Lógica e Raciocínio Universidade da Madeira http://dme.uma.pt/edu/LeR/ Introdução a Teoria da Decisão 1 Conteúdos Os tópicos que vamos abordar: ÎDecisão sob ignorância Î Decisão sob Risco ÎTeoria da Probabilidade ÎFunção de Utilidade O que são Teoria da Decisão e Análise da Decisão? ÎTeoria da Decisão é o resultado de um esforço conjunto de economistas, matemáticos, filósofos, sociólogos e estatísticos para explicar como os indivíduos ou grupos fazem ou devem tomar decisões. (Resnik, 1987) ÎOs principais objectivos da Teoria da Decisão são, primeiramente, fornecer modelos para como nos guiamos os nossos desejos e as nossas crenças e, no segundo lugar para esclarecer como combinamse em decisões racionais (Gärdenfors & Sahlin, 1988) 2 O que são Teoria da Decisão e Análise da Decisão? ÎUma filosofia, articulada por um conjunto de axiomas lógicos e uma metodologia e colecção de procedimentos sistemáticos baseados nestes axiomas, com o fim de analisar as complexidades inerentes em problemas da decisão.” (Keeney, 1982) ÎAnálise da Decisão é o termo utilizado para referir a cuidadosa deliberação que precede uma decisão Mas especificamente refere-se aos aspectos quantitativos desta (French, 1988) Onde aplica-se teoria da decisão? ÎFerramentas de análise de risco e decisão ÎInteligência Artificial ÎAnalise Operacional ÎModelos Económicos ÎGrupos de Decisão 3 Componentes ÎO problema é analizado desde as alternativas (actos) ÎAs alternativas conduzem aos resultados (prémios, consequências) ÎEstes são analisados com base num valor v ou na utilidade u, e a probabilidade p ÎPodem também ser considerados outros critérios diferentes (aspectos, perspectivas) Modelo Base ÎUma decisão implica uma escolha entre dois ou mais possíveis alternativas ÎCada alternativa leva a um o mais futuros estados ÎUm estado conjuntamente com a alternativa formam uma consequência 4 Exemplo ÎDecisão: Devo levar o guarda-chuva ao passeio? )Alternativas: levo o guarda-chuva, não levo o guarda-chuva )Estados: Começa a chover, não começa a chover )Consequências: Chove e não tenho guarda-chuvas, não chove e tenho guarda-chuva, etc Árvore de Decisão Î Consiste de quatro componentes Î Nós de decisão (quadrados) Î Nós de Probabilidade (círculos) Î Nós de consequência triângulos Î Eixos Probability node decisão node Consequence node 5 Avaliação das consequências Analisar os valores ser frequentemente difícil. Necessita encontrar uma escala para medir as consequências. ÎComparar Celsius, Fahrenheit, etc. para a temperatura ÎMais como é possível, por exemplo medir os aspectos do ambiente (nublado, instável, etc.). Na literatura e no software convencional são necessários valores precisos para achar estimações correctas. Análise de planos de acção (Análise de cenários ) Investiga que tão provável é cada um dos possíveis resultados ÎExaustivo: pelo menos uma das consequências vá acontecer. ÎDisjuntivo de a pares: no máximo uma das consequências vá acontecer. ÎÆ : exactamente uma das consequências vá acontecer. Utilizamos probabilidades p com a finalidade de quantificar as nossas crenças (Σpi = 100%). 6 Avaliação Mesmo que possuamos conhecimento acerca de todos os dados de fundo, precisamos saber como escolher. Aqui é que a teoria da decisão entra em jogo. Algumas regras de decisão ÎPreferência (Dominance) ÎRegra Maximin/Maximax ÎRegra de Optimismo – Pessimismo ÎRegra Minimax Regret ÎPrincipio da ração insuficiente ÎEtc. 7 Maximizando a utilidade esperada A utilidade esperada e o valor da a media ponderada Σpxiuxi = px1ux2+px2ux2+...+px(n-1)ux(n-1)+pxnuxn Alt. 1 u11 p11 p12.. p1n u12 . u1n Alt. 2 u21 p21 p22.. p2m u22 . u2m Escolher a alternativa com a utilidade esperada mais elevada.. Problema de Decisão : gangrene Formulação da decisão : Um paciente de 68 anos tem que escolher entre: ÎA amputação da perna esquerda por baixo do joelho. ÎTratamento com medicamentos ÎCom a amputação o risco de vida é de 1% ÎCom o tratamento com medicamentos, a probabilidade é, num passo posterior, de 30% de precisar amputar a perna por cima do joelho, com risco de morrer de 10% 8 Alternativas As alternativas consistem em escolher o que fazer, se amputar ou usar medicamentos Identificando as consequências As consequencias é o que acontece de acordo com cada alternativa: ÎC11: Perna amputada por baixo do joelho, saudável ÎC12: Morte ÎC21: saudável ÎC22: Perna amputada por cima do joelho, saudável ÎC23: Morte 9 Estruturando o Problema Distribuição de Probabilidades ÎC11: Perna amputada por baixo do joelho, saudável 0,99 ÎC12: Morte 0,01 ÎC21: saudável 0,70 ÎC22: Perna amputada por cima do joelho, saudável 0,27 ÎC23: Morte 0,03 10 Actualizamos a Estrutura Agregamos as Probabilidades Avaliação. Passo 1 ÎSe o paciente considera a probabilidade de morrer como um factor determinante, então deve escolher a amputação. ÎSe o paciente considera a diferencia insignificante (0,03 vs. 0,01) e a possibilidade de ficar completamente curado é um factor determinante, então deve escolher a medicação. 11 Avaliação. Passo 2 – Escala de valores Aqui podemos considerar ÎA utilidade da morte é a mais baixa ÎA utilidade de ficar saudável é a mais alta Escolhemos uma escala de valores Îu(morte) = 0 Îu(saudável) = 1 Estimar as consequências É difícil de quantificar, mas usualmente se utiliza um intervalo ou um ranking Valores Precisos: Î Perna amputada por baixo do joelho = 0.8 Î Perna amputada por cima do joelho = 0.6 Exemplo de Intervalos : Î Perna amputada por baixo do joelho = [0.7, 0.9]. Î Perna amputada por cima do joelho = [0.5, 0.7]. Ordem de preferência: Î Perna amputada por baixo do joelho é melhor que Perna amputada por cima do joelho 12 Estruturando - valores Inserimos os valores Utilidade Esperada A utilidade esperada de cada alternativa: Î A1(amp.): p(amp. bj)*u(amp. bj) + p(morte)*u(morte) = 0,99*0,8 + 0,01*0 = 0,792 (probabilidade * utilidade de Perna amputada por baixo do joelho + probabilidade * utilidade de morte) Î A2 (medic.): p(saudável)*u(saudável) + p(amp. cj)*u(amp. cj) + p(morte)*u(morte) = 0,7*1 + 0,27*0,6 + 0,03*0 = 0,862 (probabilidade * utilidade de saudável + probabilidade * utilidade de Perna amputada por cima do joelho + probabilidade * utilidade de morte) 13 Consequências Posteriores Suponhamos que alguns anos depois da medicação a doença possa voltar: ÎC211: Saudável nos próximos 5 anos (75%) ÎC212: Perna amputada por baixo do joelho (7%) ÎC213: Perna amputada por cima do joelho (15%) ÎC214: Morte (3%) Consequências Posteriores 14 Utilidade Esperada A utilidade esperada de cada alternativa: ÎA1(amp.): 0,792 (não muda) ÎA2 (medic.): 0,7*0,75*1+ p(saudável)* p(saudavél 5 nos)*u(saudável) + 0,7*0,07*0.8+p(saudavél)*p(amp. bj)*u(amp. bj) + 0,7*0,15*0.6+p(saudavél)*p(amp. cj)*u(amp. cj) + 0,7*0,03*0+ p(saudavél)*p(morte)*u(morte) + 0,27*0.6+ p(amp. cj)*u(amp. cj) + 0,03*0 p(morte)*u(morte) = = 0,789 15