ABORDAGEM DA FISIOTERAPIA NA SÍNDROME DE CHARCOT-MARIE-TOOTH: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO II Autores: Renata Cristina Lima Florêncio1; Cristiane Silva de Melo1; Joana de Oliveira e Silva1; Kássya Mycaela Paulino Silva2. 1 2 Discentes do 10° período do curso de Fisioterapia da Faculdade ASCES; Especialista em Fisioterapia na UTI e Preceptora do Estágio Supervisionado II da Faculdade ASCES. Email: [email protected] Introdução: A doença de Charcot-Marrie-Tooth (CMT) é uma neuropatia periférica hereditária caracterizada por atrofia muscular e hipoestesia distal dos membros, principalmente inferiores (MMII), podendo estar associada à hipotonia, fraqueza muscular, diminuição dos reflexos profundos, fadiga e alterações respiratórias. Também conhecida como Neuropatia Motora e Sensorial Hereditária (HMSN), apresenta incidência de 1:2500 pessoas. A fisioterapia atua de modo a proporcionar o máximo de independência funcional ao paciente acometido pela síndrome tendo vistas a debilidade apresentada. Objetivo: Avaliar os efeitos da fisioterapia motora com ênfase no condicionamento físico e da fisioterapia respiratória em uma paciente com síndrome de CMT em ambiente hospitalar. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência realizado na enfermaria do Hospital Regional do Agreste (HRA), localizado no município de Caruaru – PE durante os atendimentos fisioterapêuticos do estágio supervisionado II. Foram realizadas 15 sessões de fisioterapia durante quatro semanas. Relato de Experiência: Paciente J.Q.S.Q., 57 anos, sexo feminino, com estudo genético que comprova a síndrome de CMT, chegou ao HRA no dia 04/03/2011 queixando-se de dor intensa na região da fossa ilíaca “D”, tendo como diagnóstico clínico Apendicite Aguda, sendo submetida à cirurgia no mesmo dia. No dia 09/03/11 foi realizada a avaliação fisioterapêutica onde foi visto que a paciente encontrava-se com bom estado geral, consciente, orientada, colaborativa, normocárdica, eupnéica, padrão respiratório basal, expansibilidade tóracica simétrica, porém superficial, em respiração espontânea sem suporte de oxigênio. Apresentava abdômen distendido, ferida operatória abdominal e presença do dreno abdominal do lado direito, decorrentes do procedimento cirúrgico. Edema periférico, com cacifo positivo. A ausculta cardíaca (AC) evidenciou ritmo cardíaco regular em dois tempos e bulhas normofonéticas e a ausculta pulmonar (AP) murmúrio vesicular presente diminuído em base de ambos hemitórax (BAHT), sem ruídos adventícios. Mediante a avaliação foi traçada a conduta fisioterapêutica que incluía alongamentos, mobilização global, propriocepção articular, dissociação de cinturas, fortalecimento muscular (treinamento com pesos para extremidades superiores e isométricos de quadríceps), exercícios ativo-assistido de MMII, exercícios metabólicos, respiração diafragmática, soluços inspiratórios, SMI associada à frenolabial, exercícios calistênicos e redirecionamento de fluxo para BAHT. No período de internamento hospitalar, a paciente foi submetida a outro procedimento cirúrgico e recebeu cuidados na unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital por 13 dias. Tendo recebido alta da UTI, demos continuidade ao tratamento fisioterapeutico, entretanto verificamos queda do estado geral, incluindo piora da função respiratória e força muscular. Resultados: Foi observado manutenção de força e resistência muscular, aumento de volumes e capacidades pulmonares evidenciados pela melhora da AP, redução de edema de extremidades e manutenção da capacidade funcional. Conclusão: Acreditamos que a fisioterapia foi fator decisivo na manutenção da função respiratória e muscular da paciente, tendo no período de internação a presença de um fator adicional de forte impacto negativo, representado pelo internamento em UTI. Embora a síndrome de CMT seja uma afecção do sistema nervoso periférico de caráter progressivo, existem ainda poucos estudos na literatura sobre a atuação da fisioterapia. Espera-se com o relato, a ampliação de conhecimento sobre as diversas alterações sistêmicas, o que contribuirá no futuro para o aperfeiçoamento do tratamento fisioterapeutico e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes portadores de CMT. Palavras-chave: Doença de Charcot-Marie-Tooth; HMSN tipo I; Fisioterapia Autor Principal: Renata Cristina Lima Florêncio. Endereço eletrônico: [email protected] Telefone: 81 9497 5655