Especialização em Gestão Pública Municipal Programa Nacional de Formação em Administração Pública LUIZ ANTONIO LONI BRASIL, O PAÍS DO BEM ESTAR SOCIAL Maringá 2011 2 Especialização em Gestão Pública Municipal Programa Nacional de Formação em Administração Pública LUIZ ANTONIO LONI BRASIL, O PAÍS DO BEM ESTAR SOCIAL Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública Municipal, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá. Orientador: Professora Crishna Mirella de Andrade Correa Rosa Maringá 2011 3 Especialização em Gestão Pública Municipal Programa Nacional de Formação em Administração Pública LUIZ ANTONIO LONI BRASIL, O PAÍS DO BEM ESTAR SOCIAL Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública Municipal, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá, sob apreciação da seguinte banca examinadora: Aprovado em ___/___/2011 ________________________________________________________ Crishna Mirella de Andrade Correa Rosa (Orientadora) ________________________________________________________ Professor ________________________________________________________ Professor Maringá 2011 4 AGRADECIMENTOS À Universidade Estadual de Maringá e a todos os seus docentes pelo curso de qualidade; Aos professores e tutores por estarem sempre a disposição quando necessário; Aos amigos pelo apoio e amizade durante todo o curso de especialização; À professora Crishna Mirella de Andrade Correa Rosa pelas orientações indispensáveis para o êxito deste trabalho; Aos meus pais e amigos pelo carinho e incentivo. Maringá 2011 5 BRASIL, O PAÍS DO BEM ESTAR SOCIAL Luiz Antonio Loni1 RESUMO Este artigo demonstra o surgimento e os passos atuais do Bem Estar Social no Brasil, abordando políticas sociais que hoje em dia estão em pleno funcionamento, mas que na época surgiam apenas rumores sobre sua importância, onde essas políticas sociais se transformaram na principal fonte de distribuição de renda, focado no crescimento e combatendo as desigualdades sociais. O Estado do Bem Estar Social no Brasil surgiu em meados de 1930, no governo de Getúlio Vargas, com o objetivo de fornecer padrões mínimos na área de educação, saúde, renda, habitação e seguridade social a todos os cidadãos. Este novo modelo de Estado teve seu crescimento maior a partir da Constituição de 1988, aonde vimos a incorporação de garantias sociais em nossa lei. Com isso o País passou a suprir as deficiências causadas pela desigualdade social, surgindo inúmeras políticas sociais em prol da população, em especial a Bolsa Família, que é o carro chefe dessas políticas e o foco desse artigo. Palavras-chave: Bem Estar Social, Políticas Sociais, Programa Bolsa Família. 1 Bacharel em Ciências Contábeis pela Fundação Faculdade de Ciências e Letras Mandaguari FAFIMAM, Licenciatura Plena pelo CEFET-PR, Unidade Cornélio Procópio, aluno do curso de Especialização em Gestão Publica Municipal pela Universidade Estadual de Maringá – Pólo Itambé, servidor público lotado no município de Paiçandu. e-mail: [email protected] 6 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 7 2. DESENVOLVIMENTO....................................................................................................... 8 2.1. O SURGIMENTO DO ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL ................................. 8 2.2. O SURGIMENTO DO ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL NO BRASIL ATÉ OS DIAS ATUAIS .............................................................................................................. 10 3. CONCLUSÃO..................................................................................................................... 21 4. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 22 7 1. INTRODUÇÃO Surgido em 1930 devido a uma enorme crise industrial mundial no ano anterior, o Estado do Bem Estar Social aparece como o pilar para o crescimento econômico e social em todo o mundo. Ele apresenta-se como um forte regulador da economia, intervindo no mercado, criando, modificando e proporcionando avanços em leis federais, como reformas previdenciárias, trabalhistas e políticas sociais. O sistema de proteção social brasileiro começa a se estruturar na mesma época, a partir do governo de Getúlio Vargas. Nesse período, seu objetivo era a mediação das relações entre os capitalistas e os trabalhadores, baseando suas ações principalmente no campo previdenciário. A Constituição de 1988 é um marco na história da proteção social para o país, as políticas sociais passam a ser dever do Estado, estando firmadas no direito social dos cidadãos. Ao instituir propostas de políticas universais e igualdades sociais, surge o objetivo de promover a inclusão social de toda a população. As políticas sociais no Brasil tiveram destaque nacional e mundial entre os últimos anos de mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB – 1995 2002) e os primeiros anos de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT – 2003 - 2010), onde foram criados vários projetos de distribuição de renda beneficiando milhões de brasileiros, garantindo seus direitos básicos. Observar essa evolução e configuração do sistema de proteção social brasileiro é o objetivo principal deste artigo. A idéia é traçar um panorama da origem e caminhos seguidos pelo Estado de Bem-Estar Social do Brasil até os dias atuais, onde assumiram diferentes formas de organização. Assim poderemos analisar em que medida o Brasil caminha em direção às políticas mais efetivas em termos de oportunidades proporcionadas. 8 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. O SURGIMENTO DO ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL Nunca se falou tanto em bem estar da população como se fala nos dias atuais, onde se ouve assuntos de direitos do trabalhador, direito à escola, educação, saúde, habitação, entre outros, mas isso vem se desenvolvendo e ganhando cada vez maior importância a mais de 80 anos. O Estado do Bem Estar Social teve início após a segunda guerra mundial, nas primeiras décadas do século XX, onde as crises econômicas mundiais provaram que a economia capitalista livre de qualquer controle ou regulamentação estatal gerava profundas desigualdades sociais que seriam capazes de ameaçar a estabilidade política da época, pois apenas uma pequena parte da população conseguia se beneficiar de alguns direitos básicos2. Este novo modelo de Estado surgiu nos paises desenvolvidos no final da grande crise mundial de 1929, onde houve uma produção contínua após o primeiro conflito mundial, mas também ocorreu a falta de consumidores para essa produção, gerando assim a diminuição da produção industrial e a demissão de funcionários. Com o desemprego surgiu uma desaceleração da economia, atingindo o mercado de ações e a falências generalizadas, surgindo assim, em 1930 o Estado do Bem Estar Social, na intenção de solucionar a crise implantada em todo mundo. Também conhecido como Estado-Providência, o Estado do Bem Estar Social é um tipo de organização política e econômica que coloca o Estado como agente da promoção e defensor do social e organizador da economia. O Estado é o agente regulamentador da saúde social, política e econômica do país em parceria com sindicatos e empresas privadas, cabendo a ele garantir serviços públicos e proteção à população3. Assim o Estado passou a intervir diretamente na sociedade e na economia, fazendo com que o cidadão tenha um nível mínimo de participação na riqueza do Estado, tornando-se o promotor da retomada do crescimento econômico com o intuito de elevar o nível de vida e igualdade social. 2 http://educacao.uol.com.br/sociologia/estado-do-bem-estar-social-historia-e-crise-do-welfare-state.jhtm 3 http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_de_bem-estar_social#Origem 9 O resultado do referido processo foi a ampliação do conceito de cidadania e a emergência dos governos sociais em expor a existência de direitos sociais indispensáveis à existência de qualquer cidadão. Foram criadas grandes obras de infra-estrutura e concessão de empréstimos, como bancos de financiamentos para habitação e desenvolvimento visando o aquecimento da economia. Além de leis de amparo ao trabalhador e muitos avanços nas leis trabalhistas existentes, entre elas estão a regulamentação da jornada de trabalho, salário mínimo, FGTS, salário desemprego e demais benefícios, fazendo com que o trabalhador tivesse o interesse em trabalhar com carteira assinada4. Sobre os avanços nas políticas sociais, foram criados os ministérios da educação e da saúde, dando ao Estado a obrigação de levar esses serviços a toda a população. O Estado do Bem Estar Social prega que todos, sem exceção, tem o direito de usufruir de educação e saúde, tipo de serviços que apenas uma pequena parte da sociedade tem acesso devido às diferenças sociais. O Estado do Bem-estar teve seu crescimento após a Segunda Guerra Mundial. Seu desenvolvimento está intimamente relacionado ao processo de industrialização e os problemas sociais gerados a partir dele. Ocorreu também uma ampliação dos serviços assistenciais públicos, abarcando as áreas de renda, habitação, previdência social, entre outras. Paralelamente à prestação de serviços sociais, o Estado do Bem-estar passou a intervir cada vez mais na área econômica, de modo a regulamentar praticamente todas as atividades produtivas a fim de assegurar a geração de riquezas materiais junto com a diminuição das desigualdades sociais5. É preciso esclarecer que todos estes tipos de serviços assistenciais são de caráter público, reconhecidos como direitos sociais, podendo afirmar que a diferença do Estado do Bem-estar de outros tipos de Estado assistencial não é tanto a intervenção estatal na economia e nas condições sociais com o objetivo de melhorar os padrões de qualidade de vida da população, mas sim o fato dos serviços prestados serem considerados direitos dos cidadãos. 4 http://www.uniesp.edu.br/revista/revista1/publi-art2.php?codigo=94 5 http://educacao.uol.com.br/sociologia/estado-do-bem-estar-social-historia-e-crise-do-welfare-state.jhtm 10 2.2. O SURGIMENTO DO ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL NO BRASIL ATÉ OS DIAS ATUAIS O Brasil nunca chegou a estruturar um Estado de Bem-estar Social semelhante aos dos países de Primeiro Mundo. A intervenção estatal na economia nacional teve início na Era Vargas, criada no âmbito do governo ditatorial e foi neste período que o Ex-presidente ficou conhecido pela população mais humilde como o "Pai dos Pobres", devido ao seu interesse em ajudar os mais necessitados. Aos poucos, no país, com o desenvolvimento dos processos de urbanização e industrialização, com o crescimento da classe operária, de suas reivindicações e mobilizações foram se expandindo, a questão social passa a ser o fator impulsionador de medidas estatais de proteção ao trabalhador e sua família. Nesse primeiro momento, seu objetivo era a mediação das relações entre os capitalistas e os trabalhadores, baseando suas ações principalmente no campo previdenciário. O acesso à provisão das políticas era associado à inserção do indivíduo no mercado de trabalho. “O Conselho Nacional do Trabalho, fundado em 1923, criou as condições do que viria a ser o sistema previdenciário do Brasil. Órgão com doze membros escolhido pelo presidente da República, tinha como objetivo o estudo dos problemas na área trabalhista. O conselho foi base da criação do cargo de ‘cura especial de acidentes de trabalho’, em 1925. A par disso, no final da 1ª República, várias caixas de pensão foram organizadas na empresas de maior porte e seus trabalhadores cotizavam parcelas do salário como meio de manutenção do sistema de aposentadoria. Os recursos para a manutenção desses institutos provinham de cotas dos trabalhadores e, em parcelas menores, da contribuição das empresas e do governo federal. Quanto ao nível e qualidade dos serviços e benefícios prestados, contava com o poder de influência de cada categoria. As categorias pouco organizadas perdiam a qualidade de benefícios, e a massa dos trabalhadores rurais, autônomos ou empregados domésticos não possuíam qualquer espécie de proteção em termos previdenciários”. (MEKSENAS 2002 p.110 -111) A partir do Estado Novo (Getúlio Vargas - 1937-1945) as políticas sociais se desenvolvem de forma crescente como resposta às necessidades do processo de industrialização. O pensamento desse novo Estado é que todo o indivíduo tem o direito, desde seu nascimento até sua morte, a um conjunto de bens e serviços. Tal conjunto deve ter seu fornecimento garantido pelo Estado, esses direitos incluem a educação em todos os níveis, a assistência médica gratuita, o auxílio ao desempregado, a garantia de uma renda mínima e recursos adicionais para a criação dos filhos. 11 “Entretanto antes de qualquer coisa, a questão da pobreza e da desigualdade no Brasil se mostra como algo gerado por um déficit histórico de cidadania em um país que viveu sob regime escravo por quatro séculos, no qual os direitos civis e políticos existiam apenas no papel. Um bom exemplo são as eleições brasileiras tanto no período do império quanto da república velha – a chamada república dos coronéis. As eleições eram escrutínios caracterizados pela fraude e truculência onde os eleitores eram ameaçados por capangas, ou trocavam seu voto por qualquer utensílio. Evidentemente este comportamento refletia o perfil do atraso na sociedade brasileira entre 1937 a 1945, foram suspensos os direitos políticos. Curiosamente no período da supressão de direitos políticos e civis, foi ao mesmo tempo o momento dos avanços dos direitos sociais”. (FERNANDES 2007 p.216-218). A partir da ditadura militar, em 1964, onde o que observamos foi um aumento acentuado nas desigualdades sociais, com a falta de qualidade dos serviços prestados, diante de uma crescente clientela. Ou seja, a expansão da provisão de serviços sociais baseou-se em níveis muito baixos de segurança social, o que acabou por expulsar uma parcela da população do acesso aos serviços públicos. Setores mais influentes da classe empresarial começaram a dirigir críticas ao intervencionismo estatal. Na década de 70, a palavra mais usada pelos empresários era desestatização, pois quem tinha o benefício em função do Estado do Bem Estar eram os grandes empresários brasileiros e estrangeiros. Quando ocorreu a transição para a democracia, nossos governantes acreditavam que tinha chegado o momento do Estado brasileiro saldar a imensa dívida social diante das profundas desigualdades sociais e pobreza no país, mesmo sem muito sucesso. Foram adotadas inúmeras políticas em prol do bem estar social pelos governos democráticos a partir do regime militar, onde muitas empresas estatais foram privatizadas. Esses avanços e os desafios surgiram no sentido de vencer a guerra contra a fome, a pobreza e as desigualdades sociais, onde os direitos do cidadão foram garantidos na nova Constituição brasileira. A partir da Constituição de 1988, vemos a incorporação em nossa lei, um conjunto de direitos, inclusive o direito dos cidadãos e cidadãs à proteção social. Assim, o sistema de proteção social brasileiro inclui as garantias de direito à saúde, previdência e assistência social. Nossa Constituição é um marco para os verdadeiros direitos sociais no Brasil, ocorrendo a ampliação do sistema de proteção social e instituição de princípios de universalização, amparada na noção de direito social, juntamente com o esforço governamental em ampliar o atendimento da 12 seguridade social. O direito social foi visto como o fundamento da política, com um comprometimento do governo com o sistema de proteção ao cidadão, principalmente com os mais carentes. Somente com a Constituição de 1988 é que a proteção social passou a ser concebida de fato, sob a perspectiva de direito da cidadania, direcionando o Brasil para um Estado de Bem Estar Social. Sabemos que as políticas sociais respondem a necessidades e direitos concretos de seus usuários. Nesse sentido a Constituição da Seguridade Social brasileira trouxe algumas inovações no campo das políticas sociais principalmente para a Assistência social. “Quando falamos de política social, estamos nos referindo àquelas funções modernas do Estado capitalista – imbricado à sociedade – de produzir, instituir e distribuir bens e serviços sociais categorizados como direitos de cidadania. Trata-se, portanto, de política associada a um padrão de organização social e política que, desde os fins do século XIX e, mais precisamente, depois da Segunda Guerra Mundial, foi distanciandose dos parâmetros do laissez-faire e do legado das velhas leis contra a pobreza para transformar-se num esquema de proteção social que incumbe ao Estado decisiva responsabilidade pelo bem-estar dos cidadãos. Ela envolve o processo de provisão social e uma expressiva atividade regulamentadora que visa a garantia de acesso do cidadão comum a benefícios e serviços de natureza pública”. Pereira (1998, p. 6061) Mas a efetiva concretização desses programas deu-se ao longo da década de 1990, num momento de fortes contradições teóricas no campo das políticas sociais. De um lado, vivia-se um processo de mudança, representado pela implantação do Sistema de Seguridade Social, norteado pelos princípios da descentralização das políticas sociais e pela maior participação social, conforme previam a CF/1988. De outro lado, tinha-se uma postura restritiva do aparelho governamental que impunha limites à expansão dos programas sociais, acompanhadas de ações de desmonte dos direitos sociais universais. Deste modo, verificou-se que um novo formato foi instituído no Sistema de Proteção Social Brasileiro. Sabia-se que a desigualdade social no país é de grandes proporções. Dados de 1991 mostram que cerca de 30,7% das famílias brasileiras recebiam renda total inferior a dois salários mínimos. No Nordeste essa proporção atingia 53%. Os 10% mais ricos no Brasil abarcavam 51,7% da renda, enquanto os 10% mais pobres ficavam somente com 0,7%, precisando assim a criação de políticas públicas de transferência de renda. 13 Política pública é conhecida como o conjunto de ações desencadeadas pelo Estado nas escalas federal, estadual e municipal, com vistas ao bem coletivo. Elas podem ser desenvolvidas em parcerias com organizações não governamentais e como se verifica mais recentemente, com a iniciativa privada. O debate nacional sobre a transferência de uma renda se ampliou, ficando direcionado para o enfrentamento da questão social. Assim, passaram a ser considerados como programas de transferência direta de renda, todos aqueles destinados a efetuar uma transferência monetária, independentemente de prévia contribuição, a famílias pobres, consideradas a partir de um determinado corte de renda per capita, surgindo um novo momento histórico no campo das políticas sociais brasileiras, onde as políticas de transferência direta de renda se ampliaram nos anos subseqüentes, com a implantação de uma série de programas não contributivos. Transferência de renda é concebida como uma transferência monetária direta a indivíduos ou a famílias6. No caso brasileiro, a idéia central dos programas de transferência de renda é proceder a uma articulação entre transferência monetária e políticas educacionais, de saúde e de trabalho direcionadas a crianças, jovens e adultos de famílias pobres. Estes programas possuem dois propósitos orientadores: um de que a transferência monetária para famílias pobres possibilita a essas famílias tirarem seus filhos da rua e do trabalho infantil, enviando-os à escola, o que permitirá interromper o ciclo de reprodução da pobreza; o outro é de que a articulação de uma transferência monetária com políticas e programas estruturantes, no campo da educação, da saúde e do trabalho, direcionados a famílias pobres, poderá representar uma política de enfrentamento à pobreza e às desigualdades sociais e econômicas no país. Dentre esses programas de transferência de renda existentes no país, o que mais se destaca é o Programa Bolsa Família. Este programa surgiu nos últimos anos de mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB – 1995 - 2002), a princípio como Bolsa Escola, um programa de garantia de renda mínima associado com ações sócio/educativas, surgindo também, na mesma época o Programa Bolsa 6 http://www.mds.gov.br/bolsafamilia/ 14 Alimentação, com intuito de promover melhoria nas condições de saúde e nutrição de gestantes e crianças de seis anos e meio de idade7. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT – 2003 – 2010) unificou alguns programas de distribuição de renda criando o Programa Bolsa Família. Em 2012 serão mais de 12,5 milhões de famílias beneficiadas pelo programa. Conforme consta nos artigos 3º e 4º do Decreto Nº 5.209 de 17 de Setembro de 2004 – Da Finalidade do Programa Bolsa Família, o Programa tem por finalidade a unificação dos procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda do Governo Federal e do Cadastramento Único do Governo Federal, instituído pelo Decreto no 3.877, de 24 de julho de 2001. Os programas de transferência de renda cujos procedimentos de gestão e execução foram unificados pelo Programa Bolsa Família, doravante intitulados Programas Remanescentes, nos termos da Lei no 10.836, de 9 de janeiro de 2004, são: - Programa Nacional de Renda Mínima vinculada à educação – "Bolsa Escola", instituído pela Lei no 10.219, de 11 de abril de 2001; - Programa Nacional de Acesso à Alimentação – PNAA – "Cartão Alimentação", criado pela Lei no 10.689, de 13 de junho de 2003; - Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à saúde – "Bolsa Alimentação", instituído pela Medida Provisória no 2.206-1, de 6 de setembro de 2001; e - Programa Auxílio-Gás, instituído pelo Decreto no 4.102, de 24 de janeiro de 2002. Aplicam-se aos programas remanescentes as atribuições referidas no art. 2 o deste Decreto, cabendo ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome disciplinar os procedimentos necessários à gestão unificada desses programas. Os objetivos básicos do Programa Bolsa Família, em relação aos seus beneficiários, sem prejuízo de outros que venham a ser fixados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, são: - promover o acesso à rede de serviços públicos, em especial, de saúde, educação e assistência social; - combater a fome e promover a segurança alimentar e nutricional;- estimular a emancipação sustentada das famílias que vivem em situação de pobreza e extrema pobreza; 7 Lei Nº 10.219, de 11 de abril de 2001 e Medida Provisória Nº 2.206-1 de 06 de setembro de 2001. 15 - combater a pobreza; e - promover a intersetorialidade, a complementaridade e a sinergia das ações sociais do Poder Público. No Brasil, existem 26 estados e o Distrito Federal, 5.564 municípios e cerca de 12 milhões de famílias são atendidos pelo Programa Bolsa Família, resultado da coordenação de ações da União, Estados e Municípios. Dessa forma, esse é o principal programa de transferência de renda existente no Brasil, sendo definido como uma expressão do processo de desenvolvimento desses programas no Brasil8. A unificação dos programas de transferência de renda teve como objetivo integrar esforços isolados dos diferentes programas e racionalizar custos operacionais, ao mesmo tempo em que passou a dirigir o foco da política governamental para a família como um todo. Além de transferir recursos diretamente aos beneficiários para alívio da pobreza, a proposta do Programa Bolsa Família é atuar na promoção do acesso aos serviços básicos de educação e saúde para as famílias beneficiadas. O governo federal instituiu o Programa Bolsa Família integrando quatro programas federais (Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, Auxílio-Gás e o CartãoAlimentação), no âmbito do Programa Fome Zero, como parte principal do eixo articulador, denominado acesso aos alimentos, sob a justificativa de combater à fome e a pobreza. Sob a visão do governo federal, o Programa Bolsa Família possui dois objetivos básicos: o primeiro é combater a miséria e a exclusão social, por meio da transferência do benefício financeiro associado à garantia do acesso aos direitos sociais básicos como a saúde, educação, assistência social e segurança alimentar; e o segundo é promover a inclusão social contribuindo para a emancipação das famílias pobres e extremamente pobres. O Programa Bolsa Família foi instituído pela Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e regulamentado pelo Decreto nº 5.209, de 17 de setembro de 2004. A Portaria Interministerial nº 2.509, de 18 de novembro de 2004, por sua vez, dispõe sobre as atribuições e normas para a oferta e o monitoramento das ações de saúde relativas ao cumprimento das condicionalidades das famílias beneficiadas. Comunicado IPEA Nº 98 – 15 Anos de Gasto Federal – Nota Sobre o Período de 1995 a 2009 – 08 de julho de 2011. 8 16 O Programa Bolsa Família foi criado para apoiar as famílias mais pobres e garantir o direito aos serviços sociais básicos. Para isso, o Governo Federal transfere renda direto para as famílias, sendo o saque feito mensalmente, além de promover o acesso à saúde, educação e assistência social. As políticas sociais revelam o empenho de uma sociedade em afirmar um patamar de civilidade. Por que civilidade? Porque demonstra o que esta sociedade vem assegurando para todos os seus cidadãos. Nós conhecemos o padrão de civilidade de uma sociedade pelo que ela faz, o que ela propõe para as suas crianças e seus velhos. Em outras palavras, como esta sociedade no presente se relaciona com a história, o passado e o futuro. Então, quando discutimos política social, temos que sair dessa visão corriqueira de só olhar qual é o programa, o que está sendo feito imediatamente, mas entender que por trás daquela ação está em questão um padrão de civilidade que esta sociedade está construindo. Por que civilidade? Por conta de um respeito à dignidade humana, por conta de assegurar um dado padrão de dignidade humana ao coletivo de cidadãos de uma sociedade”. Sposati (1999,p.10) O Bolsa Família é um programa de transferência condicionada de renda. A condição é que as famílias beneficiadas mantenham seus filhos matriculados nas escolas públicas e cumpram com um calendário de visitas a postos de saúde. É essa condicionalidade que o torna fundamentalmente diferente de outros programas de transferência de renda. Conforme consta no art. 2º, § 1º da Lei de criação do Programa, é aceito como família a unidade nuclear, eventualmente ampliada por outros indivíduos que com ela possuam laços de parentesco ou de afinidade, que forme um grupo doméstico, vivendo sob um mesmo teto e que se mantém pela contribuição de seus membros. O Programa Bolsa Família prioriza o núcleo familiar voltada para as famílias que se encontram em situação de pobreza ou de extrema pobreza. Para tanto, o programa estabelece duas linhas de corte para a entrada de beneficiários delimitando também o valor do benefício a ser concedido. Assim, a realização do cálculo adota como critério seletivo a renda familiar mensal per capita e a composição familiar. Os benefícios são pagos a famílias em situação de pobreza ou de extrema pobreza e que tenham em sua composição crianças e adolescentes de zero a 15 anos, jovens de 16 e 17 anos, gestantes e nutrizes, devendo essas famílias receber um valor de até R$-140,00 por pessoa para ter direito ao benefício. Os valores do 17 benefício são pagos de acordo com o número de pessoas em cada família, essas famílias poderão ser selecionadas a partir de um conjunto de indicadores sociais capazes de estabelecer com maior análise das situações de vulnerabilidade social e econômica, onde o governo poderá eleger determinadas situações objetivas, como local de moradia, condições de acessibilidade, número de filhos, e outros, como forma de identificar pessoas necessitadas do benefício9. As famílias beneficiadas são assistidas por uma Equipe de Saúde da Família ou por uma Unidade Básica de Saúde (SUS). É fundamental que a equipe de saúde esclareça à família sobre a sua participação no cumprimento das ações que compõem as condicionalidades do Programa, deixando-a ciente de suas responsabilidades na melhoria de suas condições de saúde e nutrição. Alimentação Adequada é um Direito Humano. A garantia desse direito é fundamental, pois a alimentação e nutrição adequadas são ingredientes básicos para o desenvolvimento do ser humano, garantindo a ele a realização de sua capacidade de produção, de sua cidadania e do seu bem-estar. A equipe de saúde deve identificar se uma família tem garantido todas as condições de acesso aos alimentos básicos seguros e de qualidade, em quantidade suficiente, atendendo aos requisitos nutricionais, de modo permanente e sem comprometer outras necessidades essenciais, com base em práticas alimentares saudáveis, contribuindo para uma existência digna, colaborando para o desenvolvimento integral dos indivíduos, sendo muito importante que a equipe de saúde local, conheça a situação de saúde e da alimentação e nutrição na comunidade e nas famílias em que atua e auxilie na busca de possibilidades de melhorá-la, principalmente naquelas famílias que mais precisam. Essas famílias ao se cadastrarem no Programa Bolsa Família assumem alguns compromissos que devem ser cumpridos para a continuidade do recebimento do benefício. O SUS é responsável pelo acompanhamento da saúde das famílias beneficiárias. As famílias pobres e extremamente pobres podem ter maior dificuldade de acesso e de freqüência aos serviços de Saúde. Por este motivo, o objetivo das condicionalidades do Programa é garantir a oferta das ações básicas 9 http://bolsafamilia.datasus.gov.br/documentos_bfa/MANUAL_PBF_BOLSAFAMILIA_SAUDE2009.PDF 18 (saúde, educação e assistência social), potencializando a melhoria da qualidade de vida das famílias e contribuindo para a sua inclusão social. No que se refere as condicionalidades deve-se ofertar a todas as gestantes e crianças menores de 7 anos de idade contempladas com o benefício do Programa as seguintes ações: Gestante. - Fazer a inscrição do pré-natal e comparecer às consultas, de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde; - Participar de atividades educativas sobre aleitamento materno, orientação para uma alimentação saudável da gestante e preparo para o parto. Mãe ou responsável pelas crianças menores de 7 anos. - Levar a criança à unidade de saúde para a realização do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde; - Participar de atividades educativas sobre aleitamento materno e cuidados gerais com a alimentação e saúde da criança; - Cumprir o calendário de vacinação da criança, de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde10. As ações de Saúde que fazem parte das condicionalidades do Programa Bolsa Família, descritas acima, são universais, ou seja, devem ser ofertadas a todas as pessoas que procuram o SUS. É importante ressaltar que todas as crianças menores de sete anos de idade e gestantes pertencentes a essas famílias devem ser acompanhadas, independente do valor repassado às mesmas. Os beneficiários do Programa Bolsa Família também devem manter os filhos na escola com freqüência mínima de 85% para crianças de 6 a 15 anos e 75% para crianças de 16 a 17 anos, onde relatórios mensais são enviados pelas escolas aos núcleos regionais de educação, onde são encaminhados as secretarias de estado até chegarem ao nível federal do Programa. Em 2011 houve um reajuste do Programa Bolsa Família, sendo um aumento significativo na transferência de renda as famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. Com isso, o Benefício Básico pago às famílias foi reajustado de R$ 68,00 10 http://bolsafamilia.datasus.gov.br/documentos_bfa/MANUAL_PBF_BOLSAFAMILIA_SAUDE2009.PDF 19 para R$ 70,00. O Benefício variável (pago de acordo com o número de crianças) passou de R$ 22,00 para R$ 32,00. Com a alteração, o valor mínimo do Bolsa Família foi de R$ 22,00 para R$ 32,00 e o máximo de R$ 200,00 para R$ 242,00. O Benefício Variável Jovem foi reajustado de R$ 33,00 para R$38,00 por jovem de 16 ou 17 anos no limite de 2 benefícios por família11. Houve também um reajuste na quantidade de crianças beneficiadas por família. As alterações no programa de transferência de renda entraram em vigor com o objetivo de contribuir para a superação da miséria. A partir de agora, cada família passa a receber até cinco benefícios por filho menor de 15 anos, quando antes o limite era de três filhos. A finalidade é melhorar as condições socioeconômicas das famílias pobres e extremamente pobres. O benefício continua sendo condicionado ao cumprimento de agenda de compromissos nas áreas de saúde e educação, bem como por atividades de desenvolvimento das famílias, inclusive ações sócio/educativas e de acompanhamento familiar nos casos de incidência de trabalho infantil e de não cumprimento de responsabilidades. Crescendo há pelo menos 15 anos, os gastos do governo federal na área social alcançaram R$ 566,2 bilhões no ano passado, segundo dados divulgados pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). O levantamento do Gasto Social Federal demonstra que em 2010 os gastos ficaram quase todos concentrados em cinco ministérios: Previdência Social (53,7%), Saúde (13,5%), Educação (10,9%), Trabalho e Emprego (9,4%) e Desenvolvimento Social e Combate à Fome (7,9%), sendo que 13,4 bilhões de reais foram investidos especificamente na transferência de renda do Programa Bolsa Família12. O orçamento de gastos desse programa para 2011 está previsto um valor de 15,3 bilhões de reais, gastos estes que será elevado para 19,3 bilhões para 2012, devido ao reajuste do programa. 11 http://g1.globo.com/politica/noticia/2011/03/dilma-anuncia-reajuste-de-ate-45-dos-beneficios-do-bolsa- familia.html 12 http://www1.folha.uol.com.br/poder/965246-gasto-com-area-social-em-2010-foi-o-maior-em-15-anos-dizipea.shtml 20 O aumento dos investimentos no Programa Bolsa Família, bem como nos gastos sociais do Governo Federal, representa fator positivo para toda sociedade, pelo fato de esses programas trazerem em seu esboço a contrapartida de inserção em outros serviços oferecidos pelo Estado. Assim, a transferência não se limita a dar dinheiro às pessoas em vulnerabilidade social, mas também incentiva o uso dos serviços do Estado. Portanto, espera-se que além da transferência de renda para camadas mais pobres da população, que contribui para o aumento do consumo familiar, a inserção das crianças na escola, os cuidados preventivos e curativos, a expansão dos investimentos em outros serviços permita o fortalecimento e a emancipação das pessoas e famílias na sociedade, abolindo a pobreza, garantindo a inclusão social das famílias mais necessitadas e construindo um país mais justo, principalmente para a juventude, com ênfase na qualidade da educação, de modo a criar as premissas para o desenvolvimento sustentável, maiores oportunidades e melhores condições de vida para a população brasileira. 21 3. CONCLUSÃO Este artigo nos permitiu observar muitas mudanças enfrentadas pelo Estado na tentativa de solucionar os problemas em relação ao bem estar da população, partindo pelos avanços desde a época de Getúlio Vargas, onde o pensamento seria de construir um modelo de Governo onde todas as pessoas tivessem os mínimos direitos a educação, saúde e assistência social. Este modelo de Governo teve seu auge a partir da Constituição de 1988, onde foi incorporada a garantia dos direitos básicos do cidadão, direcionados a proteção social. Inúmeras políticas sociais foram adotadas no intuito de melhorar as condições de vida da população, proporcionando distribuição de renda. O Programa Bolsa Família é o que mais teve destaque dentre todos os programas sociais no Brasil, onde bilhões de reais são investidos anualmente, com uma demanda que aumenta a cada dia. A meta do Governo Federal é a erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades, garantindo direitos básicos, com o acesso dos cidadãos aos serviços de educação, saúde, assistência social e a conseqüente inclusão do cidadão em todas as políticas públicas, gerando vida com dignidade a todos. Mas, com todo o esforço e conquistas já atingidas, paira ainda no ar um questionamento: Os Programas de distribuição de renda estão efetivamente diminuindo as diferenças sociais ou são apenas mais uma jogada política dos nossos governantes? Ainda há muitos que utilizam de metodologias escusas para apropriar de programas sociais e transformá-los em “programas assistencialistas”. O Brasil ainda está longe de se tornar um país do bem estar social comparado com países de primeiro mundo, ou será que os brasileiros estão usufruindo de seus direitos sociais? Para isso precisaremos dar continuidade às políticas, programas e às ações que estão funcionando, aperfeiçoando o uso cada vez mais eficiente dos recursos disponíveis e inovando aquelas áreas em que os mecanismos tradicionais já não são suficientes. Novas idéias, tanto para ajustar as políticas sociais existentes quanto para colocar em prática novas iniciativas, em especial com a participação cada vez mais ativa do controle social, pois é o povo conscientizado de seu direito à cidadania que precisamos para atingir o objetivo do Brasil que queremos. Um país mais rico, forte e justo. 22 4. REFERÊNCIAS Apontamentos históricos do sistema do Bem Estar Social na América Latina e no Brasil. Disponível em: <http://www.uniesp.edu.br/revista/revista1/publiart2.php?codigo=94> Acesso em: 27 out. 2011. BARROS, R. P.; FOGUEL, M. N.; ULYSSEA, G. Desigualdade de Renda no Brasil: uma análise da queda recente. Brasília: IPEA. 2 v. 2007. Brasil Escola – Era Vargas – Estado Novo. 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