NÃO ADESÃO AO TRATAMENTO EM VIRTUDE DA DEPRESSÃO, OCASIONADA PELO DIABETES Kallyne Munik Souza Morato.1 Isabela De Martin Silva2 RESUMO Introdução: O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica que afeta aproximadamente 7,6% da população brasileira entre 30 e 69 anos. A presença de sintomas psiquiátricos associados a uma doença orgânica pode ter um efeito devastador sobre a saúde física do indivíduo. Aspectos psiquiátricos relacionados ao DM já vêm sendo descritos há pelo menos um século e podem influenciar o curso desta doença. Mais especificamente, sintomas depressivos poderiam prejudicar a adesão ao tratamento, piorar o controle metabólico e aumentar o risco de complicações do DM. Objetivo: Alertar aos portadores de diabetes que tal enfermidade pode ser responsável pela instalação de um quadro de depressão, por ser uma doença que causa um elevado estresse emocional, devido às inúmeras implicações de seu manejo.Metodologia: Este Artigo trata-se de um estudo de caso realizado a partir de visitas domiciliares à família da A.A.S da área de abrangência do PSF Amoreiras, na cidade de Paracatu, um dos requisitos da disciplina Interação Comunitária IV. Os instrumentos utilizados foram: 1 Acadêmica curso de Medicina da Faculdade Atenas, Paracatu-M.G. Endereço para correspondência: [email protected] 2 Professora do curso de Medicina da Faculdade Atenas, Paracatu-MG. entrevistas feitas durante as visitas á família por meio de questionários elaborados pelo corpo docente da Interação Comunitária IV, fichas de cadastro e consultas do PSF, diário de bordo e Projeto de Intervenção direcionado à família. Resultados: A paciente nunca seguiu a dieta corretamente e a proposta de intervenção não foi aceita pela mesma, mesmo com os horários da ministração dos medicamentos fixados em um lugar de fácil acesso a paciente não estava tomando-os de maneira correta, o livro de receitas estava guardado e que ainda não tinha sido utilizado. A paciente foi orientada a participar das reuniões do grupo de diabéticos do PSF Amoreiras, procurar o CAPS e iniciar um acompanhamento psicológico para que em primeiro lugar aceite a sua doença, e a partir daí inicie uma tratamento medicamentoso e adequado para sua enfermidade. Conclusão: Uma pessoa com diabetes necessita de uma série de mudanças no estilo de vida para que seja alcançado um bom controle da glicemia. O fato dos resultados não terem sido alcançados de maneira satisfatória, foram validos para se entender que a paciente não adere ao tratamento de forma adequada, por ser portadora que um distúrbio emocional, onde a mesma não aceita ser diabética. O tratamento da depressão teria efeitos benéficos na adesão às orientações médicas, melhorando o controle glicêmico. PALAVRAS CHAVE: Diabetes Mellitus; Depressão; Adesão ao Tratamento. 1. INTRODUÇÃO 1.1 REVISÃO DA LITERATURA O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica que afeta aproximadamente 7,6% da população brasileira entre 30 e 69 anos. A hiperglicemia persistente, característica da doença atinge de forma significativa os indivíduos, exigindo alterações importantes em seus estilos de vida. Pacientes com diabetes necessitam modificar hábitos alimentares e aderir a esquemas terapêuticos restritivos, tais como aplicações regulares de insulina e monitorização glicêmica diária. Além disso, estes pacientes devem lidar com o fato de ter que conviver durante toda a vida com uma doença que é responsável por complicações clínicas que prejudicam a saúde do indivíduo. Todas essas variáveis poderiam repercutir no estado de humor dos pacientes diabéticos (Malerbi DA, Franco LJ. Diabetes Care 1992). Os estados depressivos constituem, pela sua prevalência, grave problema de saúde pública. Estudos recentes, nos Estados Unidos, estimam sua prevalência, para o tempo de vida, em 7,8 % da população geral. Justifica-se, por esses números, a preocupação da Organização Mundial de Saúde em considerar as depressões como problema que interessa não só a psiquiatria, mas ao médico em geral. As depressões devem ser consideradas verdadeiramente como doenças, no sentindo estrito do termo, pelo sofrimento que acarretam, e pelas graves conseqüências que podem ocasionar. Como doença sistêmica, os estados depressivos manifestam-se por sintomas que afetam o humor, as funções cognitivas, a motricidade, as funções vegetativas (sono, apetite) e vários parâmetros neurofisiológicos (Prado CF, Ramos AJ, Valle RJ. 2007). A presença de sintomas psiquiátricos associados a uma doença orgânica pode ter um efeito devastador sobre a saúde física do indivíduo. Aspectos psiquiátricos relacionados ao DM já vêm sendo descritos há pelo menos um século e podem influenciar o curso desta doença. Mais especificamente, sintomas depressivos poderiam prejudicar a adesão ao tratamento, piorar o controle metabólico e aumentar o risco de complicações do DM (Maudsley H. 1899). A possibilidade de depressão no paciente diabético não foge às regras da possibilidade de depressão em outras pessoas não diabéticas, ou seja, devemos contar com o elemento constitucional e hereditária, a própria situação existencial de uma pessoa que sofre uma doença crônica, algo limitante, é um fator facilitador para o estado depressivo. Essa situação existencial do diabético propensa à depressão varia na medida das limitações impostas pela doença e, mais importante, agrava-se na proporção das complicações típicas da diabetes, como por exemplo, o comprometimento visual, renal e circulatório (Ballone GJ. PsiqWeb 2003). A prevalência da depressão em pacientes portadores de diabetes é de 9 a 14%, ou seja, um pouco mais que o dobro observado na população geral. Em pacientes com diabetes mal controlados e portadores de complicações crônicas a depressão é ainda mais freqüente e está associada a menor aderência ao tratamento medicamentoso e dietético (Leite MJP. 2007). Um estudo realizado no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE) em conjunto com o Instituto de Psiquiatria, no Rio de Janeiro, verificou que além da maior prevalência de depressão nos pacientes, há também alterações freqüentes no comportamento alimentar. No diabetes tipo 1, a anorexia nervosa e a bulimia são as categorias mais encontradas. No tipo 2, o transtorno de compulsão alimentar periódica foi o de ocorrência predominante. Segundo a presidente do departamento de Diabetes Mellitus da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Dra. Vivian Ellinger, “a depressão, muitas vezes não reconhecida, pode prejudicar a adesão ao tratamento, ocasionando dificuldade no controle do diabetes. O tratamento adequado da síndrome depressiva nestes pacientes poderia trazer grandes benefícios e diminuir os riscos de complicações”. (Corrêa P. 2005). 1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO A.A.S é uma senhora de 51 anos de idade, ficou viúva a 7 anos e desde então nunca mais se relacionou com outro pessoa, vive de pensão e aluguel, tem oito filhos, dois já faleceram e atualmente mora sozinha. O ambiente onde reside está em boas condições, a casa é ceramicada, as paredes são rebocadas e bem pintadas, possui 7 cômodos bem distribuídos. É diabética e hipertensa, precisa tomar medicação para as duas enfermidades, porém não possui regularidade quanto à ministração dos medicamentos e ainda não segue uma dieta adequada para seu estilo de vida. É uma paciente triste, reclama sentir-se muito solitária. Seu momento de distração é quando está fazendo comida e assistindo televisão. Possui uma enorme resistência quando precisa ir ao médico, talvez por ser uma pessoa já de idade e de ter costumes formados, não aceita suas doenças e dificulta o trabalho realizado pelos profissionais de saúde. Ela não faz o controle da glicemia e da pressão, não faz nenhum tipo de atividade física, reclama de dores nas costas e nas pernas e ainda está reclamando da perda da acuidade visual. Durante as visitas a paciente demonstra se sentir muito contente pela nossa presença, sempre cobrando um retorno. Segue abaixo o genograma da A.A.S. Genograma da A.A.S J.M.S 39 PC J.A.S M.A.S S.A.S E.A.B 30 ? A.A.S D.A.S A.A.S 51 DIA e HA A.B.S 44 anos A.B.S A.B.S M.A.S A.B.S 43 anos 39 anos ao nascer 8 AN A.B.S 36 anos A.B.M 19 IR A.B.S 34 anos A.B.S 32 anos Legenda: PC – Problema cardiaco DIA – Diabetes ? – não informado HA – Hipertensão Arterial IR – Insuficiencia renal AN - Aneurisma 1.3 JUSTIFICATIVA Este tema é de suma importância, pois ao receber o diagnóstico de uma doença crônica, ou seja, uma doença que irá ter longa duração e que, em alguns casos, ainda não há perspectiva de cura, o indivíduo passa por um turbilhão de emoções que necessitam serem entendidas e trabalhadas. Este problema precisa ser trabalhado para que a paciente não fique com seqüelas irreversíveis devido a não adequação ao estilo de vida do diabético. 1.4 OBJETIVO GERAL O objetivo deste estudo é alertar aos portadores de diabetes que tal enfermidade pode ser responsável pela instalação de um quadro de depressão, resultando em uma menor aderência ao tratamento medicamentoso e dietético, por ser uma doença que causa um elevado estresse emocional, devido às inúmeras implicações de seu manejo. 1.5 OBJETIVO ESPECÍFICO Conscientizar a paciente que a diabetes não é uma doença auto-limitante se tratada de maneira correta. Esclarecer que para se obter um tratamento medicamentoso e dietético adequado ela precisa em primeiro lugar aceitar seu novo estilo de vida. Encaminhar a paciente para um grupo de apoio psicológico, com o objetivo de eliminar sinais depressivos que estão sendo responsáveis pela não adesão ao tratamento. 1. METODOLOGIA 2.1 ÁREA DE ESTUDO A área de estudo foi a microárea de abrangência do PSF Amoreiras no bairro Amoreira II, na cidade de Paracatu-MG. 2.2 COLETA DE DADOS Os dados foram coletados em 5 vistas nas datas: 06/10/2006; 24/11/2006; 12/04/2007; 14/06/2007 e 20/09/2007, por dois estudantes de medicina, previamente orientados por professores da disciplina Interação Comunitária. Foram entrevistados a A.A.S, sua filha A.B.S. 2.3 CRITÉRIO DE SELEÇÃO DOS SUJEITOS A paciente foi selecionada por um agente comunitário do PFS Amoreiras de forma não aleatória. Foi escolhida por ser diabética e hipertensa, onde o objetivo da disciplina era ter famílias com enfermidades diferentes e em diferentes faixas etárias. 2.4 INSTRUMENTOS OU TÉCNICAS UTILIZADAS Os instrumentos utilizados foram: entrevistas feitas durante as visitas á família por meio de questionários elaborados pelo corpo docente da Interação Comunitária IV, fichas de cadastro e consultas do PSF, diário de bordo e Projeto de Intervenção direcionado à família. 3.RESULTADOS 3.1 DESCRIÇÃO A.A.S, descobriu que era portadora do DM tipo II no ano de 1998, desde então começou a se adaptar ao seu novo estilo de vida, porém encontrou uma grande dificuldade em segui-lo, pois sempre se alimentou sem nenhuma restrição. Por morar sozinha desde que seu marido faleceu, uma de suas distrações sempre foi cozinhar as coisas que mais gosta de comer, como tal hábito não é condizente com manutenção da sua saúde, passou a fazê-lo de forma com que seus filhos quando fossem visita-lá ou até mesmo amigos não percebesse. Começamos a acompanhá-la em 2006 e aos poucos a paciente foi relatando como era sua rotina durante o dia, reclamou bastante de morar sozinha, de não ter alguém para conversar na hora que ela mais precisa, então para se distrai faz as coisas de casa gosta de ver televisão, e de cozinhar e principalmente fazer doces. Em relação a dieta que tem que seguir, afirmou que não come nada que ela não pode, e que somente as vezes para se acalmar come um pedaço de doce, enquanto medicações que deve tomar disse que realmente não se lembra, que quando começa a fazer as coisas de casa, tal dever fica esquecido. Com o intuito de ajudá-la nesse problema foi confeccionado uma caixa para a mesma organizar seus medicamentos e deixa-los em um local de fácil acesso. Foi criada também uma tabela com os horários de cada medicamento, para que a paciente não se esquecesse de tomá-los na hora certa, esta tabela foi fixada em um local bem visível. E foi entregue um livro de diversas receitas dietéticas, já que a mesma relatou gostar de cozinhar. Também foi orientado quanto a importância da adesão ao tratamento, ao seguimento da dieta, a prática de exercícios físicos e a constante avaliação da sua glicemia. Em vistas subseqüentes além de A.A.S, estava presente sua filha A.B.S, sendo possível conversar sobre o caso de sua mãe. Foi relatado pela filha que sua mãe nunca seguiu a dieta corretamente e que a mesma esconde o que faz, pois tem consciência que isto não é o certo, foi dito ainda não foi válido a tentativa que tivemos, pois mesmo com os horários da ministração dos medicamentos fixados em um lugar de fácil acesso a mãe não estava tomando-os de maneira correta, e que o livro de receitas estava guardado e que ainda não tinha sido utilizado. A.A.S confirmou que não tinha feito nenhuma das receitas do livro, pois tinha vontade de comer coisas do seu costume e que sempre comeu. Em seguida orientamos a paciente a participar das reuniões do grupo de diabéticos do PSF Amoreiras, procurar o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e iniciar um acompanhamento psicológico para que em primeiro lugar aceite a sua doença, e a partir daí inicie uma tratamento medicamentoso e adequado para sua enfermidade. 5.DISCUSSÃO 4.1 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS Neste artigo ao analisarmos o quadro de A.A.S, foi possível perceber que a paciente ao descobrir que estava com diabetes, passou por um abalo emocional muito forte e que até então não consegue aceitar sua doença, e pela diabetes não cursar com um quadro clinico sintomático em sua fase inicial, o tratamento ficou prejudicado. Associado, percebemos que pela paciente morar sozinha, não fazer nenhum tipo de atividade física, não possuir momentos de lazer, passa grande parte do seu tempo ociosa, favorecendo à mesma ocupar o seu tempo cozinhando e ingerindo alimentos inadequados para manutenção de sua saúde. 4.2 COMPARAÇÃO COM OUTROS ESTUDOS Como afirma (Bailey BJ. Clin Nurs Res 1996), existem 2 fatores que parecem correlacionar-se com a depressão no paciente diabético: a aceitação da doença e a capacidade do paciente em lidar com as alterações que a doença impõe sobre alguns aspectos da vida cotidiana. A dificuldade em adaptar-se à doença poderia estar associada a um aumento dos sintomas depressivos, prejudicando o funcionamento diário destes indivíduos. O prejuízo funcional, por sua vez, dificultaria ainda mais as modificações no estilo de vida relacionadas à doença. Um fator parece associar-se diretamente com a presença de sintomas depressivos no paciente diabético: o fato de ser solteiro. A ausência de um companheiro pode ser responsável por uma menor capacidade de aceitar a doença e as modificações necessárias no estilo de vida. (Black SA. Care 1999) e (Peyrot M, Rubin RR. Diabetes Care 1997). 4.3 DIFICULDADES LIMITAÇÕES Na elaboração deste artigo encontramos algumas limitações, como: tempo curto para realização do trabalho, poucas visitas à família e dificuldade em A.A.S nos passar as informações como realmente são. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 5.1 SÍNTESE DOS PRINCIPAIS RESULTADOS Uma pessoa com diabetes necessita de uma série de mudanças no estilo de vida para que seja alcançado um bom controle da glicemia, como o uso regular de medicamentos e disciplina nos hábitos alimentares. Além dessas mudanças, o fato de saber-se portador de uma doença crônica e o temor de complicações são fatores que podem ser responsáveis por uma maior freqüência de depressão em pacientes com tal enfermidade. O fato dos resultados não terem sido alcançados de maneira satisfatória, foram validos para se entender que a paciente não adere ao tratamento de forma adequada, por ser portadora que um distúrbio emocional, onde a mesma não aceita ser diabética. 5.2 SUGESTÕES DE NOVAS PESQUISAS Sugiro a elaboração de mais pesquisas voltadas para a relação entre depressão e diabetes, pois é com certeza um problema que é instalado em pacientes portadores de tal enfermidade e que acaba prejudicando a adesão ao tratamento e a evolução da doença. É necessário ainda que os profissionais de saúde do PSF Amoreiras continue acompanhando A.A.S, para que o quadro clinico da paciente não evolua deixando seqüelas irreversíveis. 5.3 PROPOSIÇÕES E RECOMENDAÇÕES DE INTERVENÇÕES O tratamento da depressão teria efeitos benéficos na adesão às orientações médicas, melhorando o controle glicêmico e, indiretamente, diminuindo o risco de complicações crônicas da doença. Além disso, haveria uma tendência a menos gastos relacionados à saúde e a uma melhor sensação de bem-estar e funcionamento social. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado forças para continuar no momento em que pensei desistir. Ao professor doutor Helvécio Bueno, à professora Irisleda e as tutoras Lucileila Camargo e Eva Mendes, que esteve ao meu lado me orientando e ajudando quanto à execução do meu trabalho. A minha amiga e dupla de Interação Comunitária Vanessa de Paula que sempre esteve comigo nas visitas às famílias e pela sua fundamental participação na realização do Projeto de Intervenção. Agradeço ainda a todos meus amigos pela ajuda e palavras de conforto nos momentos de desespero. ABSTRACT Introduction: Diabetes mellitus (DM) is a chronic disease that affects about 7.6% of the Brazilian population between 30 and 69 years. The presence of psychiatric symptoms associated with an organic disease can have a devastating effect on the physical health of the individual. Aspects related to psychiatric DM already have been described for at least a century and may influence the course of this disease. More specifically, depressive symptoms could undermine adherence to treatment, worsen the metabolic control and increase the risk of complications of DM. Objective: to alert people with diabetes that this disease may be responsible for the installation of a framework for depression, because it is a disease that causes a high emotional stress due to the many implications of its management. Methodology: This Article is a case study carried out from home visits to the family of the ASA's area of coverage of PSF Amoreiras, in the city of Paracatu, one of the requirements of discipline Community Interaction IV. The instruments used were: interviews made during the visits to family through questionnaires prepared by the faculty of the Community Interaction IV, registration sheets and consultations of FHP, the logbook and Intervention Project directed to the family. Results: The patient never followed the diet correctly and the proposed intervention was not accepted by the same even with the schedules of administration of drugs in a fixed place of easy access to patient was not taking them in correct, the book of revenue was saved and that had not yet been used. The patient was directed to attend meetings of the group of diabetic FHP Amoreiras, seeking the CAPS and start a psychological support for that first accepted her illness, and from there begin a drug treatment and appropriate for their illness. Conclusion: A person with diabetes requires a number of changes in lifestyle to be achieved a good control of blood glucose. The fact the results have not been met adequately, were valid to believe that the patient does not adhere to treatment in an appropriate manner, being a carrier that emotional disturbance, where it would not accept being diabetic. The treatment of depression would have beneficial effects on adherence to medical guidelines, improving the glycemic control. KEY WORDS: Diabetes Mellitus; Depression; adherence to treatment. REFERÊNCIAS BAILEY, B. J. Mediators of depression in adults in diabetes. Clin Nurs Res 1996. BALLONE, G. J. - Diabetes e Depressão, in. PsiqWeb, Internet, disponível em <http://www.virtualpsy.org/psicossomatica/diabetes.html> 2003 BLACK, S. A. Increased health burden associated with comorbid depression in older diabetic Mexican American. Diabetes Care 1999. CORRÊA P. Diabetes e Depressão. Sala de impressa da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia 2005. Disponível em <http://www.endocrino.org.br/sala_imprensa_exibe.php?id=44> acesso em 03 de julho de 2008. 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