Cronologia A Primeira Idade Média (séculos V - VIII)

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Alta
idade média
Idade Média Central
(séculos XI - XIII)
Cronologia
Os tempos medievais abrangem do século V
ao XV da Era Cristã. Convenciona-se dividir essa
época em duas partes: a Alta Idade Média (época
de formação do Feudalismo, do século V ao X) e a
Baixa Idade Média (decadência do Feudalismo,
do século XI ao XV). Todavia, para melhor entendermos a dinâmica feudal adotaremos uma outra
divisão cronológica. Essa não invalida a convencional e busca a compreensão das estruturas medievais. Dividindo-se em: Primeira Idade Média,
Alta Idade Média, Idade Média Central e Baixa
Idade Média.
Primeira Idade Média
(séculos V - VIII)
Foi aqui que se solidificaram as três ideias
que caracterizarão toda a Idade Média: a herança
clássica romana, a herança germânica e o cristianismo.
Baixa Idade Média
(séculos XIV e XV)
O fim da Idade Média, mas, ao mesmo tempo, o
“parto” da modernidade. A vitalidade e a contínua
expansão (demográfica, econômica e territorial) da
Idade Média Central levou o sistema feudal aos
limites possíveis de seu funcionamento: a crise do
século XIV é a materialização disso.
A Primeira Idade Média
(séculos V - VIII)
O fim do mundo antigo
Alta Idade Média
(séculos VIII - X)
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Época da cristalização do feudalismo. Caracterizou-se também por ser uma época de crescimento:
entre os séculos XI e XIII houve uma forte expansão
populacional, econômica (foi a fase mais próspera da Idade Média) e territorial (Cruzadas). Tais
transformações provocaram profundas mudanças,
o que resultou no surgimento de novas estruturas
estranhas ao feudalismo: a burguesia, a cidade e a
universidade.
Uma nova e efêmera unidade política com o
Império Carolíngio de Carlos Magno – legitimada
pela Igreja. Fora da Europa haviam outros impérios
com grande força: o Império Bizantino e o Império
Islâmico. O fim do Estado Carolíngio se precipitou
com uma nova onda de invasões.
Em 476, houve a queda de Roma (Império Romano do Ocidente) com as invasões dos bárbaros
germânicos. Foi o fim do mundo antigo. O modo de
produção escravista entrou em declínio, dando lugar
ao que depois se constituiu no modo de produção
feudal. Com as invasões, uma parcela significativa
da população fugiu para o campo em busca de proteção. É o que ficou conhecido como ruralização – e,
consequentemente, o fortalecimento de uma aristocracia rural. A nova configuração política teve como
tônica a fragmentação (a Europa levada à divisão
em vários reinos).
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Podzwato.
A Europa no século V: os reinos bárbaros.
A formação de
um mundo diferente
Cronologicamente, a Idade Média inicia-se no
século V. Porém, as características peculiares desse
período se forjam em um processo que demora alguns
séculos. A esse momento de constituição do medievo
chamamos de Primeira Idade Média, se estende dos
séculos V ao VIII. É nele que se dá o cruzamento
das três matrizes fundamentais no que constituiu o
mundo medieval: a romana, a germânica e a cristã.
Vejamos algumas características de cada.
Matriz germânica
Os povos bárbaros (anglos, suevos, saxões,
visigodos, ostrogodos, francos, entre outros) trouxeram consigo a pluralidade política, haja vista não
terem um comando centralizado. Uma herança dos
bárbaros foi o comitatus: juramento de fidelidade
estabelecido entre guerreiros e chefes militares (que
deu origem às relações de suserania e vassalagem).
Também era da tradição desses povos o direito baseado nos costumes, transmitidos via oral – o direito
consuetudinário.
A herança romana foi vasta: o caráter sagrado
conferido à monarquia, a germanização do Exército
(ocorrida antes das invasões bárbaras), hierarquização social, as villae romanas – grandes propriedades rurais que deram origem aos feudos –, a nova
espiritualidade originária do cristianismo. A imagem
e grandeza de Roma reluziu na cabeça do homem
medieval que não viu, com a queda do Império, seu
fim definitivo: o homem medieval ainda aspirou ser
romano. Um exemplo concreto disso foram os súditos
do Império Bizantino (originalmente Império Romano
do Oriente) que ainda se viam como romanos até a
queda de Constantinopla, em 1453.
Originalmente, o cristianismo foi uma religião
de origem oriental que teve grande popularização
no contexto de crise do Império Romano (liberdade
de culto em 313 d.C. e religião oficial do império em
380 d.C.). Sua mensagem de esperança em outra vida
(paraíso celeste ao lado do Criador) gerou grande
popularidade entre os romanos, alcançando cada
vez mais adeptos.
No início do período medieval, foi o cristianismo
o elemento que possibilitou a articulação entre os
romanos e germânicos. Conferiu unidade espiritual
essencial para aquela sociedade.
Mas não foram simplesmente os ideais cristãos
os responsáveis pela difusão da religião. A Igreja
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Matriz cristã
Matriz romana
A Alta Idade Média
(séculos VIII - X)
Este período classificado como Alta Idade Média ocorreu quando já estava completa a síntese das
três matrizes (matriz romana ou clássica, matriz germânica e matriz cristã) que irão caracterizar a época
medieval. Destacam-se como grandes momentos
ocorridos entre os séculos VIII e X a unidade política do Ocidente medieval por intermédio do Império
Carolíngio de Carlos Magno. Para se alcançar tal
unidade houve o encontro entre os poderes temporal
e espiritual (o Império foi legitimado pela Igreja). Mas
é necessário lembrar que a Cristandade Ocidental
se desenvolvia concomitantemente com outras duas
grandes civilizações próximas à Europa: a bizantina
e a muçulmana. O fim do Império Carolíngio se deu
com uma nova onda de invasões (principalmente
dos vikings) como não ocorria desde as penetrações
bárbaras, marcando o fim da Alta Idade Média.
romanos). Administravam por meio de uma aristocracia encarregada por zelar uma determinada região.
Se o Estado para os francos era propriedade do
soberano, com a morte deste o reino seria dividido
entre seus herdeiros. Assim aconteceu com a morte
de Clóvis (511), fazendo com que o reino se fragmentasse. Tal fragmentação fez com que a dinastia
merovíngia recebesse a alcunha dos “reis indolentes”
por não conseguirem ter o poder de mando, pois a
fragmentação não proporcionava um poder efetivo.
Neste vazio de poder houve o fortalecimento
de Carlos Martel devido a sua vitória sobre os muçulmanos na Batalha de Poitiers (732). Essa batalha
impediu a invasão árabe no restante da Europa. O
filho de Martel – Pepino, o Breve – apoiado pela Igreja
depôs o último rei merovíngio e deu início à dinastia
Carolíngia (751). Pepino foi o primeiro dos reis francos
a ser ungido. A importância do reinado residiu no fato
de reunificar os povos e territórios francos, consolidar
a aliança com a Igreja Católica ao combater os lombardos na Itália e centralizar o poder.
Podzwato.
Católica Apostólica Romana teve seu papel atuante. Foi a única instituição que não ruiu junto com
o Império Romano do Ocidente, e, durante toda a
Idade Média, foi a única fortemente centralizada e
hierarquizada.
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O Império Carolíngio
As raízes do Império Carolíngio remontam à
época dos contatos entre os romanos e os bárbaros
– no caso, os povos bárbaros chamados de francos.
Eles tiveram contatos ainda no tempo do Império
Romano, por meio da circulação e integração de seus
membros no Exército romano. Com a queda de Roma,
aquele povo formou um dos vários reinos bárbaros
existentes: o Reino Franco. Este se tornou o principal
reino da Alta Idade Média.
O marco inicial desse reino foi a sua unificação
política por Clóvis, com quem iniciou-se a dinastia
merovíngia – em homenagem a Meroveu, um antepassado mítico dos francos. A política desse imperador foi caracterizada pela unificação das diversas
tribos francas em um processo de centralização. No
episódio conhecido como o batismo de Clóvis, o rei
franco tornou-se o primeiro rei pagão a se converter
ao catolicismo – estabelecendo uma aliança com a
Igreja. Tal aliança teve grande importância para o
fortalecimento do poder real e para sua política de
conquistas territoriais.
Para os francos, a concepção de Estado era a de
que este era propriedade do soberano. Eram avessos
à burocracia (portanto, ao modelo administrativo dos
Império Carolíngio durante Carlos Magno.
É durante o período carolíngio que ocorre o encontro entre o poder espiritual (Igreja) e o temporal
(Império). Carlos Magno, sucessor de Pepino, conseguiu por meio de conquistas e com a fé católica (estava
apoiado pela Igreja) uma unidade político-religiosa
na Europa. Em troca, a Igreja recebeu territórios na
Península Itálica (o que restou hoje faz parte do Vaticano) e o dízimo, imposto recolhido para a Igreja – algo
que foi retomado a partir dos carolíngios.
Do ponto de vista econômico, o comércio era
limitado em tal Império. Sem contar com outras
dificuldades como a de transporte e comunicações,
escassez de moedas. A economia era rural e de
subsistência.
No que diz respeito ao aspecto social, a escravidão declinava nos domínios rurais porque a Igreja
proibia que os batizados fossem escravizados. No
lugar deles, havia os servos. Há nessa época o declínio
dos camponeses livres que passam a trabalhar para
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Brandaquio.
gião que hoje compreende a França central ficou com
Lotário. A importância do tratado de Verdum é que
com ele se fragmenta o império dos francos – o que
se cristalizou ainda mais com uma segunda onda de
invasões na Europa. Povos não-europeus invadiram
o continente: ao Sul, por meio da Península Ibérica,
consolidou-se o domínio islâmico; ao Leste europeu,
houve a invasão dos magiares; e, vindos do Norte, os
Vikings – um dos grandes responsáveis pela ruína
dos carolíngios.
Podzwato.
os donos dos feudos (senhores feudais) devido às dificuldades que encontram. Existe, também, a formação
dos senhores de terras e dos servos da gleba – característica de uma sociedade feudal em formação.
No aspecto político houve uma unidade política dos francos com Carlos Magno. Carlos Magno
concentrou o poder em suas mãos e controlou a
nobreza por meio das Guerras de Conquista. Laços
de suserania e vassalagem foram implantados com
efetividade.
O mais destacado imperador carolíngio foi
Carlos Magno. No Natal do ano 800 ele foi coroado
“Imperador dos Romanos” pelo papa, que pretendia
estabelecer um poder forte no Ocidente que tivesse
força para ir contra ao Império Bizantino. Dividiu o
império em várias regiões menores para uma melhor
administração: são as circunscrições, administradas
pelos condes; nas circunscrições fronteiriças, as
marcas eram administradas pelos marqueses. Tais
condes e marqueses detinham as tarefas de serem
fiéis ao rei e de fiscalizarem e administrarem a região e ficaram conhecidos como Missi Dominici. No
período desse monarca também foi promovido um
desenvolvimento cultural conhecido como Renascimento Carolíngio.
Mapa da divisão do Império Carolíngio: o Tratado de Verdum (843).
Outros impérios medievais
bizâncio e islã
Paralelamente ao Império Carolíngio existiram
outros dois grandes impérios medievais: o Império
Bizantino e o Império Islâmico. Vejamos agora, em
linhas gerais, tais povos.
Carlos Magno, o imperador.
Após a morte de Carlos Magno seu filho, Luis,
o Piedoso, assumiu. Ele retomou com o costume
franco de dividir o império entre os seus filhos. Em
sua sucessão, houve uma disputa pelos territórios
entre os herdeiros no que culminou com a Partilha de
Verdum (843). Assinado pelos filhos de Luis, o Piedoso, tal tratado dividiu o império em três partes. A
região que hoje compreende a França ocidental ficou
com Carlos, o Calvo; a região que hoje compreende a
França oriental ficou com Luís, o Germânico; e a re-
O Império Bizantino é fruto da divisão dos territórios romanos para um melhor controle e administração daquele império que, na época, era governado
por Diocleciano.
Originalmente, a parte oriental do Império chamava-se Império Romano do Oriente e tinha em Bizâncio
a sua capital.
Posteriormente, essa cidade chamou-se Constantinopla em homenagem ao imperador Constantino.
Atualmente, chamamos a localidade de Istambul.
Com as invasões dos bárbaros germânicos, em
476, ocorreu a queda do Império Romano do Ocidente.
No entanto, a parte oriental do império não deixou
de existir (seu fim só ocorreu no século XV). Durante
esses pouco mais de mil anos, o Império do Oriente
ganhou feições próprias que o caracterizaram como
uma civilização única, uma ponte entre o Ocidente e
o Oriente. Esta foi a civilização bizantina.
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Império Bizantino
E
S
Tribos
Germanas
Podzwato.
N
W
Hunos
Persas
Árabes
0
500 km
Império Romano do Ocidente
Império Romano do Oriente
Divisão do Império Romano: parte ocidental e oriental.
O nome “bizâncio”
Antes de 330, Constantinopla era uma colônia
grega localizada no estreito do Bósforo. Com a desagregação do setor ocidental e a divisão do império,
o imperador Constantino escolheu fundar uma nova
cidade onde ele pudesse morar – portanto, uma nova
capital do império. Bizâncio foi a escolhida por sua
privilegiada e estratégica localização.
O apogeu de Bizâncio: é o século de Justiniano
(518-610). Durante esse tempo, o imperador Justiniano governou com grande força. Seu governo,
auxiliado de um lado por sua autocracia e de outro
por todo um corpo burocrático, ajudou a consolidar
o poder imperial. Temos como principal realização
do período – além do Código de Justiniano, uma
das partes da grande obra de Direito de profunda
influência romana, o Corpus Juris Civilis – a tentativa
de reconquistar os territórios ocidentais perdidos
para os bárbaros em suas invasões no século V. Ao
fim da época tal tentativa se mostrou ineficaz e malsucedida.
Organização econômica
Já a economia bizantina se caracterizava pelo comércio, cujo pólo principal era a capital Constantinopla
– considerada a cidade mais rica de seu tempo. O comércio era quase uma “imposição” geográfica devido à
excelente localização da cidade, ponto ideal de afluência
entre produtos vindos do Ocidente e do Oriente.
Questões religiosas
Desenho retratando uma parte de Constantinopla.
Organização política
N
W
E
S
Toulouse
Barcelona
REINO DOS
VISIGODOS
LOMBARDOS
REINO DOS
FRANCOS
e
Rio Loir
OCEÂNO
ATLÂNTICO
RioTejo
Toledo
Tingis
ÁVAROS
Milão
Marselha
Córsega
REINO DOS
OSTROGODOS
Aquiléia
Ravena
GÉPIDAS
Dan
Sardenha
io
MAR NEGRO
Constantinopla
Tarento
Éfeso
Sicília
Cartagena
Cesaréia Cartago
Siracusa
Atenas
MAR MEDITERRÂNEO
Creta
Cirane
Sinope
NOVO
IMPÉRIO PERSA
Icônio Selêusia
Chipre
Jerusalém
Rio
Arbela
Eu
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Alexandria
Antioquia
Rio
REINO DOS
VÂNDALOS
ALANOS
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Roma
Trípoli
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Rio
0
Podzwato.
O governo em Bizâncio se deu de forma autocrática. O imperador era chamado de o Autocrata
basileus, governante com poder ilimitado. Apesar
disso, o profundo peso do Direito (herança romana)
se fez presente não só na elaboração de códigos como
também no respeito a eles.
Podemos encontrar na religião o elemento que
estava fortemente presente em toda a civilização
bizantina. As polêmicas religiosas eram vividas com
intensidade por todos os fiéis, não ficando reservado
apenas aos teólogos como no Ocidente medieval.
Em Bizâncio desenvolveram-se heresias que
discutiam a natureza divina ou humana de Jesus
Cristo (este seria apenas um homem sem parcela
divina na concepção da heresia dos nestorianos; ou,
ao contrário, um ser plenamente divino na visão da
heresia dos monofisistas).
Um exemplo de como a religião tinha grande
relevância foi a questão do iconoclasmo. Em um
certo momento, o culto das imagens de Cristo e da
Virgem Maria adquiriram uma grande importância
no contexto do culto religioso bizantino. Se hoje vemos uma estátua da Virgem como a representação
de Nossa Senhora, alguma parcela dos bizantinos
entendia como se fosse a própria Nossa Senhora
que estava à frente deles. Essa adoração excessiva
às imagens rendeu a intensa polêmica entre os partidários das imagens (iconófilos) e os contrários a
eles (iconoclastas, literalmente os “quebradores de
imagens”). Depois de muita polêmica as imagens
voltaram a serem permitidas.
Aspectos artísticos
MAR VERMELHO
250 km
Império no início do reinado de Justiniano (527-565)
Conquistas de Justiniano
O Império Bizantino em sua maior extensão – século VI.
No campo artístico-cultural temos a arte bizantina que se caracterizou por ser a arte de um império
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cristão de língua grega que substituiu o latim romano.
Portanto, a arte bizantina foi puramente religiosa e sua
função a de aumentar a compreensão do divino.
Devido a disputas internas e constantes lutas
com outros povos houve um desgaste deste império,
que acabou decaindo com a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, em 1453.
Você sabia que uma das maiores contribuições
da arte bizantina foi para com o Renascimento
Italiano? Com a queda de Constantinopla o contato via comércio com os mercadores da Península
Itálica proporcionou trocas culturais com os sábios
bizantinos. Se espalharam pela Península Itálica e,
assim, puderam propagar os ensinamentos de sua
cultura até o florescimento das artes nas cidades
italianas no século XV.
do delta do Nilo ou da Baixa Mesopotâmia inserida no
Crescente Fértil – locais extremamente férteis devido
à afluência de rios – a Península Arábica é composta
por deserto na maior parte do seu território.
Na península, a maioria dos homens vivia no
deserto. Eram os chamados beduínos. Estes se organizavam em várias tribos, cada uma delas governada
pelo xeque. Sua religião era politeísta e estava ligada
à veneração, entre outras coisas, de pedras caídas
do céu (meteoritos) que para eles não tinham outra
explicação senão a origem divina. Naquele período
não havia distribuição de água potável tal como
na época moderna, por isso as poucas existentes
situavam-se perto do mar.
As cidades mais importantes eram Yatreb e
Meca. Esta última era ao mesmo tempo um centro
religioso devido a Caaba, santuário de pedra que
abriga a “pedra negra”, artefato considerado sagrado para os muçulmanos. Meca também foi um pólo
comercial graças à intensa quantidade de pessoas
que vinham orar e comerciar. Por muito tempo foi dominada pelo clã dos coraixitas, que se beneficiavam
com a intensa circulação de crentes que vinham orar
aos ídolos da pedra negra.
Árabe e muçulmano
Um grande erro recorrente – e que ficou nítido
durante e depois da época dos atentados de setembro de 2001 às Torres Gêmeas (Twin Towers – EUA)
– é a confusão entre o significado dos termos “árabe”
e “muçulmano”. Árabe liga-se à questão étnica, diz
respeito àquele que nasceu na Península Arábica.
Muçulmano diz respeito à religião, aos adeptos do
Islamismo – religião pregada pelo profeta Maomé
(Muhammad). Por isso, nem todo árabe é muçulmano
e nem todo muçulmano é necessariamente árabe.
Atualmente, por exemplo, o número de árabes corresponde a uma minoria do total de muçulmanos. A
origem de tal confusão com as designações talvez
esteja na nossa visão do processo que principia no
início do século VII com a fundação da religião islâmica pelo profeta.
Os primórdios
Para se compreender as origens do islamismo
é preciso ter uma noção do contexto existente na
Península Arábica pré-islâmica.
A Península Arábica está localizada entre duas
principais zonas de povoamento, o Egito e a Mesopotâmia, possuindo pouco destaque frente a elas. Diferente
É nesse contexto que nasce em Meca, em 570,
Maomé – integrante do clã dos coraixitas. Pouco se
sabe do início de sua vida além de que fora comerciante. Quando casado com uma viúva de posses,
em 612 d.C., acredita-se que ele teve uma aparição:
a do anjo Gabriel que lhe pediu em nome de Deus,
para fundar uma nova religião totalmente diferente
daquela que existia até então.
Maomé começou sua pregação em Meca. Inicialmente teve poucos seguidores, mas, mesmo assim, sua mensagem nem sempre foi bem aceita. As
pregações batiam de frente à religião estabelecida e
mantida pelo grupo dos coraixitas: afinal, o profeta
condenava os deuses que mantinham vivo o constante fluxo de pessoas para Meca, proporcionando
bons ganhos ao já mencionado clã.
As perseguições deste grupo a Maomé e seus
seguidores redundaram no episódio conhecido como
Hégira, isto é, a fuga do líder e de seus discípulos para
Yatreb. Posteriormente essa cidade foi chamada de
Medina, que significa “cidade do Profeta” – em 622.
Esse é o marco inicial do calendário muçulmano.
Com o apoio recebido na cidade, por meio de
alianças políticas e de pregações, Maomé fez com
que a nova religião se disseminasse. Desse modo,
a força dos partidários e seguidores de Maomé fizeram com que, após guerras travadas contra Meca,
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O surgimento do Islã
Império Islâmico
ele lá retornasse, em 630, destruindo os ídolos da
religião anterior e implantando a sua religião monoteísta. Foi o marco da união dos povos árabes
em torno de uma mesma crença e regidos por um
mesmo homem, o Califa.
Características do Islamismo
O islamismo pode ser caracterizado a partir de
seus princípios básicos. São eles:
•• Só Alá é deus e Maomé é o seu profeta: Alá
garante a salvação por meio da submissão
dos homens aos seus princípios. É tão forte
tal fundamento que o vocábulo “islã“ significa “submissão a Deus”.
•• Orações dos fiéis: devem ser feitas cinco
vezes ao dia, com o próprio corpo voltado à
Meca.
- Ele é o Primeiro e o Último, o Visível e o Invisível, Ele é o Conhecedor de todas as coisas.
- Ele é o que criou os céus e a terra em seis
dias; depois subiu ao Trono. Ele conhece tudo o
que entra na terra e tudo o que dela sai, e tudo o
que desce do céu e tudo o que a ele ascende, Ele
está convosco onde quer que vós estejais. E Alá
vê tudo o que vós fazeis.
- É seu o Reino dos céus e da terra, e a Alá
todas as coisas se voltam.
- Ele faz que a noite penetre no dia e que o dia
penetre na noite. Ele conhece os pensamentos
dentro dos corações.”
Corão. Sura 57, 1-6. (Excerto retirado do livro de Maria Guadalupe Pedreiro Sanchez. História da Idade Média: textos e testemunhas. SP:
Unesp, 2000. p. 58-59.)
•• Jejum no Ramadã: mês sagrado no calendário islâmico.
•• Caridade para com os pobres: nenhum muçulmano deve deixar um outro muçulmano
passando necessidade.
•• Peregrinação dos fiéis à Meca: deve ser feita
pelo menos uma vez na vida, desde que haja
possibilidade para tanto.
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•• Jihad interna e externa: a “jihad interna”
é considerada a mais importante – o muçulmano deve se enquadrar nos fundamentos
da religião professada por Maomé (muitos
deles expressos acima). Em outras palavras,
é a eterna luta, vigilância para que o fiel não
ceda a tentações e se desvirtue das normas
de conduta e fé básicas. Já a “jihad externa”
é considerada a menos importante – o combate físico àquele que vai contra ou ameaça
o islamismo – foi mais intensa a partir do
episódio das Cruzadas (1095-1270).
Vejamos o que o Corão (ou Alcorão) nos diz
sobre o preceito islâmico da existência de um só
Deus (Alá).
“- Tudo o que existe nos céus e na terra glorifica Alá; e Ele é o Onipotente, o Onisciente.
- A Ele pertence o senhorio dos céus e da terra:
Ele é o que dá a vida e o que ordena a morte, Ele
tem poder sobre todas as coisas.
Corão: o livro sagrado
O livro Alcorão ou Corão, segundo a crença
muçulmana, contém as revelações que Alá fez a Maomé. Além dos dogmas religiosos, esse livro indica
como conservar a ordem social, proíbe, por exemplo,
o consumo da carne de porco e de bebidas alcoólicas, além de execrar o roubo e os jogos de azar. A
poligamia, ao contrário da crença cristã, é permitida
pelo Alcorão.
Maomé elaborou também a suna: conjunto de
tradições não contidas no Corão a serem seguidas
pelo muçulmano estipuladas ou não por Maomé.
As divergências internas no islã
Como em boa parte das religiões, houve no islamismo divisões entre grupos e seitas. A mais famosa
delas é a ocorrida entre sunitas e xiitas.
A grande divergência entre ambos se originou
após a morte de Maomé. Em 632 d.C., confrontados
com a morte de seu profeta anunciador, os muçulmanos
não concordaram quanto a quem seria o sucessor de
Maomé. Os sunitas concordam com a sucessão desde a
morte do profeta (feita a partir de Abu Bakr) e os xiitas
foram contra tal sucessão (são partidários de Ali).
Além disso, os primeiros guiam-se pela suna
– daí o nome – e também pelo Corão. Já os últimos,
considerados mais radicais, acreditam que Deus
mandará o sucessor de Maomé quando o mundo
acabar. Enquanto isso existe a figura do Aiatolá,
intermediário entre os homens e Deus que prepara
a vinda do sucessor de Maomé.
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Podzwato.
A difusão do islamismo na Península Arábica fez
com que esta se unificasse em pouco tempo, ainda
quando o profeta estava vivo. Eis a característica da
primeira expansão islâmica: a unificação em torno
da religião e da figura do profeta.
Após a morte do profeta (632), as tribos que
estavam unificadas começaram a se fragmentar.
Na tentativa de inverter o jogo houve uma
contraofensiva para se restabelecer a união. Tal
movimento adquiriu uma força não prevista: além
de conseguir restabelecer o domínio muçulmano
sob as tribos da Península Arábica, fez com que em
pouco mais de um século se iniciasse uma expansão
nunca vista em relação tanto ao curto espaço de
tempo, quanto à abrangência territorial. É a segunda
expansão islâmica que se estendeu desde a zona
de domínio muçulmana do Vale do Indo (Índia) até o
Ocidente medieval, mais precisamente na Península
Ibérica. Em escasso tempo sob a égide do islamismo,
formou-se um dos mais vastos impérios do planeta.
É importante salientar dois aspectos dessa
vastidão. A língua árabe se mostrou como fator de
coesão desta grande estrutura. Já na conquista de
territórios, os muçulmanos demonstravam tolerância para com os povos dominados, não mudando
radicalmente as estruturas até então vigentes. No
campo religioso era dada liberdade às religiões do
livro (cristianismo e judaísmo), ao contrário do que
acontecia na Europa, onde o clima de intolerância
reinava com perseguições a todos aqueles que se
opunham de alguma forma ao dogma católico.
conjuntura favorável: seus adversários (bizantinos
e persas principalmente) estavam muito enfraquecidos. A expansão chegou até a Europa e só foi
bloqueada pelos francos na Batalha de Poitiers, em
732, (episódio já mencionado na parte relativa ao
Império Carolíngio). Caso isso não tivesse ocorrido,
os muçulmanos teriam conquistado inclusive o território onde hoje é a França. Tais conquistas foram
consolidadas pelo califado Omíada (661-750) e mantidas pelo califado Abássida (750-1258), responsáveis
pelo apogeu – inclusive comercial – dessa civilização
entre os séculos IX e X.
Podzwato.
A expansão islâmica
Península Ibérica durante o domínio muçulmano.
Definição de feudalismo
Podemos definir feudalismo como uma ordenação social cujas características são:
•• Sociedade fortemente hierarquizada – a
sociedade tem três ordens, na qual cada
grupo ocupava uma função específica, sem
nenhuma mobilidade social.
•• Laços de dependência pessoal de homem
para homem – tais relações são estabelecidas por meio do pacto feudo-vassálico.
Explicações para a expansão islâmica
As causas dessa expansão foram a combinação
bem-sucedida de uma série de fatores. De um lado
o espírito guerreiro dos combatentes, as alianças
políticas estabelecidas entre os povos conquistados (subjugados, mas não humilhados), o interesse
econômico em dominar rotas comerciais. Do outro a
•• Fragmentação da autoridade política – na
inexistência de um poder centralizado, autoridade dos senhores feudais preenchem o
vácuo de um poder mais central.
•• Terra – principal fonte de riqueza.
•• Teocentrismo (teo = Deus / centrismo =
centro) – pensamento medievo regido pela
fé cristã católica.
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Segunda expansão islâmica.
Imagens do cotidiano da Idade Média: dos nobres (à esquerda) aos servos.
Origens do feudalismo
O feudalismo consolidado no século XI foi resultado de um processo que se iniciou desde o fim do
Império Romano. Para melhor entendê-lo é necessário rastrear as suas origens. Podemos apontar como
suas causas:
Sociedade rural
e de subsistência
A sociedade feudal foi basicamente agrária. Tal
fato se originou da decadência do Império Romano:
com receio das invasões dos godos (bárbaros), as
pessoas fogem das cidades e vão para o campo (as
villae – nome dado às propriedades rurais romanas)
em busca de proteção. Esse fenômeno da ruralização da sociedade levou a uma dificuldade nas
comunicações entre as regiões (as estradas eram
muito perigosas pelo grande risco de ataques por
salteadores).
Colonato
As fugas provocadas por este clima de insegurança levaram à instituição do colonato: regime
de fixação obrigatória de trabalhadores à terra de
seu dono, que em troca proporcionava a segurança daqueles que a ele se submetiam. Ao longo do
tempo, a dependência socioeconômica entre servos
e vassalos, o direito consuetudinário (corpo de leis
baseados nas tradições) e a constante ameaça fora
dos domínios fez gerar a servidão.
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Sociedade hierarquizada
A sociedade feudal estava dividida em estamentos, que são como “camadas sociais” bastante
rígidas. Ninguém decaía ou ascendia socialmente. O
estamento a que pertenciam as pessoas eram vitalícios e, na maioria das vezes, hereditários. A servidão
ou o título de nobre caracterizava famílias inteiras.
Os três estamentos eram:
•• Nobreza – formada por donos de terras,
com grande poder e influência política. Boa
parte desta camada social nobre descendia
da aristocracia romana, dos tempos do Império. Ocupavam-se de atividades militares,
conhecidos como bellatores (latim) que, em
português, significa “guerreiro”. Suas atividades favoritas eram a caça e os violentos
torneios esportivos.
•• Clero – formado pelos integrantes da Igreja
Católica medieval. Essa camada dividia-se
em Alto Clero (bispos, abades e cardeais)
e o Baixo Clérigo. Eram os oratores (latim)
que, em português, significa “rezadores”.
O alto clero dirigia a Igreja, administrava as
propriedades agrárias e teve grande influência política e ideológica ao longo de toda a
época medieval.
•• Servos – compunham a maioria da população habitante dos feudos. Eram os laboratores (“trabalhadores”). Realizavam todos
os trabalhos necessários à subsistência da
sociedade. Produziam alimentos, roupas etc.
e, em sua maioria, permaneciam no mesmo
feudo ao longo de toda a vida, devido ao
pacto vassálico.
Fragmentação
do poder político
No final do Império Romano, seus governadores
já não tinham tanta autoridade para impor a todas as
regiões sob o domínio daquela civilização. Com esse
enfraquecimento do poder, os grande proprietários
de terra (senhores feudais) puderam estender sua
rede de influências políticas, fato que aumentou sua
autoridade perante a população medieva.
Desenvolvimento das relações
de dependência social
Havia dois tipos de relações sociais no feudalismo:
•• feudo-vassálicas: ocorriam apenas entre os
nobres, cavaleiros e os senhores feudais.
Baseavam-se em juramentos de fidelidade e
obediência que um vassalo prestava ao seu
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senhor em troca de um benefício. Esse juramento teve sua origem na cultura das milícias
do Império Romano que tinham o comitatus,
juramento semelhante ao já citado. Vale notar
que esses “pactos” foram um dos principais
fatores para a consolidação das relações de
suserania e vassalagem.
A palavra feudo é de origem germânica e significa “direito que uma pessoa possui sobre
um bem que recebeu por um outro serviço
prestado”. Boa parte dos feudos consistia em
grandes extensões de terras. Mas, às vezes,
podia ser também um castelo, um direito de
receber impostos ou de ocupar um cargo de
prestígio. Aquele que doava um feudo era
chamado de suserano, e o que recebia o benefício era chamado de vassalo.
•• relações servis de produção: ocorriam entre
o senhor e seus servos e estavam baseadas
na concessão de um benefício a um servo;
em troca disso, o servo receberia proteção e
condições de subsistência.
Esse aumento do papel da Igreja estava articulado com o papel da religião na sociedade. Com a
vitória do cristianismo, a natureza e o mundo como
um todo foram explicados pela fé. Eles só tinham
sentido através de Deus (ideia que foi denominada
como teocentrismo – Deus como o sistema de referência de tudo). Dessa forma, a visão do homem
sobre si mesmo nessa época foi teocêntrica: a condição humana estava nas mãos de Deus e não na dos
próprios homens.
A Igreja não foi um bloco único
Difunde-se muito a ideia de que na Idade Média a Igreja manipulava e controlava toda a sociedade. Devemos tomar um certo cuidado com isso.
Apesar de sua posição de dominação e veiculação
da ideologia dominante na sociedade, ela não era
um bloco único, coeso, que agia de uma só forma
e tinha uma só intenção. A explicação disso é que
ela era composta basicamente por dois grupos:
•• Clero secular – formado por sacerdotes
que viviam em contato com os fiéis, nas
paróquias, abadias, bispados etc. Seculum
pode ser interpretado como aquilo que é do
mundo dos homens, o mundo do tempo.
•• Clero regular – formado por sacerdotes que
viviam nos mosteiros e obedeciam às regras
das ordens religiosas. Faziam votos de pobreza, castidade, silêncio e de reclusão.
Portanto, devemos “nuançar” a atuação da
Igreja: ela agia em defesa de seus interesses, mas
nem todos os membros do clero gozavam uma vida
semelhante aos bispos e papas.
A investidura do pacto feudo-vassálico: cerimônia realizada pela
nobreza.
O papel da Igreja
As estruturas do feudalismo
Na época Medieval formou-se uma sociedade
feudo-clerical como consequência da ampla participação da Igreja. Sua força na época medieval vinha
do fato de se colocar como representante de Deus
na Terra: seu poder era concedido diretamente da
divindade.
Um dos elementos principais que caracterizam
economicamente este período é a unidade básica
de produção (o senhorio) e a organização da relação
de trabalho (a servidão): uma mantém relação de
interdependência para com a outra.
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Organização da economia
Senhorio
Consistia em uma propriedade rural que usualmente chamamos de feudo (ver ilustração a seguir).
Sua característica principal era a de possuir autonomia política, econômica e militar. O senhor feudal
exercia sua autoridade porque era o dono das terras
(senhorio fundiário) e tinha o poder de mandar, tributar, julgar, punir por sua própria conta (senhorio
banal) dentro de seus limites territoriais.
A produção no senhorio tendia à subsistência
e ele era autossuficiente.
As terras eram divididas entre aquelas que
eram de uso exclusivo do senhor feudal (30/40%
das terras – o manso senhorial); as que os servos
cultivavam seus alimentos (entre 40/50% – o manso
servil); as terras comunais (10/30% eram de uso de
todos, servos e senhores); e a fortificação (morada)
do senhor. O cultivo então existente baseava-se no
sistema trienal: o terreno de plantio da primavera, o
de plantio do outono e outro que ficava em descanso (pousio). A cada ano se invertia a utilização dos
terrenos de forma a que sempre um tivesse período
de recuperação.
Senhorio e feudo: comparações
Antes de tudo, senhorio não é feudo. O senhorio é um território no qual o senhor feudal detinha
o poder. Já feudo diz respeito à cessão de direitos,
não necessariamente terras. Por exemplo, o direito
de cobrar pedágio de uma determinada passagem
como uma ponte. O que o senso comum diz ser
feudo é na verdade senhorio.
Mas também o senhorio não é apenas uma
“fazenda”, uma extensão de terras contínuas. O
que faz ser chamado de senhorio é o fato de as terras serem subordinadas a um mesmo senhor, um
nobre. Daí ser possível um senhorio ser composto
por diversas áreas em diversas regiões.
Servo
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Era aquele que morava e trabalhava no senhorio
e estava submetido ao senhor feudal. Vimos que o
surgimento dessa instituição esteve vinculado ao colonato no contexto de decadência do Império Romano.
Para desfrutar das terras e proteção do senhor
feudal o servo tinha que prestar as obrigações servis.
As principais eram:
Ilustração de como deveria ser um senhorio típico.
Servo trabalhando na terra.
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•• Corveia – o servo era obrigado a trabalhar
nos campos do senhor feudal durante alguns
dias por semana.
•• Talha – pagava uma parte do que produzia
para o senhor feudal.
•• Banalidades – pagava para o senhor feudal pelo
uso do moinho, do forno, das ferramentas etc.
•• Mão-morta – pagava uma taxa ao senhor para
poder transmitir o lote hereditariamente.
•• Tostão de Pedro ou Dízimo – pagava uma
parte de seus rendimentos (geralmente 10%)
para a Igreja.
•• Taxa de justiça – por exemplo, para a realização de casamentos.
Estima-se que cerca de 50% do que o servo produzia acabava parando na mão do senhor feudal.
Uma sociedade de ordens
O fim da dinastia carolíngia no reino da
França, em 987, é marcado pelo enfraquecimento do poder real. A disputa que opôs a
linhagem dos condes de Paris, posteriormente
duques da França, aos descendentes de Carlos
Magno, favorece os grandes senhores de terras,
que ofereciam seu apoio e o de suas hostes de
cavaleiros, em troca da investidura de autoridade pública – poder de julgar, cobrar impostos,
requisitar o serviço de armas – nas regiões em
que atuavam.
Hugo Capeto, que em 987 dá início à dinastia capetíngia, é, sobretudo, um suserano entre
seus pares, duques ou condes de Flandres, da
Normandia, da Borgonha, da Aquitânia e de
Toulouse, potentados que se consideravam
independentes. No interior de cada extensão
o mesmo processo dava livre curso à fragmentação contínua do poder: multiplicavam-se os
condados, e depois, as castelanias. Sem uma
autoridade forte, os homens que empunhavam
armas guerreavam continuamente entre si,
submetiam as populações locais que, em troca
de proteção, lhes deviam serviços e parte das
colheitas ou bens que produzissem. Abadias,
bispados, posições nas ordens monacais e eclesiásticas eram considerados patrimônios: havia
laicos que eram investidos com tais cargos,
sem que tivessem a menor propensão à vida
religiosa. Havia eclesiásticos e monges que
eram beneficiados com condados e senhorios,
devendo fazer valer a força das armas para
defendê-los. A violência e a luta pela defesa
dos interesses particulares eram endêmicos no
interior do reino.
Mas logo tem início, no final do século X,
um imenso movimento pela paz, sob a iniciativa
dos clérigos. Um concílio em Charroux dispõe as
primeiras medidas do que viria ser conhecida
como a “Paz de Deus”, repercutindo de sul a
norte. Ela dispunha anátemas contra aqueles
que violassem as igrejas, contra aqueles que
pilhassem os pobres, contra aqueles que ferissem os clérigos, proibia aos clérigos o vínculo
carnal com mulheres. O compromisso com a paz
deveria ser selado com o juramento público por
parte dessa categoria específica – a que carregava armas. Pacificação dos guerreiros, reforma
dos costumes – eis o objetivo do movimento.
Pouco depois, tem início o movimento das ordens monásticas, em particular, a de Cluny, com
objetivos idênticos.
Contudo, ao ganhar impulso, o movimento
pela paz acentua suas cores: aqueles que se
recusassem a jurar seriam expulsos da comunidade, todos deveriam jejuar na sexta-feira, não
era lícito organizar expedições para reaver os
bens roubados pelos salteadores.
Por outro lado, mas refletindo a busca de
uma sociedade mais justa e pura, algumas seitas heréticas questionavam a necessidade da
mediação da igreja na salvação dos cristãos:
questionava-se a validade dos sacramentos
ministrados pelos clérigos impuros; julgam que
fugir do mundo, negar a concupiscência do corpo, amar fraternalmente uns aos outros, perdoar
as ofensas seria a verdadeira obra.
Aos excessos de uns e de outros, surgia a
formulação clara do lugar e da função que cabia
a cada qual. Segundo Adalberon, bispo de Laon,
no século XI:
“Tripla é pois a casa de Deus que se crê
una: em baixo, uns rezam (orant), outros combatem (pugnant), outros ainda trabalham
(laborant); os três grupos estão juntos e não
suportam ser separados; de forma que sobre
a função (officium) de uns repousam os trabalhos (opera) dos outros dois, todos por sua
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•• Censo – o servo pagava uma taxa fixa pelo
usufruto da terra para o senhor feudal.
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vez entre ajudando-se.” (DUBY, Georges. As
Três Ordens do Imaginário do Feudalismo.
Lisboa: Editorial Estampa, 1982. p. 16-17.)
A pureza angélica de corpo, obtida pelo
exercício do jejum, e de alma, pela oração e
desapego dos prazeres terrenos, devia ser solicitada àqueles cuja posição na ordem social
fora disposta pelo dom, pela graça divinos,
os clérigos. É essa disposição infundida pela
unção e pela consagração que traça o limite
intransponível entre essa categoria e as demais.
Ela é ordenada por um poder que não é deste
mundo, e que separa os clérigos que a recebem
dos demais seres. Ela os cunha essencialmente
e dispõe seus deveres. É uma linha de força
traçada como fronteira com respeito às outras
duas ordens. Por isso, tanto a solicitação dos movimentos de paz mais entusiasmados quanto as
dos heréticos, ultrapassa os limites do possível
e do adequado a cada ordem.
A justiça comunicada pela espada e pela
aplicação da lei era apanágio daqueles que
receberam o dom, também através da unção,
mas cuja natureza é essencialmente vinculada à
disposição da ordem e cuidado do mundo terreno: é a função dos reis. Ela é estendida àqueles
que empunhavam as armas, em virtude de uma
disposição ancestral e por um ritual: há nele
um juramento e uma investidura que separam
o cavaleiro das demais criaturas. Mas sua ação
deve ser orientada fundamentalmente para o
cumprimento desse mandato – que é sagrado,
justo, inflexível, protetor.
O esforço na produção do pão que sustenta
e anima esse corpo, essa engrenagem, cabe
aos camponeses, ao povo miúdo. Sua salvação
depende da ação das outras duas ordens. Não
basta ser bom e agir bem – é preciso receber o
batismo, ser abençoado e marcado pela graça
advinda por intermédio daqueles a quem Deus
incumbiu como mediadores.
Ainda que esta seja uma definição formulada por eruditos, ela traduz a forma como essa
sociedade via a si mesma. Ao contrário do que
ocorre hoje, onde numa sociedade de classes
nos vemos distribuídos em camadas, organizadas por constrangimentos econômicos, em
que nos vemos impelidos individual, moral e
materialmente a produzir os meios de nossa
mobilidade social – importante fator de reprodução da engrenagem socioeconômica –, na
Idade Média a estrutura social era delimitada
por traçados intransponíveis. As pessoas nas-
ciam para cumprir uma função, eram investidas
com um papel, integravam um conjunto – uma
família, uma comunidade, e uma ordem – que
contava com o seu desempenho. A ênfase recai sobre a continuidade e a manutenção dos
vínculos, do grupo.
(Carlinda Maria Fischer Mattos, mestre e doutoranda em História
Medieval pela UFRGS.)
Um outro rumo
para a sociedade feudal
As estruturas feudais descritas organizaram
e nortearam a vida daquelas pessoas que viveram
aproximadamente entre o século V ao XV, trazendo
à tona novas realidades e desafios.
Ao contrário do que uma visão inicial pode passar, a época do feudalismo caracterizou-se também
por ser uma época de crescimento. Entre os séculos
XI e XIII houve um surto de crescimento demográfico
(aumento da população), crescimento econômico (renascimento comercial e, combinado a ele, das cidades)
e expansão territorial (as Cruzadas).
Em outras palavras, entre os séculos iniciais
da Baixa Idade Média europeia, houve também um
momento de crescimento intenso – foi a fase mais
próspera da Idade Média.
Luz, câmera, ação! A Idade Média no cinema.
O medievo inspirou várias produções cinematográficas. A seguir, listaremos alguns bons filmes
que retratam a época feudal.
O Incrível Exército de Brancaleone.
Direção: Mario Monicelli, 1965.
Clássico da comédia italiana, retrata os costumes da cavalaria medieval através de uma demolidora e bem-humorada sátira. Narra a história de
Brancaleone, um cavaleiro atrapalhado que lidera
um pequeno e esfarrapado exército, perambulando pela Europa em busca de um feudo. Excelente
reconstituição da Idade Média do feudalismo.
O Senhor da Guerra.
Direção: Franklin J. Schaffner, 1965.
No século XI, o poderoso Duque Willian de
Ghent envia o seu mais leal cavaleiro, Chrysagon,
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juntamente com seus guerreiros, para guardar e
proteger seus assentamentos na costa da Normandia de ataques e pilhagens pelos guerreiros
de Frisian.
Tentando tomar a filha do ancião da vila pela
lei, o senhor da guerra acaba percebendo que na
verdade encontra-se perdidamente apaixonado
pela donzela. Boa reconstituição de época.
O Leão no Inverno.
Direção: Anthony Harvey, 1968.
O rei Henrique II da Inglaterra reúne sua esposa afastada e seus três filhos durante o Natal, no
intuito de escolher quem deverá assumir o trono
em seu lugar. Nas disputas que ocorrem para saber
quem será o escolhido para ser o próximo rei, as
cenas mostram bem a questão do poder frente à
relação entre laços de família e laços feudais no
século XII.
Os Visitantes: eles não nasceram ontem.
Direção: Jean Marie Poiré, 1993.
Após ter sua futura esposa enfeitiçada em
pleno século XII, um nobre decide viajar no tempo
para salvá-la. Porém, algo dá errado e ao invés de
retornar ao passado ele avança até a França do
século XX. Excelente comédia francesa.
c) Errado, tal relação só existia entre nobres. Os mercadores não eram nobres (bellatores).
d) Errado, pois o clero também podia ter senhorios
(Igreja tinha um terço das terras da Europa) e,
portanto, também poderia participar das relações
de suserania e vassalagem (podendo ser suserana
de vários nobres).
e) Errado, não havia uma legislação específica para os
feudos. O senhor feudal tinha autonomia suficiente
(poder de ban) para determinar o que poderia ou
não ser feito em cada feudo.
A letra B é correta porque sintetiza as razões da falta
de um poder político central e o que sustenta um poder
local (a posse da terra).
1. (PUC–Campinas) O elemento fundamental na cultura
ou civilização islâmica é:
a) o ideograma.
b) a religião.
c) o exército.
d) o código de lei.
e) a técnica da escultura.
2. (PUC–Campinas) Para compreender a unificação religiosa e política da Arábia por Maomé, é necessário
conhecer:
a) atribuição apenas do Poder Executivo aos senhores
de terras.
b) relação direta entre posse dos feudos e soberania,
fragmentando-se o poder central.
c) relação de vassalagem e suserania entre mercadores e senhores feudais.
d) absoluta descentralização administrativa, com subordinação dos bispos aos senhores feudais.
e) existência de uma legislação específica a reger a vida
de cada feudo.
``
Solução: B
a) Errado, o poder executivo é algo associado ao
Estado, uma estrutura centralizada – inexistente no
período feudal.
b) os princípios legitimistas obedecidos pela tribo coraixita, da qual fazia parte.
c) os fundamentos do sincretismo religioso que marcou a doutrina islâmica.
d) as particularidades da vida dos árabes nos séculos
anteriores ao surgimento do islamismo.
e) a atuação da dinastia dos Omíadas que, se misturando com os habitantes da região do Maghreb,
converteram-se à religião muçulmana e passaram a
ser chamados de mouros.
3. (UECE) A respeito da arte da civilização muçulmana
podemos dizer, corretamente:
a) expressava-se, exclusivamente, na arquitetura e na
decoração.
b) a pintura foi limitada pela religião que proibia a reprodução da figura humana.
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1. (Fuvest) Politicamente, o feudalismo se caracterizava
pela:
a) a atuação das seitas religiosas sunita e xiita, que
contribuíram para a consolidação do Estado teocrático islâmico.
c) a arte pré-islâmica forneceu os elementos essenciais para o Renascimento italiano.
d) não podemos estabelecer relações entre arte e religião na civilização muçulmana.
4. (UEL) A religião muçulmana, que contribuiu para unificar os povos de origem árabe e lhes forneceu amparo
espiritual ao longo de sua expansão:
a) inspirava a forma de governo parlamentar, pois
os líderes religiosos reuniam-se numa assembleia
proporcional.
b) pregava o politeísmo na medida em que reconhecia
a adoração de vários deuses.
c) retirava a sua orientação dos textos considerados
sagrados, contidos no Corão.
d) reconhecia em Maomé o único e verdadeiro Deus a
ser adorado pelos islamitas.
e) tinha, como seu mais importante centro espiritual, a
cidade de Bagdá.
5. (UFES) Segundo a crença dos cristãos de Bizâncio, os
ícones (imagens pintadas ou esculpidas de Cristo, da
Virgem e dos Santos) constituíam a “revelação da eternidade no tempo, a comprovação da própria encarnação,
a lembrança de que Deus tinha se revelado ao homem e,
por isso, era possível representá-lo de forma visível”.
(FRANCO JUNIOR, H.; ANDRADE FILHO, R. O. O Império Bizantino. São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 27.)
Apesar da extrema difusão da adoração dos ícones no
Império Bizantino, o imperador Leão III, em 726, condenou tal prática por idolatria, desencadeando a chamada
“crise iconoclasta”. Dentre os fatores que motivaram a
ação de Leão III, podemos citar o(a):
a) intolerância da corte imperial para com os habitantes da Ásia Menor, região onde o culto aos ícones
servia de pretexto para a aglutinação de povos que
pretendiam se emancipar.
b) necessidade de conter a proliferação de culto às
imagens, num contexto de reaproximação da Sé de
Roma com o imperador bizantino, uma vez que o
papado se posicionava contra a instituição dos ícones e exigia a sua erradicação.
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c) necessidade de mirar as bases políticas de apoio à
sua irmã, Teodora, a qual valendo-se do prestígio de
que gozava junto aos altos dignitários da Igreja Bizantina, aspirava secretamente a sagrar-se imperatriz.
d) aproximação do imperador, por meio do califado de
Damasco, com o credo islâmico que, recuperando
os princípios originais do monoteísmo judaico-cristão, condenava a materialização da essência sagrada da divindade em pedaços de pano ou madeira.
e) imperial com o crescente prestígio e riqueza dos
mosteiros (principais possuidores e fabricantes de
ícones), que atraíam para o serviço monástico numerosos jovens, impedindo-os, com isso, de contribuírem para o Estado na qualidade de soldados,
marinheiros e camponeses.
6. (UFPE) As origens do sistema feudal remontam às
sociedades romana e germânica. Entre os fatores que
possibilitaram a formação desse sistema, encontram-se:
1. O benefício, o colonato, o patronato e a villae de origem romana.
2. O benefício, o cisma do Oriente e o islamismo em
expansão.
3. O comitatus e a noção de realeza dos germânicos.
4. Os efeitos das várias invasões de povos africanos
na Europa Ocidental.
5. O esvaziamento da autoridade real, favorecendo o
poder de condes e de duques.
Estão corretos apenas os itens:
a) 3, 4 e 5.
b) 1, 3 e 5.
c) 2, 4 e 5.
d) 1, 2 e 3.
e) 2, 3 e 4.
7. (UEL) Entre os fatores internos e externos que contribuíram para a formação do sistema feudal encontram-se:
a) as instituições germânicas, como o comitatus e o
direito oral.
b) a utilização das moedas de prata republicana ou
solidi imperiais e a assimilação do arianismo.
c) a introdução pelos germanos da noção de Estado e
a organização judicial caracterizada pelo wergeld.
d) a prática constante do nicolaísmo e o enfraquecimento dos patrícios romanos.
e) a aceitação da simonia e o aperfeiçoamento da lavra
(arados melhores, mais cortantes e resistentes).
8. (Unesp) “Quando Pepino, o Breve, arriscou a usurpação
que tantos outros tinham executado nos reinos vizinhos,
quis purificá-la pela mais inatacável consagração. Primeiro, levou o papa a declarar que o título real devia
caber a quem detivesse o verdadeiro poder. Depois,
eleito rei pela assembleia dos grandes, fez-se ungir por
S. Bonifácio, o mais ilustre dos missionários, na presença
dos bispos franceses.”
(LOPEZ, Robert. O Nacional da Europa.)
Pepino, o Breve, tornou-se, assim, o primeiro rei da
dinastia:
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9. (Unaerp) O feudalismo, como todos os outros modos
de produção, não surgiu repentinamente. Ele foi o
resultado:
e, assim juntas, coloca-as nas mãos do segundo: claro
símbolo de submissão, cujo sentido, por vezes, era ainda
acentuado pela genuflexão. Ao mesmo tempo, a personagem que oferece as mãos pronuncia algumas palavras,
muito breves, pelas quais se reconhece ‘o homem’ que
está na sua frente. Depois, chefe e subordinado beijamse na boca: símbolo de acordo e de amizade. Eram
estes [...] os gestos que serviam para estabelecer um
dos vínculos vassálicos mais fortes que a época feudal
conheceu”.
a) do surgimento da Igreja Católica Romana, instituição que, de certa forma, tomou o lugar do Estado
romano.
a) Identifique a cerimônia descrita no texto e explique
a sua finalidade.
b) de uma síntese entre a sociedade romana em expansão e a sociedade bárbaro-germânica em decadência.
b) Explique em que consistia esse “um dos vínculos
mais fortes que a época feudal conheceu” a que se
refere o texto.
c) das contribuições isoladas dos bárbaros e dos romanos que deram aos feudos um caráter urbano.
14. (Fuvest) Como estava organizada a estrutura da sociedade feudal?
d) do fortalecimento do Estado e da fragmentação
política.
15. (Faap) Durante a Idade Média, na Europa Ocidental, predominava o sistema feudal, cujos fundamentos eram:
e) de uma lenta transformação que começou no final
do império romano, passou pela invasão dos bárbaros-germânicos no século V, atravessou o império carolíngio, e começou a se efetivar a partir do
século IX.
a) o trabalho servil, a família patriarcal e o Estado
Nacional.
b) Carolíngia.
c) Capetíngia.
d) Valois.
e) Bourbon.
10. (FGV) A batalha de Poitiers (732) é um dos momentos
cruciais da evolução política da Europa, pois:
a) terminou com a influência que o império de Bizâncio exercia sobre a cultura da França.
b) deteve a expansão das forças muçulmanas, graças
à enérgica ação de Carlos Martel.
c) representou a derrota naval dos turcos que ameaçavam a primazia militar de Roma.
d) significou o fim da influência dos governantes merovíngios, com a implantação do feudalismo.
e) unificou a Gália Cisalpina, que passou a ser governada pelos carolíngios impostos pela Igreja.
11. (Fuvest) A estrutura básica da sociedade feudal exprimia
uma distribuição de privilégios e obrigações. Caracterize
as três “ordens”, isto é, camadas sociais que compunham
essa sociedade.
12. (Fuvest) Qual a diferença entre as obrigações de um
vassalo e as de um servo na sociedade feudal?
13. (Unicamp) Leia com atenção o seguinte texto do historiador Marc Bloch e, depois, responda às questões:
“Eis dois homens frente a frente: um, quer servir; o outro
que aceita, deseja ser chefe. O primeiro une as mãos
(A Sociedade Feudal.)
b) o trabalho servil, a família patriarcal e a posse da
terra pela nobreza.
c) o trabalho servil, a família igualitária e a posse da
terra pela burguesia.
d) o trabalho livre, a família patriarcal e a posse da terra pelos nobres.
e) o trabalho escravo, a família patriarcal e a posse da
terra pelos camponeses.
16. (UFPR) Analise quatro aspectos característicos da
sociedade feudal europeia.
17. (UFG) “A casa de Deus, que cremos ser uma, está,
pois, dividida em três: uns oram, outros combatem, e
outros, enfim, trabalham.” (Bispo Adalbéron de Laon,
século XVI, apud GOFF, Jacques Le. A Civilização
do Ocidente Medieval. Lisboa: Editorial Estampa,
1984, v. II. p 45-6.)
Caracterize a sociedade feudal, destacando a relação
entre os que “combatem” (nobreza) e os que “trabalham” (servos).
18. (Unesp) Leia atentamente o texto.
“Servidão: uma obrigação imposta ao produtor pela força
e independentemente de sua vontade para satisfazer
certas exigências econômicas de um senhor, quer tais
exigências tomem a forma de serviços a prestar ou de
taxas a pagar em dinheiro ou em espécie.” (DOBB,
Maurice. A Evolução do Capitalismo)
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a) Merovíngia.
a) A “corveia” e a “talha” estavam entre as “exigências
econômicas” dos senhores em relação ao servos.
Esclareça no que consistiam.
b) O que diferencia a servidão da vassalagem?
19. (Unicamp) O feudo era a principal unidade de produção
da Idade Média.
a) Como se dividia o feudo?
b) Explique a função de cada uma das partes do feudo.
20. (Unicamp) A Igreja, durante toda a Idade Média, guiava
todos os movimentos do homem, do batismo ao serviço
fúnebre. A Igreja educava as crianças; o sermão do pároco era a principal fonte de informação sobre os acontecimentos e problemas comuns. A paróquia constituía
uma importante unidade de governo local, coletando e
distribuindo as esmolas que os pobres recebiam. Como
os homens ficavam atentos aos sermões era frequente
o governo dizer aos pregadores exatamente o que
deviam pregar.”
(HILL, Christopher. A Revolução Inglesa de 1640. Adaptado.)
A partir do texto acima escreva quais eram as funções
sociais e políticas da Igreja Católica na Idade Média.
1. (Fuvest) A crise romana do século III teve enorme importância na decadência do mundo antigo e na formação
do mundo medieval. Descreva-a nos seus aspectos
religioso e político.
2. (Unesp) A Arábia, durante anos, viveu à margem do
mundo antigo. A rapidez vertiginosa das conquistas
não impediu a fraqueza relativa dos espaços ocupados.
Demasiadamente extenso, o império árabe cedo se esfacelou, mas deixou as marcas da fé. Esclareça o principal
objetivo de Maomé ao pregar o islamismo.
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3. (UFBA) Irã e Arábia Saudita disputam, com estratégias
diferentes, a liderança na expansão islâmica.
(Folha de S. Paulo, jul. 1994, p. 3.)
neo, além de se espalhar em direção à Pérsia, até o
vale do Indo, e em direção à Península Ibérica.
IV. Historicamente, o Islã é responsável pela mediação
entre as antigas civilizações norte-africanas e orientais com o Ocidente cristão.
V. A glorificação da mensagem de Alá ainda hoje é
perseguida, reafirmando o caráter expansionista e
universalista do islã, com base na ideia de que cada
muçulmano é califa do mundo.
Julgue os itens numerados de I a V e assinale a alternativa
correta utilizando a chave de respostas a seguir:
a) Apenas as afirmativas II e III são corretas.
b) Apenas as afirmativas I, II e V são corretas.
c) As afirmativas I, IV e V são corretas.
d) Apenas as afirmativas II, III, e IV são corretas.
e) Todas as afirmativas são corretas.
4. (Fuvest)
I. A partir do século VII, os povos muçulmanos conquistaram quase toda a região do Mediterrâneo,
ameaçando com seus ataques a Europa cristã durante cerca de mil anos.
II. Situadas no cruzamento de rotas de trânsito, as
feiras medievais se internacionalizaram a partir do
século XI, facilitando as trocas comerciais e monetárias.
III. A centralização monárquica – com a criação do
exército real, da justiça real e da moeda real – foi o
principal fator de estruturação da sociedade na Alta
Idade Média.
Examine as questões apresentadas identificando as verdadeiras e as falsas e, em seguida, marque a alternativa
correta dentre as que se seguem.
a) Todas as proposições são verdadeiras.
b) Apenas as proposições I e II são verdadeiras.
c) Apenas as proposições I e III são verdadeiras.
Com base no fragmento e nos conhecimentos sobre
expansão islâmica, indique as afirmativas corretas.
d) Apenas as proposições II e III são verdadeiras.
I. A difusão do islamismo e a expansão de domínios
territoriais são ideais da Guerra Santa, ainda presentes nos estados árabes, em vias de reunificação
política e religiosa.
5. (Fuvest) A tentativa de reunificação política da Europa
ocidental realizada pelo Império Carolíngio na primeira
metade do século IX, fracassou devido:
II. A religião criada por Maomé, unificadora das tribos
árabes, tem hoje milhões de seguidores espalhados
pelo mundo, especificamente na Ásia e na África.
III. No passado, em menos de um século, o Islã era a
religião de toda a costa Sul e Leste do Mediterrâ-
e) Todas as proposições são falsas.
a) às contradições entre os ideais do universalismo
cristão e os do particularismo tribal germânico.
b) às invasões dos vikings, muçulmanos e húngaros,
que partilharam o Império entre si.
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d) ao Renascimento Carolíngio, que negava o espírito
unitário defendido pelo imperador.
e) ao excessivo respeito de Carlos Magno às tradições das diversas províncias que compunham o
Império.
6. (Fuvest) Do ponto de vista cultural, na passagem da
Antiguidade para a Idade Média, é correto afirmar que
o patrimônio greco-romano:
a) só não sofreu perda maior devido à ação esclarecida de muitos chefes bárbaros.
b) perdeu-se quase completamente porque, dado o
seu caráter pagão, foi rejeitado pela Igreja.
9. (Fuvest) O feudalismo, que marcou a Europa Ocidental
durante a Idade Média, resultou duas heranças distintas,
a romana e a germânica.
Comente cada uma delas.
10. (Unesp) “Deus colocou o servo na terra para trabalhar e
obedecer.” Analise os compromissos, fortemente influenciados pela ação de uma instituição feudal, vinculados
ao enunciado acima.
11. (UFC) Leia a canção.
A sagração do Cavaleiro no século XII
Empunhando Durendal, a cortante,
O Rei tirou-a da bainha, enxugou-lhe a lâmina,
Depois cingiu-a em seu sobrinho Rolando
E então o papa a benzeu.
c) foi rejeitado pelos bárbaros em razão do caráter
cristão com que foi revestido pela Igreja.
O Rei disse-lhe docemente, rindo:
d) não desapareceu com a antiguidade porque a Igreja serviu de conduto para sua sobrevivência.
Que Deus te dê coragem e ousadia,
e) escapou do desaparecimento graças à preservação
fortuita de textos antigos.
7. (Unesp) A civilização bizantina floresceu na Idade Média,
deixando em muitas regiões da Ásia e da Europa testemunhos de sua irradiação cultural. Assinale a importante
e preponderante contribuição artística bizantina que se
difundiu expressando forte destinação religiosa.
a) Adornos de bronze e cobre.
b) Aquedutos e esgotos.
c) Telhados de beirais recurvos.
d) Mosaicos coloridos e cúpulas arredondadas.
e) Vias calçadas com artefatos de couro.
8. (UFC) Na(s) questão(ões) a seguir escreva no espaço
apropriado a soma dos itens corretos.
O Feudalismo europeu apresentava características
particulares de acordo com a localidade. Apesar das
diferenças regionais, podemos afirmar que sua origem
está relacionada com:
01. o renascimento das cidades.
02.o ressurgimento do comércio.
04. a ruralização da sociedade.
08. o fortalecimento do poder imperial.
16. a descentralização política.
Soma (
)
“Cinjo-te com ela, desejando
Força, vigor e grande bravura
E grande vitória sobre os Infiéis.”
E Rolando diz, o coração em júbilo:
“Deus me conceda, pelo seu digno comando”.
Agora que o Rei cingiu a lâmina de aço,
O duque Naimes vai se ajoelhar
E calçar em Rolando sua espora direita.
A esquerda cabe ao bom dinamarquês Ogier.
(DUBY, Georges. A Europa na Idade Média. São
Paulo: Martins Fontes, 1988. p. 13.)
Qual o papel da cavalaria na sociedade medieval?
12. (UFPR) Sobre a forma de pensar e de agir do homem
da Europa Ocidental durante o período medieval, é
correto afirmar que:
01. Deus ocupava o centro de todas as coisas, condicionando pensamento e ação dos homens.
02. A história dos homens consistia numa marcha do
povo de Deus em direção a Ele, cabendo à Igreja o
papel de guia.
04. A relação entre o senhor e seus vassalos era de dependência pessoal, ou seja, de homem a homem.
08.Nas atividades econômicas, a influência da Igreja
impôs princípios que condenavam a especulação e
a usura, bem como gerou a ideia de justo preço.
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c) à falta de uma estrutura econômica mais sólida,
pois sua produção agrícola insuficiente tornava-o
dependente do exterior.
16. O dinamismo da economia feudal se fundamentava
na concepção de que o comércio era o único gerador de riquezas.
Soma (
)
13. (Fatec) A experiência social do servo medieval era
pautada pelas seguintes circunstâncias:
a) subordinação exclusiva a autoridades religiosas e
trabalho urbano, através do qual poderia acumular
dinheiro e ascender social e politicamente.
b) trabalho agrícola e relativa autonomia em relação
ao senhor feudal, tendo a liberdade de mudar de
patrão a qualquer momento.
c) vida presa à terra e obrigação de prestar serviços
ao senhor, pagando a este diversos tributos em troca de permissão de uso da terra e proteção militar.
tas. Para fazer o pão, precisa usar o moinho, e para
isso paga mais 3% de sua produção ao senhor. Para
assar o pão, precisa usar o forno, e deve dar mais
3% da colheita ao senhor feudal. Quantos gramas
do pão o servo come?
17. (Elite) Já se especulou sobre a existência do feudalismo
no Brasil durante o período colonial. Uma das razões que
levaram a esta discussão foi a suposta semelhança entre
as capitanias hereditárias e o feudo – o que depois se
mostrou equivocado por se tratarem de duas estruturas diferentes, de períodos distintos. Com base nisso,
estabeleça uma comparação entre uma capitania e um
feudo (senhorio).
d) submissão aos direcionamentos da Igreja Católica
e do Estado, pagando impostos ao senhor feudal
apenas nos momentos de guerra ou de epidemias.
e) ampla liberdade de pensamento e autonomia política, sendo opção individual e engajamento militar
nas guerras entre os feudos e na luta contra os muçulmanos.
14. (Unesp) A Idade Média pode ser caracterizada por um
longo processo de desenvolvimento e de lenta dissolução das relações servis de produção. Relacione os fatores históricos estruturais e conjunturais que contribuíram
e influíram na formação do sistema feudal.
15. (Unesp) “A fome é um dos castigos do pecado original.
O homem fora criado para viver sem trabalhar se assim o
quisesse. Mas, depois da queda, não podia resgatar-se
senão pelo trabalho [...] Deus impôs-lhe, assim, a fome
para que ele trabalhasse sob o império dessa necessidade e pudesse, por esse meio, voltar às coisas eternas.”
(Trecho do Elucidarium. Citado no livro A Civilização
do Ocidente Medieval.)
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a) Como o texto, escrito durante a Idade Média, justifica a fome?
16. (Elite) Imaginemos um servo que queira produzir um
pão de 500g. Ao colher apenas o trigo necessário
para um pão de 500g, ele deve dar o dízimo à Igreja.
30% do que colhe é dado ao senhor feudal, o dono
das terras. Mas para colher o trigo, ele precisa das
ferramentas de trabalho e, para consegui-las, deve
dar 5% do que colhe ao senhor, dono das ferramen-
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12. As obrigações de um vassalo compunham-se de compromissos de reciprocidade estabelecidos nas relações
horizontais, ou seja, entre senhores. As obrigações servis
(talha, corveia etc.), entretanto, definiam a condição de
submissão dos camponeses (servos) e a sua exploração
pelos membros da nobreza e do clero.
1. B
2. D
13.
3. B
a) A cerimônia descrita refere-se ao pacto feudo-vassálico. A finalidade deste contrato era selar uma
aliança de compromisso entre uma parte que “quer
servir” (o vassalo) e o que “deseja ser chefe” (o suserano).
4. C
5. E
6. B
7. A
b) Tal vínculo unia dois homens em uma relação de
dependência pessoal entre a parte que concede o
benefício (feudo) em troca de favores privados para
a outra que o recebe – auxílio e apoio militar.
9. E
10. B
11. As camadas sociais da sociedade feudal eram: clero – o
maior proprietário de terras e controlador da ideologia
medieval; nobreza – os senhores proprietários que,
junto com o clero, controlavam todo o poder feudal;
servos – os trabalhadores dominados, submetidos a
uma pesada tributação.
14. A política era descentralizada nas mãos dos senhores
feudais, e o trabalho era servil. A sociedade era estamental e a economia era autossuficiente. A terra era a
base do sistema.
15. B
20
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8. B
16. A sociedade feudal era estamental, caracterizando-se
basicamente pelos camponeses (servos) e nobres (senhores feudais), porém, comportava clérigos, cavaleiros,
ministeriais e vilões, existia ainda um reduzido número
de escravos.
A nobreza habitava os castelos, os servos viviam em
aldeias e os clérigos, nas abadias ou nas Igrejas.
A alimentação farta, apesar de pouco variada, dos
nobres e clérigos, contrastava com a precariedade dos
servos.
A diversão da nobreza compreendia os torneios e
caçadas.
17. A sociedade feudal era estamental, polarizada por senhores e servos e incluindo-se os clérigos, os cavaleiros,
os ministeriais e os escravos.
O papel das classes era definido pela Igreja sendo a
nobreza senhorial responsável pela proteção dos servos
que por seu lado constituíam a classe produtora dos recursos necessários à subsistência das demais classes.
8. Soma: 20
9. Herança romana: servidão e colonato. Herança germânica: comitatus e benefício.
10. O texto mostra os valores e o poder da Igreja, a instituição mais organizada e manipuladora de poder político
e econômico.
11. A cavalaria era utilizada para combater os inimigos externos da nobreza, como também internamente combatia
as revoltas que ameaçavam a ordem feudal, como foram
as revoltas camponesas. Contudo, no discurso elaborado pela Igreja, a função da cavalaria era de defesa da
sociedade contra os inimigos externos.
12. Soma: 15
13. C
14. Crise do escravismo romano, ruralização da economia
romana, invasões bárbaras e as tradições bárbaras
(comitatus).
15.
18.
a) Obrigação devida em dias de trabalho e em espécie, respectivamente.
b) Servidão estava relacionada ao camponês e a vassalagem, entre nobres.
19.
a) Manso servil, senhorial, terras em descanso, bosques, vilas e o castelo etc.
b) Terras do senhor, terras coletivas, habitantes prestadores de serviços, habitação do senhor etc.
20. A Igreja, instituição já organizada na época medieval,
determinava a teoria social, hierarquizava a sociedade,
condenava a usura, monopolizava a cultura e a educação, influenciava governantes e era grande detentora
de terras.
1. Crise do escravismo e fortalecimento do cristianismo.
2. Formar um estado (Islão) com bases teocráticas e conquistar o Ocidente (guerras santas), com a conversão
dos infiéis.
3. D
4. B
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7. D
5. A
6. D
a) Influenciado pelo teocentrismo medieval, o texto
estabelece a fome como um castigo divino e ao
mesmo tempo um estímulo ao trabalho como um
meio de redenção aos pecadores.
16. 245g
Somando os impostos pagos pelo servo, temos:
10% - dízimo (tostão de Pedro);
30% - talha;
5% - ferramentas (banalidades);
3% - moinho (banalidades);
3% - forno (banalidades).
Ao todo, temos 51% em impostos. Portanto o servo só
comia 49% do pão de 500g, isto é, 0,49 x 500g = 245g.
17. Não devemos jamais confundir o sistema de capitanias
implantado no Brasil com a estrutura agrária de um
feudo. Na colônia, os donatários eram representantes
do poder monárquico português, e apesar de terem
poderes, esses eram delimitados pelo poder central.
Já no feudo há uma forte descentralização políticoadministrativa. Os donatários também podiam doar lotes
de terras para colonos, mas isso não gerava nenhum laço
pessoal entre eles. Enfim, as capitanias foram criadas
para servir à colonização e não significava absolutamente
uma renúncia de direitos por parte da Coroa. No plano
econômico, igualmente, não é possível fazer aproximações com os dois sistemas, pois os latifúndios das
capitanias visavam o mercado externo – e a economia
do feudo era de subsistência.
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