EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO EM ÁGUA E SOLO NA FORÇA MUSCULAR PERIFÉRICA DE PACIENTES COM DPOC Autores MILENA SOUZA DIAS (1) LUIZ AUGUSTO DE OLIVEIRA DELMÔNICO JOICE MARA DE OLIVEIRA (1) (1) DÉBORA RAFAELLI DE CARVALHO LAIS SILVA VIDOTTO (2) (5) MYRIAM FERNANDA MERLI VANESSA SUZIANE PROBST (2) (7) FÁBIO DE OLIVEIRA PITTA JOSIANE MARQUES FELCAR PIAIE DE OLIVEIRA (8) (7) Categoria Trabalho de Iniciação Científica Introdução A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença respiratória associada a uma resposta inflamatória anormal à inalação de partículas e gases tóxicos, principalmente fumaça de cigarro. Essa doença é prevenível e tratável e caracteriza-se por obstrução crônica ao fluxo aéreo, que não é totalmente reversível1,2. Além do acometimento pulmonar, pessoas com DPOC também apresentam diversas manifestações sistêmicas, dentre elas a disfunção muscular periférica (atrofia, perda de força e de potência muscular)2 e, consequentemente, a diminuição da capacidade de exercício e da qualidade de vida, que afeta diretamente o prognóstico e a sobrevida desses pacientes1. Vários estudos têm realizado treinamento de força muscular periférica nesses pacientes em solo com bons resultados, porém em água não há muitos trabalhos3,4,5. Objetivos Comparar os efeitos de um programa de treinamento físico em água e em solo com duração de seis meses na força muscular periférica em pacientes com DPOC. Material e Métodos Foi realizado teste de função pulmonar para confirmar e quantificar o diagnóstico de DPOC. Os 68 pacientes com DPOC fizeram o teste de uma resistência máxima (1RM)6 no quadríceps, tríceps e bíceps utilizando o equipamento Multigym-CRW e foram aleatorizados em 2 grupos: Solo n=34 e Água n=34. O teste de 1RM foi repetido após três meses (3M) e seis meses (6M) de treinamento. O treinamento, tanto em solo quanto na água, foi de alta intensidade e teve duração de seis meses, totalizando 60 sessões de uma hora cada. Ambos continham aquecimento, treino de endurance, força muscular periférica e relaxamento. O treinamento de força muscular iniciava-se com 40% de 1RM e progredia aumentando 5% a cada duas semanas. Na análise estatística, o teste de Shapiro-Wilk foi utilizado para avaliar normalidade dos dados; Anova de medidas repetidas ou Friedman para a análise intragrupo; e Anova two-way ou Kruskal-Wallis para variáveis numéricas entre os grupos. A significância estatística foi P<0,05. ENCONTRO DE ATIVIDADES CIENTÍFICAS, 17.; SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 4., 2014, LONDRINA. ANAIS ... LONDRINA: UNOPAR, 2014. Resultados e Discussão A média de idade dos pacientes foi 68 ±8,5 anos e o IMC 26,5 ±4,8 kg/m2. Na avaliação inicial os grupos eram semelhantes em todos os desfechos. Após seis meses de treinamento os dois grupos melhoraram significativamente a força muscular periférica (quadríceps femoral, bíceps e tríceps braquial). Quando comparado o teste de 1RM nos grupos solo e água observou-se aumento significante na força de bíceps entre 3M e pré (solo P=0,04 vs. água P=<0,001), o mesmo ocorreu entre 6M e pré (solo P=0,003 vs. água P=<0,001) e entre 6M e 3M (solo P=0,015 vs. água P=0,008). .Houve aumento significativo também na força do tríceps entre 3M e pré e 6M e pré (solo e água com P=<0,001). Já quando comparado 6M e 3M observou-se significância somente no grupo solo (P=0,009). No quadríceps o aumento entre 3M e pré foi (solo P=0,005 vs. água P=<0,001), e tanto entre 6M e pré como entre 6M e 3M com P<0,001 para ambos os grupos. Não houve nenhuma diferença intergrupos. Conclusão O treinamento em solo e em água tem efeitos semelhantes quanto ao aumento de força muscular periférica. Portanto, a água pode ser mais uma opção benéfica para o tratamento de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Referências 1.Dourado VZ, Tanni SB, Vale AS, Faganello MM, Sanchez FF, Godoy I. Manifestações sistêmicas na DPOC. J Bras Pneumol. 2006;32(2):161-71. 2.Rondelli RR, Souza LM, Corso SD, Malaguti C. Relação entre função pulmonar e as propriedades musculares em pacientes com DPOC. ConScientiae Saúde. 2010;9(4):693-700. 3.Trevisan ME, Porto AS, Pinheiro TM. Influência do treinamento da musculatura respiratória e de membros inferiores no desempenho funcional de indivíduos com DPOC. Fisioter Pesq. 2010;17(3):209-13. 4.Ike D, Jamami M, Marino DM, Ruas G, Pessoa B, Di Lorenzo VAP. Efeitos do exercício resistido de membros superiores na força muscular periférica e na capacidade funcional do paciente com DPOC. Fisioter Mov. 2010;23(3):429-37. 5.Silva EG, Dourado VZ. Treinamento de forca para pacientes com DPOC. Rev Bras Med Esporte. 2008;14(3):2318. 6.Brown LE, Weir JP. ASEP Procedures recommendation I: accurate assessment of muscular strength and power. J Exec Physiol online. 2001;4(3):1-21. Instituição de Apoio: FUNDAÇÃO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DO ENSINO SUPERIOR PARTICULAR Legenda (1) Aluno Graduação Unopar (2) Aluno Pós-Graduação Unopar (5) Aluno Pós-Graduação - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (7) Docente Unopar (8) Docente - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA ENCONTRO DE ATIVIDADES CIENTÍFICAS, 17.; SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 4., 2014, LONDRINA. ANAIS ... LONDRINA: UNOPAR, 2014.