os efeitos do envelhecimento muscular na beleza e - TCC On-line

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OS EFEITOS DO ENVELHECIMENTO MUSCULAR NA BELEZA E SAÚDE DA
MULHER E OS BENEFÍCIOS CORRENTE RUSSA EM TRATAMENTOS
ESTÉTICOS.
Michelli Dias ¹, Simone Stanislawski ², Roberta Kochan ³
1 Acadêmico do curso de Tecnologia em Estética e Cosmética da Universidade Tuiuti do Paraná
(Curitiba, PR);
2 Acadêmico do curso de Tecnologia em Estética e Cosmética da Universidade Tuiuti do Paraná
(Curitiba, PR);
3 Especialista Fisioterapeuta Prof.ª. Adjunta do curso de Tecnologia em Estética e Cosmética da
Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR).
Endereço para correspondência: Michelli Dias, [email protected], Simone Stanislawski.
[email protected]
RESUMO: Para Fechine e Tromprieri (2012), com o envelhecimento o sistema muscular sofre uma
diminuição no comprimento, elasticidade e número de fibras. É evidenciado que essa perda de tecido
muscular resulta numa diminuição de força muscular. A corrente russa tem sido utilizada nos
tratamentos de combate ao envelhecimento com o objetivo de prevenir a hipotonia fisiológica através
da melhora da circulação e nutrição tecidual. Esses efeitos são atingidos com o aumento do
metabolismo muscular, promovendo um aumento da oxigenação e liberação dos resíduos
metabólicos, dilatação das arteríolas com consequente aumento da irrigação sanguínea do músculo e
estimulação de maior trofismo. A intensidade da corrente utilizada é proporcional à força de
contração do músculo. Sabendo disso, os pontos motores passam a ser idealizados como pontos
ideais para colocação dos eletrodos. O objetivo deste artigo é descrever a fisiologia dos músculos e
apontar como o envelhecimento natural dos músculos afeta a beleza e saúde da mulher. Descrever
os benefícios da corrente russa, para a tonificação muscular minimizando os efeitos do
envelhecimento natural.
Palavras-chave: eletroestimulação, corrente russa, envelhecimento muscular, flacidez
muscular.
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INTRODUÇÃO
O envelhecimento é um processo irreversível, que ocorre durante toda a vida,
do nascimento à morte, e é acompanhado pelo declínio das funções biológicas da
maior parte dos órgãos, da massa corpórea e da imunidade celular (VITORELLI et
al. 2005), modificações bioquímicas e mudanças externas como a flacidez muscular,
(MARCHI, 2004) ou seja, ocorre declínio na energia mínima necessária para manter
as funções vitais do organismo e tônus muscular (SANTOS, OLIVEIRA BIANCHI,
2014 ).
A corrente russa tem sido utilizada nos tratamentos de combate ao
envelhecimento com o objetivo de prevenir a hipotonia fisiológica através da melhora
da circulação e nutrição tecidual. Esses efeitos são atingidos com o aumento do
metabolismo muscular, promovendo um aumento da oxigenação e liberação dos
resíduos metabólicos, dilatação das arteríolas com consequente aumento da
irrigação sanguínea do músculo e estimulação de maior trofismo. A intensidade da
corrente utilizada é proporcional à força de contração do músculo. Sabendo disso,
os pontos motores passam a ser idealizados como pontos ideais para colocação dos
eletrodos (DI MAMBRO et. al., 2005 apud SOUZA, BRAGANHOLO, ÁVILA,
FERREIRA, 2007).
O objetivo deste artigo é apontar como o envelhecimento natural dos
músculos afeta a beleza e saúde da mulher. Descrever os benefícios da corrente
russa para a tonificação muscular e estímulo de maior trofismo, minimizando os
efeitos do envelhecimento.
Fatores envolvidos no envelhecimento muscular
Para Fechine e Tromprieri (2012), com o envelhecimento o sistema muscular
sofre uma diminuição no comprimento, elasticidade e número de fibras. Também é
notável a perda de massa muscular e elasticidade dos tendões e ligamentos (tecidos
conectivos), da viscosidade dos fluidos sinoviais. É evidenciado, que essa perda de
tecido muscular resulta numa diminuição de força muscular e acrescentam que o
pico de força máxima aconteça por volta dos 25 a 30 anos, com estabilizações até
aos 50 anos e um declínio até por volta dos 70 anos. Os autores afirmam que,
quando a força é comparada à resistência muscular, esta última é menos afetada
pelo envelhecimento (SANTOS, OLIVEIRA BIANCHI, 2014 ).
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Para Fleck e Kraemer (1999) e Rossi e Sader (2002), essa redução na massa
muscular decorre provavelmente de uma perda preferencial das fibras musculares
do tipo II (contrações rápida). Destaca-se que, de uma média de 60% em adultos
sedentários, essa fibra tipo II após os 80 anos de idade vai para uma média inferior
aos 30%. A atrofia nessa fibra muscular tipo II está relacionada com uma redução na
força. Assim, para Fleck e Kraemer (1999), a perda de força e potência muscular
com o envelhecimento está relacionada com a perda tanto da quantidade quanto da
qualidade das proteínas nas unidades contrácteis do músculo (FECHINE,
TROMPIERI, 2012).
Conforme Matsudo, Matsudo e Barros (2000), com o envelhecimento, o tecido
muscular é o que sofre maiores perdas. Estas decorrem de uma redução nos níveis de
hormônio do crescimento e de atividade física, que contribuem com 40% de perdas
aproximadamente no tecido muscular. Gallahue e Ozmun (2005) relatam que a atrofia
muscular pode ser resultado também da inatividade física (FECHINE, TROMPIERI,
2012).
Flacidez Muscular relacionado à flacidez de pele
A flacidez muscular refere-se à diminuição do tônus muscular, estando o
músculo pouco consistente. Ela pode apresenta-se de duas formas distintas: a
flacidez muscular e a de pele. É muito comum que os dois tipos apareçam
associados, dando um aspecto ainda pior às partes do corpo afetadas pelo
problema. Os músculos ficam flácidos principalmente por causa da falta de
exercícios físicos. Se eles não são solicitados, as fibras musculares ficam
hipoatrofiadas e flácidas (LIMA, 2012 et al FIGUEIRA, MEJIA, 2014).
A definição da flacidez estética é tema de discussão, uma vez que a flacidez
da pele e a hipotonia muscular são considerados por alguns como entidade única ao
passo que para outros são independentes. O hormônio feminino faz com que as
mulheres acumulem mais gordura no corpo. Por razão da variação hormonal, há
diminuição do colágeno e da elastina, fibras que dão sustentação à pele e
diminuição nos líquidos da pele ( FIGUEIRA, MEJIA 2014).
Definições e benefícios dos exercícios para o desempenho muscular.
No entendimento de Rossi e Sader (2002) exercícios realizados de forma
contínua no decorrer de toda a vida podem atuar como fatores preventivos em
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muitas deficiências relacionadas à idade. Bom exemplo são os exercícios de
resistência que, além de trazerem aumento a massa muscular em ambos os sexos,
propiciam a minimizações e reversão da síndrome de fragilidade física presente nos
idosos (FECHINE, TROMPIERI, 2012).
Exercício resistivo é qualquer forma de exercício ativo na qual uma contração
muscular dinâmica ou estática é resistida por uma força externa, aplicada de modo
manual ou mecânico, é uma intervenção terapêutica apropriada para melhorar o uso
integrado da força, da potência e da resistência muscular, durante movimentos
funcionais, potencializando o desempenho das habilidades motoras e prevenindo e
reduzindo o risco de lesões, doenças e déficits no desempenho muscular.
Observamos no quadro 1.1, de forma resumida a definição de força, potência e
resistência muscular (KISNER, KOLBY, 2009).
Quadro 1.1 Definição de força, resistência à fadiga e potência muscular.
Força Muscular
É a maior força mensurável que
pode ser exercida por um
músculo ou grupo muscular
para vencer a resistência
durante um esforço máximo
único.
Fonte: Kisner, Kolby,2009
Resistência à fadiga muscular
É a habilidade de realizar
atividades de baixa intensidade,
repetitivas ou mantidas por um
período de tempo prolongado.
Potência muscular
Refere-se a rapidez com que
um músculo se contrai e produz
uma força resultante e a
relação entre força e velocidade
são fatores que afetam a
potência muscular.
Princípio da sobrecarga.
O princípio da sobrecarga, explicando de forma simplificada, para que o
desempenho muscular melhore, é preciso aplicar uma carga que exceda a
capacidade metabólica do músculo, ou seja, o músculo precisa ser desafiado a
trabalhar em um nível mais alto do que ele estava acostumado. Em um programa de
treinamento de força, a quantidade de resistência aplicada ao músculo é aumentada
aos poucos e de forma progressiva, enquanto que para o aumento de resistência a
fadiga, enfatiza-se mais o aumento de tempo durante qual uma contração muscular
é mantida ou o número de repetições realizadas, em vez de aumentar a resistência
(KISNER, KOLBY,2009).
Princípio da reversibilidade.
As mudanças adaptativas nos sistemas corporais, tais como o aumento de
força ou resistência a fadiga, em resposta a um programa de exercícios resistivos
são transitórias, a menos que as melhoras produzidas pelo treino sejam usadas
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regularmente nas atividades funcionais ou o paciente participe de um programa de
manutenção, evitando o destreinamento e descondicionamento muscular, que se
reflete por uma redução no desempenho muscular, começando após 1 ou 2
semanas da interrupção dos exercícios resistivos e continua até seus efeitos serem
totalmente perdidos, por esse motivo é imperativo que ganhos de força e resistência
muscular sejam incorporados a atividades diárias(KISNER, KOLBY,2009).
Características das fibras musculares: fásicas e tônicas.
Há dois tipos de fibras musculares: as fásicas e tônicas (brancas e
vermelhas), sendo as fásicas de velocidade e as tônicas de sustentação. Com
exceção de poucos músculos, o corpo humano contém músculos com composição
de fibras musculares mistas, e essa composição varia muito de pessoa para pessoa,
levando em conta a genética, os níveis hormonais do sangue e os hábitos de
atividade física do indivíduo, obviamente, algumas pessoas podem possuir um
número maior de fibras rápidas que de fibras lentas, determinando até certo ponto a
capacidade atlética. As fibras tônicas são de contração lenta e possuem resistência
a fadiga, sendo adequadas para contrações prolongadas, já nas fibras fásicas a
contração é rápida, portanto não toleram contrações prolongadas, são utilizadas nos
momentos em que há necessidade de força intensa (BORGES,2010).
Características fisiológicas da contração e relaxamento muscular
Figueira e Meija (2014) evidenciam que o estímulo para a contração muscular
é geralmente um impulso nervoso, que chega à fibra muscular através de um nervo.
O impulso nervoso propaga-se pela membrana das fibras musculares (sarcolema) e
atinge o retículo sarcoplasmático, fazendo com que o cálcio ali armazenado seja
liberado no hialoplasma. Ao entrar em contato com as miofibrilas, o cálcio
desbloqueia os sítios de ligação da actina e permite que esta se ligue à miosina,
iniciando a contração muscular. Assim que cessa o estímulo, o cálcio é
imediatamente rebombeado para o interior do retículo sarcoplasmático, o que faz
cessar a contração.
A energia para a contração muscular é suprida por moléculas de ATP
produzidas durante a respiração celular. O ATP atua tanto na ligação da miosina à
actina quanto em sua separação, que ocorre durante o relaxamento muscular.
Quando falta ATP, a miosina mantém-se unida à actina, causando enrijecimento
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muscular. A quantidade de ATP presente na célula muscular é suficiente para suprir
apenas alguns segundos de atividade muscular intensa. A principal reserva de
energia nas células musculares é a substância fosfato de creatina (fosfocreatina ou
creatina-fosfato) (FIGUEIRA, MEJIA, 2014).
Dessa forma, podemos resumir que a energia é inicialmente fornecida pela
respiração celular e armazenada como fosfocreatina na forma de ATP. Quando a
fibra muscular necessita de energia para manter a contração, grupos fosfatos ricos
em energia são transferidos da fosfocreatina para o ADP, que se transforma em
ATP. Quando o trabalho muscular é intenso, as células musculares repõem seus
estoques de ATP e de fosfocreatina pela intensificação da respiração celular. Para
isso utilizam o glicogênio armazenado no citoplasma das fibras musculares como
combustível , conforme observa-se na figura 1.2 (FIGUEIRA, MEJIA, 2014).
Figura 1.2 : Unidade de contração e relaxamento muscular = Actina + Miosina
ATP
contração
ACTINA + MIOSINA + Ca “
ADP + Pi
ACTOMIOSINA
relaxamento
Fonte: www.sobiologia.com.br acessado em 10.12.2014 et al FIGUEIRA, MEIJA, 2014.
A eletroestimulação associada à contração voluntária.
Por ser difícil apontar qual a fibra muscular é verdadeiramente responsável
pela flacidez, o recomendável é que em pessoas sedentárias, a eletroestimulação
ocorra tanto nas fibras brancas quanto nas vermelhas. Atualmente utiliza-se na
prática clínica, mesmo em pessoas sedentárias, a eletroestimulação neuromuscular
para fibras brancas, e durante o procedimento é solicitado ao cliente que realize a
contração muscular voluntária no mesmo momento em que recebe o estímulo
elétrico, com isso, haverá dois níveis de contração, voluntária com as fibras
vermelhas e, o eletroestimulado, com as fibras brancas (BORGES, 2010).
A eletroestimulação, quando associada a contrações voluntárias, pode
melhorar o controle neural, além de induzir a alterações fisiológicas no músculo, já
que a estimulação eliciada pela estimulação elétrica neuromuscular (NMES) causa
diferenças no recrutamento muscular, contribuindo para a otimização motora. Tais
alterações fisiológicas englobam ganhos em massa muscular, força, velocidade,
potência, resistência e ativação muscular. Sendo assim a associação de técnicas
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pode favorecer o controle postural e uma evolução na realização de movimentos
dinâmicos complexos (COSTA, CATUNDA, SOUZA, PINO, 2014).
Segundo BORGES, (2010), para que ocorra uma melhor ativação muscular, a
eletroestimulação deve dar ao músculo alguma resistência, a fim de que haja um
fortalecimento muscular efetivo. A eletroestimulação se consegue ativar 30% a 40%
mais unidades motoras que nos exercícios ativos, pois com a eletroestimulação
ocorre a modulação do nervo motor alfa e não uma despolarização do neurônio,
como no movimento ativo. Ainda, se realizado este tratamento com o uso de
eletroestimulação,
as
fibras
musculares
fásicas
podem
ser
estimuladas
eletricamente e as articulações podem ser estabilizadas (BORGES, EVANGELISTA,
& MARCHI, 2010).
Características da Eletroestimulação com Corrente Russa.
A corrente na faixa de 2.500 Hz implica em pulsos cujas durações estão na
ordem de 50 a 200 microssegundos, e isso representa uma faixa relacionada a uma
estimulação
relativamente
confortável.
Portanto,
correntes
alternadas,
com
frequências entre 2.000 Hz e 4000 Hz são utilizadas por serem relativamente
agradáveis, dificilmente ferirem a pele e causarem uma tensão máxima no músculo
quando usadas com intensidade suficientes. Esse tipo de corrente também permitem
valores de corrente (amperagem) mais altos, geralmente acima de 100 mA, o que
não é permitido com frequências menores, de acordo com os padrões IEC (Normas
de Segurança para equipamentos Eletromédicos- IEC-60601-2.-10). Frequências
menores, contudo, podem ser utilizadas e a vantagem aqui é que com a corrente
russa, o músculo pode ser tensionado por mais tempo. Com a frequência de
estimulação aumentada, a impedância pelo tecido cai, e isso tem levado ao
desenvolvimento de eletroestimuladores que empregam burts de estimulação com
frequências na variação de 2000 Hz a 4000 Hz (BORGES, 2010).
Conforme descrevem Grilo e Simões (2003), uma vantagem do uso da
estimulação elétrica é que a inibição de fadiga do sistema nervoso central (SNC) é
evitada, com isto é possível maior número de repetições e, portanto, maior carga, o
que também leva a maior massa muscular. Além disso, é possível um treinamento
isolado (MARESCA, BORGES, LINS 2008).
. A eletroestimulação russa ou corrente russa é uma corrente que proporciona
a tonificação muscular (AGNE, 2009) .A aplicabilidade deste método, cada vez mais
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vem sendo empregado profissionais da saúde, com objetivo de ganhar força e
aumentar o volume muscular (PERNAMBUCO; CARVALHO;SANTOS, 2013).
Borges et al (2002) relata que na literatura possuem vários resultados satisfatórios
em relação a eletroestimulação, pois a mesma melhora a qualidade da função
muscular e descrevem os principais objetivos da técnica que são: manter a
qualidade e quantidade do tecido muscular, aumentar ou manter a força muscular e
estimular o fluxo de sangue no músculo (TOYOKI, CHAVES, SANTOS, ALVES
2015).
Modulação do aparelho de corrente Russa.
A modulação do aparelho de corrente russa é uma variação ordenada dos
ajustes empregados nos equipamentos, com o objetivo de obter a máxima eficácia,
sendo ajustes de intensidade que se constituem na saída de corrente (quantidade de
fluxo de elétrons) em miliamperes, para o eliciamento da contração muscular. A
frequência portadora é a do aparelho, de média frequência, ou seja, é a corrente
introdutória do estímulo excito motor e definida como a frequência de burts por
segundo, sendo na faixa de 2000 a 4000 Hz, e a frequência modulada é a que será
utilizada para a estimulação neuromuscular dos tipos de fibras musculares distintas,
girando em parâmetros que vão de 0 a 100 Hz, modulações de rampa de subida e
de descida (RISE e DECAN), que são aumentos ou diminuições cíclicas que
ocorrem na largura do pulso, com a função de restabelecimento gradual das fibras
do nervo motor. O TON e o TOFF é o tempo em que a corrente passa para os
tecidos e o tempo em que ela cessa, sendo recomendável que o tempo ON seja
igual ou menor que o tempo OFF, evitando a fadiga muscular (BORGES, 2010).
Estudos demonstram que as fibras do tipo I (vermelhas), de contração lenta
atingem a tetanização com frequências mais baixa entre 20Hz e 40 Hz, e se o
objetivo da eletroestimulação for trabalhar as fibras do tipo II ( brancas), de
contração rápida, a frequência deve variar entre 60Hz e 100Hz, o que logicamente
coloca-se as fibras intermediárias ou mistas numa média de 40Hz a 60Hz, conforme
o quadro 1.3 :
9
Quadro 1.3: Características das fibras musculares e a frequência utilizada na
corrente russa.
Tipos de Fibras
Características
Frequência
Tipo I
Vermelhas/ contração lenta
20Hz a 40Hz
Tipo II
Brancas/ contração rápida
60Hz a 100Hz
Intermediárias
Mistas
40Hz a 60Hz
Fonte: BORGES 2010
Apesar de existir alguns relatos baseados em pesquisas, Borges (2010)
enfatiza que esses parâmetros de modulação são extremamente pessoais ao
profissional que está atuando terapeuticamente, intencionando buscar a forma ideal
de trabalho, desde que não proporcionem lesões, fadiga,dores, etc. após e durante
a eletroestimulação e consigam atingir seus objetivos terapêuticos.
Eletroestimulação e o ponto motor.
Durante
a
eletroestimulação,
a
ação
da
corrente
elétrica
estimula
principalmente os neurônios motores, sendo as fibras musculares ativadas
indiretamente. Quanto maior a proximidade dos eletrodos na inserção dos nervos
nos músculos, ou seja, os pontos motores do músculo maior será a contração
muscular. Este posicionamento gera uma menor sensação de dor, além de uma
necessidade menor na quantidade de corrente, pois nestes pontos há uma maior
concentração de canais de sódio e uma menor impedância à passagem da corrente
elétrica (PETROFSKI, 2004) (MARESCA, BORGES,LINS,2013).
Observa-se as imagens da distribuição das fibras musculares e o ponto motor
da região abdominal ( figuras 1.4 e 1.5) e adutores ou região medial da coxa ( figura
1.6 e 1.7) .
Figura 1.4
Fonte: https://espacoviryasp.wordpress.com/category/pilates
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Figura 1.5
Elétrodos nos Oblíquos e Reto
Abdominais
Fonte:http://www.concursoefisioterapia.com/2010/07/aplicacoes-da-corrente-russa.html
Figura 1.6
Pectineo
Adutor
Curto
Adutor
Longo
Grácil
Adutpr
Magno
Fonte: http://www.musculacao.net/exercicios-para-os-adutores/
Figura 1.7
Eletrodos em Adutores ou Região
Medial da Coxa
Fonte: http://www.concursoefisioterapia.com/2010/07/aplicacoes-da-corrente-russa.html
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Frequência X Tolerância.
A intensidade é de acordo com o limiar e a máxima intensidade suportada por
sujeitos sadios não atletas é em média de 70 mA e em atletas de alto nível de até
200 mA. Quanto maior a intensidade, maior pode ser o ganho de força (PIAZZI,
UGRINOWITSCH e TRICOLI, 2005). Paralelamente à hipertrofia muscular, a
estimulação elétrica de baixa freqüência das fibras musculares esqueléticas tem
mostrado poder incrementar a capacidade das enzimas oxidativas, estimulando
assim, a adaptação ao metabolismo aeróbio, além de melhorar a regeneração
muscular e evitar atrofias (DOBSAK e Colaboradores, 2006) (MARESCA,
BORGES,LINS,2013).
METODOLOGIA
A metodologia definida para este estudo foi uma revisão de literatura com
base em livros e artigos de sites de pesquisa e publicações científicas, Google
acadêmico, scielo e pubmed, de 2004 a 2016, nesta busca, foram utilizados como
palavras-chave: envelhecimento tissular e muscular, eletroestimulação, corrente
russa, envelhecimento do MAP.
DISCUSSÃO
As pesquisas literárias e os artigos científicos utilizados na elaboração deste
artigo contribuíram para uma compreensão mais aprofundada dos efeitos da
eletroestimulação como recurso e objeto de terapias no tratamento da flacidez
muscular, sendo provocada pela perda de elementos do tecido conjuntivo, como
fibroblastos, elastina e colágeno. Esta perda faz com que a rede de elementos se
torne menos densa, tirando a firmeza entre as células. O problema da flacidez
muscular e dos tecidos gera pontos antissimétricos. Os tecidos se afrouxam, caem e
sofrem envelhecimento precoce (FIGUEIRA, MEIJA, 2014).
É importante salientar que alguns autores relatam que a contração muscular
voluntaria recrutada após um estimulo seria a fibra do tipo I vale ressaltar que isto
por consequência da atividade física, enquanto, que com a eletroestimulação em
primeiro lugar é estimulada a fibra do tipo II. Todavia entende-se que o aparelho de
corrente russa possui a função de selecionar a opção
da fibra que deseja ser
estimulada para o trabalho de contração (FIGUEIRA, MEIJA, 2014).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por ser difícil apontar qual a fibra muscular é verdadeiramente responsável
pela flacidez, o recomendável é que em pessoas sedentárias, a eletroestimulação
ocorra tanto em fibras brancas quanto vermelhas, podendo se utilizar a
eletroestimulação neuromuscular em fibras brancas, e durante o procedimento é
solicitado a cliente que realize a contração muscular voluntária no mesmo tempo em
que recebe o estímulo elétrico, havendo dois níveis de contração, voluntária com as
fibras vermelhas e eletroestimulado com as fibras brancas ( BORGES 2010).
As definições de exercícios resistivos e princípios da reversibilidade
evidenciadas por Kisner e Kolby (2009), somados a teoria de Borges (2010), sobre
as características das fibras musculares, de acordo ainda com a classificação na
modulação da eletroestimulação com corrente russa, fornecem os paradigmas para
a aplicação da técnica de fortalecimento do abdominal e região interna de coxa, com
a paciente em decúbito dorsal, com os joelhos flexionados, eletrodos posicionados
em reto abdominal e adutores. Eleva-se as mãos posicionando em região occiptal,
contraindo o abdômen simultaneamente à eletroestimulação, com isso ocorre o que
Borges, Evangelista e Marchi (2010) citam como a
resistência, a fim de que haja o fortalecimento muscular.
eletroestimulação com
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REFERÊNCIAS
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Phorte, 2010.
COSTA, CATUNDA, SOUZA, PINO, Efeitos da Eletroestimulação Neuromuscular
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Sedentário: Um estudo de caso, São Paulo, Revista Bras. de Prescrição e Fisiologia
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Pirapozinho - São Paulo, 2ª edição,2015.
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envelhecimento
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pós
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FIGUEIRA, MEJIA, O benefício de corrente russa no tratamento de flacidez
muscular, FAIPE,faculdade Sul Americana , pós graduação de fisioterapia,
Disponível
on
line
em
portal
biocursos:
http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/98/129O_beneficio_da_corrente_russa_
no_tratamento_da_flacidez_muscular.pdf, 2014.
KISNER, KOLBY, Exercícios Terapêuticos, Fundamentos e Técnicas, Barueri, São
Paulo, 5ª edição, Manole, 2009.
FECHINE, TROMPIERI, O processo de envelhecimento: as principais alterações que
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14
TOYOKI, CHAVES, SANTOS, ALVES, Tratamento da flacidez pós parto com
eletroestimulação muscular com corrente de média frequência, Graduação em
estética e cosmética, FMU Faculdades Metropolitanas Unidas, Rev. eletrônica
Belezair, publicado em 2015.
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