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INCIDÊNCIA E ALTERAÇÕES COMUNS NOS TRANSTORNOS
FONOLÓGICOS NA REDE MUNICIPAL DE PEDREIRAS-MA
Marcos Aurélio Abreu Lima* ([email protected])
Instituição de Origem: Centro de Saúde Dr. Carlos Melo –
Município de Pedreiras-MA
Resumo
Objetivo: propiciar o conhecimento referente a
incidência e alterações comuns dos transtornos
fonológicos na cidade de Pedreiras-MA. Métodos: foram
avaliados 42 pacientes, sendo 27(11%) homens e
15(6%) mulheres, estes pacientes foram encaminhados
por diversos profissionais para avaliação fonoaudiológica,
tal avaliação foi realizada através do álbum fonético
devidamente balanceado foneticamente, bem como uso
de luvas, máscaras para verificação de mobilidade e
tonicidade da musculatura orofacial. Resultados: dos 42
pacientes avaliados, a incidência encontrada no sexo
masculino foi de 27(11%) e no sexo feminino 15(6%),
em relação à troca de fonemas houveram-se 19(5%),
distorções 9(2%), omissões 15(4%) no sexo masculino.
Não observou-se inserções. No sexo feminino, as trocas
obtiveram 5(2%), (7%) quanto as distorções e 7(1%)
em relação a inserção de fonema. Conclusão: defendeuse a importância da incidência e alterações comuns nos
transtornos fonológicos visando ampliar e explorar o
ponto de vista fonoaudiológico daquela região, devido ter
poucos ou nenhum trabalho em relação a este.
Unitermos:
Transtornos
Fonológicos;
Alterações
Comuns; Incidência.
INTRODUÇÃO
Após o nascimento, o bebê submete-se progressivamente
a interar-se do meio em que vive. Gradativamente os estímulos
sonoros, tais como: ruídos e sons que o cercam passam a ter
importância para ele e o processo de atenção auditiva vai se
desenvolvendo permitindo-lhe captar e discriminar características
acústicas cada vez mais refinadas. Estes processos seriam
inoperantes se a criança não tivesse condições para armazenar estas
experiências sonoras e, a partir disto comparar novos estímulos com
os retidos, identificando-os. Posteriormente, em conseqüência a este
processo, a possibilidade de produção de sons e o bebê, utilizando-se
de uma imagem acústica e de suas possibilidades motoras passa a
reproduzi-los.
Novamente, torna-se fundamental a capacidade de
retenção, desta vez dos padrões motores, sem que não ocorreria a
fixação do modelo articulatório.
Este padrão é progressivamente mudado através de
conexões que são orientadas pelas sensações que a produção
articulatória provoca no meio e no próprio indivíduo (feedback
interno e externo) e que possibilitam a evolução dessa produção para
padrão cada vez mais corretos.
Finalmente, o indivíduo chega a perfeita integração entre
o modelo acústico e o movimento necessário à sua produção de tal
forma que novas correções não são mais necessárias (imagemacustica-articulatória).
Pesquisas mostram que dentre as alterações de fala e
linguagem, o distúrbio fonológico apresenta grande ocorrência na
população infantil. Portanto, há uma grande preocupação com a fala
e a linguagem de crianças que, em muitos momentos, torna-se difícil
compreensão. É recomendável que o distúrbio fonológico têm
alteração na sensibilidade fonológica e, mais tarde, quando exposto à
alfabetização na consciência fonológica, dificultando a aprendizagem
de leitura e escrita.
O transtorno fonológico é conceituado como uma
alteração de fala caracterizada pela produção inadequada dos sons e
uso inadequado das regras fonológicas da língua, com relação à
distribuição do som e ao tipo de sílaba, que resultam no colapso de
contrastes fonêmicos, afetando o significado da mensagem.
A causa do distúrbio é desconhecida, sendo a gravidade e
a inteligibilidade da fala de graus variados.
Para Cássio (2007), as causas podem ser várias, mas o
que mais aparece é a dificuldade de discriminar os fonemas sonoros
trocando-os pelo surdos.
Embora possa haver uma associação com claros fatores
causais, tais como prejuízo auditivo, déficits estruturais do
mecanismo periférico oral da fala (por exemplo: Fenda Palatina),
condições neurológicas (por exemplo: Paralisia Cerebral), limitações
cognitivas (por exemplo: Retardo Mental), ou problemas
psicossociais, pelo menos 2,5% das crianças pré-escolares
apresentam transtornos fonológicos de origem desconhecida ou
suspeita frequentemente chamados de funcionais e evolutivos. Pode
haver um atraso no início da fala. O transtorno fonológico é mais
comum no sexo masculino.
Para considerar que a criança tenha transtorno fonológico
devemos respeitar a idade da mesma, pois existe uma ordem
cronológica do aparecimento dos fonemas na criança dependendo da
sua idade.
Existem fonemas esperados para cada idade, dos 18
meses aos 2 anos e meio a criança deve produzir os seguintes
fonemas: /b/, /m/, /p/, /t/, /d/, /n/, /k/, /g/, /nh/; e de três anos
aos quatros anos: /x/, /ch/, /j/, /l/, /lh/, /z/; e tem poucos erros
articulatórios; aos cinco e seis anos de idade começa a fazer
encontros com consoantes e começa a enriquecer seu vocabulário,
emite praticamente todos os fonemas de sua língua.
São vários os tipos de transtornos fonológicos o que pode
ser classificado em:
- Omissões: quando o som não é produzido onde deveria
ocorrer, tornando-se ausente esse som;
- Substituição: quando o som é substituído por outro;
- Distorção: quando a produção do fonema assemelha-se
a emissão correta, porém com certa distorção;
- Inversão: quando a ordem dos fonemas se encontram
alteradas, num mesmo vocabulário;
- Inserção: quando um som (fonema) é inserido no
vocábulo.
Aproximadamente 2 a 3% das crianças de 6 a 7 anos
apresentam um transtorno fonológico de moderado a severo, embora
a prevalência de formas mais leves destes transtornos seja superior.
A prevalência cai para 0,5% por volta dos 17 anos.
A intervenção fonoaudiológica é o principal tratamento, a
motivação do paciente é essencial junto com a colaboração da família
para proporcionar a estes indivíduos, portadores de transtornos
fonológico, uma melhor qualidade em sua fala.
Sendo assim, o objetivo desta pesquisa é mostrar a
incidência e alterações comuns dos pacientes atendidos,
fonoaudiologicamente, na rede municipal de Pedreiras-MA,
confirmando assim os descritos nas literaturas vigentes.
MATERIAL E MÉTODO
Foram avaliados de 2004 a 2007, 42 pacientes, sendo
27(11%) homens e 15(6,3%) mulheres. Estes pacientes tinham de 4
a 34 anos. Eles chegaram à clínica com queixas ligadas à fala.
Os pacientes foram encaminhados por dentistas,
enfermeiros, médicos, escolas, psicólogos e até mesmo pela própria
autonomia dos pais guiados pela preocupação para com seus filhos.
Apenas um examinador realizou todas as avaliações durante estes
quatro anos.
Para tal avaliação foi utilizado um álbum fonético
devidamente balanceado para todos os fonemas, bem como luvas,
espátulas, lanterna e máscara para verificação de mobilidade,
tonicidade da musculatura Orofacial e também as arcadas e tipo
facial foi levado em consideração. Vale ressaltar que todos os
pacientes avaliados estava excluso a possibilidade de qualquer perda
à nível sensorial (audição e visão).
Foi pedido ao paciente para nomear as figuras expostas
no álbum fonético houveram-se algumas dificuldades com o
comportamento de alguns pacientes, porém, foram sanadas com
algumas técnicas relacionadas ao lúdico. Logo após a nomeação os
pacientes eram dirigidos para frente do espelho para a repetição de
alguns movimentos de língua, bochecha e lábios, para verificação de
mobilidade e tonicidade destas musculaturas.
A seguir, pedia-se ao paciente para abrir a boca para
verificação das arcadas, freio lingual, amígdalas ou algo que
interferisse na produção adequada dos fonemas.
As avaliações dos pacientes eram realizado somente às
quartas-feiras (dia de avaliação fonoaudiológica) no horário das
09:00 às 12:00 horas e protocoladas na ficha geral da Secretaria
Municipal de Saúde da Prefeitura de Pedreiras-MA mais precisamente
no Centro de Saúde Dr. Carlos Melo.
RESULTADOS
Dos 42 pacientes avaliados, a incidência encontrada no
sexo masculino 27(11%), em relação a alterações do tipo trocas de
fonemas de 19(5%) dos pacientes, quanto a distorções, 9(2%),
também encontrou-se 15(4%) de omissões neste mesmo sexo
masculino. Não foram encontradas inserções fonêmicas.
Dente a incidência de alterações encontradas no sexo
feminino 15(6%) dos pacientes, encontrou-se 5(2%) de trocas dos
fonemas avaliados, 7(1%) quanto a distorções, 7(1%) de omissões e
7(1%) de inserções fonêmicas. Ressalta-se que a maioria dos 42
pacientes apresentam mais de uma alteração fonológica.
Foram considerados os tipos dos transtornos fonológicos
de acordo com a classificação encontrada na maioria da literatura
existente.
DISCUSSÃO
Na prática clínica fonoaudiológica, definir as alterações
encontradas nos transtornos fonológicos é de suma importância para
o objetivo final de um tratamento. Definir ainda qual a incidência e
alterações comuns nesses transtornos nos leva perceber que novos
descobertas possam fluir a favor da fonoaudiologia.
Nesta pesquisa procuramos conhecer a incidência e
alterações comuns nos transtornos fonológicos no Município de
Pedreiras, interior do Estado do Maranhão, nos pacientes atendidos
pela rede municipal de saúde.
Observou-se que a incidência maior nos distúrbios
fonológicos está no sexo masculino que são 27(11%) dos pacientes,
quanto ao sexo feminino está com 15(6%) destes pacientes.
Tal resultado encontra-se também, na maioria das
pesquisas na literatura.
Quanto
as
alterações
comuns
nos
transtornos
fonológicos, não encontramos pesquisas que abordassem tal assunto.
Tivemos para o sexo masculino, 19(5%) de trocas,
9(2%) distorções, omissões 15(4%) e para o sexo feminino, 5(2%)
de trocas, 7(1%) distorções, 7(1%) omissões e 7(1%) de inserções
fonêmicas.
Desta forma, temos a incidência maior para o sexo
masculino e alterações comuns variadas, em ambos os sexos.
Novos estudos e critérios de avaliação devem ser
estudados e sugeridos para que haja maior precisão tanto de
classificação como na observação de possíveis causas das alterações
fonológicas.
CONCLUSÃO
Apesar de pouco difundido, e raras pesquisas que
envolvem a incidência e alterações comuns nos transtornos
fonológicos, defendemos a importância destes, visto que em relação
as alterações comuns, que podem ser mais exploradas por outros
pesquisadores
afim
de
ampliar
a
visão
do
profissional
fonoaudiológico.
ABSTRACT
Objective: provide knowledge regarding changes in the
incidence of common disorders in the city of fonológicos PedreirasMA. Methods: 42 patients were evaluated, and 27 (11%) men and
15 (6%) women, these patients were referred by various
professionals to evaluate phonoaudiological, this assessment was
performed using the phonetic album phonetically balanced properly,
and use of gloves , masks for verification and mobility of the muscles
tonicidade orofacial. Results: of the 42 patients evaluated, the
incidence found in males was 27 (11%) and females 15 (6%) in
relation to the exchange of phonemes there were up 19 (5%),
distortions 9 (2% ), omissions 15 (4%) in males. Not there was
insertions. In females, the exchange gained 5 (2%) (7%) and the
distortions and 7 (1%) on the inclusion of fonema. Conclusion: It is
argued the importance of the impact and changes in the common
disorders fonológicos aimed extend and exploit the view
fonoaudiológico that region, due Tuesday little or no work on this.
Key Words: Fonológicos Disorders; Changes Common; Impact
REFERÊNCIAS
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phonological disorders in children. J. Speech, Lang. Hear. Res., v.
41 p. S85-S100, 1998.
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Diagnóstico e Tratamento em fonoaudiologia: Psicomotricidade,
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WERTZNER, H. F. O distúrbio fonológico em crianças
falantes do português: descrição e medidas de severidade.
2002. Tese 228 f. (Livre-Docência Junto ao Departamento de
Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional) - Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo.
CURRICULUM DO AUTOR
Fonoaudiólogo,
Especialista
em
Fonoaudiologia
Hospitalar,
Fonoaudiólogo do Município de Pedreiras-MA e Ex-Chefe do Centro de
Saúde Santa Cruz em Capinzal do Norte-MA, Tutor e VídeoCoferencista do Portal da Educação e Membro do Núcleo de Atividade
do Fonoaudiólogo – NAF Brasil, Autor do Blog “O mundo da
Fonoaudiologia” (www.marcosfono.blogspot.com).
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