,55
7.720,00
48,40
936,97
56.229,79
Tabela 06 - Cerrado com Mata Atlântica costeira.
P.E. Juquery
Total (ha)
1.927,70
1.927,70
Tabela 07 - Cerrado com Mata Atlântica do interior.
E.Ec. Angatuba
E.Ec. Jataí
E.Ec. Mogi-Guaçu
E.Ec. Santa Maria
P.E. Furnas do Bom Jesus
P.E. Vassununga
Total (ha)
1.394,15
9.074,63
980,71
113,05
2.069,06
1.732,14
15.363,74
Total (ha)
1.760,64
106,77
2.300,00
2.712,00
6.879,41
Tabela 08 – Cerrado.
E.Ec. Assis
E.Ec. Itapeva
E.Ec. Itirapina
E.Ec. Santa Bárbara
Método
Foram correlacionadas as listagens de ocorrência de espécies animais e vegetais
das unidades de conservação com as listagens de ecorregiões, com a finalidade de
serem selecionadas as espécies existentes por ecorregião.
Foi elaborada listagem das espécies com apelo estético, por ecorregião, e
correlacionada com o grau de vulnerabilidade do ecossistema onde a espécie vive.
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Para cada ecossistema foi eleita uma espécie vegetal e, sempre que possível, a
espécie vegetal escolhida foi correlacionada com o hábito da espécie animal eleita,
vinculando alimentação ou nidificação, no caso de aves. Espécies vegetais foram
selecionadas também, pela singularidade do ecossistema na região do Estado de
São Paulo
Resultados
Estação Ecológica de Itapeti
Criada pelo Decreto Estadual N.º 26.890, de 12 de março de
1987, transformando a área anteriormente reservada objeto do
Decreto n.º 3.688 de 5 de março de 1924 ao abastecimento de
água ao Leprosário Santo Ângelo em Mogi das Cruzes, Região
Administrativa Metropolitana. Embora sua área seja
relativamente pequena, 89,47 hectares, circunscreve a bacia
hidrográfica do ribeirão Cachoeirinha, sendo território de vida do
sagui-da-serra-escuro Callithrix aurita (E. Geoffroy, 1812), uma
das espécies de primatas mais raras do mundo.
Estação Ecológica de Paulo Faria
Criada pelo Decreto Estadual N.º 17.724, de 23 de
setembro de 1981, possui área de 435,73 hectares,
localizando-se no Município de Paulo de Faria, Região
Administrativa de São José do Rio Preto. Isolada ao
norte do Estado, às margens do rio Grande, foi a
princípio reservada para reassentamento de animais
tendo em vista a construção do Reservatório
Hidrelétrico de Água Vermelha. É uma das poucas
unidades de conservação em latossolo-roxo, bem
como
um
dos
remanescentes
da
aroeira
Myracrodruon urundeuva, ressalte-se ainda a
ocorrência cedro-do-brejo Cedrela odorata L.,
relativamente raro no Estado. Quanto à fauna, suas características ecológicas e
origem como área para reassentamento de animais, resultaram atributos peculiares.
Estação Ecológica de Santa Bárbara
Criada pelo Decreto Estadual Nº 22.337, de 7 de
junho de 1984, com área de 2.712,00 ha, em
terras do domínio do Estado situadas na Floresta
Estadual de Santa Bárbara do Rio Pardo,
Municípios de Águas de Santa Bárbara e Iaras,
Região
Administrativa
de
Sorocaba.
Desmembrada da Floresta Estadual de Águas de
Santa Bárbara, a unidade caracteriza-se por
relevo de colinas amplas, com altitudes entre 600
e 680 metros, drenada por 3 ribeirões Capão
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Rico, da Capivara e Capivari. Cerrado com diferentes fisionomias. O lobo-guará,
Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815), é um dos destaques da fauna existente na
unidade de conservação, espécie relacionada no “Red Data Book”.
Estação Ecológica dos Chauás
A Estação Ecológica dos Chauás, com 2.699,60 hectares, foi
criada pelo Decreto Estadual N.º 26.719, de 06 de fevereiro de
1987, em terras devolutas do Estado, no Município de Iguape,
Região Administrativa de Registro. É constituída por extensas
planícies sedimentar flúvio-lacustre-marinho de idade
quaternária, as quais se mantém inundáveis durante grande
parte do ano. Apresenta alta densidade de caixeta Tabebuia
cassinoides DC., que foi intensamente explorada para
confecção de lápis. É área de ocorrência do Amazona
brasiliensis (Linnaeus,1766), papagaio-da-cara-roxa ou
chauá, razão do nome da unidade de conservação
Parque Estadual Carlos Botelho
Criado pelo Decreto Estadual N.º 19.499, de 10 de
setembro de 1982, abrangendo as Reservas Florestais
denominadas Carlos Botelho, Capão Bonito, Travessão
e Sete Barras, nos Municípios de São Miguel Arcanjo,
Capão Bonito, Tapiraí, da Região Administrativa de
Sorocaba e Sete Barras da Região Administrativa de
Registro, totalizando 37.644,36 hectares. Um de seus
principais objetivos é proteger o muriqui ou monocarvoeiro Brachyteles arachnoides (E. Geoffroy,
1806). A espécie está seriamente ameaçada de
extinção, classificada como em alto risco pela IUCN
(1978), e USDI (1980) - apêndice 1 das CITES. Atualmente sua maior população
conhecida concentra-se no Parque Estadual de Carlos Botelho
Parque Estadual da Vassununga
Criado pelo Decreto Estadual N.º 52.546, de 26 de
outubro de 1970, localiza-se no Município de Santa
Rita do Passa Quatro, Região Administrativa Central.
Sua área de 1.732,14 hectares é constituída de glebas
descontínuas, assim discriminadas capão da Várzea,
Capetinga Leste, Capetinga Oeste, Praxedes,
Maravilha e Pé de Gigante. Essa última é a maior
delas e a única com vegetação de cerrado,
estendendo-se à esquerda da SP-330, dos quilômetros 255 a 258, enquanto seu
nome deriva de uma depressão existente em seu interior em forma de um grande
pé. Representa um dos últimos remanescentes de floresta em latossolo roxo, no
Estado e foi criado com a justificativa de se "preservar as maiores e mais belas
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florestas de jequitibás-vermelhos ainda existentes”, Cariniana legalis (Mart.)
Kuntze, cuja idade de exemplar existente na Gleba Capetinga Oeste é estimada em
mais de 3.000 anos.
Parque Estadual de Campos do Jordão
É um dos primeiros parques estaduais do Brasil, criado
pelo Decreto-Lei Estadual N.º 11.908, de 27 de março de
1941, possuindo área de 8.385,89 hectares. Situado no
Município de Campos do Jordão, Região Administrativa de
São José dos Campos, é uma das mais importantes
unidades de conservação que protege o pinheiro-brasileiro
Araucaria angustifolia (Bert.) Kuntze. Particularidade,
que associada à ocorrência de floresta nebular e campos
de altitude, conferem representatividade singular da
ecorregião Mata Atlântica. Conseqüentemente abriga
fauna rica e variada, mas é o serelepe Sciurus ingrami,
que mais chama a atenção do visitante pelo seu espírito
dócil e confiante na presença humana. A presença do pinheiro-brasileiro é marcante
na paisagem e nos costumes locais.
Parque Estadual de Jacupiranga
Criado pelo Decreto-Lei Estadual N.º 145, de 08 de
agosto de 1969, possui 150.000 hectares, sendo o
segundo maior parque do Estado. Abrange terras do
Município de Iporanga da Região Administrativa de
Sorocaba e os Municípios Jacupiranga, Barra do Turvo,
Cananéia, Eldorado Paulista, Cajati, da Região
Administrativa de Registro. É área da ecorregião Mata
Atlântica, constituindo o elo do “continuum” ecológico
formado por Unidades de Conservação da região
costeira com as do interior, integrantes da Zona Núcleo
da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Entre as várias espécies ocorrentes em
área tão significativa, destaca-se o papagaio-de-peito-roxo Amazona vinacea
(Kuhl,1820).
Parque Estadual do Morro do Diabo
Criado em 04 de junho de 1986, pelo Decreto Estadual
N.º 25.342, o qual transformou a então Reserva
Estadual do Morro do Diabo, criada em 1941, pelo
Decreto Estadual N° 12.279. Com 33.845,33 hectares,
situa-se no Município de Teodoro Sampaio, Região
Administrativa de Presidente Prudente, ao Sudoeste do
Estado de São Paulo Ali é encontrado o mico-leão-preto
Leontopithecus chrysopygus (Mikan, 1823). É um
primata endêmico da Mata Atlântica do Interior,
ocorrente no oeste do Estado. Suas populações
conhecidas estão confinadas a sete fragmentos florestais privados e duas unidades
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de conservação do Instituto Florestal – Estação Ecológica de Caetetus e Parque
Estadual do Morro do Diabo, sem conexão umas com as outras. O Parque Estadual
do Morro do Diabo possui a maior população geneticamente viável, sem dúvida, é a
espécie da fauna que mais caracteriza a unidade de conservação, inclusive inserida
no seu logotipo.
Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira - PETAR
Criado pelo Decreto Estadual N.º 32.283, de 19 de
maio de 1958, possui 35.884,28 hectares, abrangendo
terras dos Municípios de Apiaí e Iporanga na Região
Administrativa de Sorocaba. É área da ecorregião Mata
Atlântica, com a particularidade de apresentar
drenagem cárstica, constituindo uma das maiores
concentrações de cavernas do Brasil. Afora estas
notáveis particularidades, registra-se ocorrência de
espécies endêmicas como bagre-cego-de-Iporanga Pimelodella kronei (Ribeiro,
1907).
Discussão
As espécies eleitas como espécie bandeira não devem ser ferramentas restritas
para o manejo da unidade de conservação. São eleitas como símbolo de um
ecossistema que deve ser melhor conhecido para ser melhor protegido.
A eleição de espécies bandeira necessita da complementação dos trabalhos de
extensão junto às escolas públicas e privadas, dos municípios que contêm unidades
de conservação. No caso do Estado de São Paulo, as 50 Unidades de Conservação
abrangem 87 municípios, com população de 19.257.145 habitantes e de 5.828.493
de alunos de primeiro e segundo graus, pré-escola e ensino suplementar de
alfabetização de adultos, ou seja, cerca de 1/4 da população total, apresentando
potencial muito grande para a educação ambiental efetiva.
Os animais e vegetais eleitos que podem ser avistados sem muita dificuldade,
respeitados os hábitos de vida, possibilitando maior oportunidade de sucesso nas
campanhas.
O status de ameaçado de extinção não foi fator preponderante na seleção das
espécies bandeira. Os autores consideraram também a fragilidade e a dimensão dos
ecossistemas remanescentes.
O status de ecossistema remanescente - como é o caso da Estação Ecológica de
Chauás, com floresta alagada pelas inundações do Ribeira de Iguape, comunidades
da árvore guanandi Calophyllum brasiliensis Camb. servem de ninho para o
papagaio chauá e são também encontradas, em pequenas extensões, no Parque
Estadual Campina do Encantado, Parque Estadual da Ilha do Cardoso e Estação
Ecológica de Juréia-Itatins.
Conclusão
A questão do ecossistema protegido e dos animais e vegetais dele dependentes
passa ao largo da compreensão dos visitantes que procuram as unidades de
conservação, principalmente nos fins de semana, em busca de lazer. As ocorrências
policiais continuam registrando desmatamentos, caça e coleta de vegetais em todas
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as ecorregiões - litorâneo / marinho, mata atlântica costeira, mata atlântica do
interior e cerrado. As campanhas voltadas para o meio ambiente não estão
impedindo danos na região das 50 unidades de conservação tratadas neste
trabalho. A região apresenta o maior adensamento populacional e é uma das mais
ricas do país, possuindo recursos para desenvolver campanhas voltadas à proteção
de ecossistemas e suas espécies vinculadas.
Outro aspecto relevante é que essas espécies, como símbolos dos ecossistemas,
podem tornar-se a “marca” da unidade de conservação permitindo o engajamento da
comunidade na luta pela sua efetiva proteção.
Referências bibliográficas
BRASIL. Portaria N.º 37-N de 3 de abril de 1992. Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 1992. Torna pública a Lista
Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção. Disponível em: <
http://www.ibama.gov.br> Acesso em: 13 fev. 2004.
BRASIL. Instrução Normativa N.º 03 de 27 de maio de 2003. Diário Oficial da
União, 2003, p. 88-97, 28 mai. 2003. Reconhece a lista das Espécies da Fauna
Brasileira Ameaçadas de Extinção.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Banco de imagens ambientais.
Disponível em: < http://www.unicamp.br/cco/bia/imagens.htm> Acesso em: 30 mar.
2004.
Abstract
The Forest Institute of Sao Paulo administers 50 natural protected areas in the
groups of integral protection. Covering an area of 807.258,17 hectares, in 87
municipal districts, with a population of 19.257.145 inhabitants and 5.828.493
students of first and second grades, pre-school and supplemental teaching of adults.
In several parts, the urban perimeter borders the hillside of a protected area – São
Paulo, Franco da Rocha, Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião, Mongaguá, Porto
Ferreira, Riberão Preto, Pedregulho, Águas da Prata. In these 10 municipal districts
and on the other 77 left, persists in the population the notion that the protected areas
are brushwood that acquires some importance for walks on the weekends. The
ecosystem is often ignored, being in most cases under appreciated. The adoption of
flagships with some aesthetic appeal and that captures the public’s attention, as a
local or regional symbol of nature conservation might begin to contribute for the
ordinary citizen understanding of the bond between the animal or vegetal symbol and
the ecosystem in which he relies to survive and reproduce. And, as a consequence,
to understand the existence of others species, in fauna and flora, protected in the
same environment. The ecosystem protected by the natural protected areas have
been investigated, bonding to each ecosystem the species of fauna and flora. The
adoption of the animal or vegetal specie as a flagship considered the aesthetic
appeal, the facility of observation and the vulnerability degree of the ecosystem in
which the specie lives. Here are presented the flagship species in 10 natural
protected areas.
Key words: 1. Ecology. 2. Natural Protected Areas. 3. Flora. 4. Fauna.
864
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