Fibromialgia: dor crônica em todo o corpo atinge mais as

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Fibromialgia: dor crônica em todo o corpo atinge
mais as mulheres
Uma dor no corpo todo que, muitas vezes, fica difícil definir se é
nos músculos ou nas articulações. Junto, surge um cansaço
inexplicável, um sono que não passa, problemas de memória e
concentração, ansiedade, formigamentos ou dormências,
depressão, dores de cabeça, tontura e alterações intestinais.
Esses são alguns dos sintomas de uma doença que, embora muito
comum, ainda não é muito conhecida: a fibromialgia.
10/06/2013 15:31:24
A fibromialgia é uma síndrome clínica que se manifesta, principalmente, com dor no corpo todo. Ela
acomete cerca de 4% da população mundial adulta e é até oito vezes mais comum em mulheres,
principalmente entre os 30 e 50 anos de vida. Muitas vezes fica difícil definir se a dor é nos músculos
ou nas articulações. Os pacientes costumam dizer que não há nenhum lugar do corpo que não doa.
Uma característica de quem sofre com a doença é a grande sensibilidade ao toque e à compressão
de pontos nos corpos.
Segundo o neurocirurgião Dr. Paulo Porto de Melo (CRM 94.048), não existe ainda uma causa
definida, mas há algumas pistas de porque as pessoas têm Fibromialgia. Os estudos mostram que
os pacientes apresentam uma sensibilidade maior à dor do que pessoas sem Fibromialgia. Na
verdade, seria como se o cérebro das pessoas com Fibromialgia interpretasse de forma exacerbada
os estímulos, ativando todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais dor. A doença
também pode aparecer depois de eventos graves, como um trauma físico, psicológico ou mesmo
uma infecção grave.
“O mais comum é que o quadro comece com uma dor localizada crônica, que progride para envolver
todo o corpo. Hoje, com técnicas de pesquisa que permitem ver o cérebro em funcionamento em
tempo real, descobriu-se que pacientes com Fibromialgia realmente estão sentindo a dor que dizem
sentir. Mas é uma dor diferente, em que não há lesão no corpo, e, mesmo assim, a pessoa sente
dor”, explica o médico formado pela Unifesp, colaborador do Departamento de Neurocirurgia da
Universidade de Saint Louis (Missouri- EUA) e introdutor e pioneiro da neurocirurgia robótica no
Brasil.
A dor do paciente é real
Mesmo não sabendo a causa exata, algumas situações provocam a piora das dores em quem tem
fibromialgia, como excesso de esforço físico, estresse emocional, alguma infecção, exposição ao
frio, sono ruim ou trauma. E muitos ainda sofrem com a descrença, até mesmo por parte dos
médicos. Muitos ainda não acreditam na Fibromialgia. Isso porque ela é uma doença em que não
existe uma lesão dos tecidos – não há inflamação ou degeneração.
Na prática clínica, não há como provar que a pessoa está sentindo dor crônica – a reação corporal é
muito diferente do que na dor aguda, afirma Melo. O paciente não está agitado, suando frio, gritando
como acontece em um infarto ou uma cólica renal. Na dor crônica, na maioria das vezes a pessoa
comunica-se bem e parece calma. “A reação à dor nota-se na presença de depressão, afastamento
social, alteração do sono e cansaço. Tudo isso leva algumas pessoas, até mesmo profissionais de
saúde, a terem dúvidas se os sintomas são reais ou não”, esclarece o médico.
Para um diagnóstico, o paciente deve procurar um médico que, mediante a história clínica e o exame
físico, determinará se existe outra doença causando os sintomas e pesquisará a presença de pontos
gatilhos para a dor. Existem 18 pontos (nove de cada lado) que são pressionados pelo médico a fim
de determinar se ocorre exacerbação da dor e características definidores da fibromialgia.
Dores frequentes e difusas pelo corpo, não associadas à atividade física ou outras doenças,
presentes em período superior a três meses (mostrando que são crônicas) aliadas ou não a
sintomas de depressão, ansiedade, distúrbios do sono e intestino irritável são indícios da doença.
Com o diagnóstico firmado (por critérios clínicos) é preciso estabelecer uma linha de tratamento.
Como a doença não tem cura, o tratamento almeja a melhoria da qualidade de vida e a reversão dos
sintomas associados. Existem quatro frentes que devem ser abordadas conjuntamente:
1- Mudança do estilo de vida (medidas não farmacológicas)
Controle do peso, atividade física regular sob supervisão, alimentação balanceada e psicoterapia
destacam-se entre as medidas mais importantes.
2- Tratamentos dos sintomas associados
É fundamental intervir nos sintomas associados à dor, como na depressão e ansiedade, os sintomas
intestinais e tratar incisivamente os transtornos do sono.
3- Medicamentos
Existem dois grandes grupos de medicamentos. Aqueles que tratam a dor na hora, mas que não
devem ser usados em longo prazo (analgésicos comuns, anti-inflamatórios, opioides) e aqueles que
previnem a dor, usados diariamente, mais adequados para o tratamento crônico da doença.
4-Outras medidas
Acupuntura, tratamentos térmicos, fisioterapia analgésica, hidroterapia, etc. O resultado do
tratamento é geralmente bastante satisfatório, mas exige muito empenho por parte do paciente e,
como em toda doença crônica, traz resultados a médio e longo prazo.
“Embora não exista cura, a Fibromialgia não é uma doença progressiva. Ela nunca é fatal e não
causa danos às articulações, aos músculos, ou órgãos internos. Em muitas pessoas ela melhora
com o tempo, e há casos nos quais os sintomas retrocedem quase totalmente”, comenta o médico.
Fonte – Dr. Paulo Porto de Melo (CRM 94.048), médico neurocirurgião formado pela UNIFESP,
colaborador do Departamento de Neurocirurgia da Universidade de Saint Louis (Missouri- EUA),
introdutor e pioneiro da neurocirurgia robótica no Brasil.
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