Vacina desenvolvida no Brasil estabiliza câncer de rim e melanoma USP Online Por que as células de defesa do nosso organismo não combatem o câncer? Essa foi a pergunta inicial para cientistas de várias gerações que tentaram achar um meio de ativar o nosso Sistema Imunológico para o reconhecimento e destruição dos tumores. A história dessa procura começa no final do século XIX, tendo sido responsável pelo surgimento de tratamentos ao longo dos séculos. O problema é que a Imunologia era desconhecida até algum tempo atrás, o que dificultava o estudo desses tratamentos. A função do linfócito, por exemplo, que é reconhecer os organismos estranhos do nosso corpo, só foi descoberta na segunda metade do século XX. Em várias das tentativas de ativar nossa defesa contra os tumores, os pesquisadores encontraram indícios de que é possível atingir esse objetivo, ainda que a maioria dos experimentos tenha falhado. O professor José Alexandre Marzagão Barbuto, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, explica que o tumor criou diversos mecanismos de equilíbrio para conviver com o Sistema Imunológico, que são os mecanismos de escape tumoral. Desenvolvendo a vacina Em resposta à pergunta inicial, o professor José Alexandre Barbuto, em conjunto com profissionais do Hospital Sírio Libanês, desenvolveu a Hybricell, a primeira vacina brasileira contra o câncer. Na verdade, o docente explica que, diferentemente das vacinas contra outras doenças, essa não previne, mas destrói as células cancerosas que já estão no organismo. Na maior parte dos casos ela estabiliza o tumor, mas não o diminui. Para ele, a vacina seria o tratamento imunológico ideal, porque é específico e ativo, ou seja, é o próprio organismo que age contra e não um corpo estranho. Mas o desenvolvimento da vacina não foi algo fácil. Outros já haviam pensado nisso, mas todas as tentativas falhavam porque o tumor resistia. Isso aconteceu até que foram descobertas as células desencadeadoras da resposta (células apresentadoras de antígeno). As mais eficientes entre essas células são as dendríticas. Para se utilizar as células dendríticas, que são raras, os pesquisadores ainda levaram algum tempo, até que foi descoberto um modo de cultivá-las in vitro a partir de células comuns do sangue. Foi essa descoberta que encadeou a pesquisa da José Alexandre Barbuto. Resultados satisfatórios Em 2001 o docente recebeu apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para desenvolver a vacina junto com o Centro de Oncologia e o Laboratório de Patologia do Hospital Sírio Libanês. Como o número de tipos de câncer é muito alto, os pesquisadores tiveram que escolher entre eles. “Escolhemos dois tipos de tumores metastáticos. O melanoma, que é um tipo de câncer de pele e o câncer de rim. Os dois são tumores ruins de tratar se o diagnóstico e a cirurgia não foram feitos imediatamente. Se eles voltarem, as opções são ruins. Então qualquer coisa que for desenvolvida nessa área é bem-vinda”, explica Barbuto. Além disso, nos pacientes com esses tipos de tumores a expectativa mediana de vida quando a doença é metastática - é menor do que um ano, o que faz com que os resultados sejam obtidos rapidamente. Os resultados publicados são otimistas, como mostra Barbuto: “30 doentes foram tratados, 11 deles tinham melanoma e 19 tinham câncer de rim. 73% dos pacientes que têm melanoma e 89% dos que têm câncer de rim tiveram estabilização da doença.” Essa estabilização citada pelo professor durou, em média, de seis a sete meses. Outro estudo foi feito e o resultado obtido foi o mesmo. Ao se fazer uma comparação histórica com os outros tratamentos, podemos perceber uma grande diferença. Nos pacientes com melanoma, a sobrevida média é de seis ou sete meses. No câncer de rim a sobrevida média é de nove meses. “A sobrevida mediana dos nossos pacientes com melanoma foi de 13 meses e com câncer de rim foi maior do que dois anos”, conta o pesquisador. José Alexandre Barbuto afirma que continuará os estudos, visando agora a biologia das células dendríticas, com o apoio da Fapesp. “Eu tenho que entender o que está acontecendo, ou seja, por que parou”. A vacina no mercado O tratamento foi autorizado para aplicações com indicação dos médicos. O protocolo para se fazer a vacina é individual. Os médicos retiram o tumor cirurgicamente e a partir dele fazem a vacina, sendo que cada dose custa cerca de R$3.500. São necessárias duas doses, no mínimo. O professor ressalta que a Hybricell foi desenvolvida inteiramente no Brasil. Outros países, principalmente Estados Unidos, Itália, Japão, desenvolveram vacinas semelhantes. A cooperação internacional para o desenvolvimento de uma vacina mais eficaz é atrativa, mas está somente nos planos do professor. Nada concreto foi realizado, ainda. Fonte : www4.usp.br/index.php/institucional/9119 Cientista brasileiro descobre vacina contra o câncer Há dez anos, o professor José Alexandre Barbuto do Departamento de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) e consultor da divisão de Vacinas e culturas de células do Grupo Genoa, desenvolveu uma vacina para câncer de pele e rins. Cem pacientes que apresentavam o organismo comprometido pela doença foram escolhidos para receberem a nova medicação. O resultado? Em alguns casos o tempo de sobrevida foi de 6 meses para 22 meses. Já comercializado com o nome de HybriCell, a vacina tem sido utilizada por mais de duzentos pacientes e sua eficácia de sucesso teve o percentual de 80%. Ela é fabricada com o próprio tecido do paciente, onde é retirado cerca de 2 a 5 cm³ e enviado em kit especial fornecido anteriormente pelo laboratório. Aplicado, o HybriCell ativa os leucócitos "T" e "B", responsáveis pela identificação de corpos estranhos no organismo, fazendo-os reconhecerem o tumor como invasor e partindo para o contra-ataque do mesmo. A vacina não erradica a doença, mas estabiliza-a, impedindo que o tumor se prolifere, assim como as tão temidas metástases. Isto tem sido animador para os pesquisadores, porque só o bloqueio da multiplicação das células cancerosas é uma grande vitória sobre a doença. Vale salientar que embora não haja a cura, o tempo de sobrevida aumenta, o organismo consegue se recuperar enquanto dure o efeito da vacina, propiciando aos pacientes em levarem uma vida normal. Tudo isto porque a vacina não possui elementos utilizados na "Quimioterapia & Radioterapia" com seus efeitos colaterais indesejáveis como: a alopecia (queda de cabelos), vômitos, fraqueza, dores musculares, anemia, etc... O HybriCell não substitui o tratamento tradicional, por isso foi liberado apenas como tratamento coadjuvante pela Anvisa. Por ser feito de células que se decompõe rapidamente, a sua administração deverá ser feita doze horas após sua fabricação. Motivo que não é comercializado para locais distantes.Dependendo do paciente, este precisará de quatro até sete doses da vacina com intervalos de seis semanas. Seu preço unitário? Custa em torno de RS 3.500,00 reais. Infelizmente o produto não é comercializado em farmácias. Aguardamos que novas vitórias como esta sejam conferidas em outros tipos de cânceres. Para os interessados, o contato com o Dr. José Alexandre Barbuto : Hospital Sírio Libanês Telefone do Laboratório: 0800-7737327 Com Dra Ana Carolina ou Dra Karyn. Fonte: www.40graus.com