147 Original Tratamento minimamente invasivo para a dor lombar refratária realizado por epiduroscopia A minimally invasive procedure for refractory back pain performed by epiduroscopy Marcos Masini1 Aldo Calaça2 SUMÁRIO ABSTRACT Propósito: Avaliar a resposta obtida com tratamento direcionado por epiduroscopia e associado à aplicação local de corticosteróides e ozônio (O2-O3) nos pacientes com dor lombar e radiculopatia não responsiva a outras terapias não invasivas. Material e Métodos: Estudo retrospectivo com 32 pacientes que não obtiveram resultado satisfatório, com no mínimo 6 semanas de tratamento com antiinflamatórios, analgésicos, fisioterapia e infiltração epidural e facetaria de corticóides, e submetidos ao procedimento pela técnica de epiduroscopia. O estudo compreende o período de 1 ano (julho 2006 a junho 2007), com acompanhamento mínimo de dois anos. Resultado: Os pacientes foram avaliados pela Escala Analógico Visual (VAS) antes e após o procedimento, quando obtiveram uma melhora de 80% com relação a dor prévia. O acompanhamento com três, seis, doze e vinte e quatro meses demonstrou uma melhora mantida na média de 60%. O Índice de Incapacidade de Oswestry mostrou modificação significativa nos estados pré e pós-procedimento, com 70% dos pacientes classificados no Grupo um (1) com Disfunção Mínima no terceiro mês após o uso da técnica. Nenhuma complicação séria foi relatada ou relacionada com o procedimento utilizado. Conclusões: A aplicação local de corticosteróides e ozônio (O2-O3) direcionados por epiduroscopia é um procedimento seguro e minimamente invasivo, com bons resultados clínicos no controle da dor lombar refratária, oferecendo aos pacientes uma janela de alívio maior que as alternativas existentes no momento, o que permite melhor controlar outros fatores; como o emocional, o socioeconômico e o ambiental que se associam negativamente no controle da dor crônica. Purpose: To evaluate the response to procedure performed by epiduroscopy and associated with local injection of corticosteroids and ozone (O2-O3) in patients presenting with low back pain and radiculopathy unresponsive to other noninvasive therapies. Material and Methods: The procedure was performed in 32 consecutive patients who failed to achieve significant response to a minimum of 6 weeks or longer of treatment that included anti inflammatory and analgesic drugs, physiotherapy and posterior epidural steroids and/or facet joint injections. These procedures were performed during a period of one year (July, 2006 to June, 2007) and all patients were followed up, at least, for 2 years. Results: Index showed significant change in post procedure status related to the pain control condition, relative to preprocedure status. The patients evaluated by the Visual Analogical Scale (VAS) just before the procedure and immediately post procedure showed an average improvement of 80% compared with their previous pain level. The outpatient follow up of one, three, six, twelve and twenty-four months showed persistent improvement, with a mean percentage of 60%. The Oswestry Disability Index showed significant change in pre and post procedure status related to the pain control condition. No serious complications were related to the procedures. Conclusions: The local application of corticosteroids and ozone (O2-O3) directed by epiduroscopy is a safe and minimally invasive procedure with good clinical results in the control of refractory low back pain of most of patients by offering a window of relief wider than the alternatives available at the moment. In addition, it allows a better control of other factors, such as emotional, socioeconomic and environmental ones that usually are negatively associated to the control of chronic pain. Palavras-chave: Epiduroscopia, Corticosteróides, Ozônio, O2-O3, Dor Lombar Refratária, Radiculopatia. Keywords: Epidural Endoscopy, Epiduroscopy, Low Back Pain, Ozone-Oxygen Therapy, Steroid Therapy, Radiculophaty. 1. Escola de Medicina - FAMEPLAC e Hospital Lago Sul de Brasília – DF 2. Departamento de Neurocirurgia da Santa Casa de Maceió – AL Recebido em maio de 2010, aceito em junho de 2010 Masini M, Calaça A - Tratamento minimamente invasivo para a dor lombar refratária realizado por epiduroscopia J Bras Neurocirurg 21 (3): 147-152, 2010 148 Original Introdução Cerca de dez por cento dos pacientes com lombociatalgia não melhoram após 6 e 8 semanas de tratamento conservador26. A apresentação clínica, o exame neurológico, os achados de imagem e a decisão do paciente definirão a modalidade de tratamento a ser utilizada. No entanto, nem sempre a escolha é fácil, já que os achados de imagem podem não evidenciar de forma consistente uma alteração anatômica que explique a clínica apresentada pelo paciente18, 4, 25. No grupo já submetido a procedimento cirúrgico, a imagem pode não definir uma lesão específica assim como a cicatriz e o instrumental e / ou a artrodese podem impedir o acesso póstero-lateral. Assim, um grupo considerável de pacientes pode não ser candidato a procedimento cirúrgico e necessitam de uma alternativa para aliviar sua dor refratária ao tratamento conservador. A epiduroscopia surgiu como mais uma opção para o diagnóstico e a terapêutica da dor na coluna, tendo sido incluída como modalidade de tratamento em 1996, por Saberski e Kitahata23. A técnica percutânea permite navegar, diagnosticar e medicar o paciente no local da lesão que, na maioria dos casos, ocorre anteriormente ao saco dural e ao manguito da raiz emergente e gânglio sensitivo com ramificações. Com o entendimento atual do importante papel dos mediadores inflamatórios na manutenção da dor lombar e radicular20,21, várias substâncias passaram a ser utilizadas no seu tratamento como neuromoduladores, destacando-se os corticosteróides, clonidina, e a mistura O2-O3, chamada de ozônio, que por esta técnica podem ser aplicados diretamente no local. Mesmo o uso de certo volume de soro fisiológico permite diluir e acelerar a absorção desses mediadores responsáveis pela manutenção da dor. Material e Métodos O estudo avalia retrospectivamente 32 pacientes consecutivos, tratados no período de um ano (junho de 2006 a junho de 2007). O estudo respeita um intervalo mínimo entre o procedimento e a ultima avaliação de 1 ano e o acompanhamento máximo de 2 anos. Os dados da avaliação foram revisados por uma terceira pessoa, não pertencente ao corpo clínico, que contatou diretamente os pacientes, formulando perguntas pré-elaboradas. Foram incluídos pacientes com dor lombar que não melhoraram após tratamento clínico por pelo menos seis semanas. Pacientes com dor em outras articulações foram excluídos do estudo. Os parâmetros avaliados envolveram sexo, idade, e a qualidade e duração da melhora clínica obtida, e 61 % haviam sido submetidos a procedimento cirúrgico previamente. Destes, 27% Masini M, Calaça A - Tratamento minimamente invasivo para a dor lombar refratária realizado por epiduroscopia apresentavam instrumentação da coluna lombar. O quesito dor foi avaliado utilizando-se a Escala Analógico Visual (VAS)1 antes e imediatamente após o procedimento, e nos meses 1, 3, 6, 12, e 24. A diferença entre VAS1 – VAS2 é considerada um indicador do efeito analgésico. Esta diferença foi calculada em percentual para permitir uma visualização direta dos resultados. O grau de incapacidade foi avaliado utilizando-se do Indice de Incapacidade de Oswestry (Oswestry Disability Index)6 antes e no 3º mês após o tratamento realizado. Um (1) indica disfunção mínima com retorno ao trabalho três meses após a realização do procedimento: dois (2) equivale a disfunção moderada, três (3) disfunção severa, quatro (4) Incapacitado e cinco (5) restrito ao leito. Para esta análise, foi utilizado o sistema estatístico do Excell. Todos os procedimentos foram realizados em centro cirúrgico, sob sedação e monitorização assistida pelo anestesiologista. Os pacientes foram posicionados sobre suporte de Wilson radiotransparente, na posição de decúbito ventral. Utilizado um cateter dirigível de 2,7 milímetros com dois canais internos, sendo um para visualização e outro para trabalho. Realizada punção do hiato sacral após anestesia local com Lidocaina 1% sem vasoconstrictor (5 a 10 ml). A punção realizada com agulha Touhy epidural, tamanho 18 G x 90 mm, seguida pela introdução do guia e depois o introdutor do cateter dirigível, seguido pela introdução do cateter dirigível já com a fibra óptica de 9mm em posição. Visualização do espaço epidural e posicionamento do cateter no local planejado guiado por fluoroscopia e visualização endoscópica direta. Utilizada solução fisiológica no volume máximo de 100 ml, para expandir e lavar o espaço epidural anterior. Foi aplicada diretamente no local indicado, uma solução de 20 ml que contém: Clonidina (0,5 micrograma por KG) (1 ml = 150 microgramas) 0,2 ml para 40 kg de peso, Marcaína 4 ml a 0,25% sem adrenalina; Triancinolona ou Depomedrol 2 ml (80mg); Fentanila 0,5 ml (25 microgramas por ml). Também foi realizada aplicação direta de 10 ml de O2-O3 epidural a uma concentração de 10 microgramas /mL. Após a retirada do sistema, foi feita sutura da pele com um ponto nylon e curativo. Quadro 1 Esquematização da técnica utilizada para realização da Epiduroscopia J Bras Neurocirurg 21 (3): 147-152, 2010 149 Original Resultados Dos 32 pacientes submetidos ao procedimento no período de um ano, 18 eram do sexo feminino e 14 masculinos (gráfico 1A). A representatividade por grupos etários encontra-se no gráfico 1B, onde se evidencia que a grande maioria encontrase entre a terceira e a quinta década de vida. Com relação ao grau de capacidade para o trabalho, observamos que 70% dos pacientes apresentavam incapacidade minima e responderam ter retornado a suas atividades após 3 meses do procedimento, quando avaliados pelo Índice de Incapacidade de Oswestry (Oswestry Disability Index) (Gráfico 3). Todos pacientes estavam afastados do trabalho por ocasião da realização do procedimento. Um paciente foi submetido a procedimento cirúrgico aberto para tratamento da dor devido à resposta clínica insatisfatória durante o período de acompanhamento. Não foi observada reação adversa a drogas, incluindo o ozônio (O2-O3). Nenhuma infecção pós-operatória, déficit motor, aracnoidite, disfunção esfincteriana foram observados durante o acompanhamento. Gráfico 1 – A- Representatividade da amostra por sexo. B - Grupo etário em décadas de vida. Observa-se melhora inicial significativa de 80% em todos os pacientes. (Gráfico 1). Verifica-se uma queda no percentual de melhora de aproximadamente 15% no período compreendido entre a data do procedimento e a avaliação realizada após um mês; sendo comparável àquela que ocorre na avaliação após um ano. Ao final de um ano de acompanhamento, a melhora da dor observada foi de 60%. Gráfico 3 - Avaliação da função dos pacientes após três meses do procedimento no Índice de Incapacidade de Oswestry (Oswestry Disability Index) (6). 70% dos pacientes obtiveram respostas em um (1) o que indica Disfunção Mínima com retorno ao trabalho três meses após a realização do procedimento. Sendo que dois (2) equivale a Disfunção Moderada, três (3) Disfunção Severa, quatro (4) Incapacitado e cinco (5) Restrito ao Leito. Discussão Gráfico 2 - Porcentagem de Melhora dos pacientes após o procedimento em que foi utilizada a Escala Visual Analógica de Dor (Analogue Visual Scale) (1). Zero equivale a dor antes do procedimento. O quadrado indica o índice percentual de melhora após o procedimento em avaliações realizadas imediatamente após, uma semana, 3,6,12 e 24 meses após o procedimento. As barras indicam o desvio padrão entre os indivíduos em cada avaliação. Masini M, Calaça A - Tratamento minimamente invasivo para a dor lombar refratária realizado por epiduroscopia Saberski et al22 salientaram, já em 1995, que a epiduroscopia não está limitada somente à injeção direta de esteróides no espaço epidural, mas também como uma ferramenta útil para o diagnóstico de várias condições como inflamações, adesões, hematomas, abscessos e tumores, assim como a remoção de cicatrizes, drenagem de cistos, biópsias e retirada de corpos estranhos. Sabe-se que adesões epidurais desenvolvem-se como resultado da extrusão do núcleo pulposo que causa uma radiculite química crônica e inflamação da raiz nervosa9,17. O vazamento seguido de conteúdo discal perpetua o processo inflamatório na região epidural anterior próxima a raiz, sustentando uma radiculite química11,12. As distorções causadas pelo fragmento e pelo processo cicatricial resultante não permitem fluxo sanguíneo adequado na região impedindo a absorção de catabólitos e a chegada de medicamentos. Kayama et al9 suge- J Bras Neurocirurg 21 (3): 147-152, 2010 150 Original riram que o comprometimento do fluxo sanguíneo intraneural é provavelmente a via final comum levando a anormalidades na condução nervosa e na geração da dor. Sakai et al24 mostraram que, após a injeção de contraste no espaço epidural em pacientes previamente submetidos a procedimentos cirúrgicos, todos apresentavam bloqueio na difusão do meio de contraste na raiz envolvida, não ocorrendo nas outras raízes. Mostraram também que a epiduroscopia seguida pela infusão de corticosteróide e de anestésico local aliviava a dor, a disfunção e reduzia a disfunção das fibras Aα e Ad em pacientes com ciática crônica. Geurts et al7 descreveram sua experiência utilizando Clonidina - com propriedades analgésicas e antineuropáticas ao nível do gânglio da raiz dorsal e antinociceptiva no corno posterior da medula. Utilizaram-na associada à Hialuronidase durante a epiduroscopia para tratamento de dor lombar incapacitante, com boa resposta clínica. Mostraram que, dos 20 pacientes submetidos à epiduroscopia, oito apresentavam adesões não evidenciadas pela ressonância magnética. O ozônio produz seus efeitos de várias formas. A ativação fibroblástica leva a uma reação cicatricial com conseqüente redução do volume do disco herniado, particularmente aquele sobre tensão. Agindo sobre os proteoglicanos, leva a perda de água e conseqüente desidratação, promovendo uma retração do tecido. Além disso, possui efeitos imunomodulatórios, reduzindo a participação de citocinas inflamatórias no mecanismo da dor2,3,16. Machikanti et al12 utilizaram corticosteróides e anestésico locais durante a epiduroscopia, obtendo uma boa resposta inicialmente, mas com uma queda aproximada de 50 % no controle da dor após o sexto mês. O presente trabalho confirma que a associação com O2O3 prolonga os bons resultados obtidos inicialmente para além de dois anos. Oder at al17 estudaram o efeito da nucleólise com ozônio em combinação com analgésicos e esteróides em 620 pacientes com dor lombar, mostrando um efeito analgésico importante e sustentável, sendo mais evidenciado naqueles pacientes com hérnias discais e “bulging discs”. Muto et al15, em 2008, relataram sua experiência com 2900 casos de pacientes submetidos a discólise com injeção de ozônio (O2-O3) intradiscal, periganglionar e periradicular. Obtiveram sucesso inicial em torno de 80% dos casos de hérnia discal, com ausência de complicações maiores relacionadas ao procedimento. Igarashi et al10 estudaram o efeito da epiduroscopia em 58 pacientes no tratamento da dor lombar e da dor radicular naqueles que apresentavam estenose do canal lombar, explicando como possíveis causas da melhora sintomática o bloqueio simpático nervoso e a melhora do fluxo sanguíneo nos segmentos estenosados. Nestes pacientes com estenose do canal vertebral há risco da ascensão do material injetado a níveis mais altos da coluna devido ao reduzido espaço epidural. Masini M, Calaça A - Tratamento minimamente invasivo para a dor lombar refratária realizado por epiduroscopia Gill et al8, em 2005, fizeram uma revisão sobre 12 casos de hemorragias venosas retinianas após injeções epidurais via epiduroscopia, chegando a conclusão que sua ocorrência somente é dependente da velocidade e do volume de fluido injetado. Segundo os autores, uma orientação a seguir é não exceder a velocidade de injeção de 1 ml por 1 a 2 segundos. Heavner et al9 ao relatarem dois casos de injeção intravenosa de contraste durante a epiduroscopia, salientam a possibilidade da injeção de substâncias no intravascular, mesmo sem haver penetração do epiduroscópio no vaso. Como provável mecanismo, citam lesão na parede do vaso, sem haver colabamento das paredes destes, devido às adesões presentes no espaço epidural, além da pressão utilizada durante a injeção da substância. Boneti e col5 comparam o uso de corticoesteroide com ozônio em estudo controlado e randomizado e conclui que sua associação leva à melhores resultados. A revisão bibliográfica incluída nesta discussão tem a finalidade de sustentar cientificamente este procedimento, que para muitos é novidade, assim como, explicar detalhes sobre nossa tomada de decisão. De fato o procedimento é simples e tem uma curva de aprendizado pequena. Sua indicação é precisa nos casos de pacientes com dor incapacitante e refratária aos tratamentos convencionais. Um grande número de pacientes pode se beneficiar do procedimento; alguns sem uma justificativa orgânica de imagem, outros sem o desejo de se submeter a um procedimento cirúrgico maior, além daqueles que, mesmo tendo se submetido a cirurgia mais invasiva, não obtiveram o alívio satisfatório dos sintomas. A experiência obtida com o grupo objeto deste estudo, e com outros tantos casos subseqüentes, sustenta que este procedimento tende a fazer parte do grupo de opções no tratamento da dor na coluna da maioria dos pacientes, excluindo-se, provavelmente, aqueles com deficiência neurológica em nítida progressão. Para isto, entendemos que o cirurgião da coluna deve dominar e realizar esta técnica pelos conhecimentos e experiência que detém o que o coloca em vantagem na indicação e avaliação de resultados. A epiduroscopia não será, certamente, a melhor solução para todos os casos, mas sempre poderá ajudar na tomada de decisão nos casos mais complexos. Como o resultado imediato tem-se demonstrado altamente satisfatório, o cirurgião pode rapidamente angariar a confiança do paciente para ampliar o seu tratamento que, quase sempre envolve fatores emocionais, psicológicos e familiares. O tempo prolongado de alívio proporcionado amplia o campo de ação, permitindo que o paciente recupere suas funções com o auxilio da fisioterapia, de modo menos estressante. Com a autoconfiança readquirida, o retorno ao ambiente de trabalho será mais confortável. Em casos selecionados, poderá reduzir a ansiedade causada pela tomada de decisão para um procedimento cirúrgico mais complexo, ao permitir que se adie a decisão para um momento mais adequado. J Bras Neurocirurg 21 (3): 147-152, 2010 151 Original Existem complicações conforme referencia de vários autores. Felizmente neste pequeno numero de casos não as tivemos. O procedimento deve entrar no programa de tratamento sempre que o paciente e o médico identificarem que o tratamento clínico inicial escolhido falhou devido a persistência da dor e aos transtornos resultantes. No futuro, o timing para decisão por este procedimento deverá ser mais curto, uma vez que entendemos que a dor persistente tem maior probabilidade de se tornar crônica e de difícil controle após curto tempo. Conclusão Estudos recentes demonstram excelentes respostas com a utilização da técnica de epiduroscopia no tratamento da dor lombar refratária aos tratamentos clínicos convencionais. Este trabalho confirma os bons resultados obtido no tratamento com pacientes que não obtiveram respostas a outros métodos, além de demonstrar uma resposta superior naqueles onde o ozônio foi utilizado conjuntamente com corticosteróides e analgésicos. É importante salientar que o procedimento é parte de um programa que inclui tratamento, orientação e prevenção. O paciente deve se responsabilizar pelo resultado obtido assim como pelos eventuais episódios de recorrência dos sintomas. 7. Geurts JW, Kallewaard JW, Richardson J, Groen GJ. Targeted methylprednisolone acetate/hyaluronidase/clonidine injection after diagnostic epiduroscopy for chronic sciatica: a prospective, 1-year follow-up study. Reg Anesth Pain Med 2002; 27:343-52. 8. Gill JB, Heavner JE. Visual impairment following epidural fluid injections and epiduroscopy: a review. Pain Med 2005; 6:367-74. 9. Heavner JE, Wyatt DE, Bosscher HA. Lumbosacral epiduroscopy complicated by intravascular injection. Anesthesiology 2007; 107:347-50. 10. 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