2005 International Nuclear Atlantic Conference - INAC 2005 Santos, SP, Brazil, August 28 to September 2, 2005 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENERGIA NUCLEAR - ABEN ISBN: 85-99141-01-5 PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO FOSFÓRICO DE ITATAIA, CEARÁ: REMOÇÃO DE TÓRIO E OUTRAS ESPÉCIES QUÍMICAS Henrique T. Fukuma1, Elisabete A. De Nadai Fernandes2, Antonio L. Quinelato1 1 Laboratório de Poços de Caldas, CNEN Caixa Postal 913 CEP 37701-970, Poços de Caldas, MG [email protected] 2 Centro de Energia Nuclear na Agricultura, CENA - USP Caixa Postal 96 CEP 13400-970, Piracicaba, SP [email protected] RESUMO A jazida de Itataia, Ceará, é a maior reserva uranífera (1,4 105 t de U3O8) conhecida atualmente no Brasil e seu minério apresenta características geológicas de associação de fósforo e urânio sob forma de apatita uranífera. O processamento da rocha fosfática da jazida de Itataia prevê a produção conjunta de ácido fosfórico e uma subseqüente recuperação do urânio contido nesse pela técnica de extração por solventes, utilizando como extratante a mistura DEHPA e TOPO. Estudos realizados de avaliação da distribuição dos radionuclídeos de meia vida-longa das séries naturais do 238U e de 232Th nos produtos e rejeitos gerados no processamento da rocha fosfática indicaram que os radionuclídeos 228Th, 230Th e 232Th permanecem no ácido fosfórico efluente do processo de extração de urânio. A concentração de ThO2 no ácido de Itataia é próximo de 50 vezes maior do que nos ácidos fosfóricos disponíveis no mercado nacional. Neste trabalho foi avaliada a remoção de tório e de outras espécies químicas, mediante uso da extração do ácido fosfórico com fosfato de tributila (TBP) para obter a sua purificação indiretamente. O processo de purificação de ácido fosfórico foi estabelecido em uma unidade contínua de processamento. Os resultados demonstraram a remoção de tório e outras impurezas presentes. A purificação promovida poderá tornar o ácido fosfórico passível de ser classificado como grau técnico, agregando maior valor comercial e o processo permitiu a recuperação de 50 % do P2O5 presente inicialmente no ácido fosfórico como ácido fosfórico purificado. 1. INTRODUÇÃO A mineração e processamento da rocha fosfática distribuem o urânio, o tório e seus filhos entre produtos, subprodutos e rejeitos gerados. Como resultado da dispersão destes materiais no meio ambiente, poderá aumentar a taxa de exposição para o público devido aos radionuclídeos de ocorrência natural. Entretanto, na produção de fertilizantes, a rocha fosfática é usualmente convertida para ácido fosfórico mediante reação com ácido sulfúrico e, em seguida, misturada com amônia, barrilha ou óxido de cálcio. Neste processo, o equilíbrio secular dos radionuclídeos da rocha fosfática não é mantido. No ácido fosfórico bem como nos fertilizantes resultantes, ficam contidos os radionuclídeos de urânio, no entanto empobrecidos em 226Ra [1]. Por outro lado, quando a rocha fosfática contém alto teor de urânio, este é recuperado como subproduto do ácido fosfórico produzido, geralmente utilizando extração por solvente. Portanto, os fertilizantes obtidos deste ácido apresentarão baixo teor de urânio, mas os filhos do urânio, bem como o tório e seus filhos, podem permanecer no ácido fosfórico do qual o urânio foi extraído. A jazida de Itataia, localizada no município de Santa Quitéria no Estado do Ceará, tem como característica geológica a associação de fósforo e urânio. As reservas totais estimadas de fósforo e urânio da jazida montam 13,8 milhões de toneladas de P2O5 e 142,5 mil toneladas de U3O8, respectivamente, sendo a maior reserva de urânio conhecida atualmente no Brasil [2]. O processo desenvolvido para a recuperação de fósforo e urânio desse minério consiste na fabricação de ácido fosfórico, com subseqüente extração do urânio por solventes [3, 4 e 5]. Uma avaliação experimental da distribuição dos radionuclídeos de meia-vida longa das séries naturais do urânio (238U, 234U, 230Th, 226Ra, 210Pb) e do tório (232Th, 228Ra, 228Th) nos produtos e rejeitos gerados no processamento hidrometalúrgico da rocha fosfática de Itataia foi realizada [6]. Esse estudo demonstrou que os radionuclídeos 226Ra, 228Ra e 210Pb concentramse no fosfogesso, 238U e 234U ficam contidos no concentrado de diuranato de amônio, enquanto 228Th, 230Th e 232Th permaneceram no ácido fosfórico após a recuperação de urânio, evidenciando que o processo não promove a extração de tório. A concentração de ThO2 no ácido de Itataia foi, em média, 46 vezes maior do que nos ácidos fosfóricos disponíveis no mercado nacional [8]. O desenvolvimento de uma etapa adicional ao processamento da rocha fosfática de Itataia é desejável, para garantir a redução da concentração de tório no ácido fosfórico, matéria prima para uso industrial. Um exemplo é o emprego do ácido fosfórico na fabricação de fertilizantes, que aplicados nos solos podem provocar impactos radiológicos ambientais por contaminação de águas superficiais e subterrâneas. Além disso, podem causar aumento de exposição ao público e trabalhadores devido à inalação de poeiras geradas na sua fabricação, na sua aplicação no solo ou por ressuspensão causada por transportes eólicos. A remoção de tório resultará na diminuição da atividade total do ácido fosfórico, uma vez que os isótopos de meia-vida longa 228Th, 230Th e 232Th são responsáveis por essa atividade. A remoção de outras impurezas poderá agregar valor comercial ao ácido fosfórico, quando este estiver sendo produzido em Itataia. 2. EXPERIMENTAL Obtenção de ácido fosfórico livre de urânio. O ácido fosfórico foi produzido por via úmida utilizando o processo dihidrato de acordo com as condições estabelecidas por Quinelato et al. [5]. A rocha fosfática foi submetida a reação com ácido sulfúrico no reator de lixiviação monocuba, em operação contínua com tempo de residência de 5h e temperatura da reação entre 75 – 80 oC. A polpa produzida constituiu da mistura de ácido fosfórico e sulfato de cálcio dihidratado (fosfogesso) e as concentrações de SO4-2 e P2O5 no ácido fosfórico foram controladas para garantir a efetividade do processo dihidrato. O ácido fosfórico produzido foi separado do fosfogesso num filtro à vácuo. O urânio foi recuperado do ácido fosfórico por extração por solventes, utilizando células do tipo misturador-decantador, operando em contra-corrente. O solvente orgânico consistiu de mistura de DEHPA, TOPO e diluente alifático (querosene). Após a extração foram obtidos o ácido fosfórico livre de urânio (rafinado) e o extrato orgânico contendo urânio que seguiu seu processamento até a obtenção de diuranato de amônio. INAC 2005, Santos, SP, Brazil. Processo de purificação do ácido fosfórico. O processo de purificação foi baseado no método de extração por solventes utilizando TBP para extrair o ácido fosfórico. As condições operacionais do processo de remoção em unidade contínua foram obtidas em escala de laboratório [8]. O método de McCabe-Thiele [9] foi empregado para determinar o número de estágios e taxas de fluxos do processo de extração por solventes. Foram estabelecidas três etapas no processo, extração de ácido fosfórico, lavagem da fase orgânica carregada e reextração do ácido fosfórico purificado. A figura 1 ilustra o processo de purificação utilizado, indicando as vazões programadas, as demais condições operacionais definidas para cada etapa estão apresentadas na Tabela 1. Ácido fosfórico (alimentação) 3,5 L h-1 Extração Rafinado aquoso (extração) 3,0 L h-1 Extrato orgânico Ägua deionizada 0,45 L h-1 Lavagem Soluçãoaquosa (lavagem) 0,5 L h-1 Rafinado orgânico 9,0 L h-1 Extrato orgânico lavado Ägua deionizada 3,0 L h-1 Reextração äcido fosfórico purificado 3,2 L h-1 Figura 1. Diagrama de processos da unidade de purificação. Tabela 1. Condições operacionais estabelecidas para a planta contínua. Parâmetros Número de estágios Temperatura (oC) Razão dos fluxos da alimentação (FA/FO) Razão volumétrica no misturador (FA/FO) Tempo de residência no misturador (min.) Tempo de residência no decantador (min.) FA = Fase aquosa Extração Etapas Lavagem Reextração 5 25 0,38 3 2,3 11,5 2 25 0,05 3 2,3 11,5 6 25 0,33 3 2,3 11,5 FO = Fase orgânica Métodos analíticos. O urânio e tório nas amostras de ácido fosfórico foram determinados por espectrofotometria usando Arsenazo III [10, 11]. O fósforo foi determinado por espectrofotometria com molibdato. As espécies alumínio, cálcio, crômio, ferro, magnésio, manganês, vanádio e zinco foram determinadas por espectrometria atômica de emissão de plasma indutivamente acoplado (ICP-AES). As espécies arsênio, cádmio, cobre, mercúrio, níquel e chumbo foram determinados por espectrofotometria de absorção atômica (AAS). O INAC 2005, Santos, SP, Brazil. sulfato foi convertido em suspensão de sulfato de bário e determinado por turbidimetria e fluoreto foi determinado por potenciometria [11]. O método empregado para a análise dos radionuclídeos rádio envolveu a sua co-precipitação como [Ba(Ra)SO4] usando bário como carreador, seguido de filtração em membrana de acetato de celulose (porosidade de 0,45 µm), e contagem alfa (226Ra) e beta (228Ra) no precipitado. No filtrado resultante da co-precipitação do rádio, foi determinado o radionuclídeo 210Pb que foi precipitado como cromato, usando Pb não radioativo como carreador, e sua concentração de atividade determinada por contagem beta [12]. Os radionuclídeos 232Th, 230Th e 228Th foram determinados por espectrometria alfa após separação de tório dos outros radionuclídeos através do uso de resina aniônica, a solução contendo isótopos de tório foi submetida a um processo de eletrodeposição em plaquetas de aço inoxidável e medidas em espectrômetro alfa com detector semicondutor de barreira de superfície com 450 mm2 de área [13]. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A etapa de extração do ácido fosfórico com TBP promoveu a sua separação das impurezas. A fase aquosa entranhada no extrato orgânico foi removida deste na etapa de lavagem da fase orgânica carregada. O ácido fosfórico contido no extrato orgânico lavado foi reextraído através de contacto com um segundo fluxo de água deionizada. No processo foram gerados três fluxos de fase aquosa contendo ácido fosfórico. A solução aquosa da etapa de extração (rafinado) consistiu de ácido fosfórico com a maior parte do tório e as impurezas presentes inicialmente no ácido alimentado na unidade de purificação. O efluente da lavagem foi uma solução composta pela fração de ácido fosfórico removido do extrato orgânico e a fase aquosa entranhada. Finalmente na etapa de reextração foram obtidos o ácido fosfórico purificado e o rafinado orgânico que foi reciclado para a etapa de extração da unidade de purificação. As amostras de rafinado aquoso da extração, efluente da lavagem e ácido fosfórico purificado foram compostas para determinação dos radionuclídeos 210Pb, 226 Ra, 228Ra, 232Th, 230Th e 228Th e as espécies Al, As, Ca, Cd, Cr, Cu, F-, Fe, Hg, Mg, Mn, Ni, P2O5, Pb, SO42-, Th, U, V, e Zn. A caracterização química e radioquímica do ácido fosfórico alimentado são apresentadas na Tabela 2, a qual contêm também os resultados das análises químicas e radioquímicas das soluções aquosas obtidas no processo de purificação, ou seja, rafinado aquoso da extração, solução aquosa da lavagem e ácido fosfórico purificado. Os resultados mostraram que o processo de purificação proposto neste estudo promoveu a remoção de tório, o qual ficou contido preferencialmente no rafinado aquoso (99 %). A concentração de tório no ácido fosfórico purificado foi < 0,2 mg L-1. A avaliação dos resultados de concentração de atividade dos isótopos de tório, 228Th, 230Th e 232Th, mostrou que a concentração de atividade do 228Th (meia-vida de 1,9 anos) foi menor que do 232Th (meia-vida de 1,4 x 1010 anos). Esta diferença foi devida ao decaimento radioativo do 228Th, causada pelo tempo de estocagem do ácido fosfórico utilizado neste estudo, de 12 anos aproximadamente. A concentração de atividade do 230Th obtida foi de 24.541 Bq L-1 no ácido alimentado e de 20 Bq L-1 no ácido purificado, mostrando que o processo promoveu uma eficiente remoção de tório. INAC 2005, Santos, SP, Brazil. O P2O5 presente inicialmente no ácido fosfórico distribuiu-se entre o rafinado aquoso da extração (40 %), solução aquosa resultante da lavagem (10 %) e ácido fosfórico purificado (50 %). Adicionalmente, o processo também promoveu a remoção da maioria das impurezas, as quais concentraram-se no rafinado aquoso da extração. No entanto o ácido purificado apresentou concentrações de sulfato e fluoreto mais altos quando comparados com os valores típicos do ácido fosfórico grau técnico disponível no mercado nacional. Considerando a concentração de P2O5 de 1.000 g L-1, a concentração de sulfato e fluoreto no ácido fosfórico grau técnico, é respectivamente 400 e 300 mg kg-1. No ácido fosfórico de Itataia foi obtida cerca de 10 vezes maior, respectivamente 3.500 e 3.700 mg kg-1. Desta forma, deverão ser realizados ensaios de tratamento prévio do ácido fosfórico, para reduzir as concentrações de sulfato e fluoreto, anterior à etapa de purificação. A redução de sulfato poderá ser obtida mediante adição de material contendo fonte de cálcio (rocha fosfática) para promover a precipitação de sulfato de cálcio e a redução de fluoreto poderá ser obtida pela adição de fonte de sílica (areia) em condições adequadas para formar o tetrafluoreto de silício que pode ser eliminado por evaporação. Tabela 2. Concentração (mg L-1) e atividade (Bq L-1) de espécies químicas e radioquímicas das soluções aquosas obtidas no processo Espécies Alimentação Rafinado Lavagem Purificado Al As Ca Cd Cr Cu FFe Hg Mg Mn Ni P2O5 Pb SO42Th U V Zn 210 Pb 226 Ra 228 Ra 228 Th 230 Th 232 Th 14.916 13,7 465 < 0,6 19 6,97 19.237 16.728 < 0,002 711 1087 25 432.000 <4 28.000 175 38 64 47,3 2,2 170 20 <100 24.541 731 18.133 2,98 490 < 0,6 22 8,07 18.506 21.114 < 0,002 907 1391 28 204.000 <4 32.000 213 43 72 52 2,6 175 22 <100 27.411 850 1.058 11,7 383 < 0,6 1,28 0,032 7.115 1.600 < 0,002 38 77 3,19 340.000 <4 15.000 12,9 27 6,0 1,3 0,22 14 1,6 <50 2.550 58 7,95 3,9 0,235 < 0,01 < 0,04 < 0,001 1.451 11,8 < 0,002 0,492 < 0,6 < 0,06 235.000 < 0,1 1.380 < 0,2 <1 < 0,06 < 0,2 < 0,02 < 0,05 < 0,05 <1 20 <1 INAC 2005, Santos, SP, Brazil. 4. CONCLUSÕES Os resultados obtidos na unidade contínua de purificação de ácido fosfórico utilizando TBP, mostrou que o processo proposto promoveu a remoção de tório e outras impurezas contidas inicialmente no ácido fosfórico e que o mesmo permitiu a recuperação de 50 % do P2O5 presente inicialmente no ácido fosfórico como ácido fosfórico purificado. REFERÊNCIAS 1. Bolivar, J. P., García-Tenorio, R., García-León, M.: “On the Fractionation of Natural Radioactivity in the Production of Phosphoric Acid by the wet Acid Method.” J. Radioanal. Nucl. Chem. Letters 214, 77 (1996). 2. NUTEC – Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial, Itataia – Uma Fonte de Fertilizantes Fosfatados, 1986, 19p. 3. Coelho, S.V. Projeto Itataia – Desenvolvimento de processo. In: Congresso Geral de Energia Nuclear, Rio de Janeiro, 1986. Anais. Rio de Janeiro: ABEN, 1986. p.223-236. 4. Duarte, D.N.; Benedetto, J.S.; Aquino, J.A. Processos alternativos para recuperação de urânio de ácido fosfórico. 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