A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO

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ARTIGO ORIGINAL
A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE
PORTADOR DE DIABETES MELLITUS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Eliete dos Reis Carvalho (1)
Jessica Del Bel da Silva (2)
Faculdade Integrado de Campo Mourão – PR.
Docente do Curso Enfermagem, Faculdade Integrado de Campo Mourão – PR. Email: [email protected].
(1)
(2) Discente
do Curso de Enfermagem, Faculdade Integrada de Campo Mourão.
RESUMO
Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica de causa multifatorial, que pode
provocar, em casos extremos, a falência de órgãos indispensáveis à sobrevivência
humana. O objetivo deste trabalho é descrever as principais características do
diabetes, demonstrando o papel do enfermeiro na prevenção de complicações à
saúde da população portadora dessa patologia. A revisão da literatura foi realizada
no período de julho a setembro de 2015, através de busca eletrônica de livros,
periódicos nacionais, dissertações, teses, monografias e artigos científicos na base de
dados Scielo. As palavras-chave utilizadas na busca foram: diabetes, complicações,
fatores de risco e assistência de enfermagem. Após a análise das informações
colhidas, constatou-se que o enfermeiro precisa estimular a autonomia do paciente
com diabetes mellitus com relação ao autocuidado. O profissional deve prestar
assistência de enfermagem à população, atuando sempre na prevenção e promoção
da saúde, pois dessa forma, poderá contribuir significativamente com a redução dos
novos casos e das diversas complicações às quais os pacientes se encontram expostos.
Outro fator relevante é que a consulta de enfermagem e/ou a assistência de
enfermagem é essencial no acolhimento ao indivíduo com diagnóstico de diabetes,
pois proporciona o conhecimento da história pregressa e socioeconômica do
indivíduo, o que possibilita a realização de um plano de cuidados específicos para
cada paciente. Conclui-se que o enfermeiro é uma peça chave e de fundamental
importância nos cuidados ao paciente com diabetes mellitus, e a maneira como irá
acolher e cuidar dos sujeitos na hora do atendimento contribuirá para que haja o
restabelecimento da saúde deles.
PALAVRAS CHAVE: diabetes; complicações; fatores de risco; assistência de
enfermagem.
THE IMPORTANCE NURSING PATIENT ASSISANT DIABETES MELLITUS
CARRIER: LITERATURE REVIEW
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ABSTRACT
Diabetes Mellitus (DM) is a chronic disease caused by multiple factors which may
cause, in extreme cases, failure of organs which are vital for human survival. The
objective of this study is to describe the main features of diabetes, demonstrating the
role of nurses in the prevention of health complications in the population which
carries this disease. The literature review was conducted in the period from July to
September 2015, through electronic search of books, national journals, dissertations,
theses, monographs and scientific papers in the database Scielo. The keywords used
in the search were: diabetes, complications, risk factors and nursing care. After
analyzing the information gathered it was found that nurses need to stimulate the
autonomy of the patient with diabetes mellitus in relation to self-care. The
professional must provide nursing care for the patients, always acting in the
prevention and promotion of health, because this way you can contribute
significantly to the reduction of new cases and the various complications to which
patients are exposed. Another relevant factor is that the nursing consultation and/or
nursing care is essential in accommodating the individual diagnosed with diabetes as
it makes the prior and socioeconomic history of the individual known, making it
possible to carry out a specific plan of care for each patient. In the study described
here, it was evident that the nurse is a key piece of fundamental importance in the
care of patients with diabetes mellitus, and the way nurses welcome and take care of
the subjects at the time of service contribute to the restoration of their health.
KEYWORDS: diabetes; complications; risk factors; nursing assistance.
INTRODUÇÃO
O Diabetes Mellitus é um dos problemas de saúde mais importantes e atuais
que ocorrem no Brasil e no mundo, pois possui um alto índice de mortalidade e
morbidade. Segundo Souza et al. (1), o diabetes é responsável por cerca de 4 milhões
de mortes a cada ano, o que representa um percentual de 9% da mortalidade em todo
o mundo. Essa doença se destaca também pela variedade de complicações que causa,
independente da sua classificação.
O Diabetes Mellitus (DM) é uma patologia crônica de causa multifatorial
decorrente da ausência de insulina e/ou da incapacidade da mesma em
desempenhar adequadamente suas funções. Esse acréscimo dos níveis de glicose no
sangue acaba gerando uma hiperglicemia no indivíduo (2).
Sendo assim, essa patologia, depois de instalada, pode ser classificada em:
diabetes tipo 1, diabetes tipo 2 e/ou diabetes gestacional. Todas as três formas
podem trazer complicações graves ao corpo humano (3).
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Para Petermann et al. (4), a origem principal dessa doença não está somente
nos fatores genéticos, mas sim no comportamento que o indivíduo adquiriu ao longo
dos anos como: a obesidade, o tabagismo, e a ausência de atividade física.
O Diabetes Mellitus se diferencia de acordo com a causa, evolução clinica ou
pelo tratamento utilizado. Isso porque cada paciente necessita de um plano de
cuidados específico da equipe multidisciplinar (4).
A participação do enfermeiro no atendimento ao paciente com diabetes
mellitus, assim como da equipe multiprofissional, é vital para o restabelecimento
e/ou manutenção da saúde do indivíduo portador da diabetes mellitus (5).
Hirota, Haddad e Guariente (6) afirmam que, para evitar as complicações do
diabético, é fundamental que haja a prevenção e que os profissionais de enfermagem
devem acompanhar periodicamente os pacientes, orientando-os minuciosamente
sobre os cuidados que deve ser tomada em relação ao controle glicêmico, à
alimentação adequada, à prática de exercícios físicos e principalmente com os pés,
procedimentos esses que serão capazes de permitir uma vida mais saudável.
Afirmam ainda que toda orientação deva ser extensiva aos familiares ou
pessoas responsáveis pelo cuidado desse indivíduo. Estimular o autocuidado é de
grande importância para o desenvolvimento da autoestima e da melhora da
qualidade de vida do paciente.
O desenvolvimento desse estudo se faz necessário tendo em vista os elevados
índices de pacientes com diabetes mellitus, e devido aos diversos problemas que essa
patologia pode acarretar na saúde do indivíduo, seja de ordem patológica e ou
emocional.
Acredita-se que a abordagem utilizada na prevenção de complicações ao
paciente portador do diabetes esteja sendo insuficiente. Porém, a equipe de
enfermagem pode propor alternativas que visem à redução de complicações atuando
na prevenção, promoção da saúde e na melhora na qualidade de vida do paciente.
Sendo assim, o objetivo deste trabalho é descrever as principais características
do diabetes, demonstrando o papel do enfermeiro na prevenção de complicações à
saúde da população portadora do diabetes.
2 METODOLOGIA
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Este estudo consiste em uma revisão de literatura. Segundo Biazin e Scalco (7)
Pesquisa Bibliográfica “é aquela desenvolvida a partir de material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos”, caracterizando “uma
análise aprofundada sobre o tema”.
O levantamento bibliográfico foi realizado no período de julho a setembro de
2015, através de livros, revistas, manuais do Ministério da Saúde, periódicos
nacionais impressos e virtuais, e artigos científicos na base de dados Scielo.
Como critérios de inclusão para seleção dos artigos foram utilizados como
palavras-chave: diabetes, complicações, fatores de risco e assistência de enfermagem.
Inicialmente identificaram-se vinte e cinco artigos sobre o tema proposto.
Após a leitura dos títulos e resumos restaram dezesseis artigos que eram condizentes
com o objetivo do trabalho aqui descrito.
Todos os materiais selecionados foram revisados e submetidos à leitura
cuidadosa, e a análise dos assuntos mais pertinentes foi apresentada de forma
descritiva.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A diabetes mellitus (DM) é uma patologia de ordem genética e hereditária,
ocasionada pelo aumento da glicose na corrente sanguínea. Quando o açúcar se
encontra com valores normais no organismo, esse é considerado como benéfico ao
corpo humano, porém, quando esses índices se elevam, pode desencadear doenças
como a diabetes (3).
Essa patologia é uma doença crônica que age de maneira silenciosa no
organismo, portanto quando o paciente chega a sentir algum sintoma provavelmente
o corpo já se encontra fragilizado e com algum órgão lesionado (3).
Os principais sintomas apresentados pelos indivíduos com diabetes são:
eliminação exagerada de urina, sede intensa, esgotamento físico, variações na visão,
perda de peso e fome constante (4).
Essa deficiência pode provocar alterações metabólicas que podem desencadear
problemas como: angiopatias, retinopatias, nefropatias, pé diabético além de
problemas cardíacos (8).
Para Ferreira et. al. (10), a palavra diabetes pode ser descrita como um
desarranjo metabólico de causas multifatoriais, que são desencadeadas por estados
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de hiperglicemia que ocorrem devido a problemas na secreção da insulina no
organismo. Esses acúmulos elevados de açúcar no sangue podem ocasionar uma
deterioração crônica do organismo e, consequentemente, em casos mais extremos,
levarem à falência dos órgãos primordiais para a sobrevivência humana.
No organismo humano, o pâncreas é um órgão considerado responsável pela
produção da insulina e pelo transporte da glicose dentro do nosso corpo, sendo essa
a principal fonte de energia para as células. Quando o pâncreas não consegue mais
fabricar a insulina ou passa a produzir de maneira incorreta, essa fica aglomerada no
sangue, o que origina o aparecimento do Diabetes Mellitus (8).
Existem vários tipos de diabetes, e cada um possui uma especificidade.
Portanto, pode ser classificado em: diabetes tipo 1, diabetes tipo 2 e diabetes
gestacional (9).
No primeiro caso, podemos definir a diabetes tipo 1 como sendo aquela em
que o indivíduo nasce com uma carência total de insulina. Nesses casos, ocorre um
processo autoimune que deriva da eliminação das células beta do pâncreas. Os
indivíduos mais atingidos são as crianças, pois desde muito cedo são obrigados a
conviver com a patologia (10). Como o organismo não produz insulina, o ser humano
necessita realizar a aplicação de insulina ao longo dos anos para manter a sua
sobrevivência.
No diabetes tipo 2, o pâncreas produz insulina só que em quantidade
insuficiente para manter os níveis de glicose normais no organismo. A insulina é um
hormônio de fundamental importância para o organismo humano, visto que é ele
que se encarrega de conduzir o açúcar para dentro da célula, ou seja, tem por função
dar energia às células do corpo (9).
Já no caso da diabetes gestacional, as gestantes desenvolvem uma carência na
produção de insulina decorrente das alterações hormonais do processo gravídico.
Segundo Viana e Rodrigues (9), esses hormônios podem prejudicar a atuação
da insulina dentro das células, o que leva a mulher a apresentar picos de
hiperglicemia constantes. Na maioria dos casos do diabetes gestacional a cura vem
em seguida ao parto, porém, essas gestantes podem ser classificadas como sendo
indivíduos com pré-disposição para desenvolver o diabetes tipo 2 ao longa da vida.
Sendo assim, é de extrema importância que essa gestante seja acompanhada mesmo
depois do parto.
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Na tabela a seguir se observa os índices de glicemia preconizados pelo
Ministério da Saúde no diagnóstico do diabetes mellitus, e seus estágios:
Tabela 1. Índices de Glicemia, e seus Estágios Pré-Clínicos.
Fonte: Ministério da Saúde, 2013.
Os pacientes com diabetes mellitus devem realizar o controle diário da sua
glicemia para evitar as diversas complicações às quais se encontram expostos.
O diagnóstico dos pacientes com diabetes mellitus pode ser obtido através de
diversos exames, e dentre os principais destacam-se: glicemia de glicosímetro,
realizado através de tiras reagentes, a glicemia de jejum, o teste de tolerância à
glicose, e os exames de hemoglobina glicada (Hba1c). Os exames de hemoglobina
glicada são extremamente importantes, pois fazem uma análise da glicemia dos
últimos três meses do indivíduo (11).
Dentre os principais fatores de risco para o diabetes destacam-se: os riscos
ambientais, o tabagismo, os genéticos, os comportamentais, a alimentação imprópria,
a inatividade física, a obesidade e a dislipidemia (4).
Para Mendes et. al. (12), o sedentarismo, o consumo de álcool, e o estilo de
vida inadequada são considerados como um fator prejudicial que pode desencadear
o diabetes e/ou outras doenças crônicas.
O Diabetes Mellitus pode gerar diversas complicações na vida do paciente, e
dentre as principais podemos ressaltar: a hiperglicemia crônica, as macroangiopatias,
a cetoacidose diabética, as nefropatias, e a neuropatia diabética (10).
As nefropatias diabéticas chegam a atingir cerca de 10 a 40% dos pacientes
com diabetes mellitus (9).
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Portanto, de acordo com Ferreira (10), todos esses problemas, se não forem
detectados precocemente, podem desencadear graves sequelas ao paciente.
O autor Viana e Rodrigues (9) ainda ressalva que os pacientes com o diabetes
podem apresentar outros sintomas como: poliúria, polidipsia, polifagia, alterações
visuais e feridas que apresentam um complexo processo de cicatrização nos estágios
mais avançados da doença.
Atualmente, o estilo de vida da população e o aumento na perspectiva de vida
do ser humano vêm contribuindo para o aparecimento das doenças crônicas (8).
Sendo assim, a maioria das complicações é decorrente do controle inadequado
da glicemia, visto que os picos de hiperglicemia podem gerar diversos problemas à
saúde do indivíduo (10).
A hiperglicemia ocorre quando o pâncreas não consegue desempenhar seu
papel adequadamente. Sua principal função é produzir a insulina, que é responsável
pela captação da glicose no sangue. Quando o organismo encontra-se exposto a
hiperglicemia constantemente, pode ocorrer o aparecimento de diversas patologias
(13).
Portanto, observa-se que a diabetes mellitus é uma doença que age
silenciosamente e pode trazer danos irreparáveis ao organismo humano (9).
Existem diversas terapêuticas que podem ser utilizados para tratar os
pacientes com diabetes, e dentre os principais medicamentos destaca-se: a insulina
NPH de ação intermediária, a insulina regular de ação rápida, a lispro, a glargina e a
detemir. Porém, existem também os comprimidos de uso interno como o cloridrato
de metformina, glibenclamida e a glicazida, que são freqüentemente prescritos pelos
médicos aos pacientes com diabetes mellitus (13).
Outros tratamentos que são capazes de contribuir com o controle glicêmico
são: a terapia nutricional e a atividade física. Mas todos os tratamentos devem ser
utilizados pelos pacientes desde que esses sejam acompanhados por um profissional
habilitado para que se possa observar uma evolução satisfatória do quadro clínico do
paciente (13).
No Brasil, a diabetes mellitus é responsável por cerca de 6% dos óbitos no país,
sendo considerada, portanto, um grave problema de Saúde Pública. A DM atinge 347
milhões de pessoas no mundo todo, sendo responsável por 80% das mortes. Outro
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fator relevante é que até o ano de 2030 a DM pode passar a ocupar o sétimo lugar
como sendo a patologia que mais ocasiona falecimentos (4).
Nos países da América do Sul e Central, há uma estimativa de que até 2030
existirá um total de aproximadamente 40 milhões de pacientes portadores de DM
(11).
O diabetes mellitus é considerado como sendo uma das principais causas de
morbidade e mortalidade nos seres humanos (14). E essa estimativa ocorre, em
grande parte, devido ao aumento da perspectiva de vida do ser humano, pois quanto
mais o tempo passa e as pessoas se tornam idosas, mais estão sujeitos à diversas
patologias crônicas degenerativas.
4 A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM DIABETES
MELLITUS
O enfermeiro deve atuar de maneira contínua na prevenção e promoção da
saúde dos pacientes portadores da diabetes mellitus. Através da consulta de
enfermagem, o profissional tem a possibilidade de planejar ações de atendimento
específicas para cada caso. Os principais pontos que devem ser abordados na
consulta de enfermagem ao paciente com diabetes mellitus são: orientar sobre a
necessidade de realizar a monitorização permanente da glicemia, a importância de
adquirir hábitos saudáveis como a atividade física e a alimentação balanceada,
orientar sobre os principais fatores de risco que precisam ser evitados, como o uso de
bebida alcoólica, o estresse, o fumo e o sedentarismo (15).
A consulta de enfermagem é de fundamental importância não apenas no
atendimento ao paciente com diagnóstico de diabetes, mas também nos casos nos
quais há uma predisposição ao aparecimento dessa patologia. Portanto, através da
consulta de enfermagem, o profissional passa a conhecer a história pregressa e
socioeconômica do indivíduo, podendo assim montar um plano de cuidados
específicos para cada situação (11).
O profissional precisa desenvolver um plano de cuidados baseado nos fatores
de risco, que são reconhecidos a partir do momento em que o profissional passa a
realizar o acompanhamento contínuo dos pacientes. O paciente deve estar consciente
dos riscos aos quais se encontra exposto caso sua glicemia não esteja sendo
monitorada corretamente (9).
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Na elaboração dos planos de cuidados, o diagnóstico de enfermagem pode ser
inserido como um coadjuvante indispensável, pois o instrumento é cientificamente
fundamentado e pode contribuir com a melhora na qualidade de vida dos pacientes.
Os enfermeiros, como educadores, precisam atuar com conhecimento técnico e
científico que priorize o respeito às individualidades de cada paciente (16). O
diagnóstico de enfermagem pode ser inserido como uma ferramenta indispensável
na elaboração dos planos de cuidados oferecidos aos pacientes, e pode viabilizar a
qualidade de vida dos mesmos.
É imprescindível capacitar o indivíduo para que tenha mais autonomia,
principalmente com relação à necessidade do autocuidado, seja em hospitais, nos
lares, na ESF ou na comunidade. Nos casos graves, nos quais o paciente se encontra
com alguma limitação, a assistência de enfermagem precisa estender-se a família e
não somente ao cliente, pois em muitos casos o paciente possui diversas limitações, e
sendo assim necessita da ajuda dos seus familiares (16). O profissional tem que estar
preparado para receber e prestar assistência adequada à população, atuando sempre
na prevenção e promoção da saúde, para que tenha uma redução dos casos e das
complicações que a mesma acarreta (15).
É necessário incentivar a capacidade de cada paciente que esteja sob seus
cuidados, inclusive sobre a ingestão correta das medicações. Nos casos em que o
indivíduo precisa utilizar insulina, faz-se necessária a orientação sobre o modo de
preparo, locais corretos de aplicação, e a importância de realizar os rodízios entre
uma aplicação e outra (1).
Os enfermeiros precisam estimular a autonomia do paciente, porém podemos
observar que quando o indivíduo possui restrições, a família deve contribuir
significativamente na recuperação e ou manutenção da saúde dos mesmos. Por isso
se faz necessário estender essas orientações não só ao paciente, mas à família (5).
De acordo com a pesquisa realizada pelo autor Chaves et. al., (15), cerca de
97% dos entrevistados informaram que as orientações que recebem dos enfermeiros
através da consulta de enfermagem contribui significativamente com a melhora na
qualidade de vida dos mesmos, reduzindo assim as complicações e/ou agravos
decorrentes dessa patologia.
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O ato de cuidar deve destacar os aspectos físicos, psicológicos e sociais, por
isso é indispensável que o profissional tenha conhecimento sobre a patologia, o
tratamento e a sua especificidade (11).
A prevenção é primordial e deve ser utilizada como uma ferramenta que tem
por função a busca ativa dos casos novos de pacientes com diabetes mellitus, visando
assim reduzir os principais problemas que essa doença desencadeia (11).
O enfermeiro deve ser considerado como sendo uma peça chave no cuidado
ao paciente com diabetes mellitus, e, portanto, deve estar compromissado e
motivado, para que assim possam oferecer ao paciente um atendimento diferenciado,
visando sempre o bem estar do indivíduo (16).
Os enfermeiros precisam atuar como educadores visando continuamente a
prevenção e a promoção da saúde, pois dessa forma poderão contribuir
significativamente com a redução dos novos casos e das diversas complicações às
quais os pacientes se encontram expostos. Outro fator importante que pode
contribuir com melhora no quadro do paciente é a orientação com relação à ingestão
correta das medicações, pois, dessa forma, o medicamento irá desempenhar
adequadamente sua função no organismo (11).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa detectou que o Diabetes Mellitus é uma doença crônica de causa
multifatorial, e que pode provocar em casos extremos o falecimento do indivíduo.
Por isso é extremamente importante que o paciente realize a monitorização periódica
da sua glicemia capilar.
Entretanto, percebe-se que a consulta de enfermagem e/ou a assistência de
enfermagem é essencial no acolhimento ao indivíduo com diagnóstico de diabetes,
pois proporciona o conhecimento da história pregressa e socioeconômica do
indivíduo, o que possibilita a realização de um plano de cuidados específicos para
cada paciente. Sendo assim, o enfermeiro deve atuar de maneira ininterrupta na
prevenção e promoção da saúde dos doentes portadores da diabetes mellitus.
Nesse contexto, a enfermagem precisa estimular a autonomia do paciente com
diabetes mellitus ressaltando que a família também precisa ser capacitada para
ajudar seus entes queridos principalmente com relação ao autocuidado.
Nessa perspectiva, ficou evidente que o enfermeiro é uma peça chave e de
fundamental importância nos cuidados ao paciente com diabetes mellitus e a
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maneira como irá acolher e cuidar dos sujeitos na hora do atendimento contribuirá
para que haja o restabelecimento da saúde deles.
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Acesso em: 20-07-2015.
Enviado: 14/07/2016
Aceito: 14/08/2016
Publicado: 09/2016
Revista Iniciare, Campo Mourão, v. 1, n. 1, p. 91-102, jul. /dez. 2016.
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