Escola Secundária de Manuel Teixeira Gomes - Portimão - 2011/2012 Aluno: Oxana Dimova | e-mail: [email protected]| Nº: 16 Latim A | Curso Científico-Humanístico de Línguas e Humanidades 11.º ano de escolaridade | Turma: N AS GUERRAS PÚNICAS - As Guerras Púnicas – Breve Introdução - As Três Principais Batalhas O termo “Púnico” deriva do nome Punici (ou Poenici, isto é, de ascendência fenícia), que foi dado aos Cartagineses pelos Romanos. As Guerras Púnicas foram uma sucessão de guerras entre Roma e Cartago (cidade-estado fenícia localizada no Norte de África) que perdurou mais de cem anos, entre 264 e 146 a.C. Teve como final a completa destruição de Cartago e a anexação de territórios cartagineses por Roma. As principais causas destas guerras foram a rivalidade dos dois povos pelo domínio do Mar Mediterrâneo, que era, naquela época, um importante meio de comércio, e pela hegemonia económica, política e militar que tanto Cartago como Roma, aspiravam conseguir obter. No século III a.C., Cartago era a principal potência comercial do Ocidente e controlava uma boa parte do comércio e do território do Mediterrâneo. Porém, Roma era apenas uma província de base agrícola, que nos últimos tempos obtivera sucessivas vitórias militares e já chegava a dominar toda a Península Itálica. Assim, a vontade romana em expandir o seu território colidiu com os interesses mercantis Cartagineses, gerando, deste modo, três importantes conflitos. A primeira Guerra Púnica, desenrolou-se entre 264 a.C. e 241 a.C., e sucedeu devido a uma cidade designada de Messina (localizada na Sicília) que pertencia ao reino de Siracusa. Em 288 a.C., os Mamertinos resolveram ocupar esta cidade e, para manter uma relativa paz, criaram laços comerciais tanto com Roma, como com Cartago. Quando o rei Hierão II chegou ao trono de 1 Siracusa, decidiu retomar o controlo sobre Messina. Então, os Mamertinos pediram auxílio aos Romanos e Cartagineses. Tendo chegado primeiro, os Cartagineses reforçaram as defesas de Messina, mas os romanos viram aí uma oportunidade de os expulsar definitivamente da Sicília. Deste modo, os Romanos vão participar em diversas batalhas navais que vão obrigar a Hierão II, a criar uma aliança com Roma. As tropas cartaginesas não conseguirão manter a posse da Sicília. Com a vitória, os Romanos exigiram uma série de indemnizações à Cartago, além de passarem a controlar as ilhas de Córsega, Sardenha e Sicília. Para não perder a sua influência comercial no Mediterrâneo, e para recuperarem financeiramente da derrota, os Cartagineses vão iniciar um movimento de conquista estratégico e que vai gerar, seguidamente, a segunda Guerra Púnica. A segunda Guerra Púnica, desenrolou-se entre 218 a.C. e 202 a.C. As tropas cartagineses, com cerca de 50 mil homens, 9 mil cavalos e 37 elefantes, lideradas por Aníbal Barca, invadem a cidade de Sagunto, aliada de Roma. A medida que se aproxima mais de Roma, vence as batalhas de Trébia e Trasimeno. Deste modo, quando o general romano Quinto Máximo toma posse do exército, resolve mudar a tática romana e esperar pelos avanços de Aníbal. Após uns meses, o poder sobre o exército chega às mãos de Caio Varrão e Lúcio Paulo, que organizam novas legiões, reunindo cerca de 80 mil homens, distribuindo-as próximas de Roma. É Aníbal que, dá o primeiro movimento e desloca as suas tropas para a região de Canas, onde, apesar de estar em inferioridade númerica, consegue vencer as tropas romanos com o seu espantoso engenho. A tática utilizada por Aníbal foi atrair os adversários para o centro do seu exército e depois cercá-los de forma a não conseguirem mais sair. Enquanto Aníbal guerreava com os romanos, os Cartagineses recebiam as tropas romanas do general Cipião, que tendo atravessado o mar com o exército, ataca a cidade de Cartago. Sem mais defesas, Cartago solicita a volta de Aníbal, que acaba por ser derrotado na Batalha de Zama em 202 a.C., pelo próprio Cipião. Com esta derrota, Cartago assina um acordo de paz com Roma. Mas mesmo assim esta, não será a sua última batalha. A Terceira Guerra Púnica, desenrolou-se entre 149 a.C. e 146 a.C. As duas cidades encontravam-se num período de paz. Cartago estava proibida de declarar guerra e de estabelecer rotas comerciais, sem o consentimento de Roma. Mesmo assim, os Cartagineses não deixam de trabalhar e prosperar. Com as diversas restrições impostas pelos romanos, após o fim da Segunda Guerra Púnica, os Cartagineses centralizaram-se na agricultura. Em pouco mais de meio século, os produtos colhidos em Cartago já rivalizavam com os produtos produzidos nos territórios romanos. O desenvolvimento económico de Cartago causava inveja, desprezo e raiva a alguns elementos do Senado, sendo o principal crítico e incentivador da destruição de Cartago Marcus Cato. Este participara na Segunda Guerra Púnica, conseguindo ganhar ódio pelo povo cartaginês. Acredita-se que terminava sempre os seus discursos com a frase “Delenda est Carthago!” (“Cartago precisa ser destruída!”). Como Cartago não podia pugnar, os Romanos inventaram um plano malicioso e mandaram, em segredo, um povo recém-aliado de Roma (os Numidas), atacar os territórios 2 cartagineses. Durante três anos, Cartago vai implorar ao Senado de Roma pela defesa, mas este pedido é ignorado e recusado todas as vezes. Quando Cartago finalmente decide resolver responder com armas, os Romanos aproveitam-se da situação e usam isso com pretexto para atacar. O cerco à cidade é tão violento, cruel e devastador que estima-se que poucas pessoas sobreviveram às investidas das legiões romanas. Da poderosa Cartago, restaram apenas aproximadamente 50.000 escravos e uma cidade em ruínas. O ódio dos romanos era tão grande pela antiga rival que reza a lenda, após a queda da cidade, todo o seu terreno foi polvilhado com sal, para que nada mais ali crescesse. Esta tarefa foi tão bem executada que até hoje os arqueólogos não conseguem descobrir o local exato da sua verdadeira localização. Estas três guerras tiveram várias consequências, tais como: Roma passou a controlar todo o comércio do Mediterrâneo Ocidental e, mais tarde, o Mediterrâneo inteiro, conseguindo, assim, dominar vários territórios europeus e aumentar o seu poderio económico, territorial e militar; Um grave problema social em Roma. Com as conquistas houve uma aumento de escravos e não precisando de ser remunerados, eram sempre escolhidos como mão de obra para diversas funções. Assim, muitos plebeus romanos ficaram desempregados; Devido às trocas comerciais externas e o consequente aumento das importações das novas províncias, muitos pequenos proprietários romanos foram a falência, ou foram forçados a vender as suas propriedades para os latifundiários (senhores de grandes propriedades rurais) e para o Estado. Assim irrompeu uma crise agrícola; A vitória romana nas Guerras Púnicas foi determinante para o estabelecimento do Império Romano, cuja importância e cujo legado persiste até os dias de hoje em muitas áreas, como na cultura, na política, na economia, na arte, na arquitetura, na organização militar e jurídica e até mesmo na área religiosa. Referências Bibliográficas/ Documentos electrónicos - Páginas WEB: Texto: 1. As Guerras Púnicas – (s/d) [Em Linha] Diponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerras_P%C3%BAnicas [Acedido no dia 21-112011] (18:01 h ). 2. A Primeira Guerra Púnica – (s/d) [Em Linha] Diponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_P%C3%BAnica [Acedido no dia 21-11-2011] (18:27 h). 3. A Segunda Guerra Púnica – (s/d) [Em Linha] Diponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_P%C3%BAnica [Acedido no dia 21-11-2011] (18:44 h). 4. A Terceira Guerra Púnica – (s/d) [Em Linha] Diponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Terceira_Guerra_P%C3%BAnica [Acedido no dia 21-11-2011] (18:50 h). 6. Guerras Púnicas – (07/09/2007) [Em Linha] Diponível em: http://gguerras.wordpress.com/2007/09/07/19/ [Acedido no dia 21-112011] (19:06 h). 7. As Guerras Púnicas – (11/11/2010) [Em Linha] Diponível em: http://www.historiazine.com/2010/11/as-guerras-punicas.html [Acedido no dia 21-11-2011] (19:15 h). Imagens: 1.Mapa dos dois Impérios que travaram as Guerras Púnicas - http://lahistoriamania.blogspot.com/2009/04/guerras-punicas.html [Acedido no dia 21-11-2011] (20:23). 2.A Segunda Guerra Púnica - http://lacomunidad.elpais.com/redlegion/2010/9/1/las-guerras-punicas-adrian-goldsworthy [Acedido no dia 21-11-2011] (20:30). 3