218 TUMORES DO PÂNCREAS Dr. Silvio C. P. Leão Depois dos tumores do pulmão e do cólon, o carcinoma de pâncreas é a causa principal de morte por câncer em homens entre 35 e 55 anos de idade. Os tumores do pâncreas exócrino são responsáveis por 95% dos casos. O tumor pode surgir em qualquer região da glândula, habitualmente localizando-se na região cefálica (65% dos casos), no colo e processo uncinado. Caracteriza-se por seu pobre prognóstico e pela baixa resposta a tratamentos como quimioterapia e a radioterapia. Mais de 80% dos tumores são detectados quando já invadem órgãos vizinhos ou quando já apresentam metástases à distância e, mesmo pacientes com carcinomas de pâncreas ressecáveis, têm sobrevida média de cinco anos inferior a 20%. INCIDÊNCIA e PREVALÊNCIA Estima-se que 29.200 pacientes desenvolveram câncer pancreático nos EUA em 2001, e que destes, 28.900 morreram da doença. No Brasil, e em outros países do hemisfério sul o aumento da incidência da doença não tem sido observado é menos freqüente que os tumores de estômago, cólon, vesícula e vias biliares. Entre nós, o câncer de pâncreas representa 2% de todos os tipos de câncer. O pico de incidência ocorre entre os 65 e 75 anos, sendo raro antes dos 45 anos. É mais comum em negros. ETIOLOGIA/FISIOPATOLOGIA Mais de 90% dos cânceres do pâncreas exócrino são adenocarcinomas ductais. No momento em que o carcinoma ductal é detectado a disseminação além da glândula é quase inevitável e a queda nos índices de mortalidade depende invariavelmente do diagnóstico precoce. Em mais de 90% dos pacientes portadores de adenocarcinoma pancreático há mutação do gene K-ras; vários genes supressores também se mostram alterados, como o p16 que está inativado em 99% dos casos, o p53 em mais de 219 50% e o DPC4 em cerca de 50%. Pode também ocorrer expressão anormal de glicoproteínas ligadas aos tumores, como o CEA e CA 125. FATORES DE RISCO Há evidências de que o tabagismo potencializa o risco genético induzido, aumentando em até 8 vezes o risco de câncer de pâncreas em pacientes que possuem antecedentes familiares para a afecção. O fumo age como fator de risco independente em portadores de pancreatite crônica, que por si só já é fator de risco, aumentando em duas vezes o risco para estes pacientes. Acredita-se que há uma forte relação entre a doença e a ingestão de calorias de origem animal. Tanto a obesidade quanto uma elevada ingestão calórica aumentam o risco para carcinoma de pâncreas. A relação entre pancreatite crônica e o câncer de pâncreas é freqüentemente mencionada, observando-se um risco cumulativo de 2% para desenvolvimento da doença em um período de 10 anos. Estudos populacionais sugerem que em alguns casos o carcinoma pancreático pode ser hereditário (8% dos pacientes relatam presença da neoplasia em parentes de primeiro grau), reforçando a hipótese da predisposição genética. A relação entre diabete e câncer de pâncreas é controversa. TUMORES BENIGNOS Os tumores benignos do pâncreas exócrino são raros. A literatura relata cistoadenoma, adenoma, fibroadenoma, lipoma, mixoma, condroma e outros. São achados casuais e raramente produzem sintomas, podendo eventualmente causar icterícia por compressão do colédoco. São em geral de pequeno tamanho e sua identificação pelos exames de imagem de rotina é excepcional. Embora raro, o cistoadenoma é o mais freqüente. Deve ser diferenciado dos cistos primários e dos resultantes de processo inflamatório ou traumático do pâncreas (pseudocistos). O tratamento é cirúrgico. Exceção é feita aos tumores assintomáticos e com o diagnóstico histológico confirmado. 220 TUMORES MALIGNOS As neoplasias malignas do pâncreas se originam em qualquer um dos constituintes da glândula. Mais de 90% são carcinomas. Dentre estes, predomina o adenocarcinoma ductal moderadamente diferenciado. Originam-se nos ductos pancreáticos, a partir do epitélio cubóide. Cerca de 5% dos restantes se desenvolvem nas células das ilhotas. Manifestam-se geralmente, através da secreção de hormônios. Os demais 5% são constituídos por formas raras do câncer do pâncreas. ADENOCARCINOMA PANCREÁTICO O adenocarcinoma do pâncreas é uma doença maligna responsável por mais de 24.000 novos casos de câncer e de 20.000 mortes anualmente nos Estados Unidos. É a quarta causa mais comum de morte por câncer em homens e a quinta entre as mulheres. É cerca de duas vezes mais freqüente no homem que na mulher. Apesar de ocorrer em todas as faixas etárias, a idade média do aparecimento é na sétima e oitava década. Aproximadamente 20% dos portadores de câncer pancreático apresentam diabete melito mais de dois anos antes do diagnóstico de neoplasia. Dois terços dos adenocarcinomas localizam-se na região cefálica. Em alguns doentes pode haver infiltração difusa de glândula. O diâmetro do tumor nem sempre está relacionado com o grau de malignidade. São considerados cânceres “pequenos” ou “precoce” quando o diâmetro é inferior a 1 ou 2 cm, e não há metástases nem infiltração de tecidos peri-pancreáticos. Mesmo os pequenos tumores tendem a infiltrar a pseudocápsula pancreática e o tecido frouxo adjacente. Ocorre infiltração e estenose do colédoco em mais de 90% dos adenocarcinomas da cabeça do pâncreas. Mesmo em tumores pequenos as metástases em linfonodos são freqüentes. É freqüente a invasão por contiguidade das veias portas, mesentérica superior e esplênica. As metástases à distância ocorrem principalmente no fígado e pulmão. 221 CLASSIFICAÇÃO DAS NEOPLASIAS PANCREÁTICAS TUMORES DO PÂNCREAS EXÓCRINO TUMORES DO PÂNCREAS ENDÓCRINO Benignos o Gastrinoma Adenoma o Insulinoma Cistoadenoma o Vipoma o Somatostinoma o Glucagonoma Malignos Adenocarcinoma Carcinoma de células escamosas Cistoadenocarcinoma TUMORES MESENQUIMAIS Carcinoma Indiferenciado o Sarcoma Neoplasia epitelial sólida e papilar o Linfoma Ectasia ductal mucinosa QUADRO CLÍNICO As manifestações clínicas de câncer pancreático são inicialmente vagas e inespecíficas. Freqüentemente ocorre “atraso fatal” de 4 meses entre o início dos sintomas e o diagnóstico. Na maioria das vezes, quando os sinais e sintomas se manifestam, o processo neoplásico já estava avançado. Os sinais e sintomas predominantes em portadores de câncer pancreático são: dor na região dorsal, icterícia e emagrecimento. Observa-se elevação da glicemia em até 80% dos casos, anemia em 60% dos pacientes e hiperamilasemia em apenas 5% dos doentes. A vesícula biliar distendida, palpável e não dolorosa em pacientes ictéricos (Sinal de Courvoisier-Terrier) é classicamente associada a neoplasia da região peri-ampular, incluindo a cabeça do pâncreas. Náuseas e vômitos secundários à obstrução duodenal sugerem que a doença esteja avançada. Ocasionalmente, o câncer de pâncreas se manifesta através de episódios de pancreatite aguda, com conseqüente aparecimento de cistos pancreáticos. O aparecimento de diabete melito em paciente sem relato familiar de diabete e alteração no teste de tolerância a glicose devem chamar atenção para a possibilidade do câncer de pâncreas. 222 DIAGNÓSTICO A maioria dos doentes apresenta anemia por deficiência nutricional ou perda insensível gastrointestinal. A elevação da amilase sérica é rara. Em caso de obstrução biliar, observa-se aumento da fosfatase alcalina e gama-GT. A hiperbilirrubinemia observada é progressiva e com predominância da fração direta. Nenhum marcador tumoral foi considerado específico até o momento, embora sejam sensíveis. Entre os vários antígenos disponíveis – antígeno associado a câncer gastrointestinal (CA 19–9), antígeno cárcino-embrionário (CEA), alfafetoproteína (AFP) e antígeno pancreático oncofetal (POA), apenas o primeiro apresenta utilidade na prática clínica. Estes testes não são utilizados para confirmar ou excluir o diagnóstico de câncer do pâncreas. A ultrassonografia é com freqüência o primeiro exame de imagem no paciente com icterícia e permite a identificação do sítio de obstrução nas icterícias obstrutivas. Os achados incluem presença de massa pancreática hipoecogênica, dilatação de Wirsung e do hepatocolédoco, imagem de linfonodos peripancreáticos aumentados indicam metástases hepáticas. A detecção de comprometimento dos vasos peripancreáticos, tais como a veia mesentérica superior e a veia porta são possíveis, mas menos evidente. Deve-se ressaltar que um exame de US negativo não exclui a possibilidade de um câncer do pâncreas e que, na suspeita clínica, deve-se recorrer a outros métodos de imagem. A tomografia computadorizada (TC) é o método não-invasivo de escolha para diagnóstico e estadiamento do câncer do pâncreas. A precisão da tomografia no diagnóstico está em torno de 90%. Ressalta-se a importância da realização do estudo dinâmico que consiste na obtenção de uma primeira fase cerca de 30 segundos após a administração do contraste (fase pancreática), útil na detecção dos tumores hiper e hipovasculares; e de outra fase obtida 60 segundos após o início da injeção (fase portal), usada na detecção dos implantes e avaliação do parênquima hepático. A TC é útil na avaliação de ressecabilidade do câncer do pâncreas. Isto depende da extensão local do tumor, da invasão de órgãos contíguos, do comprometimento vascular, e presença de metástases hepáticas e nos linfonodos. A angiorresonância pode demonstrar deslocamento da arcada pancreática ou acometimento das artérias esplênica, gastroduodenal ou mesentérica superior. 223 A maioria dos adenocarcinomas são hipovascularizados e não são acentuados pela angiografia, o que pode ajudar na diferenciação entre processo inflamatório ou neoplásico, uma vez que trata-se de um método útil na detecção da invasão tumoral na veia porta, esplênica e mesentérica superior, possibilitando planejamento cirúrgico. A colangiorressonância magnética pode demostrar imagem nítida de obstrução do hepatocolédoco ao nível da borda proximal da cabeça do pâncreas. Usualmente, nota-se acentuada dilatação dos canais biliares a montante do obstáculo. A ressonância possui vantagens importantes em relação à TC, como por exemplo, o seu emprego em pacientes com alergia ao contraste iodado, com insuficiência renal e melhor capacidade de diferenciação tecidual. A colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPER) apresenta sensibilidade acima de 90% uma vez que a grande maioria das neoplasias de pâncreas são adenocarcinomas ductais. É método diagnóstico invasivo, podendo ainda ser usado como método terapêutico. Se os exames de imagem revelam sinais de irressecabilidade e o paciente não é bom candidato cirúrgico, um método para paliação da icterícia deverá ser oferecido, como a endoprótese descompressiva. Pode-se aumentar a precisão diagnóstica da CPER associando-se o exame citológico do suco pancreático ou mesmo escovado citológico. Entretanto, a CPER não acrescenta informações de estadiamento adicionais no estudo da neoplasia e pode ainda resultar em complicações (pancreatite aguda e perfuração) que podem levar ao retardo ou suspensão do tratamento cirúrgico. A ecoendoscopia (EE) é método de imagem valioso que apresenta alta sensibilidade (superior a 90%) na detecção de tumores pequenos, linfonodos metastáticos e na avaliação do envolvimento vascular. Estará indicada quando o paciente não possui diagnóstico citológico conhecido, não foi descartada a irressecabilidade por outro método e dispõe-se de profissional habilitado. Por permitir a aquisição de material aspirado (citológico ou tecidual) para análise, a punção aspirativa ecoguiada (EE-PAAF) freqüentemente fornece um diagnóstico definitivo. A laparoscopia auxilia no diagnóstico diferencial das icterícias e principalmente no estadiamento da neoplasia. Contribui substancialmente para a escolha da conduta terapêutica. 224 CONDUTA DO SERVIÇO A seqüência propedêutica habitualmente utilizada mediante a suspeita do câncer do pâncreas seria iniciar com a ultra-sonografia abdominal seguida de TC, CPER (ou colangiorressonância) e laparoscopia. A punção percutânea com agulha fina fica reservada apenas para casos selecionados e deve ser realizada através da parede gástrica ou duodenal guiada por ultra-som endoscópico. TRATAMENTO O tratamento do câncer de pâncreas continua sendo um desafio ainda não satisfatoriamente solucionado. As armas terapêuticas incluem cirurgia, quimioterapia e radioterapia. O tratamento operatório representa a única possibilidade de cura e sempre que possível deve ser realizado sem perda de tempo. O estudo das condições gerais do paciente, bem como das alterações específicas relacionadas com as doenças, tais como icterícia obstrutiva e diabete melito, merecem atenção. A avaliação do estado nutricional e correção da anemia são fundamentais. A profilaxia da insuficiência renal aguda, particularmente grave em doentes ictéricos, inclui hidratação pré e per-operatória adequada e controle rigoroso do fluxo urinário. A drenagem biliar endoscópica trans-papilar 10 a 15 dias antes da operação é preconizada por alguns autores, quando a icterícia é intensa e são precárias as condições gerais do paciente. As indicações para a ressecção pancreática dependem das condições gerais do paciente, da experiência do cirurgião e de ambiente hospitalar adequado. Sem dúvida, a morbidade e mortalidade operatória diminuem quando a equipe é particularmente interessada em cirurgia hepatobiliopancreática, e executa com freqüência ressecções pancreáticas. As contra-indicações compreendem metástases à distância, metástases peritoniais ou em linfonodos, invasão extensa do tronco mesentérico-portal, inexperiência da equipe. ascite volumosa, hospital inadequado e 225 OPÇÕES CIRÚRGICAS Ressecções pancreáticas: Duodenopancreatectomia cefálica (Operação de Whipple) Pancreatectomia regional (Fortner) Operação de Whipple associada à linfadenectomia regional Duodenopancreatectomia total Pancreatectomia distal A confirmação histopatológica do diagnóstico de câncer do pâncreas deve ser definida sempre que possível. A biópsia incisional só é aconselhável quando houver lesões na superfície da glândula. Se as lesões forem profundas pode ocorrer hemorragia, fistula ou pseudocistos. Com a finalidade de se evitar estas complicações, é preferível usar punção por agulha fina, via transduodenal. O tratamento cirúrgico paliativo do câncer de pâncreas irressecável inclui anastomose bilio-digestiva (para aliviar a icterícia obstrutiva e o prurido) anastomose gastro-jejunal para prevenir ou contornar a obstrução duodenal, alcoolização do plexo celíaco ou simpatectomia para tratamento da dor. Considerando as precárias condições gerais dos doentes e a curta sobrevida pós-operatória, é preferível escolher a derivação tecnicamente mais simples, de acordo com as características do paciente. Em geral, as derivações cirúrgicas são mais eficientes do que o uso de próteses endoscópicas ou percutâneas. A drenagem biliar externa cirúrgica alivia a icterícia e o prurido, mas é incômoda, sendo indicada como procedimento de exceção. A drenagem biliar endoscópica é aconselhável para a maioria dos pacientes inoperáveis, e visa apenas o alívio da icterícia e do prurido, através da papilotomia e colocação de próteses ou de catéter naso-biliar. A drenagem percutânea externa trans-hepática é inconveniente porque, além dos riscos de coleperitôneo e hemorragia, resulta em alta incidência de colangite. PROGNÓSTICO A mortalidade operatória em doentes submetidos à pancreatectomia caiu significativamente na última década. Para isto contribuíram, entre outros fatores, 226 melhor anestesia, progressos nas unidades de tratamento intensivo e especialização de cirurgiões. Apesar destes aspectos, o prognóstico do Câncer de Pâncreas continua sombrio. Em recente revisão realizada no Sloan-Kettering Memorial Cancer Center, em Nova Iorque, o índice de ressecabilidade em uma série de 684 casos de câncer de pâncreas foi de 17%. A sobrevida média após ressecção foi de 14,3 meses e de 4,9 meses quando não ressecado. A sobrevida em 5 anos foi de 1,8%. TUMORES MENOS COMUNS DO PÂNCREAS EXÓCRINO: CISTO-ADENOCARCINOMA MUCINOSO As neoplasias císticas cistoadenoma e consideradas malignas, mucinosas do cistoadenocarcinoma. porque pâncreas Entretanto, freqüentemente eram divididas ambas os devem em ser cistoadenomas mucinosos recidivam ou dão metástases. Apesar da neoplasia cística mucinosa atingir grandes dimensões, deve ser ressecada porque o prognóstico é muito favorável. A taxa de sobrevida média em 5 anos pode alcançar 50%. NEOPLASIA EPITELIAL SÓLIDO-CÍSTICA PSEUDOPAPILAR (TUMOR DE FRANTZ) É um tumor epitelial sólido e papilar, relativamente incomum descrito por Frantz em 1959. Surgem do epitélio de pequenos ductos, acometendo preferencialmente as regiões da cauda e corpo do pâncreas. Acomete preferencialmente meninas, adolescentes e mulheres jovens. As manifestações mais freqüentes são massa abdominal e dor. Possuem bom prognóstico quando ressecados adequadamente, com margens livres. Apenas 10% desses tumores emitem metástase à distância. ECTASIA DUCTAL MUCINOSA (TUMOR DUCTO-ECTÁTICO) Este tumor se forma a partir do epitélio dos ductos, sendo 50% deles localizados no ducto principal. Os pacientes referem dor semelhante à da pancreatite crônica conseqüente a obstrução do Wirsung pelo crescimento intraductal da lesão. O achado mais característico é a saída de glóbulos de mucina pela papila duodenal no momento da CPER. Aproximadamente metade das lesões é maligna. O prognóstico é melhor quando comparado ao adenocarcinoma ductal. 227 TUMORES DO PÂNCREAS ENDÓCRINO Cerca de 5% dos tumores do pâncreas se originam nas células das ilhotas. Existem variações no que se refere à produção hormonal, tamanho, localização, potencial de malignidade e prognóstico com cada tipo de tumor. Os tumores endócrinos do pâncreas, com exceção dos insulinomas, são em geral de natureza maligna. A morbidade se relaciona principalmente com excesso da produção hormonal, e não com o crescimento do tumor. São, portanto, classificados em funcionantes e não-funcionantes, dependendo da síndrome clínica que desencadeiam. Os insulinomas produzem síndrome clínica de hipoglicemia com hiperinsulinismo. Entre os considerados não funcionantes são incluídos: tumores produtores de peptídeo pancreático, de neurotensina, de HCG alfa e beta e cromogranina A. O insulinoma e o gastrinoma são os tipos mais comuns, seguidos pelos tumores sem manifestação endócrina. Outros tumores de ilhotas secretam glucagon, polipeptídeo intestinal vaso ativo (VIP), somatostatina e polipeptídeo pancreático. São infreqüentes e na literatura, em geral, são descritos casos isolados. SINTOMAS TUMOR TAXA MALIGNIDADE Insulinoma Hipoglicemia de jejum, hiperinsulinismo 10% Gastrinoma Hipersecreção gástrica, doença ulcerosa recorrente (esteatorréia) Síndrome de Zollinger-Ellison 90% Vipomas Diarréia aquosa com hipocalemia e acloridria (Síndrome de Verner-Morrison) 75% Glucagonoma Eritema migratório, diabete melito, anemia 50% Somatostatinoma Diabete melito, esteatorréia, colelitíase, hipossecreção gástrica 50% REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Machado MC, et al. Somatostatin receptor subtype 5 (SSTR5) mRNA expression is related to histopathological features of cell proliferation in insulinomas. Endocr Relat Cancer. 2006 Mar;13(1):69-78. 2. Freeny PC, et al. Pancreatic carcinoma: What is the best imaging test? EUA; Pancreatology 2001, 1:604-609 3. Petersen GM, et al. Pancreatic cancer genetic epidemiology consortium. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 2006 Apr; 15(4):704-10. 4. Garrido T, et al. Radial endoscopic ultrasound and spiral computed tomography in the diagnosis and staging of periampullary tumors. Pancreatology. 2004, 4:122-128 228 RESUMO ESQUEMÁTICO DE CONDUTA Admissão de paciente; sintomas dispépticos, dor abdominal recorrente, icterícia, colúria, acolia fecal, anemia, emagrecimento, ascite Propedêutica (pesquisar Sinal de Courvousier-Terrier) Hemograma completo Função hepática e enzimas canaliculares US abdome Diagnóstico sugestivo de neoplasia pancreática TC abdome Colangiorressonância Confirmação Anictérico ou icterícia leve Icterícia intensa Ecoendoscopia + biópsia CPER + endoprótese descompressiva Marcadores tumorais Benigno Seguimento Tumor ressecável Tumor irressecável Cirurgia Suporte Maligno Cirurgia