IX Congresso Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria 09 a 12 de novembro de 2014 – Serra Negra – SP - Brasil ESTUDOS DE COMPATIBILIDADE E CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE DISPERSÕES SÓLIDAS DE NIFEDIPINO OBTIDAS POR SPRAY-DRIER Resumo O nifedipino é um potente vasodilatador arterial utilizado no tratamento da angina de peito e como antihipertensivo. Segundo o Sistema de Classificação Biofarmacêutica é classificado como fármaco de Classe II, com limitada solubilidade aquosa. As técnicas de dispersão sólida têm sido usadas para aumentar a solubilidade de fármacos na área farmacêutica. Assim Assim o objetivo desse trabalho é avaliar a compatibilidade das dispersões sólidas obtidas pelo processo convencional e spray drier do nifedipino em LSS, PVP, PEG 400 e PEG 600 utilizando as técnicas de TG, DTA, DRX e por estudos de Dissolução. Os padrões de difração das dispersões sólidas indicaram natureza amorfa para as amostras enquanto o fármaco puro tem natureza cristalina. Nas curvas de DTA das dispersões ocorreram mudanças no comportamento térmico característico de fusão do fármaco indicando a sua amorfização. A alteração nas curvas de DTA e TG dinâmica indicaram possíveis incompatibilidades entre o fármaco e os carreadores. Nos estudos de dissolução as dispersões obtidas em spraydrier NFD-LSS e por rotavapor NFD-PVP apresentaram maior percentual e taxa de dissolução. Palavras-chaves: Nifedipina, DRX, TG, DTA, dissolução. Introdução O nifedipino é um agente bloqueador de canal de cálcio utilizado para tratar uma variedade de desordens cardiovasculares, tais como angina de peito e a hipertensão arterial [1,2]. O nifedipino, segundo o Sistema de Classificação Biofarmacêutica, é classificado como fármaco de Classe II, que são pouco solúveis em água, mas uma vez dissolvido, eles rapidamente passam membranas biológicas. Como consequência, os fármacos da classe II se dissolvem lentamente no ambiente aquoso do trato gastrointestinal após administração oral e resultam em uma fraca biodisponibilidade [3-4]. O sistema de dispersão sólida do fármaco em um carreador ou matriz sólida inerte solúvel é uma das estratégias utilizadas no desenvolvimento de preparações farmacêuticas para superar as limitações de fármacos com baixa solubilidade aquosa [5]. Os carreadores utilizados incluem polímeros como a polivinilpirrolidonas (PVP), Polietilenoglicóis (PEGs), derivados de celulose e do amido. Inúmeros estudos têm utilizado dispersões sólidas para melhorar as propriedades de dissolução de drogas pouco solúveis [6-8]. Os métodos de obtenção das dispersões comumente utilizados são o método de fusão, solvente, fusãosolvente e malaxagem, porém a tecnologia de spray drier tem sido empregada com sucesso na preparação de dispersões sólidas de substâncias ativas farmacêuticas [9-11]. Esse processo produz dispersões sólidas de partículas com tamanho reduzidos e amorfas, com alta taxa de dissolução e mínimo resíduo de solvente nos sistemas, além da possibilidade de transposição industrial [12]. Assim o objetivo desse trabalho é avaliar a compatibilidade das dispersões sólidas obtidas pelo processo convencional (rotavapor) e spray drier do nifedipino em lauril sulfato de sódio (LSS), PVP, PEG 400 e PEG 600 utilizando as técnicas de Termogravimetria (TG), Análise térmica Diferencial (DTA), Difração de raios X (DRX) e por estudos de Dissolução. Materiais e Métodos A nifedipina matéria-prima (NFD), foi adquirida do fornecedor Galena Importadora Química e Farmacêutica (Lote 809033, Brasil). Os carreadores utilizados foram: Lauril sulfato de sódio (LSS) lote: G21626 (Estados Unidos), polivinilpirrolidona (PVP) lote: M-080606, o polietileno glicol 400 (PEG 400) lote: ALL 27219 pela All Chemistry do Brasil Ltda (Brasil), polietileno glicol 6000 (PEG 6000) lote: Q-1102 CB-01 pela Henrifarma Produtos Químicos e Farmacêutico Ltda (México) e dióxido de silício coloidal (areosil) lote:3157052414 pela Henrifarma Produtos Químicos e Farmacêutico Ltda (Alemanha). IX Congresso Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria 09 a 12 de novembro de 2014 – Serra Negra – SP - Brasil Preparação das dispersões sólidas Todas as dispersões foram preparadas contendo as proporções NFD/Carreador/Aerosil (40%:45%:20%). Nas dispersões preparadas pelo o método de spray-dryer o carreador foi dissolvido em 300 ml de Etanol/água (1:1), depois, foi adicionado o nifedipino e em seguida o aerosil. O solvente foi evaporado no equipamento spraydrier (Lab Plant Technology, modelo: SD-05) utilizando as condições de fluxo de 245 mL/h, temperatura de entrada 140 ± 2 º C, temperatura de saída 70 ± 2 º C, pressão 18 bar e atomizador de 1.1 mm de diâmetro. No método de evaporação de solvente as dispersões foram dissolvidas em etanol absoluto (99º GL) na proporção 1:4 (p/v). O solvente foi evaporado em evaporador flash rotativo (Modelo Fisatom 801 ®), a 45ºC e 80 rpm sob pressão reduzida (−600 mm Hg). Todas as amostras foram armazenadas em dessecador de vidro Prolab®. Difração de Raios X Os espectros de DRX das amostras foram obtidos utilizando o difratômetro de raios X D5000 modelo (Siemens Bruker AXS-CuKα, geometria θ-20, 40KV – 30mA, tamanho do passo de 0,02º2θ - 2θ°2/min, fenda principal = 2mmx12mm e recebimento = 0,2mmx12mm, com monogromador de grafite) utilizando a metodologia do pó. Análise térmica Diferencial As curvas DTA foram obtidas em triplicatas utilizando um analisador térmico diferencial de marca Shimadzu, modelo DTA-50, em atmosfera de nitrogênio de 50 mL.min-1, com massa de 8 (± 0,1) mg, acondicionadas em um cadinho de alumina até 900°C. As curvas do nifedipino foram obtidas nas razões de aquecimento de 10, 20,40 °C.min-1. Já, as curvas de DTA das dispersões sólidas foram obtidas na razão de aquecimento 10 °C.min-1 e dos carreadores puros foram obtidos na razão de aquecimento 10°C.min-1 ate 250 °C e 40 °C.min-1 ate 900°C. O equipamento foi calibrado através do ponto de fusão e entalpia do padrão Índio, 156,6 °C ± 0,3 e 28,58 J/g ± 0,3, respectivamente, e do ponto de fusão do padrão Zinco (419,6 °C ± 0,3), sob as mesmas condições das amostras. Análises termogravimétricas As curvas de TG/DTG dinâmicas foram obtidas utilizando uma termobalança Shimadzu, modelo TGA 50H, na atmosfera de ar sintético e nitrogênio, com fluxo de 20 e 50 mL.min-1, respectivamente, até 900°C . A massa utilizada foi de 5,0 mg (± 0,003) que foi colocada em cadinho de alumina. As curvas do nifedipino foram realizadas com razões de aquecimento de 10, 20 e 40 °C.min-1 e das dispersões sólida só na razão de aquecimento de 10°C.min-1. O equipamento TG foi calibrado usando oxalato de cálcio monoidratado. As curvas foram analisadas pelo programa TASYS da Shimadzu para analisar os estágios de perda de massa. Estudo de dissolução O Estudo de dissolução in vitro foi realizado com o nifedipino e todas as dipersões sólidas e utilizou o aparelho USP tipo II [13]. Operando nas condições de a 37 ± 0,5 ⁰C e rotação de 100 rpm, utilizando Dissolutor Hanson Research, equipado com 3 cubas e um volume de 900 mL dos meios de dissolução: USP tampão fosfato pH 7.5 e USP fluido gástrico sem enzima pH 1.2 com 0,5% (m/v) de LSS. Inicialmente, pesou-se 20 ± 0,02 mg de NFD e 50 ± 0,02 mg de cada dispersão sólida, que é o equivalente a 20 mg de nifedipino, que foram transferidas para as cubas. Em intervalos de 5, 10, 15, 20, 30, 45 e 60 minutos eram retiradas alíquotas de 3 mL e filtradas através de filtro de membrana de 0,45 µm. As amostras foram analisadas utilizando um Espectrofotômetro UV-Visível (Shimadzu, UVmini 1240), com leituras de 235 nm por método de correção em branco. IX Congresso Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria 09 a 12 de novembro de 2014 – Serra Negra – SP - Brasil Resultados e Discussão Estudos de Difração de Raios X (DRX) Os padrões de difração de raios-X foram obtidos para o nifedipino e as dispersões sólidas, a fim de analisar o estado cristalino do fármaco e formulações (fig. 1). Os difratogramas correspondentes à nifedipina matéria prima (NFD) está representados na Fig. 1. Artigos mostram que os picos característicos da nifedipina pura aparecem em 8.2°, 10.6° e 11.9° [14,15]. O espectro de raios-X da NFD apresentou picos intensos e definidos indicando alta cristalinidade. Os perfis de difração das dispersões sólidas obtidas pelas técnicas de rotavapor e spray drier revelaram uma redução significativa dos picos característicos do fármaco, indicando o estado amorfo das preparações. Apenas a dispersão da nifedipina em LSS pelo método rotavapor apresentou picos intensos e bem definidos, porém com um padrão de difração diferente do fármaco. (B) (A) 1 2 1 2 3 3 4 4 5 5 3 Fig. 1. Curva de difração de raios X do nifedipino material prima (A), dispersões sólidas pelo método de spray drier (A) e dispersões sólidas pelo método de rotavapor (B): 1-NFD-PVP; 2-NFD-PEG6000; 3-NFD-PEG400; 5NFD-LSS; 6-NFD Estudos termoanalíticos A fig. 2 mostra as curvas de DTA e TG dos carreadores isolados. Foi observado pelas duas técnicas que os carreadores mostraram comportamento térmico diferente do fármaco isolado. (B) (A) 1 6 2 3 4 5 6 4 5 3 2 1 Fig 2 Curvas de DTA (A) e TG (B) do NFD e dos carreadores na razão de aquecimento de 10°C.min-1 até 250 °C: 1-NFD; 2-LSS; 3-PEG6000; 4-PEG400;5-PVP; 6-AER IX Congresso Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria 09 a 12 de novembro de 2014 – Serra Negra – SP - Brasil As curvas de DTA foram obtidas para a NFD e os carreadores (LSS, PVP, PEG 400 e PEG 6000) puros na razão de aquecimento de 10 ºC/min. A amostra NFD exibiu um pico endotérmico característico de fusão na temperatura de 175.5 °C, correspondente ao ponto de fusão da nifedipina [16]. O LSS apresentou 3 picos endotérmicos (99,2ºC; 194,5ºC e 220,6ºC), o PEG 6000 apresentou 1 pico endotérmico (64ºC), já o PVP, o PEG 400 e o aerosil não apresentou nenhum pico nessa faixa de temperatura. As curvas de DTA das dispersões sólidas obtidas pelos métodos de spray drier e rotavapor mostraram uma variação nos pontos de fusão correspondente a fusão do NFD (Fig. 3). Os formatos das curvas de todas as amostras das dispersões mostraram o desaparecimento do processo de fusão indicando uma possível incompatibilidade entre o fármaco e os excipientes estudados. (B) (A) 1 1 2 2 3 3 4 5 4 5 Fig. 3 Curvas de DTA das dispersões sólidas com os carreadores LSS, PVP, PEG 6000e PEG 400 pelo método de spray drier (A) E pelo método de rotavapor (B): ): 1- NFD; 2- NFD-LSS; 3- NFD-PEG6000; 4- NFD-PEG400; 5NFD-PVP (A) (B) 5 4 2 3 1 5 4 2 3 1 Fig. 4 Curvas de TG das dispersões sólidas com os carreadores LSS, PVP, PEG 6000e PEG 400 pelo método de spray drier (A) e pelo método de rotavapor (B): 1- NFD; 2- NFD-LSS; 3- NFD-PEG6000; 4- NFD-PEG400; 5NFD-PVP As curvas TG evidenciaram que todas as amostras das dispersões apresentaram o estagio principal de decomposição em temperaturas superiores a do fármaco isolado, exceto as dispersões sólidas do LSS pelas duas técnicas que mostraram esse estágio ocorrendo em temperaturas inferiores (Fig. 4). O número de estágios de perda de massa de NFD-PEG 400 e NFD-6000 foram iguais à NFD. As curvas TG das dispersões de LSS e PVP apresentaram 2 estágios de decomposição, com exceção do PVP pelo método de spray drier que apresentaram 3 estágios de decomposição (Fig.4A). Os resultados termogravimétricos mostraram diferentes comportamentos térmicos da NFD em relação às dispersões, indicando uma possível incompatibilidade entre o fármaco e os excipientes estudados. IX Congresso Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria 09 a 12 de novembro de 2014 – Serra Negra – SP - Brasil Dissolução das dispersões sólidas Os perfis de dissolução das amostras estudadas são apresentados nas figs 5 e 6. Os perfis de dissolução variaram conforme os meios de dissolução. A Tabela 1 mostra a quantidade de nifedipina dissolvida após 1 hora de dissolução. Nos dois meios de dissolução estudados as dispersões obtidas em spray-drier NFD-LSS e NFDPVP apresentaram maior percentual e velocidade de dissolução que a NFD. As dispersões obtidas por rotavapor no meio USP fluido gástrico apresentaram uma taxa e percentual de dissolução menores que o fármaco puro, já no meio tampão fosfato o percentual de dissolução das dispersões foram superiores sendo a NFD-PVP a que apresentou um maior percentual. (A) (B) 2 5 1 1 5 2 4 3 / 3 4 Fig. 9. Perfil de dissolução das dispersões sólidas no meio de dissolução USP fluido gástrico sem enzima pH 1.2 com 0,5% (m/v) de lauril sulfato de sódio, (A) método de spray drier e (B) método rotavapor: 1- NFD; 2- NFDLSS; 3- NFD-PEG6000; 4- NFD-PEG400; 5-NFD-PVP 2 5 5 4 2 3 4 3 1 1 (A) (B) Fig.8. Perfil de dissolução das dispersões sólidas no meio de dissolução USP tampão fosfato pH 7.5, (A) método de spray drier e (B) método rotavapor: 1- NFD; 2- NFD-LSS; 3- NFD-PEG6000; 4- NFD-PEG400; 5-NFD-PVP Tabela 1 Percentual de nifedipina dissolvida em 1 hora de dissolução nos meios: USP fluido gástrico simulado sem enzimas (pH 1.2) com 0,5% (m/v) de LSS e USP tampão fosfato (pH 6.0). (75 rpm, 900 ml, n = 3). NFD Spray-drier Rotavapor Spray drier Rotavapor NFD-LSS NFD-PVP NFD-PEG400 USP fluido gástrico sem enzima pH 1.2 64,03 ± 0,86 47,74 ± 0,23 19,13 ± 1,30 41,88 ± 10,18 29,93 ± 12,25 40,72 ± 0,33 4,82 ± 1,64 USP Tampão fosfato 56,49 ± 1,15 31,92 ± 0,28 9,64 ± 0,24 2,73 ± 0,59 15,45 ± 0,91 39,56 ± 1,83 5,05 ± 1,05 NFD-PEG6000 31,00 ± 1,26 2,28 ± 1,25 3,04 ± 0,42 18,72 ± 0,20 IX Congresso Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria 09 a 12 de novembro de 2014 – Serra Negra – SP - Brasil Conclusão A difração de raios X em pó evidenciou modificações no padrão de difração das dispersões sólidas em relação ao fármaco nifedipino. As amostras de NFD-LSS, NFD-PEG400 e NFD-PVP obtida por spray drier e de NFD-LSS, NFD-PEG400 obtidas por rotavapor apresentaram padrão de substância amorfa, que foram confirmadas pelas curvas de DTA onde ocorreu mudanças no comportamento térmico característico de fusão do fármaco indicando a sua amorfização. A alteração nas curvas de DTA e TG dinâmica indicaram possíveis interações físicas entre o fármaco e os carreadores. As curvas de TG dinâmica das dispersões sólidas mostraram ainda um aumento da estabilidade térmica fármaco-excipientes, com exceção da dispersão sólida NFD-LSS rotavapor. Nos estudos de dissolução as dispersões obtidas em spray-drier NFD-LSS e por rotavapor NFD-PVP se destacaram por apresentar maior percentual e taxa de dissolução. Referências 1. Croom KF, Wellington K. Modified-Release Nifedipine: A Review of the use of modified-release formulations in the treatment of hypertension and angina pectoris. Drugs. 2006;66(4):497–528. 2. Rosendorff C., Black H.R., Cannon C.P., et al.. Treatment of hypertension in the prevention and management of ischemic heart disease: a scientific statement from the American Heart Association Council for High Blood Pressure Research and the Councils on Clinical Cardiology and Epidemiology and Prevention. Circulation. 2007;115:2761–88. 3. 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