Anais do I Congresso de Saúde DeVry | UNIFAVIP - "Saúde Humanizada: sujeitos, práticas e perspectivas em busca de uma qualidade de vida em sociedade" - ISBN: 978-85-5722-008-9 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA - FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL A FISIOTERAPIA COMO MELHORA NO PROGNÓSTICO NA SÍNDROME DE WERDNIG HOFFMANN: REVISÃO DE LITERATURA BRENNO HENRIQUE DE MELO ALVES, LOUANA LIMA Introdução: A síndrome de Werdnig Hoffmann é uma doença genética de origem autossômica recessiva, caracterizada pela fraqueza e atrofia muscular secundária à degeneração dos neurônios motores do corno anterior da medula espinhal. É considerada a forma mais grave de amiotrofia muscular espinhal (AME), também denominada AME tipo I. São classificados outros três tipos de amiotrofia muscular espinhal: tipo II (forma intermédia), tipo III (forma branda) e tipo IV (forma adulta). A síndrome de Werdnig Hoffmann apresenta início precoce da sintomatologia, podendo ocorrer antes dos seis meses de vida. A gravidade da doença faz com que seu tratamento seja desenvolvido por uma equipe interdisciplinar. Objetivos: Relatar a importância atuação da fisioterapia síndrome de Werdnig Hoffmann como um fator de melhora do prognóstico. Metodologia: Foi realizada pesquisa nas bases de dados Pubmed, Scielo e Lilacs, no período de setembro de 2006 a setembro de 2016, nos idiomas inglês, português e espanhol, utilizando-se as seguintes palavras chave: “síndrome de Werdnig Hoffmann”, “amiotrofia muscular espinhal”, “fisioterapia”. Inicialmente a pesquisa resultou em 52 artigos, dos quais 44 artigos foram excluídos pelo fato dos resumos não abordarem de forma centralizada o envolvimento da fisioterapia na síndrome de Werdnig Hoffmann. Dessa forma, restaram 8 artigos para leitura completa, sendo 6 relatos de casos, 1 estudo de assistência familiar, 1 estudo clínico e genético. Resultados: Todas as formas de amiotrofia muscular espinhal são condicionadas pelo mesmo gene, SMN I (Survival Motor Neuron) localizados no braço curto do cromossomo cinco, numa região denominada 5p13. A Síndrome de Werdnig Hoffmann é a principal desordem autossômica recessiva fatal depois da fibrose cística (1:6000). As alterações motoras e respiratórias são as principais causas das disfunções nessa síndrome onde a atuação qualificada de uma equipe interdisciplinar, com destaque a atuação da fisioterapia, ajuda a melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A fisioterapia atua em vários aspectos junto ao paciente que tem a síndrome de - 466 - Anais do I Congresso de Saúde DeVry | UNIFAVIP - "Saúde Humanizada: sujeitos, práticas e perspectivas em busca de uma qualidade de vida em sociedade" - ISBN: 978-85-5722-008-9 Werdnig Hoffmann, desde a fisioterapia motora e respiratória em nível ambulatorial até o atendimento do paciente numa UTI. A literatura registra casos de pacientes que apresentavam quadro de hipotonia, sem a realização de mínimos movimentos, que obtiveram sucesso com o uso da cinesioterapia que tinha por objetivo alongar, aumentar a força e resistência muscular. É possível também encontrar registros onde a fisioterapia respiratória atua de forma a atenuar significativamente as disfunções causadas pela doença ao sistema respiratório, nesse cenário destacam-se as técnicas de higiene brônquica que visam prevenir o surgimento de infecções respiratórias devido ao acúmulo de secreção e também levam a um aumento da complacência pulmonar. O trabalho da fisioterapia na manutenção da ventilação mecânica possui papel importante devido ao incentivo, sempre que o paciente tiver condições, da utilização da ventilação mecânica não invasiva, onde a literatura evidencia que causa menos efeitos colaterais ao paciente, melhorando a sua qualidade de vida. Segundo a pesquisa o atendimento qualificado, com destaque ao trabalho desenvolvido pela fisioterapia, além de melhorar a qualidade de vida dos portadores de Werdnig Hoffmann, contribui também para um aumento da longevidade, onde a literatura já registra casos de pacientes que ultrapassaram a expectativa de vida predita para doença. Conclusão: A fisioterapia é fator diferencial no tratamento de crianças com síndrome de Werdnig Hoffmann, estando sua atuação relacionada a melhora no prognóstico dessa síndrome e possível aumento na sobrevida. Entretanto, verifica-se a escassez de estudos que relacionem a fisioterapia e os benefícios proporcionados na melhora dessa doença, necessitando a realização de novas pesquisas. Palavras chaves: Síndrome de Werdnig Hoffmann; fisioterapia; amiotrofia muscular espinal. - 467 -