Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 Isolamento e Caracterização Bioquímica e Molecular de Bactérias do Gênero Herbaspirillum de Raízes de Plantas de Milho (Zea mays) Aluno(a)s: Rodrigo Nunes de Sousa1 (PIBIC/CNPq), Marina Firmino da Silva2 (PBIC/UEG) Colaboradores(as): Valdirene Neves Monteiro (UEG); Enderson Petrônio Ferreira (Embrapa Arroz e Feijão); Agostinho Dirceu Didonet (Embrapa Arroz e Feijão) Orientador(a): Claudia Cristina G. M. Didonet3 Universidade Estadual de Goiás, 75132-903, Brasil 1 [email protected];[email protected]; [email protected] Palavras-chave: (Zea mays), bactérias diazotróficas, Herbaspirillum. 1 INTRODUÇÃO Na alimentação, o milho (Zea mays) é um dos cereais mais cultivados e consumidos no Brasil. Das plantas cultivadas, o milho é o mais importante do continente americano, tanto na alimentação como na economia (LOPES et al., 2008). O nitrogênio é o macronutriente mais exigido pela cultura do milho, isto pelo fato de exercer importantes funções nos processos bioquímicos da planta, sendo o constituinte de proteínas, enzimas, coenzimas, ácidos nucléicos, fitocromos e da clorofila do vegetal, sendo um fator limitante na produção e nos rendimentos dos grãos de milho (CANTARELLA, 1993; MACHADO, 1997). Porém o nitrogênio pode ser perdido de várias maneiras no sistema e uma alternativa é sua adição ao solo é por meio do uso de fertilizantes nitrogenados, mas estes podem ter efeitos desfavoráveis em uma cultura, pelo aumento da poluição ambiental causada pela lixiviação e eutrofização e pelos gastos gerados (SALA et al., 2007; ROESCH et al., 2005). Uma maneira de fixar o N atmosférico é através de bactérias que realizam a Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN). Estas convertem o nitrogênio atmosférico (N2) em amônia (NH3), com gasto de energia na forma de ATP (BHATTACHARJEE; 1 Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 SINGH; MUKHOPADHYAY, 2008). Com a FBN as bactérias diazotróficas ajudam a suprir a necessidade de nitrogênio para as plantas, além de interferirem no crescimento por uma série de mecanismos. Dentre eles, a capacidade de produzir fitohormônios, estimular a absorção de nutrientes e aumentar a resistência à doenças atuando como promotor de crescimento vegetal (BASHAN; HOLGUIN; DEBASHAN, 2004; REIS JUNIOR et al., 2004; SALA et al., 2005). Dentre uma diversidade de bactérias diazotróficas, há descrição do gênero Herbaspirillum o qual compreende atualmente 11 espécies, sendo que somente cinco representam bactérias fixadoras de nitrogênio, são elas: H. seropedicae (BALDANI et al., 1986), H. rubrisubalbicans (BALDANI et al., 1996), H. frisingense (KIRCHHOF et al., 2001), H. lusitanum (VALVERDE et al., 2003) e H. hiltneri (ROTHBALLER et al., 2006). As bactérias deste gênero são gram-negativas, geralmente vibrióides e às vezes helicoidais. Elas podem ter de dois a três flagelos polares em um ou ambos os pólos (BALDANI et al., 1986). H. seropedicae foi a primeira espécie a ser isolada de raízes de plantas de milho, sorgo e arroz. (BALDANI et al., 1986). Existem outros trabalhos que indicam presença dessa espécie em outros tipos de vegetais como a cana-deaçúcar na Austrália (BODDEY et al., 1998). H. rubrisubalbicans foi encontrada em associações com a cana-de-açúcar (Saccharum spp.) principalmente nas raízes, caules, folhas (BALDANI et al., 1996). Também, já foi relatada a ocorrência desta espécie em abacaixizeiros e bananeiras (CRUZ et al., 2001). H. frisingense foi isolada de tecidos de capim-elefante (Pennisetum purpureum), e das gramíneas Spartina pectinata, Miscanthus sinensis, Miscanthus sacchariflorus (KIRCHHOF et al., 2001). Já H. lusitanum foi descrita em associação com Phaseolus vulgaris em Portugal (VALVERDE et al., 2003). No Brasil, principalmente em Goiás há poucos estudos enfocando o isolamento e a caracterização de bactérias diazotróficas e, ou, promotoras de crescimento associadas à raiz de plantas de milho. O isolamento de bactérias associadas ao milho é uma etapa essencial para a realização de trabalhos posteriores de testes de genótipos responsivos à inoculação. O presente trabalho foi realizado com o objetivo de isolar e caracterizar bioquímica e molecularmente bactérias do gênero Herbaspirillum spp. de raízes de 2 Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 plantas de milho. Tal caracterização é importante por ser o primeiro passo para a identificação de bactérias diazotróficas, com potencial para promover benefícios à planta. 2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Material Vegetal e Preparo de Extratos As plantas de milho utilizadas neste trabalho foram obtidas de campos experimentais de sistema orgânico de produção mantido pela Embrapa Arroz e Feijão em Santo Antônio de Goiás, GO. As coletas foram feitas em junho de 2009, com plantas de milho da variedade Sol da Manhã na fase vegetativa, com cerca de 35 dias após a germinação. Para o preparo do extrato as raízes de milho foram retiradas das plantas, lavadas em água estéril e submetidas à esterilização superficial através da imersão por 3 minutos em solução de hipoclorito de sódio (2,5%) (DÖBEREINER; BALDANI; BALDANI, 1995) seguido de 10 lavagens em água estéril. Depois as raízes esterilizadas foram maceradas em gral, na proporção 1g de raiz para 10 mL de água estéril e este consistiu o extrato que foi utilizado para as contagens em placas e para os isolamentos das bactérias. 2.2 Bactérias Foram utilizadas em todos os testes bactérias padrões obtidas da coleção de culturas da Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ). A estirpe padrão utilizada para o gênero Azospirillum foi estripe Y2 de A. amazonense. Para o gênero Herbaspirillum a estripe SmR1 da espécie H. seropedicae. 2.3 Contagem e Isolamento dos Microorganismos e Coleção de Culturas O extrato foi submetido à diluição seriada (de 10-2 a 10-6 em água estéril) em placas contendo meio sólido NA (nutriente ágar) segundo NEJAD & JOHNSON (2000) para contagem de bactérias totais. Também foram inoculados no meio semi- 3 Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 sólido JNFb, sendo este semi seletivo para o gênero Herbaspirillum e realizado a contagem do número mais provável (NMP) de bactérias diazotróficas (DÖBEREINER; BALDANI; BALDANI, 1995). Foi avaliado o crescimento após 96h, sendo todas as contagens realizadas em triplicatas (DOBEREINER; BALDANI; BALDANI, 1995). As colônias isoladas do meio (LGI) foram coletadas e mantidas em glicerol 30% estéril, a -20 C no respectivo meio seletivo das bactérias, para serem utilizadas nos experimentos posteriores. Estas fazem parte da Coleção de Culturas de Bactérias isoladas de plantas de milho, e foram catalogadas com os dados gerados neste trabalho. 2.4 Caracterização Bioquímica/Fisiológica Para as caracterizações bioquímica/fisiológica foram utilizados 25 isolados testados quanto a capacidade de utilização de 6 fontes de carbono:manitol, inositol, arabinose, glicose, ácido málico e ácido nicotínico na concentração de 5mmol.L-1 sendo adicionadas por filtração utilizando o meio LGI base (sem fonte de carbono), sendo as placas avaliadas após 7 dias de crescimento a temperatura ambiente. O crescimento intrínseco em 6 antibióticos: ampicilina, tetraciclina, ácido nalidíxico, rifampicina, cloranfenicol, amoxicilina foi realizado segundo Araújo (1994). Os testes de presença de enzima peroxidase e a urease foi realizado segundo (TORTORA; FUNKE; CASE, 2000). Estes testes foram realizados para auxiliar a classificação taxonômica das bactérias. 2.5 Caracterização Molecular 2.5.1 Extração de DNA O método utilizado para extração do DNA dos isolados bacterianos, utilizados como molde para as amplificações específicas via PCR, foi o de lise alcalina das células, adaptado por Audy e colaboradores (1996). 4 Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 2.5.2 Amplificação da Região Intergênica 16S-23S DNAr e Região BOX A reação de amplificação da região intergênica 16S-23S DNAr por ARTURO et al. (1995) e a reação de amplificação da região BOX foi realizada de acordo com as condições descritas por KASCHUK et al. (2006). 2.6 Análise de Dados A partir dos resultados da caracterização morfológica, peroxidase, crescimento em fontes de carbono, crescimento intrínseco em antibióticos, fixação de nitrogênio foi construída uma matriz binária para análise de dados usando o programa NTSYS (“Numerical Taxonomy System”) versão 2.02i (ROHLF, 1988), o qual utiliza o coeficiente de Jaccard para obtenção de uma matriz de similaridade seguido por agrupamento pela metodologia UPGMA. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Contagem e Isolamento Pela contagem de bactérias totais em meio NA, utilizando NMP como método de contagem foi obtido 1,66x108 UFCs (Unidades formadoras de colônias) por mL de extrato utilizado. Na contagem de bactérias diazotróficas utilizando os meios de cultivo semi-seletivos NFb (Azospirillum brasilense, A. lipoferum, A. amazonense e Herbaspirillum seropedicae) e JNFb (Herbaspirillum spp.) foi obtido os valores de 2,73x107 UFCs e 2,03x107 UFCs respectivamente por mL de extrato de raiz de milho. Das placas utilizadas para contagem (meio JNFb) foram coletadas cerca de 90 colônias que foram estocadas em glicerol 30% a -20°C e posteriormente foram selecionadas 20 isolados que tiveram aspectos morfológicos semelhantes às colônias de bactérias do gênero Herbaspirillum em meio JNFb 5 Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 3.2 Caracterização Bioquímica/Fisiológica e Molecular 3.2.1 Crescimento em fonte de carbono Os isolados foram avaliados quanto à capacidade de crescimento em seis diferentes fontes de carbono. A estirpe utilizada como padrão para o crescimento nas diferentes fontes de carbono foi Smr1 (H. seropedicae) a qual obteve crescimento em 4 fontes arabinose, inositol, ácido nicotínico e glicose. Foi possível detectar que 85% dos isolados obtidos cresceram em mais de uma fonte de carbono. Os isolados J8, J11, J13, J15 e J25 apresentaram crescimento em todas as fontes de carbono, representando 25% dos isolados estudados. Estas bactérias, portanto apresentam alta capacidade metabólica de adaptação a diversos ambientes, pela utilização de variadas fontes de carbono (TORTORA; FUNKE; CASE, 2000). 3.2.2 Teste de peroxidase Todos os isolados obtidos quando em contato com o peróxido de hidrogênio a 5%, apresentaram formação de bolhas iguais a da estirpe Smr1 (Herbaspirillum seropedicae), são então denominados peroxidase positivos. Devido à ação tóxica de espécies reativas de oxigênio sobre as células, dentre elas o peróxido de hidrogênio, produzidas durante a respiração aeróbica normal, os microorganismos sintetizam enzimas capazes de neutralizarem esta ação. A enzima peroxidase é facilmente detectada quando uma gota de peróxido de hidrogênio é colocada sobre uma colônia bacteriana, havendo liberação de O 2 (TORTORA; FUNKE; CASE, 2000). A enzima catalase é da classe enzimática das peroxidases que é encontrada em Herbaspirillum seropedicae (BALDANI et al., 1986). A presença de peroxidase indica a presença de maquinaria metabólica para a detoxificação da célula, porém não é critério de definição de grupos entre famílias de microorganismos, sendo necessários outros testes bioquímicos aliados para definição taxonômica dos isolados. 6 Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 3.2.3 Resistência Intrínseca a Antibióticos (RIA) No teste de tolerância intrínseca a antibióticos foram utilizados os controles Smr1 (H. seropedicae), Y2 (A. amazonense). Juntamente com as estirpes Smr1 e Y2 90% dos isolados cresceram na concentração de 500 µg.mL-1 de amoxicilina, e somente J4 e J21 mostraram sensibilidade para este antibiótico. Em ácido nalidíxico 65% dos isolados (J2, J4, J13, J14, J15, J18, J19, J21, J24, J29, J32, J34, J35) cresceram na concentração de 60 μg.mL-1. As estirpes Smr1 e Y2 tiveram crescimento a 100μg.mL -1 para este antibiótico. A maioria dos isolados se mostrou sensível a ampicilina (75%) e cloranfenicol (60%) nas concentrações testadas de 100 μg.mL -1 e 200 μg.mL-1 respectivamente 3.2.4 Análise de Similaridade Pelo dendrograma (Figura 1) resultante da análise dos dados de fontes de carbono, capacidade de crescimento em antibiótico e o teste de peroxidase pelo método de agrupamento dos 20 isolados e estirpes controles (Smr1 e Y2), foi possível observar a formação de 8 grupos (I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII) com similaridade maior ou igual a 68%. O grupo I se destaca por possuir um maior número de isolados compreendido por: J18, J19, J29, J32, J34 e por ser o único grupo que compreende a estirpe Smr1 (H. seropedicae). Os isolados desse grupo representam 25% das bactérias avaliadas possuindo uma similaridade de aproximadamente 70% entre si e com a estirpe padrão Smr1 (Figura 1). Ainda no grupo I, os isolados J18, J19 e J29 possuem similaridade com a estirpe padrão de 84%. Tal similaridade entre os isolados citados, e a estirpe de H. seropedicae permite supor que há possibilidade dos isolados do grupo I pertencer ao gênero Herbaspirillum ou gêneros afins, porém é necessário dados de seqüenciamento de DNA e testes mais aprimorados para comprovar esta afirmação. O grupo II é composto pelos isolados: J8, J11, J13, J15 e J25. Possuem uma similaridade de aproximadamente 75% entre si de acordo com os dados 7 Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 analisados. Os grupos III, V e VI compreendem respectivamente aos isolados J21 e J24 e a estirpe Y2 (Figura 1). Pela análise do dendrograma é possível afirmar que não há, dentre os 20 isolados selecionados, isolados com características semelhantes a estirpe padrão Y2 de A. amazonense, pois este ficou em um agrupamento isolado no grupo VI (Figura 1). Figura 1. Dendrograma de similaridade, gerado pelos testes de fontes de carbono, em meio de cultura líquido JNFb, e teste da peroxidase pelos 20 isolados obtidos de cultivares de milho (Zea mays) da variedade sol-da-manhã, e as estirpes padrões Smr1 (H. seropedicae), FP2 (A. brasilense) e Y2 (A. amazonense). Foi utilizado o programa NTSYS (Numerical Taxonomy System) versão 2.02i, utilizando o coeficiente de Jaccard para obtenção de uma matriz de similaridade seguido por agrupamento pela metodologia UPGMA. I, II, III, IV, V, VI e VII: grupos formados com 68% de semelhança entre os mesmos. O grupo IV compreende os isolados J16, J17 e estirpe FP2, propondo similaridade de aproximadamente 70% da estirpe de Azospirillum brasilense (FP2) com os isolados citados (Figura 1). Os isolados J2, J4, J14 e J35 compreendem o grupo VII, e de acordo com o agrupamento feito pelas características determinadas, estes isolados possuem similaridade entre si de 70% aproximadamente (Figura 1). O grupo VIII é formado pelos isolados J12 e J33, possuindo 84% de similaridade entre eles (Figura 1). 8 Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 Os isolados J18, J19 e J13, J15 foram considerados pela análise de agrupamento com 100% de similaridade. Todos esses agrupamentos propostos pela análise deverão ser confirmados após seqüenciamento da região 16S do rDNA. 3.3 PCR da região intergênica (16S-23S DNAr) e região BOX A utilização da amplificação da região intergênica (16S-23S DNAr) e da região BOX (regiões repetitivas) vem sendo utilizada para obtenção de heterogeneidade de tamanho dos amplificados e assim obter informações taxonômicas sobre a bactérias até ao nível de espécies e subespécies (LOUWS et al., 1998; SMITH ;HENNESSY; STEAD, 2001). Pela amplificação da região intergênica houve a presença de 1 banda para 9 isolados (J4, J14, J16, J17, J18, 19, J24, J32, e J33) e 2 bandas para os demais. Este resultado indica que a região espaçadora entre os genes 16S e 23S DNAr são na sua maioria de 2 tipos (Figura 2). Os isolados onde apenas uma banda foi observada, o tamanho foi de aproximadamente 1kpb. Os isolados possuindo 2 bandas foi observado uma é maior de tamanho variando entre 1,2 e 1 kpb e uma banda de menor tamanho com variando de 1 a 0,9 kpb (Figura 2). Os isolados que apresentaram perfis semelhantes formam 3 tipos sendo os isolados J2, J8, J11, J12, J15, e J21 semelhantes no perfil das bandas, outro tipo foi observado para os isolados J25 e J29 e outro para o isolado J13 e a estirpe padrão Smr1 (H. seropedicae). Este dado pode indicar que este isolado pode pertencer a esta espécie (Figura 2). 9 Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 Figura 2 Eletroforese em gel de agarose 1% da amplificação por PCR da região intergênica 16S-23S DNAr com os primers pHR e p23 . Linha 1- Kb ladder mark; linha 2- isolado J2; linha 3- isolado J4 ; linha 4- isolado J8; linha 5- isolado J11 ; linha 6- isolado J12; linha 7isolado J13; linha 8- isolado J14; linha 9- isolado J15; linha 10- isolado J16 ; linha 11isolado J17; linha 12- 1kb ladder marker; linha 13 – isolado J18; linha 14- isolado J19; linha 15- isolado J21 ; linha 16- isolado J24; linha 17- isolado J25; linha 18 - isolado J25; linha 19 1kb ladder marker ; linha 20 isolado J29; linha 21- isolado J32 ; linha 22 - isolado J33; linha 23 – isolado J34; linha 24 – estirpe Smr1 (H. seropedicae). Se os produtos de amplificação da região espaçadora dos genes DNA ribossomais apresentam apenas um fragmento, existe a possibilidade de que no genoma desta bactéria esteja presente apenas uma seqüência alvo ou que, pelo menos, o tamanho das múltiplas cópias seja semelhante (DOLZANI et al., 1995). Esta região pode apresentar grande da variabilidade no tamanho e no número de cópias, como o observado por Lagatolla et al. (1996). Neste trabalho os autores observaram que diferentes sorotipos de Salmonella são caracterizados por diferentes padrões de espaços intergênicos (LAGATOLLA et al., 1996). Pelos produtos de amplificação do BOX-PCR dos 20 isolados, foram observados 12 perfis, indicando a heterogeneidade das bactérias isoladas da raiz de plantas de milho (Figura 3). 10 Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 Figura 3 Análise por eletroforese em gel de agarose 1% da amplificação por PCR utilizando o primer BOX AIR . Linha 1- kb ladder marker; linha 2- isolado J2; linha 3- isolado J4 ; linha 4- isolado J8; linha 5- isolado J11 ; linha 6- isolado J12; linha 7- isolado J13; linha 8- isolado J14; linha 9- isolado J15; linha 10- isolado J16 ; linha 11- Kb ladder mark ; linha 12- isolado J17; linha 13 – isolado J18; linha 14- isolado J19; linha 15- isolado J21 ; linha 16- isolado J24; linha 17- isolado J25; linha 18 - isolado J29; linha 19 – isolado 32; linha 20 - isolado J33 ;linha 21 - isolado J34; linha 22 –estirpe Smr1 (H. seropedicae); linha 23 -1 kb ladder marker. Os isolados que apresentaram perfis semelhantes foram 1) J2 e J14; 2) J8 e J11; 3) J15, J16, e J18; 4) J29 e J32; os demais isolados apresentaram perfis exclusivos. Quando se observa o perfil de bandas por BOX-PCR obtido para a estirpe padrão Smr1 (H. seropedicae), apenas o isolado J25 se mostrou semelhante, indicando que este pode ser da mesma espécie de Herbaspirillum. 4 CONCLUSÃO Foram isoladas 90 bactérias diazotróficas em meio semi-seletivo JNFb, e estas depositadas na Coleção de Culturas de bactérias endofíticas de raízes de milho (Zea mays). A partir dos dados bioquímicos foi elaborado um dendrograma com similaridade média entre os grupos de 70%. Um grupo de 5 isolados (J18, J18, J29, J32 e J34) juntamente com a estirpe Smr1 se destacou dentre os oito grupos obtidos, por possuírem uma similaridade com a estirpe padrão Smr1 (Herbaspirillum). A análise por PCR da região intergênica revelou a presença de uma ou duas regiões espaçadora e 5 diferentes tipos de perfis, com variação de tamanho entre 1,2 a 0,8 kpb. 11 Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 A presença de regiões repetitivas foi observada pelo BOX-PCR e foram definidos 12 tipos de bandamento para os isolados analisados, indicando uma grande variação genética dos isolados. Os testes bioquímicos e as análises por PCR indicaram grande diversidade metabólica e genética das bactérias fixadoras de nitrogênio isoladas de raízes de milho, demonstrando a necessidade de maiores estudos para a determinação mais acurada da diversidade destas bactérias associadas a plantas cultivadas no Cerrado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, R. S. Caracterização morfológica, fisiológica e bioquímica do rizóbio. In: HUNGRIA, M.; ARAÚJO, R. (Ed.). 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