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LABORATÓRIO DE REDAÇÃO – 2013
PROPOSTA I (ENEM)
Texto I
Ipea afirma que Norte e Nordeste sofrerão mais com mudanças climáticas
Tercio Cappello/Efe
Mudanças climáticas nas regiões Norte e Nordeste podem aprofundar atuais desigualdades regionais e de renda
O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) associa os problemas climáticos ao aquecimento global e prevê resultados
de longo prazo. A perspectiva macroeconômica traçada pelo estudo indica em uma das simulações que o PIB (Produto Interno
Bruto) nacional poderia ser, numa primeira hipótese prevista para 2050, de R$ 15,3 trilhões (no valor do real em 2008). Em outra
alternativa, com menos danos para o meio ambiente, poderá chegar a R$ 16 trilhões, se o clima ajudar.
O Ipea estima o risco de reduções de 0,55% ou 2,3% respectivamente para esses valores. O aquecimento global poderá
elevar a temperatura no Norte e Nordeste até 8 ºC, em 2100, como consequência do desmatamento da floresta amazônica.
Entre os compromissos assumidos pelo país no Protocolo de Quioto, a redução do desmatamento figura como a contribuição
de menor custo. O valor médio de carbono estocado na Amazônia foi estimado em US$ 3 por tonelada ou US$ 450 por hectare.
Se esses valores forem utilizados para remunerar os agentes econômicos poluidores, seriam suficientes para desestimular
até 80% a pecuária na Amazônia. Seria possível reduzir em 95% o desmatamento com o custo de US$ 50 por tonelada de
carbono, aponta o Boletim Regional, Urbano e Ambiental divulgado pelo Ipea.
Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/
Texto II
2010, o ano mais quente da história?
A esperteza – para não dizer coisa pior – dos “céticos” ou “negacionistas” da mudança do clima não tem limites. O negócio
deles é semear a dúvida, lançar suspeitas e espalhar desinformação, mesmo que isso implique destruir a confiança na própria ciência.
Um de seus argumentos é que o aquecimento global estaria virando desaquecimento global. Afinal, a temperatura média
da troposfera (a camada mais baixa da atmosfera) não aumentou desde 1998, o ano mais quente no registro histórico.
Nada mudará na estratégia provocadora dos negacionistas. Como sempre fazem, ignorarão o dado que lhes seja
desfavorável.
Eles passarão para o próximo “argumento”. Por exemplo, que não é possível apurar uma grandeza como a temperatura
média da atmosfera, ou que o tratamento estatístico dos dados é manipulação, ou que a atividade solar é a verdadeira causa do
aquecimento, não os gases do efeito estufa. São incorrigíveis.
Não houve outro período janeiro-agosto mais quente que o deste ano. E isso numa fase de atividade mínima do Sol, em
que a radiação solar pouco contribui para esquentar a atmosfera além do usual.
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
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Laboratório de Redação – 2013
A única dúvida é se o período La Niña que está abrindo terá um efeito resfriador forte o bastante para contrabalançar a
alta da temperatura. O mais provável é que 2010 termine em empate técnico com 1998 e com 2005 (instituições de pesquisa
americanas e britânicas divergem sobre qual dos dois anos detém o recorde).
De todo modo, o que os negacionistas sempre omitem é que a década de 2000-2009 foi a mais quente jamais registrada.
Pouco importa se 1998 ou 2005 detêm o recorde com alguns centésimos de grau a mais. O que interessa é a tendência, como
a que fica evidente no gráfico abaixo.
Divulgação
A linha azul mostra a variação da temperatura média, mas com o truque estatístico – no bom sentido – das médias móveis,
para silenciar a sazonalidade típica do clima: cada ponto da curva assinala a média dos 12 meses anteriores, de modo que todas
as estações do ano estão representadas em cada valor. A fonte é o Instituto Goddard de Estudos Espaciais, da Nasa.
Na parte mais baixa do gráfico, a linha oscilante marca episódios de El Niño (vermelho, para indicar sua contribuição de
aquecimento) alternados com os de La Niña (azul, para resfriamento). Entre as duas curvas, os triângulos verdes indicam episódios
importantes de erupções vulcânicas, que também contribuem para resfriar a atmosfera.
O que qualquer um pode enxergar com os próprios olhos é um aquecimento evidente. Só não vê quem não quer, ou
quem é pago para jogar areia nos olhos dos outros.
Os últimos meses foram marcados por fenômenos meteorológicos extremos: seca no Sudeste e Centro-Oeste do Brasil,
onda de calor mortífero na Rússia e no leste da Ásia, enchentes no Paquistão, avalanches de lama na China.
Todos esses eventos são coerentes com as previsões dos modelos de computador que projetam os efeitos da mudança
do clima por força do aquecimento global.
(...) Pensando bem, a esperteza dos “céticos” encontra barreiras, sim. Seu limite está na nossa própria capacidade de
buscar a melhor ciência, contornar as armadilhas do senso comum e pensar com a própria cabeça.
Disponível em http://www1.folha.uol.com.br
Com base na leitura do texto motivador e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto
dissertativo-argumentativo, em norma culta escrita da língua portuguesa, sobre o seguinte tema: AS DESIGUALDADES
REGIONAIS: UM PROBLEMA DE DIFÍCIL SOLUÇÃO.
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PROPOSTA II (ENEM)
Texto I
Economia solidária
Economia solidária é uma forma de produção, consumo e distribuição de riqueza (economia) centrada na valorização do
ser humano e não do capital. Tem base associativista e cooperativista, e é voltada para a produção, consumo e comercialização
de bens e serviços de modo autogerido, tendo como finalidade a reprodução ampliada da vida. Preconiza o entendimento do
trabalho como um meio de libertação humana dentro de um processo de democratização econômica, criando uma alternativa à
dimensão alienante e assalariada das relações do trabalho capitalista.
Além disso, a economia solidária possui uma finalidade multidimensional, isto é, envolve a dimensão social, econômica,
política, ecológica e cultural. Isto porque, além da visão econômica de geração de trabalho e renda, as experiências de economia
solidária se projetam no espaço público, no qual estão inseridas, tendo como perspectiva a construção de um ambiente socialmente
justo e sustentável; vale ressaltar: a economia solidária não se confunde com o chamado “Terceiro Setor” que substitui o Estado
nas suas obrigações legais e inibe a emancipação de trabalhadoras e trabalhadores, enquanto sujeitos protagonistas de direitos.
A economia solidária reafirma, assim, a emergência de atores sociais, ou seja, a emancipação de trabalhadoras e trabalhadores
como sujeitos históricos.
Texto II
A economia solidária é um modo específico de organização de atividades econômicas. Ela se caracteriza pela autogestão,
ou seja, pela autonomia de cada unidade ou empreendimento e pela igualdade entre os seus membros.
Existem diferentes autores que se dedicam à conceituação da economia solidária, sendo que os dois principais são
Paul Singer e Euclides Mance. Singer propõe que a economia solidária seja uma estratégia possível de luta contra as desigualdades
sociais e o desemprego: “A construção da economia solidária é uma destas outras estratégias. Ela aproveita a mudança nas
relações de produção provocada pelo grande capital para lançar os alicerces de novas formas de organização da produção, à base
de uma lógica oposta àquela que rege o mercado capitalista. Tudo leva a acreditar que a economia solidária permitirá, ao cabo
de alguns anos, dar a muitos, que esperam em vão um novo emprego, a oportunidade de se reintegrar à produção por conta
própria individual ou coletivamente...” (SINGER: 2000, p.138).
Já de acordo com Mance, o conceito vai além e agrega ao conceito a noção não apenas de geração de postos de trabalho,
mas sim uma colaboração solidária que visa a construção de sociedades pós-capitalistas em que se garanta o bem-viver de todas
as pessoas: “...ao considerarmos a colaboração solidária como um trabalho e consumo compartilhados cujo vínculo recíproco
entre as pessoas advém, primeiramente, de um sentido moral de corresponsabilidade pelo bem-viver de todos e de cada um em
particular, buscando ampliar-se o máximo possível o exercício concreto da liberdade pessoal e pública, introduzimos no cerne
desta definição o exercício humano da liberdade...” (MANCE: 1999, p.178).
Com base na leitura do texto motivador e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto
dissertativo-argumentativo, em norma culta escrita da língua portuguesa, sobre o seguinte tema: ECONOMIA SOLIDÁRIA
E O MUNDO ATUAL
Proposta III – (Outros vestibulares)
ESTRUTURA DA Carta aberta
1. Título - que identifica o destinatário;
2. Texto - de natureza persuasiva/reivindicatória, que anuncia o problema e exige solução;
3. Local e data (facultativos).
Em face das consequências da seca e da falta de políticas públicas que minimizem o sofrimento dos nordestinos, redija
uma carta aberta à Presidente da República, exigindo políticas definitivas para esse problema.
GEORGENES - 20/05/2013 – REV.: EC
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